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SDE4415 TEORIA E PRÁTICA DA ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA - módulo 1

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· APRESENTAÇÃO
· MÓDULO 1
· MÓDULO 2
· MÓDULO 3
· MÓDULO 4
· CONCLUSÃO 
DESCRIÇÃO
Atividades motoras adaptadas para pessoas com deficiência; história da deficiência; conceitos e terminologias; tecnologias assistivas; Educação Física Adaptada e Inclusiva; Esporte paralímpico, papel do profissional de Educação Física e da equipe interdisciplinar.
PROPÓSITO
Compreender a história da deficiência, a fim de conhecer: conceitos, palavras, expressões, atuação da Educação Física Adaptada e Inclusiva, Paralimpíadas, campo profissional e equipes interdisciplinares.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar as fases da história da deficiência
Módulo 2
Identificar os quatro processos da pessoa com deficiência – exclusão, segregação, integração e inclusão
Módulo 3
Identificar as terminologias relacionadas à pessoa com deficiência e à acessibilidade e suas dimensões
Módulo 4
Comparar a Educação Física Adaptada com a Educação Física Inclusiva
INTRODUÇÃO
O conhecimento sobre a história da pessoa com deficiência (PcD) é fundamental para o profissional de saúde, por isso vamos entender os processos que vão desde a exclusão até a inclusão dessas pessoas.
O processo de inclusão, atualmente, é muito discutido, mas precisamos pensar em fatores fundamentais que fazem parte desse processo, como a acessibilidade em seis dimensões, a tecnologia assistiva, proporcionando mais autonomia para a PcD, e as palavras e expressões essenciais para a atuação dos profissionais da saúde.
O conjunto desses fatores trará uma reflexão ainda maior sobre as PcDs, as quais têm direitos específicos que devem ser garantidos por meio de leis.
Você também vai entender a história da atividade motora adaptada e sua importância para o desenvolvimento das PcDs. Você conseguirá distinguir a Educação Física adaptada da Educação Física inclusiva, o papel de ambas na história e como são vistas e utilizadas atualmente.
Além disso, não podemos deixar de estudar um breve histórico das Paralimpíadas para que você possa compreender a importância do esporte para as PcDs e como esse movimento esportivo muda a percepção das pessoas sobre essa parcela importante da população. Ao fim, abordaremos os papéis do profissional de Educação Física e da equipe interdisciplinar, esclarecendo suas diferenças e as relações com as PcDs.
MÓDULO 1
Identificar as fases da história da deficiência
DEFINIÇÃO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Para compreender o termo “pessoas com deficiência” (PcD), é necessária uma breve definição.
Segundo a Convenção Internacional sobre os Direitos da PcD, proclamada pela Organização das Nações Unidas em 2006, em seu artigo 1º:
PcDs são aquelas que têm impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interações com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.
Nesse sentido, a história da PcD foi marcada por desprezo e falta de compreensão. Um caminho longo, que, atualmente, ainda se encontra em processo de desenvolvimento, pois esses indivíduos ainda são desprezados e buscam seu lugar na sociedade. Atualmente, as leis protegem e asseguram os direitos da PcD, porém não são executados como deveriam.
Há uma grande luta pela inclusão e inserção das PcDs em toda a sociedade, a fim de garantir seu acesso ao trabalho e à escola, o direito de ir e vir e a participação no meio social. Para entender essa questão, faz-se necessário percorrer a História e tudo o que gira em torno dela.
No entanto, ao entendermos a história da PcD, ficará mais fácil compreender os dias atuais e a importância da luta para que a inclusão não deixe de acontecer.
Agora, você passará por uma breve regressão histórica a fim de compreender como essas pessoas eram vistas e viviam na sociedade. Para facilitar o entendimento, serão apresentadas as sete fases mais importantes que marcaram um caminho que vai da exclusão à inclusão.
FASES DA HISTÓRIA DA DEFICIÊNCIA
Primeira fase (exclusão)
Clique nas barras para ver as informações.
PRIMEIRA FASE
É caracterizada pelo processo que chamamos de exclusão. Esse cenário permaneceu por muito tempo, o que, nos dias de hoje, é algo incompreensível devido à injustiça e à brutalidade.
Ao longo do tempo, a PcD era vítima de negligência, abandono, eliminação e perseguição pelo simples fato de não estar no contexto de normalidade. Na época pré-cristã, gregos e romanos temiam a PcD, que era vista como um prenúncio de males futuros, o que levava ao abandono ou sacrifício de crianças com deficiência. Hoje, sabemos que a exclusão é um modelo que não cabe mais na nossa sociedade, demonstrando uma evolução.
