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material 
complementar 
PARATODOS
2016
1
MATERIAL COMPLEMENTAR
UM FILME DIRIGIDO POR MARCELO MESQUITA
A MAIOR BARREIRA É O PRECONCEITO 
#VAMOSMUDARESSAHISTÓRIA
material 
complementar 
PARATODOS
2016
2
ELABORAÇÃO DO MATERIAL 
COMPLEMENTAR
COORDENAÇÃO EDITORIAL 
Taturana Mobilização Social
AUTORA
Liliane Garcez
REVISÃO
Diego Thimm Barcelos
DIAGRAMAÇÃO
Victoria Andreoli
COLABORAÇÃO
Ação Educativa
APAE-SP
Coletivxs
Instituto Rodrigo Mendes
ESTE MATERIAL FOI 
PRODUZIDO NO ÂMBITO DO 
PROJETO DE DISTRIBUIÇÃO 
DO FILME PARATODOS 
EM ESCOLAS PÚBLICAS, 
DESENVOLVIDO EM PARCERIA 
PELA SALA12 FILMES E 
TATURANA MOBILIZAÇÃO SOCIAL, 
COM APOIO DA CAIXA LOTERIAS. 
TEM COMO OBJETIVO APOIAR 
ATORES DE COMUNIDADES 
ESCOLARES E OUTROS 
INTERESSADOS EM AMPLIAR 
DIÁLOGOS SOBRE A INCLUSÃO 
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. 
DOCUMENTÁRIO | BRASIL 
2016 | 100 MIN
 
PRODUTORA
Sala 12 Filmes
COPRODUÇÃO
Barry Company
DISTRIBUIÇÃO
O2 Play
DIREÇÃO
Marcelo Mesquita
ROTEIRO
Peppe Siffredi
DISTRIBUIÇÃO 
NAS ESCOLAS
Taturana Mobilização Social
PARATODOS
TATURANAmobilizacao social
material 
complementar 
PARATODOS
2016
3
27
33
37
41
44
46
NATAÇÃO
27 Sobre o esporte
28 Tema em foco: PRECONCEITO
31 Como discutir esse assunto
32 Objetivo da atividade
 
CANOAGEM
33 Sobre o esporte
34 Tema em foco: IGUALDADE
35 Como discutir esse assunto
36 Objetivo da atividade
FUTEBOL
37 Sobre o esporte
38 Tema em foco: TRABALHO EM EQUIPE 
39 Como discutir esse assunto
40 Objetivo da atividade
ESPORTE NA ESCOLA
41 educação física inclusiva
42 atividades inspiradoras
PALAVRAS-CHAVES
PARA SABER UM POUCO MAIS
06
04
11
22
21
APRESENTAÇÃO
 
 
O DOCUMENTÁRIO PARATODOS
06 Sinopse e ficha técnica
07 A linguagem do cinema
08 Entrevista com o diretor
10 Distribuição alternativa: 
 no cinema e nas escolas
 
 
AQUECENDO A DISCUSSÃO
11 Quem são as pessoas com deficiência?
13 Acessibilidade: eliminar barreiras 
 para a participação de todas e todos
19 Educação: participar, aprender e ensinar 
 
 
ENTRANDO NO FILME 
>>> 
ATLETISMO
22 Sobre o esporte
23 Tema em foco: SUPERAÇÃO
25 Como discutir esse assunto
26 Objetivo da atividade
SUMÁRIO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
4
O ano de 2016 ficará marcado para 
sempre na história do Brasil e na 
memória de cada um de nós. Nos 
meses de agosto e setembro, o país 
recebe atletas sem e com deficiência 
para participarem dos maiores eventos 
esportivos do mundo: as Olimpíadas e 
as Paralimpíadas.
Em geral, nos interessamos muito 
pelas disputas de medalhas nas 
Olimpíadas. Afinal, são de tirar o fôle-
go! Mas, e em relação à performance 
dos atletas paralímpicos? Talvez nem 
tanto assim, não é?
Ano após ano, nosso país tem se 
destacado nas diferentes modalidades 
e competições paralímpicas. Em 
Londres, nas Paralimpíadas de 2012, 
conseguimos o sétimo lugar!
Da vontade de mostrar quem 
são essas pessoas, surgiu o filme 
PARATODOS. A equipe de filmagem 
acompanhou diversos esportistas de 
quatro modalidades paralímpicas, 
percorrendo diferentes partes do 
território nacional e do mundo. Foram 
quatro anos de pesquisa e produção.
O enredo apresenta diferentes 
momentos desde a preparação, a 
concentração e a competição propria-
mente dita. Os protagonistas – atletas 
profissionais da natação, atletismo, 
futebol e canoagem – têm uma meta 
em comum: representar bem o Brasil 
e, de preferência, chegar ao pódio 
na Rio2016.
De forma envolvente e poética, o 
filme joga luz ao que, por vezes, não 
pensamos: atletas com deficiência são 
PESSOAS que têm sonhos, desejos, 
dificuldades, talentos, vontades. E que 
os esportistas paralímpicos treinam, 
competem, ganham e perdem. Ou 
seja, não são nem coitadinhos, nem 
super-heróis.
Diferente de outras produções, o filme 
PARATODOS será lançado simulta-
neamente em circuito comercial 
nos cinemas e em sessões exclusi-
vas para as comunidades escolares 
participantes do projeto. Professo-
ras e professores são convidados para 
serem protagonistas nesse lançamento 
conjunto, e podem ajudar a inspirar 
muitas conversas e diálogos.
APRESENTAÇÃO
NEM 
HERÓIS, 
NEM 
COITADINHOS!
material 
complementar 
PARATODOS
2016
5
APRESENTAÇÃO
Pensando nisso, elaboramos esse 
material com o objetivo de apoiar 
os debates junto aos estudantes e 
possibilitar que as Paralimpíadas 
deixem um legado humano importante: 
a quebra de barreiras atitudinais – 
preconceitos, estigmas, generalizações, 
estereótipos – em relação às pessoas 
com deficiência.
<<
Acreditamos que assistir ao PARATODOS 
nos inspira a fazer perguntas diferentes; 
debatê-lo pode estimular a busca por 
ultrapassar nossos preconceitos. 
Esse movimento permanente e fun-
damental extrapola a sala de aula, 
transversaliza conteúdos e investe 
nas discussões sobre ética e valores 
para forjarmos cotidianamente uma 
educação inclusiva e cidadã.
Yohansson do Nascimento, da modali-
dade atletismo, reelabora com suas pa-
lavras o espírito olímpico: “A vontade 
de se preparar tem que ser maior 
que a vontade de vencer”.
BONS ENCONTROS PARA 
TODAS E TODOS!
AJUDE A CONSTRUIR ESSA 
REDE CULTURAL: COMPARTILHE 
A EXPERIÊNCIA DE EXIBIR 
O FILME EM SUA ESCOLA 
O filme PARATODOS já nasceu com uma 
vontade: chegar aos cinemas e, ao mesmo 
tempo, em escolas de todo o país.
O objetivo é formar uma verdadeira rede 
cultural com grande potencial de diálogo 
sobre acessibilidade e inclusão da pessoa com 
deficiência. E o ano de Paralimpíadas no Brasil 
é um momento privilegiado para isso!
Professoras, professores e toda a comunidade 
escolar tornam-se parceiros e protagonistas 
nesse processo. O registro de todo esse 
movimento, de pessoas que assistiram e 
discutiram a obra, é muito importante.
ACESSE WWW.TATURANAMOBI.COM.BR E CONTE 
COMO FOI A EXPERIÊNCIA DE EXIBIR O FILME 
EM SUA ESCOLA!
A
material 
complementar 
PARATODOS
2016
6
[ IMAGENS DE 
MAKING OF 
DO FILME ]
Se você olhar para o que uma 
pessoa pode fazer, em vez do que 
ela não consegue, a perspectiva muda 
e perde-se a visão de coitadinho.
É partindo desta premissa que PARATODOS 
mergulha no cotidiano de alguns dos 
principais atletas paralímpicos brasileiros para 
investigar os bastidores do esporte de alta 
performance. O filme acompanha o cotidiano 
das equipes de Atletismo, Natação, Canoagem 
e Futebol de 5 nos duros treinamentos e 
principais competições, registrando com 
sensibilidade seu dia a dia na luta por vitórias, 
recordes e medalhas.
Ao levantar e emocionar plateias mundo afora, 
esses atletas despertam a atenção para um 
tema urgente: a necessidade de ampliar o 
diálogo sobre inclusão e mobilidade da pessoa 
com deficiência na sociedade brasileira.
SINOPSE FICHA TÉCNICA
Brasil | documentário | 2016 | 100 min
Direção: Marcelo Mesquita
Roteiro: Peppe Siffredi
Elenco: Alan Fonteles Oliveira, Daniel Dias, 
Fernando Cowboy Rufino, Fernando Fernandes, 
Ricardinho Alves, Susana Schnarndorf Ribeiro, 
Terezinha Guilhermina, Yohansson do 
Nascimento e outros.
Direção de Arte e Animação: Ricardo Fernandes
Direção Musical: Fábio Góes 
Canção Original: Marcelo Yuka 
Edição de Som: Pedro Lima e Marcelo Cyro 
Montagem: Jair Peres, Felipe Lacerda, 
Daniel Grinspum e Marcelo Mesquita 
Direção de Fotografia: Alexandre Vianna 
e Pedro Ciampolini 
Produção: Sala12 Filmes
Coprodução: Barry Company
Distribuição: O2 Play
Mobilização e distribuição nas escolas: 
Taturana Mobilização Social
O DOCUMENTÁRIO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
7
AS PROFISSÕES NO 
MUNDODO CINEMA 
O cinema é uma arte coletiva. Para um filme ficar 
pronto, é necessário muito trabalho em equipe. 
E essa equipe é composta por diversos profissionais, 
que exercem funções diferentes e complementares. 
Você sabe o que faz um diretor de arte? Um produtor? 
Um diretor de fotografia? Um montador? 
Por exemplo, o diretor de fotografia, a partir de sua 
visão estética, orienta a câmera para captar uma 
determinada luminosidade ou tonalidade, define os 
enquadramentos (a imagem mais próxima ou mais 
afastada da câmera, que elementos entram e quais 
ficam fora do quadro), entre outras coisas.