Segunda fase (exclusão)
Clique nas barras para ver as informações.
SEGUNDA FASE
Ainda no contexto da fase inicial, atos de crueldade eram comuns, e o pensamento era voltado para um ser “perfeito” e funcional para a sociedade.
Essa fase corresponde à Idade Média, quando a religião dominava a sociedade e se acreditava que o homem era uma imagem à semelhança de Deus, um ser perfeito física e mentalmente.
A deficiência era vista como a expressão de forças demoníacas:
Muitos seres humanos física e mentalmente diferentes, com isso associado à imagem do diabo e a atos de feitiçaria e bruxaria, foram vítimas de perseguições, julgamentos e execuções.
(CORREIA, 1997, p. 13).
Essas duas primeiras fases deixaram marcada na História a exclusão total da PcD. Atualmente, essa visão que relaciona a PcD com bruxaria e algo do diabo não é mais aceita. Houve uma mudança no olhar; as PcDs, agora, são vistas como capazes e amadas. Porém, essas pessoas precisam ser cuidadas, o que nos faz perceber que o trabalho de inclusão não pode parar.
As PcDs circulam e convivem em todos os locais e têm dificuldades e limitações como qualquer pessoa e, por isso, precisam que seus direitos sejam respeitados.
Terceira fase (segregação)
Clique nas barras para ver as informações.
TERCEIRA FASE
Nesta fase, podemos ver um progresso: passa-se dos sacrifícios/execuções para a separação das PcDs, o que levava ao sofrimento e ao abandono. Essa fase ocorreu nos tempos medievais, quando surgiram as primeiras casas de caridade. Alguns nobres e religiosos fundaram albergues e hospícios para internar as PcDs, mas outros recriminavam essa atitude de acolhimento, pois acreditavam que elas representavam uma ameaça para a sociedade. Tudo isso levou a condições de degradação, abandono e miséria. Nesta mesma fase, as PcDs mentais eram abandonadas, e as que sobreviviam eram colocadas em orfanatos, prisões ou outras instituições do Estado, onde as condições de saúde e higiene eram degradantes.
Como as PcDs sobreviveriam em locais com tanta insalubridade? Como aprender a viver e se desenvolver se não tinham o direito de conviver na sociedade?
A falta de conhecimento sobre a deficiência fazia com que essas atitudes fossem comuns. Assim, a ignorância em relação às PcDs era enorme, e a cultura valorizava o ser considerado funcional. A cada fase, observamos uma caminhada longa, mas com evolução.
Quarta fase (segregação)
Clique nas barras para ver as informações.
QUARTA FASE
A segregação seguiu ainda por um longo período. A separação das PcDs ainda fazia parte da sociedade, promovendo a exclusão dessas pessoas do convívio daqueles sem deficiência. Podemos observar que essas fases perduraram por séculos, o que demonstra como a aceitação das PcDs foi um processo lento.
A quarta fase aconteceu do século XVIII até meados do século XIX e é chamada de institucionalização, pois as PcDs eram segregadas e protegidas em instituições residenciais. A época era propícia à criação de instituições cada vez maiores, que eram construídas longe das cidades e de familiares, onde as PcDs permaneciam incomunicáveis e privadas de liberdade.
O distanciamento acontecia porque as pessoas não sabiam lidar com a deficiência e havia muito preconceito. Os séculos passaram e o esclarecimento mudou o perfil da sociedade, que, aos poucos, começou a entender as patologias e as PcDs.
Quinta fase (segregação)
Clique nas barras para ver as informações.
QUINTA FASE
Ainda na segregação,começou-se a proporcionar às PcDs o acesso ao aprendizado e ao desenvolvimento por meio das escolas especiais. Essa fase se deu do fim do século XIX até meados do século XX, quando foram implantadas as escolas e/ou classes especiais em escolas públicas, visando oferecer às PcDs uma educação à parte.
Em 1818, um importante marco para a educação das PcDs foi o surgimento das instituições para surdos, depois para cegos e, posteriormente, para deficientes mentais.
Surgiram também as primeiras obras impressas que tratavam da deficiência – como Redução das Letras e Arte de Ensinar os Mudos a Falar, de Bonet, e Doutrina para os Surdos-Mudos, de Ponce de Léon –, e algumas expressões utilizadas no âmbito da educação de PcD, tais como “pedagogia dos anormais”, “pedagogia teratológica”, “pedagogia curativa ou terapêutica”, “pedagogia da assistência social” e “pedagogia emendativa”, mantiveram-se até o fim do século XIX (MAZZOTTA, 1996).
Apesar desse avanço, a deficiência visual começou a ganhar atenção apenas na idade contemporânea, com a expansão dos ideais da Revolução Francesa – igualdade, liberdade e fraternidade –, que suscitaram uma nova consciência social.