VEJA MAIS SOBRE AS PROFISSÕES DO CINEMA 
NA REVISTA MNEMOCINE
B
VEJA MAIS SOBRE LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA NA CÂMERA COTIDIANA
“LENDO” UM FILME
O cinema compreende obras de 
diferentes gêneros e formatos 
(documentário, ficção, videorrepor-
tagem, websérie etc.), e usa diversos 
elementos específicos para construir 
narrativas. 
Por exemplo, os enquadramentos, 
ângulos de filmagem e cortes na edição 
são elementos narrativos na elaboração 
de um filme, assim como o roteiro (a 
forma como a história é contada).
Esses e outros elementos constituem 
a “linguagem cinematográfica”. 
A linguagem de um filme é resultado 
das opções estéticas e narrativas do 
realizador (por exemplo, definição do 
gênero, trilha sonora, uso de animação, 
montagem), mas também contém 
elementos da história do próprio 
cinema. Um realizador trabalha a partir 
das influências de outros realizadores e 
de seu repertório pessoal, e incorpora as 
possibilidades técnicas que surgiram ao 
longo da história, como por exemplo a 
câmera digital.
Como nas outras artes, quanto mais se 
conhece sua linguagem, mais se amplia 
a possibilidade de compreender uma 
obra e sua relação com o mundo do 
cinema e com ambiente social onde foi 
produzida. 
O filme PARATODOS pode ajudar a 
exercitar esse olhar. Buscar respostas 
para questões como “qual o tema 
escolhido e qual a mensagem do filme”, 
“em que contexto o filme está inserido”, 
“como a história é contada (quem são 
os personagens, que acontecimentos 
são priorizados, como foi escrito o 
roteiro)” é um caminho para descifrar 
e aprofundar essa linguagem.
O DOCUMENTÁRIO
A LINGUAGEM DO CINEMA
material 
complementar 
PARATODOS
2016
8
COMO SURGIU A IDEIA DE FILMAR O PARATODOS?
 A ideia, o estalo veio em 2012, quando eu estava assistindo pela 
primeira vez aos jogos paralímpicos, que naquele ano foram em 
Londres. Nunca tinha assistido, mesmo sendo fanático por futebol, 
por tênis, por basquete, por qualquer esporte. Liguei a TV, estava 
vendo a prova de atletismo do Alan Fonteles e fiquei surpreso, 
porque o estádio estava lotado e as Olimpíadas já tinham acabado. 
Então essa foi a primeira questão que surgiu: “como é que tem 
tanta gente, né?”, “o que é isso?”. Depois eles anunciavam que o 
melhor do mundo do atletismo paralímpico ia ganhar a medalha 
facilmente, que era o Pistorius, e de repente um brasileiro vai lá e 
vence. Eu nunca tinha visto esse menino na vida, o Alan Fonteles, e 
ele estava ganhando do maior de todos os tempos. “Caramba, como 
é que a gente tem um brasileiro ganhando do melhor do mundo 
e eu não sabia?”. Então pensei: “taí uma ideia para um filme, vou 
desenhar um projeto, posso filmar durante três ou quatro anos, e 
lanço antes dos jogos no Brasil, para que de repente as pessoas 
tenham essas respostas na ponta da língua quando assistirem aos 
Jogos”. E com isso veio todo um debate maior... comecei a me 
aprofundar, a ver a questão da inclusão, a entender que poderia 
transbordar o esporte para outros assuntos da sociedade, e aí sim 
o filme começou a se desenhar.
ENTREVISTA 
COM O DIRETOR 
MARCELO 
MESQUITA
Fazer um filme envolve trabalho em 
equipe, momentos bons e ruins, anos 
de pesquisa e filmagem, e muitas 
mudanças até se chegar à versão final.
O diretor de PARATODOS, Marcelo 
Mesquita, conta um pouco sobre como 
foi esse processo e sobre a opção por 
distribuir o filme em escolas ao mesmo 
tempo que nos cinemas.
>>>
O DOCUMENTÁRIO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
9
COMO É FAZER UM DOCUMETÁRIO?
Eu costumo dizer que é durante a edição que você descobre o 
roteiro final do documentário. No documentário, você parte de 
uma ideia, de um argumento. Você filma e, depois, na edição, 
realmente define os rumos da história. Ao contrário um pouco 
do que ocorre na ficção, que você segue o roteiro muito de 
perto, muito próximo ao que estava preestabelecido. No caso do 
PARATODOS, depois das filmagens, quando estávamos na edição, 
começaram a surgir perguntas: quantas histórias poderíamos 
contar dentro do documentário? Qual seria a duração de cada 
uma delas? Porque a vontade era contar todas: não teve uma 
história de um atleta que pesquisamos que não era digna de 
um filme. Essa premissa de querer mostrar o plural, de mostrar 
como eles eram diferentes, e iguais, e como isso tinha uma força, 
foi o maior desafio. Assim, no primeiro desenho tínhamos quinze 
atletas, depois passamos para doze, depois reduzimos o filme 
para cinco histórias, uma de cada atleta... Então achamos que era 
muito pouco, e finalmente ampliamos para quatro histórias sobre 
grupos de diferentes atletas e diferentes modalidades, que é o 
que o filme se tornou.
QUAIS FORAM OS MOMENTOS MAIS FORTES DURANTE 
A FILMAGEM?
Ver o Alan Fonteles em Lyon (França), no seu auge, foi um 
negócio incrível. Ao mesmo tempo, depois vimos o Alan um 
pouco deprimido por tudo que ele passou. Documentar um 
momento difícil de uma pessoa que de fato é real, não é um 
personagem fictício, é complicado. O mesmo se aplica para todas 
as transformações, acho que o filme tem altos e baixos dos atletas. 
Filmar a vitória é muito fácil, embora você tenha que estar lá atento, 
mas filmar, por exemplo, a Susana Scharndorf, personagem da 
natação, vendo a sua doença evoluir, é muito triste, é difícil. Mas 
também tem uma beleza por trás: ver como ela lida com isso, com 
coragem e leveza. O mesmo vale para a Terezinha [Atletismo] , 
ou para o que o Fernando [Canoagem] enfrentou em Milão, visto 
que a classificação funcional é um problema dentro do esporte 
paralímpico. Foi extrema a dificuldade da nossa equipe para 
chegar perto do Fernando, porque ele estava muito nervoso. E 
não é culpa dele e nem da nossa equipe. Era um momento difícil 
de estar com uma câmera. Se era difícil para ele vencer a prova, 
imagine vencer com um monte de loucos seguindo ele com duas 
câmeras 24 horas por dia. Esses são alguns momentos fortes que 
eu me lembro.
POR QUE VOCÊ ESCOLHEU DISTRIBUIR O PARATODOS 
NAS ESCOLAS?
Eu optei por uma distribuição diferenciada porque eu cansei de 
fazer cinema para pouca gente. A verdade é essa! Eu acho que 
trabalhar um filme na escola, no processo de formação, é uma 
honra e uma oportunidade muito grande para ambos os lados, 
para o realizador e para quem está assistindo. E fazer disso um 
projeto gigante é interessante e importante. É uma conquista, 
não é fácil! Lutamos muito junto aos patrocinadores e aos órgãos 
>>>
O DOCUMENTÁRIO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
10
públicos envolvidos para conseguir toda a estrutura. Agora depende 
de vocês, que fazem parte das comunidades escolares, espalharem 
o que vocês viram nas salas de aulas para os amigos, colegas, 
familiares. E se vocês acharem o filme relevante e importante de fato, 
provem que a gente pode fazer mais! Divulguem a iniciativa para que 
essa distribuição realmente seja PARATODOS, que seja diferenciada. 
Eu gostaria muito de ouvir de vocês, de entender o retorno e fazer 
isso mais vezes durante a minha carreira de cineasta e a dos meus 
companheiros de trabalho.
COMO É FAZER UM FILME SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA? 
Olha, os cuidadose os aprendizados ao se fazer um filme sobre uma 
pessoa com deficiência não são diferentes de você fazer um filme com 
uma pessoa sem deficiência. E talvez esse seja o maior ensinamento. 
Às vezes, ao falar nesse assunto, ficamos cheio de dedos: como 
será que eu faço ou não faço? Mas se você tratar a pessoa de igual 
para igual, você já começa a fazer o filme sem perceber. Esse foi o 
aprendizado de todas as pessoas que colaboraram ao longo dos 
quatro anos de produção: elas perceberam isso com muita facilidade 
e talvez essa seja uma forma legal de entender a sociedade, porque 
a questão imagética, ela é muito pequena, né? Todos nós somos 
diferentes, tem um ali com óculos, outro sem óculos, um tem o cabelo 
enrolado, outro tem o cabelo liso, um é negro, outro é branco, outro 
é loiro, um é homossexual, outro é heterossexual, um tem os dois 
braços, um tem um só braço, enfim, a diferença não está na questão 
imagética e sim em procurar igualdade no discurso, na sociedade, 
no coração. Então, eu acredito que esse tenha sido o ensinamento: 
entender que o diálogo é simples e verdadeiro, uma vez que você 
se coloca de uma forma aberta a ele.
DISTRIBUIÇÃO ALTERNATIVA: 
NOS CINEMAS E NAS ESCOLAS AO MESMO TEMPO
PARATODOS é mais que um filme, é uma iniciativa! Foi 
pensado para entrar em cartaz nos cinemas e, ao mesmo tempo, 
em escolas públicas de várias regiões do país, em um circuito 
especial articulado pela Taturana Mobilização Social.
A meta é chegar a pelo menos 200 mil estudantes de todo o 
país – o que seria um dos maiores públicos que um documentário 
nacional já teve! Com isso, queremos tornar o filme acessível 
a todos, ampliar a visibilidade dos nossos atletas paralímpicos 
e estimular o diálogo sobre inclusão e acessibilidade da pessoa 
com deficiência em ambientes de formação.
Essa estratégia também é uma resposta às dificuldades de um 
filme brasileiro, principalmente documentário, chegar ao grande 
público: ainda há pouco espaço para produções brasileiras nas 
salas comerciais, e menos ainda para documentários. Muitas vezes 
as programações das salas de cinema não acolhem esse tipo de 
filme, com a justificativa de que não geram interesse. 
PARATODOS está lotado de drama e de histórias interessantes, 
e tem grande chance de driblar as dificuldades do mercado 
para chegar ao máximo possível de pessoas. Acreditamos que 
esse formato de distribuição – lançar um filme em escolas e nos 
cinemas ao mesmo tempo – seja uma possibilidade de se trabalhar 
outros títulos no cinema nacional. Ajude a espalhar essa ideia! 