Em 1825
Naquele período, com a invenção do sistema de escrita em alto relevo, por Louis Braille, a alfabetização de quem não enxergava foi facilitada.
Século XVIII
Ainda na França, o abade Charles-Michel de l'Épée, um educador filantropo do século XVIII, que ficou conhecido como "Pai dos Surdos", criou o método de comunicação por meio de gestos após conhecer duas irmãs surdas que se comunicavam dessa maneira. Assim, passou a se dedicar aos surdos e fundou um abrigo, pois acreditava que a pessoa com surdez deveria ter sua própria linguagem.
Século XIX
Em meados do século XIX, chegaram ao Brasil as escolas especializadas, com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos pelo Imperador Dom Pedro II, por meio do Decreto Imperial nº 1.428, de 12 de setembro de 1854. Naquele mesmo ano, o sistema Braille foi introduzido no Brasil e, junto ao instituto destinado para pessoas com deficiência visual, propiciou o desenvolvimento cognitivo, motor e psicológico desses alunos, que, até então, não tinham acesso à educação.
Em 1857
Em 1857, o imperador, apoiando as iniciativas do professor francês Hernest Huet, fundou o Imperial Instituto de Surdos-Mudos (MAZZOTTA, 2005), que, atualmente, funciona como escola para surdos oferecendo o ensino de Libras.
Mesmo que as PcDs estivessem separadas da pessoa sem deficiência, ter oportunidade de aprendizagem com profissionais preparados para receber e trabalhar com elas foi um enorme avanço. Esse desenvolvimento, não só da sociedade, mas também da PcD, foi uma conquista para a garantia de seus direitos, do acesso à educação e o desenvolvimento, com respeito a suas limitações e utilizando-se as ferramentas certas para o sucesso na aprendizagem.
O sistema Braille foi um grande diferencial para a inclusão das pessoas com deficiência visual. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BRASIL, 2010) demonstrou que há mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão.
O Instituto Benjamin Constant ainda tem uma atuação muito forte, recebendo pessoas com deficiência visual congênita ou adquirida, reabilitando-as e trazendo autonomia para que vivam em sociedade.
Como vimos, as pessoas com deficiência auditiva foram contempladas com uma escola especializada, e isso foi um importante marco, principalmente com o surgimento da Libras, que foi criada a partir de uma mistura entre a Língua Francesa de Sinais e os gestos já utilizados pelos surdos brasileiros.
A Libras é uma língua, e não uma linguagem; é um idioma reconhecido por lei no Brasil, com estrutura e regras próprias, e não uma combinação de gestos que explicam o português. A Língua Brasileira de Sinais não é universal, como o próprio nome evidencia, e sua história é parte da história do Brasil.
Sexta fase (transição para a integração)
Clique na barra para ver as informações.
SEXTA FASE
Esta fase foi marcada pela transição da segregação para a integração, com o aumento da convivência entre as pessoas com e sem deficiência, um avanço importantíssimo na História. A sexta fase aconteceu no fim do século XX, por volta da década de 1970, com um movimento de integração social das PcDs, cujo objetivo era integrá-las aos mesmos ambientes escolares oferecidos à pessoa sem deficiência.
Em 1973, no Brasil, foi criado o Centro Nacional de Educação Especial, para o planejamento de políticas públicas voltadas à educação das PcDs. O Decreto nº 72.425, de 3 de julho de 1973, composto por 12 artigos, estabelece, em seu artigo 1º: “Fica criado no Ministério da Educação e Cultura o Centro Nacional de Educação Especial, Órgão Central de Direção Superior, com a finalidade de promover, em todo o território nacional, a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais”.
Já o artigo 2º do mesmo decreto estabelece:
O CENESP atuará de forma a proporcionar oportunidades de educação, propondo e implementando estratégias decorrentes dos princípios doutrinários e políticos, que orientam a Educação Especial no período pré-escolar, nos ensinos de 1º e 2º graus, superior e supletivo, para os deficientes da visão, audição, mentais, físicos, educandos com problemas de conduta para os que possuam deficiências múltiplas e os superdotados, visando sua participação progressiva na comunidade.
A preocupação com a oportunidade de as pessoas com deficiência terem acesso à escola, desde a educação pré-escolar até o ensino superior, aumentou, e o cenário mudou radicalmente quando comparado ao das primeiras fases, pois houve integração da PcD nas escolas regulares. A integração passou a estar relacionada à convivência de pessoas com e sem deficiência em um mesmo ambiente, com participação ativa das PcDs em todas as atividades.
Sétima fase (inclusão)
Clique na barra para ver as informações.
SÉTIMA FASE
Nesta fase, inicia-se um importante marco na História, que parte do processo de integração para o processo de inclusão, que segue até hoje com o objetivo de promover luta pela inclusão contínua. No fim do século XX e início do século XXl, começa a discussão da inclusão na escola e em outros ambientes.
Em 1994, houve um evento importante para a educação em prol de PcDs, a Conferência Mundial de Educação Especial, com a participação de 88 governos e 25 organizações internacionais em Salamanca, Espanha. A Declaração de Salamanca foi o marco inicial no processo de inclusão.
Além disso, muitas leis asseguram os direitos das PcDs, mas precisamos refletir se, realmente, essas leis são cumpridas.
Nessa linha de pensamento, podemos citar a área escolar, ressaltando a Lei nº 13.146/2015, que assegura o direito à escola para todos, no Capítulo IV – Do Direito à Educação Art. 27.
Ao passarmos pela história das PcDs e olharmos para a realidade atual, podemos considerar que evoluímos – saímos de um contexto de sofrimento, sacrifício e descaso e desenvolvemos um olhar inclusivo, de potencialidades, possibilidades e respeito.
Todo esse processo passou da exclusão à inclusão, mas a luta e a discussão continuam, pois ainda encontramos pessoas que não têm acesso à informação e ao entendimento sobre as PcDs. Contudo, a segregação, a integração e a exclusão acontecem atualmente por falta de preparo, acesso à informação e ausência de aplicação das leis que asseguram as PcDs.
A inclusão precisa ser vista por todos. As PcDs necessitam de acesso à educação e ao mercado de trabalho, com suas inúmeras possibilidades. Atualmente, vemos PcDs matriculadas em todos os cursos de graduação, inclusive no de Educação Física, que valoriza o movimento, o esporte e o exercício como extensões do tratamento das PcDs, o que demonstra a importância desta área na autonomia, confiança e autoestima dessas pessoas.
Isso nos faz refletir que um profissional de Educação Física faz diferença na vida das PcDs, chamando a responsabilidade para a profissão. Porém, é necessário quebraralguns paradigmas; é preciso acreditar, falar, discutir, disseminar e buscar tudo relacionado às PcDs, para que, assim, possamos seguir adiante e evoluir.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre a história da deficiência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. A história das PcDs vai da exclusão à inclusão. Para facilitar a compreensão, os marcos desta história foram separados por fases. Identifique abaixo as sete fases da história da pessoa com deficiência. Marque a alternativa correta quanto à sequência das fases.
Exclusão, exclusão, segregação, segregação, segregação, integração e inclusão.
Exclusão, exclusão, segregação, segregação, segregação, integração e integração.
Exclusão, exclusão, segregação, segregação, integração, integração e inclusão.
Exclusão, exclusão, segregação, segregação, integração, inclusão e inclusão.
Exclusão, exclusão, exclusão, segregação, segregação, integração e integração.
Responder
Parte inferior do formulário
Comentário
Parte superior do formulário
2. Identifique, na história da PcD, qual momento foi marcado pela inclusão. Marque a alternativa correta.
Foi na sexta fase, com a Declaração de Salamanca.
Foi na sétima fase, com a Declaração de Salamanca.
Foi na quinta fase, com o desenvolvimento das classes especiais.
Foi na quarta fase, com o desenvolvimento das classes especiais.
Foi na quinta fase, com a Declaração de Salamanca.
Responder
Parte inferior do formulário
Comentário
MÓDULO 2
Identificar os quatro processos da pessoa com deficiência – exclusão, segregação, integração e inclusão
CONCEITOS
A inclusão, a segregação, a integração e a exclusão devem ser discutidas, pois muitos desconhecem o que significa cada palavra e o seu peso na história das PcDs. O sofrimento, o desprezo, o desamor, o descaso e a falta de compreensão sofridos pelas PcDs precisam ser discutidos pela sociedade a fim de que esses processos fiquem claros.
É necessário entender o significado de cada um desses procedimentos e como ocorrem atualmente para sabermos como nos comportar e buscar a inclusão. Atualmente, lutar pelos direitos das PcDs faz parte do processo de construção de uma sociedade inclusiva.
Vamos estudar os quatro processos relacionados à pessoa com deficiência:
Clique nas informações a seguir.
1
2
3
4
EXCLUSÃO
Iniciaremos com o processo de exclusão, pois esse foi o primeiro que marcou a história. Exclusão é o “ato de excluir”. No momento em que acontece a negação da permanência das PcDs em certo local e/ou atividade, podemos dizer que há uma exclusão.