D
O DOCUMENTÁRIO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
11
No dia a dia, convivemos com mulheres, homens, adultos, 
crianças, adolescentes, idosos, heterossexuais, gays, 
lésbicas, travestis, transgêneros, negros, brancos, pessoas 
de diferentes etnias e procedências. Dentro de cada uma 
dessas características, há outras tantas diferenças. Ou 
seja, os adultos, por serem adultos, não são iguais entre si; 
os negros, também não, os indígenas, tampouco. Temos 
várias dessas características juntas: posso ser uma mulher, 
branca, adulta, lésbica. Variedade que não tem fim.
Nós educadoras e educadores sabemos na prática o 
quanto somos diversos; afinal, em nossas salas de aula 
e escolas cada um é UM. A condição de deficiência pode 
ser uma das características dentro dessa diversidade. Ela, 
entretanto, não define a pessoa, nem a transforma em um 
ser de outro planeta. Nem coitadinhos, nem super-heróis 
– pessoas com deficiência são pessoas como você e como 
eu: têm sonhos, desejos, dificuldades, talentos, vontades...
Em nosso cotidiano, já ouvimos as pessoas com deficiência 
serem chamadas de deficientes, portadores de deficiência, 
especiais, pessoas com necessidades especiais. Essas 
expressões, que muitos de nós falamos, e outras tantas, 
foram sendo criadas e modificadas ao longo do tempo. 
AQUECENDO A DISCUSSÃO 
QUEM SÃO AS PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA? 
[ IMAGENS 
DO FILME ]
>>>
material 
complementar 
PARATODOS
2016
12
Isso porque, como acontece com vários outros segmentos 
sociais, a designação de como ser nomeado pelos outros 
faz parte de suas discussões e reflexões. O nome marca a 
identidade do movimento, e, portanto, das pessoas que 
dele fazem parte. É diferente do nome da gente que nos 
acompanha a vida toda; o nome com o qual designamos 
as pessoas com deficiência está em debate constante. 
EI VOCÊ! 
Às vezes ficamos em dúvida sobre como se referir às pessoas com deficiência. 
Esse documento da Diversa – plataforma de troca de experiências e construção de 
conhecimento sobre educação inclusiva, do Instituto Rodrigo Mendes – conta um 
pouco da trajetória desses termos ao longo da história.
E
PARA SABER MAIS, O 
DOCUMENTÁRIO HISTÓRIA 
DO MOVIMENTO POLÍTICO 
DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
NO BRASIL MOSTRA COMO 
BRASILEIRAS E BRASILEIROS 
COM DEFICIÊNCIA COMEÇARAM 
A LUTAR PELOS SEUS DIREITOS!
F
AQUECENDO A DISCUSSÃO 
material 
complementar 
PARATODOS
2016
13
UMA CONVENÇÃO É UM ACORDO 
ENTRE PAÍSES PARA QUE ELES 
OBEDEÇAM ÀS MESMAS REGRAS SOBRE 
UM ASSUNTO ESPECÍFICO. QUANDO 
UM PAÍS ASSINA E RATIFICA 
(APROVA) UMA CONVENÇÃO, ELA 
SE TORNA UM COMPROMISSO E 
ORIENTA A (RE)ELABORAÇÃO DE 
LEIS E AS AÇÕES DAQUELA NAÇÃO.
G
ACESSIBILIDADE: 
ELIMINAR BARREIRAS 
PARA A PARTICIPAÇÃO 
DE TODAS E TODOS
 
Para além da nomenclatura, o consenso internacional sobre os direitos 
desse segmento está escrito na Convenção sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) 
em dezembro de 2006
No Brasil, esse documento tem status de emenda constitucional, ou 
seja, todas as outras leis, chamadas de infraconstitucionais, devem seguir 
o que está na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
e seu Protocolo Facultativo. 
A definição de pessoa com deficiência na Convenção diz que: “pessoas 
com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os 
quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir 
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade 
de condições com as demais pessoas”. Com isso, afirma que 
Deficiência é um conceito em evolução que se baseia numa perspectiva 
social. Assim, a eliminação ou redução das barreiras para que todos 
possam usufruir dos benefícios construídos pela sociedade é tarefa de 
todos nós.
>>>
material 
complementar 
PARATODOS
2016
14
A DEFICIÊNCIA, ou melhor, os diferentes 
impedimentos físicos, sensoriais, intelectuais ou 
mentais, como tantas outras características humanas, 
tem um amplo espectro. No dia a dia, quando nos 
relacionamos com estudantes ou colegas educadores 
com deficiência, sabemos que aquela característica 
não diz tudo sobre aquela pessoa. Nem a cor da sua 
pele, nem a cor dos seus olhos, nem a informação do 
lugar de onde ela nasceu. Essas são apenas primeiras 
informações. A convivência e a interação que fazemos, 
por exemplo, na escola, promovem conhecimento 
mútuo e possibilitam questionar alguns estereótipos. 
Toda pessoa é um conjunto de características. Recortar 
e lidar com apenas uma delas pode nos fazer perder 
a chance de perceber o quanto é prazeroso conhecer 
pessoas; sem e com deficiência! E para conviver, 
precisamos estar juntos, ou seja,
ACESSIBILIDADE
>>>
SEGREGAÇÃO
INTEGRAÇÃO INCLUSÃO
TODOS DEVEM TER 
ACESSO A TODOS 
OS LUGARES.
EXCLUSÃO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
15
De acordo com o decreto no. 5296/2004, todos os 
prédios de uso público (repartições públicas, hospitais, 
escolas, universidades, shopping centers, bibliotecas 
etc) deveriam se tornar acessíveis a partir do segundo 
semestre de 2007. 
Atualmente, considera-seacessibilidade o conjunto 
de intervenções no ambiente que, na sua relação com a 
pessoa com deficiência e mobilidade reduzida, promovem 
a equiparação de oportunidades com autonomia no 
acesso à informação, à mobilidade, à realização de 
procedimentos e participação em atividades desenvolvidas 
por diversas áreas e nos diferentes espaços.
DEFICIÊNCIA = 
impedimentos de 
longo prazo X 
barreiras existentes.
 
ACESSIBILIDADE = 
ausência de barreiras 
que garante a igualdade 
de oportunidades.
I
>>>
ACESSIBILIDADE
H
SÍMBOLOS QUE INDICAM 
LOCAIS ACESSÍVEIS
Em 2015, foi criado um novo logotipo de 
acessibilidade com o objetivo de simbolizar 
a esperança de acesso igual para todos, 
equiparando oportunidades. Ele informa 
que o serviço ou produto de uso público 
contêm informações, serviços, tecnologias 
de comunicação, bem como acesso físico 
acessíveis às pessoas com deficiência.
ANTES >> 2015
NOVO LOGOTIPO DA 
ACESSIBILIDADE
material 
complementar 
PARATODOS
2016
16
ACESSIBILIDADE
>>>
O conceito de ACESSIBILIDADE é central na luta das pessoas 
com deficiência pela igualdade de oportunidades em todas 
as esferas da vida, pois aproxima o pleito desse grupo aos 
da sociedade como um todo. Como nós todos temos direito 
ao acesso a bens e serviços, investe-se na melhoria das 
condições do ambiente para diminuir a desvantagem desta 
ou daquela pessoa, ainda que esses fatores, por vezes, não 
constituam barreiras para os que não têm deficiência.
J
IGUALDADE DE DIREITOS X IGUALDADE DE OPORTUNIDADES 
Todas e todos temos direito à vida, liberdade de ir e vir, educação, saúde, moradia. 
É o que chamamos de direitos básicos. Porém, muitas vezes, barreiras sociais, 
econômicas e culturais impedem o acesso e o exercício desses direitos. Ou seja, 
a igualdade de todas as pessoas garantida pelos direitos humanos depende do 
estabelecimento de igualdade de condições para se efetivar. 
Por exemplo, uma biblioteca que possui corredores muito estreitos pode impedir um 
cadeirante de frequentá-la; um filme sem audiodescrição pode impedir um cego de assisti-lo. 
Essas condições concretas podem fazer com que pessoas deixem de exercer seu direito de 
participação na sociedade. A igualdade de oportunidades busca corrigir esses desequilíbrios 
e contemplar a todas e todos. Por isso a acessibilidade, além de trazer benefícios para toda 
a comunidade, é central para a luta das pessoas com deficiência. 
VEJA MAIS SOBRE IGUALDADE DE OPORTUNIDADES NO MÓDULO DA NATAÇÃO, PAG.29
material 
complementar 
PARATODOS
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ACESSIBILIDADE
- ACESSO COMO - 
DIREITO
QUEBRA DE 
BARREIRAS
AÇÕES PARA 
A EQUIDADE
AÇÕES 
AFIRMATIVAS
AÇÃO INTEGRAL 
E INTEGRADA
AÇÕES 
ARTICULADAS E 
CONECTADAS NO 
TERRITÓRIO
APOIOS 
ESPECÍFICOS
RECURSOS 
PARA AUMENTO 
DA FUNCIO- 
NALIDADE
RECURSOS 
PARA 
O ACESSO
material 
complementar 
PARATODOS
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Um conceito que tem complementaridade 
com a acessibilidade espacial é o de 
TECNOLOGIA ASSISTIVA, que pode ser definida 
resumidamente como todos os recursos e 
serviços que contribuem para proporcionar 
ou ampliar habilidades funcionais de pessoas 
com deficiência e consequentemente 
promover autonomia e participação. 
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência dispõe que para possibilitar 
a participação, deverão ser tomadas medidas 
para que esse segmento tenha acesso 
ao meio físico, ao transporte, à informação 
e comunicação. Diferente do que podemos 
pensar, a acessibilidade não é somente 
uma questão espacial e arquitetônica. Inclui 
também a acessibilidade comunicacional 
e atitudinal.
A acessibilidade comunicacional possibilita 
que pessoas com deficiência visual, auditiva e 
múltiplas participem de forma equitativa de 
nossa sociedade. A Língua Brasileira de Sinais 
(Libras), o código Braille, a comunicação tátil, 
os caracteres ampliados, os dispositivos de 
multimídia acessíveis são alguns exemplos.
De todas as barreiras, as atitudinais são 
as mais difíceis de serem eliminadas. Os 
preconceitos, estereótipos e discriminação 
ainda estão presentes nas relações entre 
as pessoas. E isso tem tudo a ver com a 
Educação, pois como educadoras e educa-
dores sabemos que ela é um instrumento 
potente para fazer com que esses me-
canismos de exclusão desapareçam.
A aplicação da acessibilidade e do 
desenho universal nos ambientes das 
cidades está aos poucos desmistificando 
este tema e mostrando que ambos 
não são exclusivos para as pessoas 
com deficiência, pois buscam permitir 
que todos utilizem os mesmos espaços 
urbanos sem nenhum tipo de segregação. 
Participar da sociedade é um direito 
e a acessibilidade tem como objetivo 
a independência e a autonomia, com 
igualdade de oportunidades. Todos 
somos beneficiários da acessibilidade... 
mas alguns dependem dela para a 
equiparação de oportunidades. 
ACESSIBILIDADE
K
DESENHO UNIVERSAL E 
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Desenho Universal significa a concepção de 
produtos, ambientes, programas e serviços a serem 
usados, na maior medida possível, sem necessidade 
de adaptação ou projeto específico, por todas as 
pessoas: com ou sem deficiência, com mobilidade 
reduzida (como idosos, crianças, gestantes) 
e indivíduos com estatura diferenciada.
O desenho universal não exclui a utilização, 
quando necessária, de tecnologias assistivas 
(ou ajudas técnicas). Esse termo engloba produtos, 
recursos, metodologias, estratégias, práticas e 
serviços (desde uma bengala a um computador 
ou carro adaptado, passando por fisioterapia, 
fonoaudiologia e muitos outros recursos) que 
promovem a funcionalidade relacionada à atividade 
e participação de pessoas com deficiência, 
incapacidades ou mobilidade reduzida. Tanto o 
desenho universal quanto as tecnologias assistivas 
têm como objetivo final aumentar a autonomia, 
independência, qualidade de vida e inclusão social 
das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
material 
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PARATODOS
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Em uma escola que é de todos e para todos, 
devemos pensar possibilidades a partir da 
singularidade de cada pessoa em cada contexto, 
com planejamento e avaliação voltados para a 
construção da autonomia e participação. Assim, 
inclusão escolar não é o inverso de exclusão escolar! 
É o processo de modificação do sistema escolar 
para torná-lo adequado a todo e cada educando. 
Nessa perspectiva, hoje a educação especial 
é compreendida como o conjunto de serviços, 
recursos e estratégias específicas que favorecem 
o processo de escolarização dos estudantes com 
deficiência nas salas comuns do ensino regular e a 
sua interação no contexto educacional. O principal 
serviço dessa área é o atendimento educacional 
especializado (AEE). Assim, o AEE apoia e é apoiado 
pelas atividades desenvolvidas no ensino comum, 
induzindo a reorganização da sala de aula, da 
escola e das redes de ensino.
EDUCAÇÃO: 
PARTICIPAR, APRENDER 
E ENSINAR
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
E A ESCOLA PARATODOS
As pessoas têm o direito de ir à escola. Quem tem 
deficiência não pode ser excluído da educação por causa 
dela. De acordo com o conceito de educação inclusiva, 
deve estar na escola comum e não numa escola separada, 
e tem direito à mesma educação e currículo que as 
outras crianças e adolescentes. Os governos e os agentes 
públicos que atuam na educação devem garantir as 
condições e meios necessários para efetivar este direito.
L
>>>
material 
complementar 
PARATODOS
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Eis o grande desafio que a movimento inclusivo propõe 
à escola: lidar com a diversidade e buscar respostas para 
alunos e situações diferentes, para gerar experiências 
significativas de aprendizagem.Ou seja, romper com 
a ideia de homogeneidade em que fomos formados: 
a criança ideal, abstrata, que se desenvolve e aprende 
de uma forma única.
Nos sistemas educacionais que têm como perspectiva 
a inclusão, os talentos de cada um são reconhecidos, 
estimulados e potencializados. Cada pessoa, educador 
e/ou estudante, é membro importante e responsável 
que atua como apoio aos demais e tem o direito de 
realizar seus projetos na comunidade em que vive. O 
avanço desse processo de valorização e de trabalho nas 
diferenças contribui para o pleno exercício da cidadania 
e reflete o grau de amadurecimento da sociedade. 
Quando optamos pela perspectiva da educação 
inclusiva, o que está em jogo não é apenas a presença 
de crianças com deficiência nas classes comuns do 
ensino regular, e sim a capacidade da comunidade 
escolar de reinventar os processos educativos, do 
planejamento à avaliação, e tornar a educação 
melhor para todos, sem mecanismos de seleção ou 
discriminação. Participar, aprender e ensinar sem 
vírgulas ou “desde que”!
EDUCAÇÃO
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PARATODOS
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ENTRANDO
NO FILME
M
AJUDE A CONSTRUIR ESSA REDE: ACESSE WWW.TATURANAMOBI.COM.BR E 
CONTE-NOS COMO FOI A EXPERIÊNCIA DE EXIBIR O FILME EM SUA ESCOLA!
Esta parte do material é dedicada a apoiar o trabalho com o filme na escola a partir das 4 
modalidades retratadas em PARATODOS. Dentro de cada uma, escolhemos um tema para animar a 
discussão. As atividades sugeridas são apenas fontes de inspiração, assim como os temas em foco. 
Cada educador pode e deve elaborar discussões e atividades que vão além das propostas aqui, 
e digam respeito a sua escola. Ou se preferir, pode também consultar outras fontes inspiradoras, 
como o banco online Diversa, que reúne atividades para trabalhar a questão da inclusão da pessoa 
com deficiência na escola. Vale tudo para gerar bons debates com as turmas!
Um dos objetivos da distribuição do PARATODOS nas escolas é fomentar uma verdadeira rede 
cultural com grande potencial de diálogo sobre acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência. 
O registro de todo esse movimento, de pessoas que assistiram e discutiram a obra, é fundamental! 
material 
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PARATODOS
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ATLETISMO
SOBRE O ESPORTE
O atletismo nas Paralimpíadas é composto pelas provas de pista 
(corridas de 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 1.500 m, 10.000 m 
e revezamentos 4 X 100 m e 4 X 400 m), saltos (altura, distância 
e triplo), provas de rua (maratona), provas combinadas (pentatlo) 
e provas de arremessos (peso) e lançamentos (disco, dardo e club).
Atletas cegos, como no caso de Terezinha Guilhermina [foto do meio], 
ou com baixa visão são acompanhados por guias que devem orientá-los 
espacialmente nas provas. Conforme vimos no filme, os guias das 
provas são específicos para cada atleta. Nas palavras de Terezinha, 
“eu e o Guilherme Santana somos uma equipe”.
Além de atletas com deficiência visual, participam dessa modalidade 
atletas com deficiência intelectual e com deficiência físico motora, como 
é o caso de Yohansson do Nascimento [foto inferior, à frente dos outros 
atletas] e Alan Fonteles. Alan utiliza próteses especiais para corrida e 
Yohansson não, ou seja, os equipamentos, também, são específicos para 
cada atleta, dependendo da modalidade e da deficiência.
ENTRANDO NO FILME 
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PARATODOS
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Podemos aproveitar o que vimos no filme PARATODOS para 
conversar um pouco sobre um tema presente quando se trata 
de atletas que estão se preparando para competir: SUPERAÇÃO.
Ser atleta profissional é uma atividade de trabalho e, como 
qualquer outra ocupação, tem exigências quando se almeja ser 
o melhor. Para se tornar um esportista de ponta, por exemplo, 
é necessária dedicação integral para treinar um determinado 
número de horas por semana, visando o aprimoramento físico 
e técnico. Além disso, ter uma dieta balanceada para reduzir o 
desgaste físico e repor as energias é imprescindível. 
No filme PARATODOS, a modalidade atletismo é representada 
por atletas com histórias de vida muito diferentes e que, 
em determinado momento, decidiram se profissionalizar. A 
sequência de cenas mostra bem essas realidades e a busca 
cotidiana dos atletas por superação. Nas palavras de Yohansson, 
“às vezes as pessoas acreditam mais em mim do que eu 
próprio”. A contínua aspiração por melhores desempenhos, 
em treinos e competições, é o que definimos por desejo de 
superação, tanto para atletas olímpicos como paralímpicos!
Entretanto, quando o atleta tem deficiência, não raro, surge um 
outro componente. Parece, às vezes, que o fato da pessoa com 
deficiência ter escolhido ser esportista, é, em si, uma superação. 
Por que será que essa ideia vem à nossa cabeça?
Talvez pela falta de convivência, ainda temos certa dificuldade 
de compreender que pessoas com deficiência são pessoas: 
têm sonhos, desejos, dificuldades, talentos, vontades. Muitas 
vezes, quando estamos diante de uma pessoa com deficiência, 
temos a tendência de superprotegê-la, o que, no limite, 
significa tratá-la como “café com leite”. Quando são atletas 
de ponta, isso fica impossível... então vamos ao outro extremo: 
elas se tornam verdadeiros super-heróis e super-heroínas. 
O filme PARATODOS nos dá a oportunidade de compreender 
que a condição de deficiência não define uma pessoa, nem a 
transforma em um ser de outro planeta. Terezinha Guilhermina 
nos lembra em um de seus depoimentos que “pessoas com 
deficiência têm defeitos e qualidades”, e Alan Fonteles nos 
alerta “que o atleta não é uma máquina” e que para ter 
a oportunidade de fazer parte da delegação brasileira de 
atletismo, precisou voltar a treinar muito e mostrar que é 
realmente um atleta de ponta.
Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro 
(CPB), nos dá uma boa dica: “Se você primeiro olhar a 
pessoa e o potencial que ela tem, ao invés do que ela 
não consegue fazer, você passa a tratá-la de forma 
diferente e perde a visão do coitadinho”.
ATLETISMO
TEMA EM FOCO
material 
complementar 
PARATODOS
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ATLETISMO
ESPORTE DE ALTA PERFORMANCE 
X EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA
No Brasil, pelo menos 30 milhões de pessoas têm algum tipo de 
deficiência, e uma grande parcela dessa população é formada por 
crianças e adolescentes que enfrentam enormes barreiras para 
exercer cidadania e construir sua autonomia com dignidade.
O esporte, assim como a educação física, podem ser ferramentas 
extraordinárias para a mudança desse contexto, desde que pensados 
a partir de uma perspectiva inclusiva, que garanta a participação de 
todos. Nesse sentido, ambos devem ser compreendidos para muito 
além da chave da competição e da formação de atletas para o esporte 
de alta performance, que partem do princípio olímpico de valorizar 
o mais forte, o mais ágil e o mais rápido – e consequentemente, 
exclui as pessoas que não se enquadram nesse perfil.