A exclusão não pode ser entendida como o simples fato de excluir; é necessário compreender que a exclusão pode levar o indivíduo a um bloqueio, à frustração, à depressão, à crença de que é incapaz, à ansiedade e ao desprezo. Isso é muito complexo para as PcDs e seus familiares.
Atenção
Toda PcD tem o direito de conviver, socializar e participar da sociedade.
Exemplo
Para melhor compreensão da exclusão, pense na situação a seguir:
A mãe de João vai a uma escola para realizar sua matrícula. Chegando ao local, a direção se depara com João, que tem deficiência visual. No mesmo momento, a escola rejeita a criança sem conversar com a mãe para entender a patologia e o nível de comprometimento que a deficiência proporciona.
A desculpa da escola para não receber João é a de que não há profissionais preparados para trabalhar com essa deficiência. A exclusão, infelizmente, é um processo que ainda acontece.
A partir da situação apresentada, é fundamental refletir sobre qual mudança precisa ser feita para que a exclusão não aconteça. É necessário que haja profissionais preparados para entender a deficiência e olhar para a PcD como uma pessoa ativa e capaz de fazer tudo aquilo a que se propõe, respeitar seus limites e sua identidade biológica, permitir que a PcD crie, explore e acredite em si, dar o máximo de autonomia e explorar suas fragilidades e potencialidades.
SEGREGAÇÃO
A história da deficiência foi marcada pela segregação, que perdurou por muito tempo. Se pararmos para refletir sobre o significado da palavra segregação – “ato ou efeito de segregar (-se); afastamento e separação” –, fica claro que o trabalho com o grupo de PcD é realizado separadamente das pessoas sem deficiência.
Se pensarmos na segregação somente como a separação de pessoas com e sem deficiência, podemos dizer que ainda ocorre atualmente. Exemplos disso são a Educação Física Adaptada e as Paralimpíadas, que atendem somente às PcDs. A justificativa para essa separação é a de que, assim, é proporcionado um equilíbrio entre as equipes por meio da realização de competições justas.
Nesse sentido, muitos locais ainda trabalham somente com as PcDs com a intenção de realizar um atendimento direcionado e poder proporcionar mais autonomia para que, a partir desse desenvolvimento, as PcDs possam ser incluídas.
Se pensarmos na segregação como o ato de separar alguém por julgá-lo incapaz, parece improvável que algo assim aconteça no futuro. Por isso, é necessário entendermos os processos.
Exemplo
Para exemplificar, veremos a situação a seguir:
Em uma escola, há uma classe de alunos da turma regular e uma classe de alunos com PcD. Cada uma tem seus horários distintos, e os grupos não se misturam. Esse é um exemplo clássico de segregação. Não existe justificativa para os grupos não se misturarem; eles podem e devem conviver, respeitando-se as limitações de cada indivíduo.
Quando pensamos em alto rendimento (paradesporto), a segregação acaba acontecendo, mas há uma justificativa plausível. Para que haja equilíbrio entre equipes e competições justas, faz-se necessário trabalhar com os grupos separados (Olimpíadas/Paralimpíadas). Nesse sentido, precisamos avaliar cada situação quando falamos em segregação.
INTEGRAÇÃO
O significado da palavra integração é “incorporação de um elemento num conjunto”. Estar em um conjunto não necessariamente quer dizer ter uma participação ativa. Integração significa haver, em um mesmo espaço, pessoas com e sem deficiência, mas as pessoas com deficiência não participam ativamente naquele meio social.
A Integração foi um processo importante para que chegássemos à inclusão. Nesse sentido, atualmente não queremos a integração, queremos a inclusão.
Exemplo
Para exemplificar a integração, pense na seguinte situação:
Pedro tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e está inserido em uma turma regular, mas, no momento das atividades, ele não participa ativamente das aulas de Educação Física. Pela falta de preparo dos profissionais, Pedro é colocado para desenhar, fazer massinha, pintar, mas nunca para realizar as atividades com seus amigos, pois o professor acredita que ele possa se machucar ou até mesmo não ser capaz de realizar as aulas com seus colegas de turma.
Esse comportamento do professor e da escola leva esse aluno à frustração, pois ele passa a acreditar que não é capaz, o que afeta sua autoestima e sua condição psicológica.
Reflexão
Por que não permitir que as PcDs realizem as atividades com todo mundo? Não permitir a participação ativa é algo que se aproxima da negação pela crença na incapacidade do aluno com deficiência. Isso não pode mais acontecer.