A escola, por meio das aulas de educação física inclusiva, pode 
oferecer espaços para a apresentação de diferentes modalidades 
esportivas e assim, criar oportunidades para o desenvolvimento do 
potencial de todos os estudantes, sejam eles com ou sem deficiência. 
VEJA MAIS SOBRE ESPORTE DA ESCOLA NA PAG.41
N
material 
complementar 
PARATODOS
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DICA DE COMO DISCUTIR ESSE ASSUNTO
Para iniciar a atividade, sugerimos que você exiba novamente 
o trecho do filme PARATODOS sobre atletismo. Peça aos 
estudantes que selecionem cenas e/ou diálogos que traduzam 
a ideia que eles têm de superação. 
Após esse primeiro momento, você pode dividir os estudantes 
em grupos e pedir que eles expressem, por meio de 
montagem de cartaz ou painel, um conceito coletivo do tema 
em foco, relacionando com situações vivenciadasno dia a dia. 
Podem ser utilizados fotos de jornais e revistas, desenhos, 
grafites, frases etc. 
Ao término dessa montagem, sugerimos que os cartazes 
sejam expostos nas paredes da sala para que todos os alunos 
possam visualizar os trabalhos. É bacana reservar um tempo 
para essa observação. Em seguida, já em círculo, o grupo passa 
a conversar sobre quais foram as sensações que cada um teve 
ao realizar essa atividade e qual a relação entre o trecho do 
filme e a situação cotidiana escolhidos.
A partir desses depoimentos, vale uma boa discussão sobre 
os diferentes usos da palavra superação quando se referem a 
pessoas com e sem deficiência, esportistas ou não. Para apoiar 
esse debate, sugere-se a leitura do artigo 8 da Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, sobre 
“Conscientização”, com destaque para o seguinte fragmento:
OS ESTADOS PARTES SE COMPROMETEM A ADOTAR 
MEDIDAS IMEDIATAS, EFETIVAS E APROPRIADAS PARA:
A_ CONSCIENTIZAR TODA A SOCIEDADE, INCLUSIVE AS FAMÍLIAS, 
SOBRE AS CONDIÇÕES DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E FOMENTAR 
O RESPEITO PELOS DIREITOS E PELA DIGNIDADE DAS PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA;
B_ COMBATER ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E PRÁTICAS NOCIVAS 
EM RELAÇÃO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (...);
C_ PROMOVER A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE AS CAPACIDADES 
E CONTRIBUIÇÕES DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.
Para finalizar, faça uma rodada de avaliação da atividade 
perguntando o que os estudantes levarão do que foi 
discutido para seu cotidiano.
ATLETISMO
ATLETISMO
SUPERAÇÃO
ATIDUDINAL
8
MODALIDADE
TEMA
BARREIRA
ARTIGO DA 
CONVENÇAO
material 
complementar 
PARATODOS
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26
O OBJETIVO DESSA ATIVIDADE É QUE OS 
ESTUDANTES, A PARTIR DAS DISCUSSÕES 
REALIZADAS, COMPREENDAM QUE ALGUMAS 
MANEIRAS CORRIQUEIRAS DE USAR A 
IDEIA DE SUPERAÇÃO PODEM CONSTITUIR 
BARREIRAS ATITUDINAIS NAS RELAÇÕES 
ENTRE AS PESSOAS COM E SEM DEFICIÊNCIA. 
AO POSSIBILITAR A DISCUSSÃO SOBRE 
ESSES SENTIMENTOS E PERCEPÇÕES, CADA 
PARTICIPANTE TEM A OPORTUNIDADE DE 
REFLETIR E, PORTANTO, CRIAR NOVAS 
FORMAS DE RELACIONAMENTO.
ATLETISMO
[ ALAN FONTELES, 
DO ATLETISMO, UM 
DOS PERSONAGENS 
DO FILME ]
NATAÇÃO
SOBRE O ESPORTE
Na natação paralímpica, os atletas participam de provas 
individuais e de revezamento nos estilos livre, costas, 
peito, borboleta e medley, em distâncias que variam de 
50 m a 400 m. Os atletas são divididos em 14 classes 
esportivas e cada um deles recebe, por sua vez, 3 
classes que são atribuídas a partir de suas capacidades 
funcionais específicas em relação ao estilo de nado.
A largada pode ser feita de diversas posições, com 
ou sem auxílio, conforme o grau de funcionalidade 
de cada atleta. O sinal sonoro que dá início à prova 
é acompanhado de um sinal luminoso.
material 
complementar 
PARATODOS
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ENTRANDO NO FILME 
material 
complementar 
PARATODOS
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Podemos aproveitar o que vimos no filme PARATODOS para 
conversar um pouco sobre: DEFICIÊNCIA, FUNCIONALIDADE 
E PRECONCEITO. 
Compreender os dois primeiros conceitos – deficiência 
e funcionalidade – é imprescindível para que entendamos 
a organização das Paralimpíadas. Por ser um tema complexo 
e muito presente em nosso cotidiano, discutir preconceito 
a partir de um filme que tem como ambiente o mundo do 
esporte paralímpico pode ajudar a refletir e trazer para o nosso 
dia a dia novas possibilidades de ações.
Lembramos que as deficiências são divididas em quatro 
grandes grupos: deficiência intelectual/ mental, deficiência 
física, deficiência auditiva e deficiência visual. Dentro de cada 
um desses grupos, existem muitas categorias e especificidades. 
A Classificação Internacional de Doenças (CID), publicada pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS), tem como objetivo 
padronizar a codificação de doenças e outros problemas 
relacionados à saúde. A CID 10, última versão desse documento, 
fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma 
grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, 
queixas, circunstâncias sociais e causas externas para 
ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde, é atribuída 
uma categoria única à qual corresponde um código CID. 
Como já sabemos, o conceito atual de pessoa com deficiência 
não se restringe às condições individuais, pessoais. Tampouco 
considera a deficiência uma doença. Por ser uma condição, 
seu conceito se forja na relação entre as pessoas e as barreiras. 
Assim, utilizar a CID 10 para entender a pessoa com deficiência 
tornou-se insuficiente. 
Nesse movimento, no ano de 2001, a OMS aprovou o uso 
da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade 
e Saúde (CIF). A CIF tem como propósito estabelecer uma 
relação entre as origens e as causas da condição de saúde 
de um indivíduo e sua funcionalidade no desenvolvimento 
das atividades que compõem sua vida. Estruturada a partir de 
três domínios - “corpo”, “atividade e participação” e “contexto” 
–, a CIF, em conjunto com a CID, possibilita uma avaliação 
multidimensional.
Com essa reelaboração, a deficiência passa a não ser mais 
entendida como uma doença, e a condição de funcionalidade 
do corpo da pessoa com deficiência deve ser compreendida 
em relação a outros fatores que podem facilitar ou dificultar 
o acesso aos direitos e à participação.
Assim, fica mais fácil entender que cada um de nós, pessoas 
sem e com deficiência, somos singulares, pois somos forjados 
pelas nossas características físicas e sensoriais, por nossas 
formas de realizar atividades e participar dos diferentes 
contextos de nossas vidas!
NATAÇÃO
TEMA EM FOCO
material 
complementar 
PARATODOS
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NATAÇÃO
O
O CONCEITO DE FUNCIONALIDADE
A classificação de funcionalidade não traz como proposta apenas o suporte 
para o nivelamento de capacidade/desempenho, como acontece no esporte 
competitivo. A compreensão deste conceito está relacionada ao olhar sobre o 
corpo em relação com o ambiente, seus facilitadores e suas barreiras. O guizo 
da bola de futebol, por exemplo, permite o aumento da funcionalidade de pessoas 
cegas no desempenho da atividade de jogar futebol. O estímulo sonoro, nesse 
caso, é externo ao corpo, atuando como facilitador no aumento do desempenho.
Para além das atividades esportivas, a relação entre barreiras e facilitadores 
delineiam a condição de desempenho de pessoas com deficiência, ou seja, 
sua funcionalidade. Em um cenário hipotético, uma pessoa com impedimentos 
motores nos membros inferiores pode não conseguir se locomover da entrada 
da escola até sua sala de aula. Se esta mesma criança utilizar cadeira de rodas, 
ela passa a ter outra condição de funcionalidade na locomoção/mobilidade. 
Porém, se a sala de aula ficar no segundo andar e não houver elevador ou rampa, 
a criança, mesmo com a cadeira de rodas, novamente vivencia a não participação.
Desta maneira, se, no campo dos esportes, pensar em funcionalidade é relacionar 
esta questão à classificação funcional, permitindo a constituição de critérios 
de igualdade na competição, pensar sobre a funcionalidade em outros ambientes 
é compreender o corpo em relação ao contexto. Portanto, empreender esforços 
para atuar na disponibilização de facilitadores e na diminuição das barreiras 
significa considerar a deficiência como parte da diversidade humana e estabelecer 
atitudes não excludentes, rompendo com pensamentos e ações preconceituosos.
VEJA MAIS SOBRE BARREIRAS E ACESSIBILIDADE NA PÁG.13
Resumindo, a Classificação Internacional de Doenças (CID) 
e a Classificação Internacional de Funcionalidade, 
Incapacidade e Saúde (CIF) estabelecem critérios para que 
nossas características e especificidades sejam organizadas e 
entendidas por profissionais de todos os países. A composição 
entre as duas é fundamentalpara ampliarmos o olhar e 
deixarmos de classificar o diferente como doente e incapaz.
No filme, conhecemos um pouco da história da nadadora 
Susana Schnarndorf, que tem uma doença degenerativa, 
apontada na CID 10. Por conta dessa enfermidade, sua 
funcionalidade tem diminuído progressivamente, o que 
impacta nos critérios que compõem a CIF. Assim, para con-
tinuar competindo de forma equitativa com suas adversárias, 
será necessário que ela seja reclassificada no que diz respeito 
à classe esportiva antes da próxima Paralimpíada. Ou seja, 
independente do diagnóstico ou prognóstico relativo à 
doença de Susana, ela, enquanto atleta paralímpica, busca 
treinar e, em suas palavras, “reaprender a nadar” com suas 
novas funcionalidades para competir e ganhar novamente 
a medalha de ouro, provavelmente numa outra classe. 
material 
complementar 
PARATODOS
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Compreender a deficiência como parte da diversidade humana 
é uma questão básica para não excluir algumas pessoas, 
tampouco repetir atitudes e pensamentos preconceituosos.