De fato, o sucesso do aluno PcD dependerá do nível de conhecimento do professor em atuar com esse público em especial, de forma a intervir em suas ações pedagógicas de maneira adequada e profissional. O docente deve aliar conhecimento e profissionalismo para intervir de forma adequada.
É importante conhecer seus alunos, avaliar as fragilidades, as potencialidades e a capacidade funcional deles. Para que o trabalho aconteça de forma integral, alunos com e sem deficiência devem realizar a mesma atividade. O correto é adaptar a aula para que todos participem com sucesso.
INCLUSÃO
A inclusão é um direito de todas as PcDs. Nesse sentido, podemos ressaltar a Lei nº 13.146/2015, artigo l, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentaispor pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
(ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, 2015).
Devemos entender o significado da palavra inclusão: “Ato ou efeito de incluir (-se)”. Porém, para incluir, o que é necessário? A inclusão não significa apenas estar com pessoas sem deficiência, mas, sim, que a PcD exerça o direito de socializar e participar ativamente do meio social.
Exemplo
Para melhor compreensão e exemplificação do fato, pensaremos na seguinte situação:
João tem deficiência física e está matriculado em uma turma regular (destinada para pessoas sem deficiência) nas aulas de Educação Física da sua escola, participando ativamente com toda sua turma. Esse é o processo de inclusão que deveria acontecer em qualquer lugar, mas o fato preocupante é a seguinte dúvida: realmente acontece a inclusão?
As PcDs têm o direito de estar em todos os ambientes da sociedade, o que nos leva a uma reflexão importante. Aprofundando um pouco mais esse tema e estendendo-o ao mercado de trabalho, existe uma luta constante pelos direitos das PcDs para oportunidades em grandes empresas.
As vagas de trabalho precisam ser preenchidas por pessoas com e sem deficiência, na seguinte proporção, de acordo com o artigo 93 da Lei nº 8213/1991:
Clique nas barras para ver as informações.
PARA EMPRESAS COM ATÉ 200 FUNCIONÁRIOS
2% deverão serão PcDs.
PARA EMPRESAS QUE POSSUAM DE 201 A 500 FUNCIONÁRIOS
3% deverão ser PcDs.
PARA EMPRESAS COM UM QUADRO DE 501 A 1000 FUNCIONÁRIOS
4% deverão ser PcDs.
PARA EMPRESAS COM MAIS DE 1000 FUNCIONÁRIOS
O quadro de PcDs deverá ser de 5%.
Tanto na escola pública como na privada, a inclusão é necessária, pois esses são locais de aprendizagem onde todos aprendem juntos, independentemente das limitações e dificuldades. É preciso uma escola preparada, com professores capacitados, criativos, inovadores e capazes de lidar com as diferenças dos alunos com e sem deficiência, capazes de compreender o outro dentro das suas especificidades.
A criança, o jovem ou o adulto com deficiência demonstra no dia a dia suas limitações, fazendo com que as pessoas que o cercam aprendam e entendam sua deficiência, facilitando o processo de ensino e aprendizagem.
A acessibilidade, o direito de ir e vir a qualquer espaço público, ir à rua com dignidade e poder se deslocar sem qualquer dificuldade e com autonomia também estão relacionados ao processo de inclusão. Outra questão é a utilização de transportes públicos. Essa é uma tarefa complexa, pois, ainda que os ônibus tenham elevadores e vagas destinadas às PcDs, muitas vezes esses recursos não funcionam, o que desanima essas pessoas PcDs a saírem de casa.
Atenção
Um ponto importante é o planejamento do ambiente que receberá a PcD. Palestras e reuniões são importantes para conscientizar todos os funcionários sobre quem são as PcDs, suas particularidades e suas potencialidades, pois as pessoas ainda olham para o deficiente como uma vítima incapaz. No entanto, precisamos desconstruir essa postura da sociedade.
A partir da organização do ambiente, o profissional de Educação Física planejará suas aulas mais facilmente, com o foco no aluno. Esse planejamento começa no momento da matrícula do estudante, com a observação dos documentos que são necessários para sua inscrição.
Podemos ressaltar a extrema importância dos seguintes documentos, que estão fora da rotina de matrículas:
1
Laudo médico com a descrição da deficiência e com o número da Classificação Internacional de Doenças (CID).
2
Classificação Internacional da Funcionalidade (CIF) que registra as potencialidades das PcDs.
3
Atestado médico (com a liberação para a prática de exercícios).
Feita a inscrição, é necessária a realização de uma entrevista com os pais e o aluno, na qual será realizada uma anamnese completa para que se possa conhecer melhor o discente e sua família.
Essa anamnese visa obter diversas informações, dentre elas:
	Dados
	Nome
	