Mas, espera...será que eu tenho preconceitos? A sensação de 
não saber o que fazer, por exemplo, pode indicar que, diferente 
das outras diferenças, a deficiência é muitas vezes entendida 
como uma limitação, e somos tomados por um sentimento de 
dó e de querer ajudar, sem perguntar para a própria pessoa.
<<
Por outro lado, quando observamos uma pessoa com 
deficiência que desenvolve as atividades com autonomia, 
vem uma ideia de que aquela pessoa é “especial”, pois 
consegue ser um atleta “apesar da deficiência”!
Daniel Dias resume muito bem qual o sentimento de uma 
pessoa que é alvo de nosso preconceito: “sempre fui alegre, 
esse é meu jeito. Mas houve momentos, quando entrei 
na escola, que foi um impacto diferente para mim e para 
quem estava lá. Eu nunca estudei numa escola especial...
eu sempre estudei em escolas normais...então quando eu 
entrei para a escola, foi um momento difícil. Fui chamado 
de saci, aleijado, cheguei chorando em casa. Meus pais 
conversaram muito comigo e eu entendi que preconceito 
existia, existe e vai existir”.
NATAÇÃO
DÊ UMA AJUDINHA A SI MESMO, 
REVEJA SEUS CONCEITOS
Quem nunca teve o impulso de querer ajudar uma pessoa com deficiência, 
sem nem mesmo perguntar antes se ela precisa da nossa ajuda? E mais, se quer 
nossa ajuda? Essa campanha do Instituto Mara Gabrilli aborda a convivência entre 
pessoas com e sem deficiência. São vídeos de personagens com diferentes tipos 
de deficiência, e que dramatizam situações cotidianas cômicas no convívio com 
pessoas sem deficiência. O roteiro de cada vídeo foi elaborado a partir de relatos 
de pessoas com deficiência! Para rir de si mesmo :-)
ALGUNS VÍDEOS: DEFICIÊNCIA VISUAL, DEFICIÊNCIA FÍSICA, 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, DEFICIÊNCIA AUDITIVA
P
material 
complementar 
PARATODOS
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DICA DE COMO DISCUTIR ESSE ASSUNTO
NATAÇÃO
PRECONCEITO
ATIDUDINAL
5
MODALIDADE
TEMA
BARREIRA
ARTIGO DA 
CONVENÇAO
Sugerimos que você inicie a atividade passando novamente 
o trecho do filme PARATODOS sobre natação.
Em seguida, apresente o significado de preconceito, substantivo 
masculino composto pelo sufixo pré e o substantivo conceito, 
segundo um dicionário de sua confiança. Para facilitar, seguem 
as definições do dicionário Michaelis:
> CONCEITO OU OPINIÃO FORMADOS ANTES DE TER OS 
CONHECIMENTOS ADEQUADOS;
> OPINIÃO OU SENTIMENTO DESFAVORÁVEL, CONCEBIDO 
ANTECIPADAMENTE OU INDEPENDENTE DE EXPERIÊNCIA OU RAZÃO;
> SUPERSTIÇÃO QUE OBRIGA A CERTOS ATOS OU IMPEDE QUE 
ELES SE PRATIQUEM;
> ATITUDE EMOCIONALMENTE CONDICIONADA, BASEADA EM 
CRENÇA, OPINIÃO OU GENERALIZAÇÃO, DETERMINANDO SIMPATIA 
OU ANTIPATIA PARA COM INDIVÍDUOS OU GRUPOS. 
Após esse momento, abra o debate com a turma solicitando 
que opinem sobre o significado dessa palavra no seu cotidiano, 
por meio do relato de experiências pessoais em que foram alvo 
ou protagonistas de atitudes preconceituosas. Ajude a garantir 
que o foco da discussão seja o conceito de “preconceito” da 
forma como foi apresentado para o grupo, com base no que 
está escrito no dicionário. O objetivo dessa etapa é ampliar 
a compreensão por meio de situações reais. 
Quando você achar que já é suficiente, pode solicitar que os 
estudantes, em duplas ou trios, relacionem a noção adquirida 
do que é preconceito a cenas/diálogos assistidos no filme 
PARATODOS, e escrevam um pequeno texto relacionando 
deficiência e preconceito. 
NATAÇÃO
[ SUSANA SCHNARNDORF, 
DA NATAÇÃO, UMA DAS 
PERSONAGENS DO FILME ]
conteúdo 
complementar 
PARATODOS
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Para apoiar esse debate, você pode apresentar o artigo 5 
da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
que trata de “Igualdade e não-discriminação”:
A_ OS ESTADOS PARTES RECONHECEM QUE TODAS AS PESSOAS 
SÃO IGUAIS PERANTE E SOB A LEI E QUE FAZEM JUS, SEM QUALQUER 
DISCRIMINAÇÃO, A IGUAL PROTEÇÃO E IGUAL BENEFÍCIO DA LEI.
B_ OS ESTADOS PARTES PROIBIRÃO QUALQUER DISCRIMINAÇÃO 
BASEADA NA DEFICIÊNCIA E GARANTIRÃO ÀS PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA IGUAL E EFETIVA PROTEÇÃO LEGAL CONTRA A 
DISCRIMINAÇÃO POR QUALQUER MOTIVO.
Ao final, peça que os pequenos grupos trabalhem juntos na 
leitura dos textos produzidos pelos participantes e criem pelo 
menos uma atividade que possa ser desenvolvida na escola 
para ampliar esse debate para toda a comunidade escolar, com 
a intenção de diminuir/eliminar as situações de preconceito em 
relação aos estudantes e/ou educadores com deficiência.
Para finalizar, peça que o grupo escolha uma ou duas atividades 
e estabeleça um cronograma para seu desenvolvimento. Não 
esqueça de fazer uma rodada de avaliação!
O OBJETIVO DESSA ATIVIDADE 
É QUE OS ESTUDANTES, A PARTIR 
DAS DISCUSSÕES REALIZADAS, 
COMPREENDAM O QUE É PRECONCEITO 
DE FORMA GERAL, E ESPECIFICAMENTE 
EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA. AO POSSIBILITAR QUE 
ALÉM DA DISCUSSÃO CONCEITUAL, OS 
ESTUDANTES CRIEM FORMAS DE ATUAÇÃO 
CONCRETA NO COTIDIANO DA ESCOLA, 
POTENCIALIZA-SE O PROTAGONISMO 
DOS ALUNOS PARA A ELIMINAÇÃO DE 
TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO.
DICA DE COMO DISCUTIR ESSE ASSUNTO
NATAÇÃO
NATAÇÃO
PRECONCEITO
ATIDUDINAL
5
MODALIDADE
TEMA
BARREIRA
ARTIGO DA 
CONVENÇAO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
33
CANOAGEM
SOBRE O ESPORTE
A paracanoagem é um esporte náutico de 
velocidade disputado geralmente em canais 
construídos artificialmente. O percurso tem 200 m 
e é realizado em raias demarcadas por boias. 
Utilizam-se dois tipos de embarcações: os caiaques 
e as canoas havaianas. Cada barco é adaptado 
conforme as necessidades do canoísta. Essas 
adaptações são realizadas principalmente na 
pegada do remo e nos assentos, buscando a posição 
em que o atleta possa utilizar todo seu potencial.
São disputadas provas masculinas e femininas 
individuais, e mistas em duplas, subdivididas em 
classes que, como nos demais esportes paralímpicos, 
levam em consideração a funcionalidade do atleta.
ENTRANDO NO FILME 
material 
complementar 
PARATODOS
2016
34
Podemos aproveitar o que vimos no filme PARATODOS para 
conversar um pouco sobre um tema presente tanto quando 
se trata de competições como fora delas: IGUALDADE.
Sabemos que uma competição, para ser considerada justa, deve 
ter como ponto de partida que qualquer um dos participantes 
tenha possibilidade real de ser vencedor. Quando o assunto é 
Paralimpíada ou Olimpíada, estamos falando de competições 
que reúnem esportistas de alto rendimento. Até chegarem lá, 
esses atletas passaram por diversas competições e seletivas que 
“chancelaram” seus passaportes rumo à competição maior. O 
atleta Fernando Fernandes fala da “pegada” dos treinamentos da 
modalidade de canoagem: “Ostrechos apontam para mais do que 
acho possível”, traduzindo o esforço empreendido.
Essa alta carga de competitividade faz com que a igualdade 
ganhe contornos mais fortes. No caso dos atletas com deficiência, 
um dos pontos centrais nessa questão é a classificação funcional. 
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL é o conjunto de critérios que definem quais 
grupos de deficiências podem competir nos diferentes esportes, e também 
qual o grau de limitação relacionado à deficiência e às tarefas específicas 
de cada modalidade. Assim, atletas com diferentes deficiências – mas 
que tenham certa relação – podem competir juntos em pé de igualdade. 
VEJA MAIS SOBRE O CONCEITO DE FUNCIONALIDADE NA PÁG.29
Q
CANOAGEM
TEMA EM FOCO
Ainda nas palavras de Fernando: “O esporte paralímpico 
não é só uma inclusão social. No começo ele é uma 
inclusão social. Quando chega aqui é alto rendimento, 
é performance. Isso aqui é meu trabalho, eu sobrevivo 
disso. Eu acho que está na hora da classificação 
funcional começar a respeitar isso. Porque tem gente 
que se prejudica por isso e a pancada é forte”.
O ponto de partida para essa classificação funcional é a 
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade 
e Saúde (CIF). A CIF tem como propósito estabelecer uma 
relação entre as origens e as causas da condição de saúde de 
um indivíduo e sua funcionalidade no desenvolvimento das 
atividades que compõem sua vida. Estruturada a partir de três 
domínios - “corpo”, “atividade e participação” e “contexto”-, 
possibilita uma avaliação multidimensional.
A avaliação da condição de funcionalidade compõe o parâmetro 
de igualdade nas diferentes competições paralímpicas. É a 
partir dela que são organizados os agrupamentos por classe, 
determinando contra quem cada atleta irá competir. Fernando 
define esse momento que compõe a paracanoagem em uma 
frase irônica, dirigindo-se ao diretor do filme: “Você achando 
que ia mostrar os cadeirantes, tudo bonitinho, olha que 
lindo esse mundo. É... A chapa é quente”.
material 
complementar 
PARATODOS
2016
35
DICA DE COMO DISCUTIR ESSE ASSUNTO
CANOAGEM
IGUALDADE
ATIDUDINAL
3
MODALIDADE
TEMA
BARREIRA
ARTIGO DA 
CONVENÇAO
Sugerimos que você inicie a atividade passando novamente 
o trecho do filme PARATODOS sobre canoagem e solicite 
aos estudantes que discutam sobre a ideia de igualdade, 
respondendo a 3 perguntas:
> O QUE ACHAM DA SITUAÇÃO?
> ALGUÉM JÁ EXPERIENCIOU SITUAÇÕES SEMELHANTES?
> COMO AVALIAM SITUAÇÕES COMO ESSAS?
Depois desse “aquecimento” das ideias em grupo, solicite 
que os estudantes escrevam individualmente um pequeno 
texto sobre igualdade, expondo sua opinião para clarificação 
dos seus próprios pensamentos.
Em seguida, novamente em grupo, você pode apresentar 
o artigo 3 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, que trata de “Princípios gerais”. Os princípios 
da Convenção são:
A_ O RESPEITO PELA DIGNIDADE INERENTE, A AUTONOMIA 
INDIVIDUAL, INCLUSIVE A LIBERDADE DE FAZER AS PRÓPRIAS 
ESCOLHAS, E A INDEPENDÊNCIA DAS PESSOAS.
B_ A NÃO-DISCRIMINAÇÃO;
C_ A PLENA E EFETIVA PARTICIPAÇÃO E INCLUSÃO 
NA SOCIEDADE;
D_ O RESPEITO PELA DIFERENÇA E PELA ACEITAÇÃO DAS 
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA COMO PARTE DA DIVERSIDADE 
HUMANA E DA HUMANIDADE;
E_ A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
A partir da leitura do texto e dos momentos de discussão 
anteriores, peça ao grupo que estabeleça relações entre 
igualdade e o artigo da Convenção. Antes do debate, porém, 
é importante que você ressalte a diferença entre igualdade 
de Direitos e igualdade entre as pessoas, pois não é raro 
pessoas sem deficiência considerarem que o fato de algumas 
pessoas terem determinada deficiência as torna iguais. Ou 
seja, a deficiência acaba por se sobrepor a ideia de pessoa. 
O filme PARATODOS permite que, ao expor seus conceitos 
sobre igualdade, os estudantes percebam que esse princípio 
é uma questão presente em qualquer grupamento humano 
em situações de competição ou do nosso dia a dia 
VEJA MAIS SOBRE IGUALDADE DE DIREITOS X IGUALDADE 
DE OPORTUNIDADES NA PÁG.16
CANOAGEM
material 
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PARATODOS
2016
36
O OBJETIVO DESSA ATIVIDADE É QUE OS 
ESTUDANTES, A PARTIR DAS DISCUSSÕES 
REALIZADAS, COMPREENDAM O QUE É 
IGUALDADE DE UMA FORMA GERAL, COMO 
ELA IMPACTA NA PRÓPRIA IDEIA DO 
QUE É UMA COMPETIÇÃO JUSTA E COMO 
ESSA QUESTÃO PODE SER ENTENDIDA 
ESPECIFICAMENTE EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA. AO POSSIBILITAR 
QUE OS ESTUDANTES SE COLOQUEM NA 
SITUAÇÃO E DEPOIS FAÇAM UM MOVIMENTO 
PARA CONCEITUAR O TERMO IGUALDADE, 
AMPLIA-SE O REPERTÓRIO DO GRUPO PARA 
LIDAR COM SITUAÇÕES COTIDIANAS DENTRO 
DA ESCOLA QUE ENVOLVAM ESSA TEMÁTICA.
CANOAGEM
[ FERNANDO “COWBOY” 
RUFINO, DA CANOAGEM, 
UM DOS PERSONAGENS 
DO FILME ]
material 
complementar 
PARATODOS
2016
37
FUTEBOL
SOBRE O ESPORTE
O futebol de 5 é praticado por pessoas cegas, do sexo masculino, com 
equipes formadas por um goleiro vidente (pessoa sem deficiência visual) 
e quatro jogadores cegos na linha. O goleiro atua na área retangular 
de 2 m X 5 m, bem menor do que a área do futebol de campo ou de 
salão. O restante do time joga vendado como forma de deixar todos 
nas mesmas condições sensoriais.
Os jogos são disputados em 2 tempos de 25 minutos, com intervalo de 
10 minutos. Vence o time que fizer mais gols. As partidas ocorrem em 
quadras externas, com o piso podendo ser emborrachado, de cimento, 
madeira ou grama sintética. Sobre as linhas laterais, ao longo de toda 
a quadra, são posicionadas bandas geralmente feitas de compensado 
de madeira com 1,5 m de altura, de modo que a bola só sai de jogo 
quando ultrapassa essa banda lateral ou pela linha de fundo.
A bola possui guizos em seu interior, cujo som orienta os atletas. Também 
podem auxiliar os jogadores: o técnico, com atuação restrita ao terço 
central da quadra; o goleiro, no terço defensivo; e o chamador, no terço 
de ataque atrás da baliza adversária. É o chamador quem bate nas traves, 
em geral com uma base de metal, no momento da cobrança de uma 
falta, ou um pênalti ou um tiro livre. Para evitar o choque, os jogadores 
dizem a palavra “voy” quando se deslocam em direção à bola.
ENTRANDO NO FILME 
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PARATODOS
2016
38
Podemos aproveitar o que vimos no filme PARATODOS 
para conversar um pouco sobre um tema muito presente 
quando se trata de esportes coletivos e, também, de nosso 
dia a dia na escola: TRABALHO EM EQUIPE.
Os esportes coletivos, tanto amadores quanto de alto 
rendimento, exigem não só preparo físico e técnico 
individuais, mas também treinamento do conjunto de atletas 
que compõem cada time. Esse entrosamento, como se diz 
na gíria do futebol, é o que ganha o jogo. Nesse tipo de 
esporte, chegar ao topo é tão difícil como em qualquer 
outra modalidade, mas quando você vira o time a ser 
vencido, de alguma forma, é necessário criar constantemente 
novas estratégias, pois seus adversários estudam suas 
características de jogo. 
Nas palavras do jogador Ricardo Steinmetz Alves, conhecido 
como Ricardinho: “É muito difícil alcançar as coisas 
que eu alcancei no futebol e a nossa equipe tam-
bém. E é mais difícil ainda, sem dúvida, manter”.
Para enfrentar esse nível de competitividade e sair dessa 
marcação cerrada, o trabalho em equipe é fundamental. 
No futebol de 5, além dos jogadores dentro da quadra é 
muito importante o entrosamento com os integrantes da 
equipe técnica. Diferente do futebol de campo, que estamos 
mais acostumados a assistir, há um treinamento tanto 
do goleiro, quanto do chamador e do próprio técnico em 
relação às diferentes formas de orientar os jogadores. Para o 
chamador Felipe Campos, “Cada atleta gosta de uma formade ser orientado, não tem um padrão”. Assim, pode se dizer 
que o trabalho extrapola as quatro linhas e considera as 
singularidades de cada um.
As brincadeiras na concentração, a técnica aliada 
a malandragem dentro de campo e as batucadas 
comemorando mais uma vitória mostram o quanto o trabalho 
em equipe faz toda a diferença nesse esporte e na vida!
FUTEBOL
TEMA EM FOCO
material 
complementar 
PARATODOS
2016
39
DICA DE COMO DISCUTIR ESSE ASSUNTO
FUTEBOL
TRABALHO 
EM EQUIPE
ATIDUDINAL
MODALIDADE
BARREIRA
ARTIGO DA 
CONVENÇAO
Sugerimos que você inicie a atividade passando novamente 
o trecho do filme PARATODOS sobre futebol de 5 e solicite 
aos estudantes que respondam individualmente à pergunta:
 “Do que assistiu no filme, você acha que o 
trabalho em equipe foi um diferencial para que eles 
fossem campeões na competição? Qual o momento 
que mais chamou a sua atenção?”
Destaque os trechos que mais aparecem nas respostas dos 
estudantes e abra a discussão pedindo para que eles expliquem 
o porquê da escolha. 
Para apoiar essa discussão, indicamos a leitura do artigo 24 da 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência que 
trata de “Educação”, com destaque para o seguinte fragmento:
1) OS ESTADOS PARTES RECONHECEM O DIREITO DAS PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA À EDUCAÇÃO. PARA EFETIVAR ESSE DIREITO SEM 
DISCRIMINAÇÃO E COM BASE NA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES, OS 
ESTADOS PARTES ASSEGURARÃO SISTEMA EDUCACIONAL INCLUSIVO 
EM TODOS OS NÍVEIS, BEM COMO O APRENDIZADO AO LONGO DE 
TODA A VIDA, COM OS SEGUINTES OBJETIVOS:
A_ O PLENO DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL HUMANO E DO 
SENSO DE DIGNIDADE E AUTOESTIMA, ALÉM DO FORTALECIMENTO 
DO RESPEITO PELOS DIREITOS HUMANOS, PELAS LIBERDADES 
FUNDAMENTAIS E PELA DIVERSIDADE HUMANA;
B_ O MÁXIMO DESENVOLVIMENTO POSSÍVEL DA PERSONALIDADE E 
DOS TALENTOS E DA CRIATIVIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, 
ASSIM COMO DE SUAS HABILIDADES FÍSICAS E INTELECTUAIS;
C_ A PARTICIPAÇÃO EFETIVA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
EM UMA SOCIEDADE LIVRE.
FUTEBOL
A partir da leitura, caso não tenha surgido ainda, você pode 
introduzir no debate que tudo aquilo que se estabelece como 
obrigação para as pessoas com deficiência é nossa meta para 
todos. Ou seja, trabalho em equipe e inclusão tem tudo a ver! 
Esse é um dos princípios da educação física inclusiva (VEJA 
MAIS NA PÁG. 41).
Depois dessa rodada, proponha que o grupo pense em tudo 
que foi discutido, tendo como foco a organização de uma 
atividade em que todos participem e aprendam juntos. 
Como forma de iniciar o planejamento, peça que os estudantes 
observem os diferentes movimentos que ocorrem cotidiana-
mente no ambiente escolar (locomoção, alimentação, higiene, 
uso do espaço recreativo, uso do espaço da sala de aula, per-
cepção dos sinais de troca de espaço/atividade etc.) e levantem 
as barreiras e os facilitadores para sua efetivação. A partir desse 
levantamento, criem situações nas quais pessoas com diferentes 
capacidades funcionais sejam participantes ativos no grupo.