	Idade
	
	Deficiência
	
	Nome dos responsáveis
	
	Telefones
	
	Endereço
	
	Apelido
	
	Quantidade de pessoas que moram com o aluno
	
	Quantidade de irmãos
	
	CID e CIF
	
	Se o aluno recebe auxílio
	
	Se estuda
	
	Se alguém da família tem alguma deficiência
	
	Se sofre ou já sofreu violência no lar
	
	Se faz acompanhamento médico (e a especialidade)
	
	A rotina do aluno (dias e horários)
	
	O grau de autonomia para realização das tarefas diárias
	
	Se já praticou exercícios e/ou esportes
	
Também são levantadas informações sobre a personalidade do aluno:
1
Se o aluno aceita comandos
2
Como reage quando recebe um “não”
3
Se é agressivo
4
Se entende sua deficiência
5
Se os responsáveis aceitam sua deficiência
A partir da anamnese, deve-se fazer a avaliação funcional dentro da modalidade escolhida pelo aluno ou pela família. Na avaliação, deve-se permitir que o aluno mostre sua criatividade, seus potenciais e suas fragilidades. Também é necessário observar coordenação motora, praxia fina, praxia global, estrutura espaço-temporal, lateralidade, noção do corpo, capacidade cognitiva, equilíbrio, velocidade, força, tônus e movimento, visando sempre um trabalho com a especificidade da modalidade escolhida.
Atenção
Um aspecto importante do planejamento das atividades propostas é ter cuidado com as frustrações que podem surgir por causa do insucesso de alguma atividade, que podem levar seu aluno a acreditar que não é capaz. Portanto, é fundamental que o professor trabalhe com o reforço positivo e o reforço negativo.
O reforço positivo deve acontecer ao fim das atividades realizadas pelo aluno, para que se possa comemorar todos os sucessos e as conquistas. Essa comemoração pode ser bater as mãos ou dar um abraço, por exemplo, de acordo com a forma que o professor achar melhor.
Já o reforço negativo deve ocorrer sempre quando o aluno não obedecer ou não respeitar a aula, o professor ou o colega de turma. O profissional precisa ter a percepção de qual é a melhor maneira de realizar esse reforço, pois cada aluno terá um comportamento distinto após a reprovação do professor. Assim, o vínculo com o aluno se torna imprescindível. A confiança, o carinho, o amor e a cumplicidade tornarão sua aula mais prazerosa e dinâmica.
Muitas pessoas ainda ficam com receio de realizar um trabalho com as PcDs, mas é muito importante que fique claro que quem vai ensinar a trabalhar com pessoas com deficiência é o próprio aluno com deficiência, que vai mostrar meios para que o sucesso do trabalho aconteça.
O mais importante é ter a coragem para enfrentar os novos desafios do profissional de Educação Física, que precisa ter as seguintes características: criatividade, vontade de trabalhar e explorar ao máximo seu aluno e acreditar que ele é capaz.
Muitos se perguntam como é a metodologia de cada modalidade para se trabalhar com as PcDs, porém não existe uma específica. A metodologia utilizada é a mesma aplicada nas turmas regulares; só é necessário adaptar suas aulas para cada aluno.
Espero que tenham ficado evidentes a relevância do planejamento nas aulas, a necessidade do vínculo com o aluno e o desenvolvimento do processo de respeito e confiança entre o aluno e o professor, pois isso facilitará o trabalho e fará com que estejamos mais próximos de alcançar a inclusão, que é o sonho de todos. Trata-se de um sonho possível, mas, para realizá-lo, todos precisam estar preparados e dispostos a trabalhar com as PcDs.
A segregação ainda acontece atualmente. Na Educação Física Adaptada, em jogos, nas Paralimpíadas e em locais que atendem às PcDs. A integração é o cenário mais recorrente na nossa sociedade, pois as PcDs estão no meio de pessoas sem deficiência, mas, em momento algum, participam das atividades. A exclusão, para a indignação de todos, ainda acontece em escolas, clubes e escolinhas.
Uma vez que todas as situações mencionadas ainda aconteçam, o trabalho para que a inclusão efetivamente aconteça precisa ter continuidade. A figura a seguir mostra os quatro processos: exclusão, segregação, integração e inclusão.
Exclusão
Segregação
Integração
Inclusão