Essa atividade pode ser desenvolvida tanto na sala de aula 
como em outros espaços na escola. Se possível, envolva outros 
educadores.
Para aumentar as possibilidades da atividade, você pode 
ainda informar aos estudantes que eles ocupam um lugar de 
decisão, por exemplo: o do diretor, coordenador pedagógico 
ou professor. Incentive a criatividade pontuando que o trabalho 
em equipe não está só no esporte, e que, como é mostrado 
no filme, não é preciso deixar de ser quem você é para entrar 
no grupo, pois cada um tem um tanto a contribuir, ensinar e 
aprender. Converse com a turma sobre formas de efetivar as 
propostas apresentadas no dia a dia da escola.
TEMA
24
material 
complementar 
PARATODOS
2016
40
O OBJETIVO DESSA ATIVIDADE É QUE 
OS ALUNOS CONSIGAM, A PARTIR DA 
DISCUSSÃO SOBRE O FUTEBOL DE 5, 
TRANSPOR A POTENCIALIDADE DO TRABALHO 
EM EQUIPE PARA DENTRO DA ESCOLA. 
AO PROPOR ATIVIDADES QUE PODEM SER 
EFETIVADAS, AMPLIAM SEU SENTIMENTO DE 
PERTENCIMENTO AO GRUPO, PERCEBENDO A 
IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM EQUIPE NAS 
DIFERENTES ESFERAS DA VIDA.
FUTEBOL
[ RICARDINHO, DO 
FUTEBOL DE 5, UM 
DOS PERSONAGENS 
DO FILME] ]
41
ESPORTE NA ESCOLA 
QUAL A DIFERENÇA ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA 
INCLUSIVA E EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA?
A educação física nasceu associada a uma visão homogeneizadora do 
ensino, pautada pela busca do alto rendimento e pela competição. Esse 
modelo resultou na exclusão sistemática dos estudantes que não atingiam 
o desempenho esperado ou não se enquadravam no perfil físico buscado 
pelos educadores. 
Durante muito tempo, os estudantes com deficiência fizeram parte desse 
processo de exclusão, com exceção às atividades de educação física 
adaptada, voltadas exclusivamente para esse público. 
Atualmente, estamos acompanhando o surgimento da educação 
física inclusiva, que pressupõe a participação de todos os estudantes 
em uma mesma atividade. Essa proposta, alinhada com a Convenção 
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, implica no 
entendimento das especificidades de cada aluno e na flexibilização de 
recursos e regras das atividades físicas. Isso envolve não só alterações nas 
práticas físicas existentes, como também a criação de novas atividades. 
O desenvolvimento desse novo paradigma pressupõe a eliminação de 
barreiras e a ressignificação dos objetivos da educação física.
VEJA MAIS SOBRE O TEMA E CONHEÇA EXPERIÊNCIAS INCLUSIVAS CONTADAS POR 
EDUCADORES DE TODO O PAÍS NO PROJETO PORTAS ABERTAS PARA A INCLUSÃO – 
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA TODOS, DO INSTITUTO RODRIGO MENDES.
material 
complementar 
PARATODOS
2016
material 
complementar 
PARATODOS
2016
42
BADMINTON – NATAL (RN)
Na escola Luiz Maranhão Filho, em Natal, poucos alunos 
com deficiência participavam das aulas de educação física. 
Assim, a equipe de professores escolheu o Badminton como 
estratégia para a inclusão de todos os estudantes nas aulas 
de educação física.
Após apresentar a evolução histórica e os fundamentos do 
esporte aos estudantes, a equipe planejou adaptações nas 
regras do jogo, juntamente com os alunos. Com isso, as 
necessidades particulares de cada um foram ouvidas 
e consideradas na definição das novas regras. 
Dentre as principais adaptações realizadas, houve a 
diminuição do espaço físico para os alunos com limitações 
motoras, a substituição do apito por uma bandeirinha e 
o auxílio do intérprete de Libras para os alunos surdos e 
a assessoria da professora de apoio para os alunos em 
cadeiras de rodas. Para os alunos com autismo, foi proposta 
a diminuição na pontuação dos sets para que eles não 
perdessem a concentração e o interesse pelo jogo.
O projeto permitiu também a construção de parcerias entre 
as professoras de educação física, a professora da sala de 
recursos multifuncionais, a coordenadora pedagógica e os 
gestores. O esporte, numa perspectiva inclusiva, passou a 
ser mais considerado pela própria direção da escola, que 
disponibilizou mais recursos para a aquisição de materiais.
ESPORTE 
NA ESCOLA
PARA SE INSPIRAR 
EXPERIÊNCIAS 
DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA 
INCLUSIVA
PARA SE INSPIRAR 
EXPERIÊNCIAS 
DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA 
INCLUSIVA
material 
complementar 
PARATODOS
2016
43
ESPORTE 
NA ESCOLA
FELIPEBOL – RIO DE JANEIRO (RJ)
Felipe era um aluno com deficiência da rede pública 
do bairro de Padre Miguel, no Rio de Janeiro, e 
sempre era privado do direito de participar das aulas 
de educação física. Essa realidade de exclusão mudou 
quando seu professor decidiu buscar formas de garantir 
o direito de Felipe de participar. 
Em conjunto com a equipe da escola, começou a 
desconstruir as regras dos esportes praticados 
pelos alunos. No primeiro momento,foram explorados 
o basquete adaptado e algumas atividades circenses, 
que permitiam a Felipe participar, porém de forma ainda 
tímida. Foi então que o professor decidiu criar um 
novo esporte, pensado a partir das particularidades 
do Felipe e dos demais estudantes. Surgiu o Felipebol.
O Felipebol é um jogo em que os alunos ficam na mesma 
posição que Felipe, que precisa se apoiar nos quatro 
membros para se locomover. As regras do jogo são 
simples: ele deve ser jogado com as mãos e somente 
o goleiro pode ficar em pé. O jogo conquistou a todos 
os estudantes, passando na frente até do futebol em 
termos de preferência da turma. Nas palavras do próprio 
Felipe: “Antes eu jogava futebol parado na cadeira. 
Mas agora, que eu participo de verdade, eu jogo muito 
mais: viro cambalhotas, faço muitos gols e comemoro”.
material 
complementar 
PARATODOS
2016
44
A
Acessibilidade 13, 15, 16 
 atitudinal 18 
 comunicacional 18 
Atendimento educacional 
especializado (AEE) 18, 19 
Atletismo 22 
Autonomia 18, 19 
B
Barreiras 5, 13, 15, 17, 29 
 atitudinais 5, 18, 26
C
Canoagem 36 
Cego 16, 37 
Cinema 5, 7, 10 
Classificação 28, 29 
 funcional 9, 29, 34 
 Internacional de Doenças (CID) 28, 29
 Internacional de Funcionalidade, 
 Incapacidade e Saúde (CIF) 28, 29 
Competição 24, 34, 35, 36, 39, 41 
Competitividade 34, 38 
Conscientização 25 
Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência 13, 25, 32, 35, 39, 41
PALAVRAS-CHAVES
D
Deficiência 11, 12, 14, 15, 19 
 auditiva 13, 18, 28, 30
 física 13, 28, 30
 físico-motora 22
 intelectual 13, 22, 28, 30 
 visual 13, 18, 22, 28, 30, 37
Desempenho 23, 29, 41 
Desenho universal 18 
Direitos Humanos 16, 39 
Distribuição alternativa 10 
Diversidade 11, 20, 29, 35 
E
Educação 5, 16, 18, 19, 20 
 especial 19 
 inclusiva 5, 12, 19, 20 
Educação física 41 
 adaptada 41 
 inclusiva 24, 41, 42, 43
Equipe 4, 6, 7, 8, 22, 38 
Escola 2, 5, 9, 10, 14, 19 
Esporte 22, 24, 27, 33, 37 
 de alta performance 6, 24 
Estereótipo 5, 14, 18, 25 >>>
material 
complementar 
PARATODOS
2016
45
PALAVRAS-CHAVES
F
Ficha técnica 6 
Funcionalidade 18, 28, 29, 34 
Futebol de 5 37 
I
Igualdade 10, 29, 32, 34, 36 
 de condições 13 
 de direitos 16 
 de oportunidades 15, 16, 18, 39 
Impedimentos 13, 14, 15, 29
Inclusão 2, 5, 14, 20 
escolar 19 
L
Língua Brasileira de Sinais 
(libras) 18, 42 
Linguagem do cinema 7
Locomoção 29, 39 
M
Mobilidade 15, 18, 29 
N
Natação 27 
P
Participação 13, 16, 18, 24, 28, 34, 35, 39, 41
Pessoas com deficiência 5, 10, 11, 13, 16, 18, 30, 36, 41
Potencial 5, 21, 23, 24, 33, 40
Preconceito 5, 18, 25, 29, 30
Profissões 7
R
Rede cultural 5, 21
S
Sinopse 6
Superação 23, 25, 26
Surdo 42
T
Tecnologias assistivas 18
Trabalho em equipe 38, 40
___
material 
complementar 
PARATODOS
2016
46
REFERÊNCIAS
Censo Demográfico 2010: características gerais da população, 
religião e pessoas com deficiência – Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), 2012.
Classificação Internacional de Doenças (CID 10).
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF).
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006).
Decreto no. 5296 de 02 de dezembro de 2004.
Guia de Aprendizagem da Convenção sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência. UNICEF, 2013.
Guia Escolar Paralímpico – Transforma Educação. Comitê Organizador 
dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil .
Li l iane Garcez. Dissertação de Mestrado, 2004. Da construção 
de uma ambiência inclusiva no espaço escolar.
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Plano Viver 
sem Limite – Decreto 7.612/11.
PARA SABER 
UM POUCO MAIS
DICAS DE SITES
AÇÃO EDUCATIVA
APAE-SP
COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO
DIVERSA – EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA PRÁTICA
FUTEBOL E CULTURA
INCLUSIVE - INCLUSÃO E C IDADANIA
INSTITUTO MARA GABRILLI
INSTITUTO RODRIGO MENDES
MAIS DIFERENÇAS
OBSERVATÓRIO DO PLANO VIVER SEM L IMITE
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO, 
DIVERSIDADE E INCLUSÃO – (SECADI/MEC) 
SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS 
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (SNPD/SDH)

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