Como vimos,a inclusão é um direito das PcDs, mas, para que aconteça, temos uma longa caminhada. Todos os exemplos que foram mencionados ocorrem com frequência em pleno século XXl. Infelizmente, as PcDs, passam o tempo todo pelo processo de exclusão. Então, pergunto a você: qual seria seu comportamento ao receber uma pessoa com deficiência no seu local de estágio ou trabalho?
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre as quatro fases para a integração.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. A história da PcD passou por quatro processos. Assinale a alternativa que define os quatro processos na ordem em que se apresentam: exclusão, segregação e integração e inclusão.
Exclusão – excluir a PcD; segregação – separar os grupos; integração – juntar os grupos para realizar um trabalho com as PcDs e as pessoas sem deficiência; inclusão – juntar os grupos, mas fazer um trabalho separado.
Exclusão – excluir a PcD; segregação – juntar os grupos e realizar um trabalho com a PcD e com as pessoas sem deficiência; integração – separar os grupos; inclusão – juntar os grupos, mas fazer um trabalho separado.
Exclusão – excluir a PcD; segregação – juntar os grupos, mas fazer um trabalho separado; integração – separar os grupos; inclusão – juntar os grupos e realizar um trabalho com a PcD e com as pessoas sem deficiência.
Exclusão – excluir a PcD; segregação – separar os grupos, integração – juntar os grupos, mas fazer um trabalho separado; inclusão – juntar os grupos e realizar um trabalho em conjunto com a PcD e as pessoas sem deficiência.
Exclusão – excluir PcD; segregação – separar as PcDs entre si; integração – integrar à sociedade; inclusão – incluir em tarefas sociais.
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2. Por definição, o processo de exclusão consiste em excluir a PcD da sociedade. Assim, marque, dentre as alternativas a seguir, aquela que demonstra o processo de exclusão.
João tem deficiência motora e joga futebol em uma escolinha em que participa das aulas ativamente com seus amigos sem deficiência.
Paulo tem deficiência visual e faz as aulas de Educação Física na sua escola separado dos seus amigos com deficiência.
Maria tem deficiência auditiva e vai se matricular em uma escola de dança com sua mãe. Ao chegar à escola, a professora do local as recebe e, ao ver Maria se comunicar com a mãe por meio de Libras, rapidamente se assusta e informa que a escola não tem vagas para PcDs, pois não conta com professores especializados.
Francisco tem deficiência física e necessita de uma cadeira de rodas para se locomover. Ele estuda em uma escola de pessoas sem deficiência, mas, nas aulas de Educação Física, o professor entrega a Francisco um caderno para que ele fique desenhando, justificando que o aluno pode se machucar ao fazer suas aulas.
Pedro tem deficiência visual. Matriculou-se nas aulas de natação, mas as atividades não são adaptadas à sua realidade a fim de que as realize de forma autônoma.
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MÓDULO 3
Identificar as terminologias relacionadas à pessoa com deficiência e à acessibilidade e suas dimensões
ACESSIBILIDADE, TECNOLOGIA ASSISTIVA E TERMINOLOGIAS
Para que a inclusão das PcDs aconteça, precisamos discutir pontos essenciais relacionados a essas pessoas. Dentre eles, podemos ressaltar a acessibilidade, as tecnologias assistivas e as terminologias corretas para se referir às PcDs e trabalhar com elas.
Para iniciarmos nosso estudo, vamos ao significado da palavra acessibilidade, que, segundo o dicionário, é: “Qualidade ou caráter do que é acessível, facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição”. Ao pensar em acessibilidade, provavelmente você imaginou uma rampa. Porém, será que apenas ter uma rampa é suficiente para atender às PcDs?
ACESSIBILIDADE
A acessibilidade engloba as possibilidades e condições de acesso a todos os locais, proporcionando não só o direito de ir e vir, como também o de ter uma participação ativa no meio social.
Nessa linha de raciocínio, é necessário que tudo em volta das PcDs seja acessível para que a inclusão aconteça. Ruas, bares, shoppings, mercados, escolas, clubes, carros, ônibus, praias, bosques, casas de shows, academias, cinemas, estacionamentos, universidades, banheiros, hotéis, pousadas, hospitais, entre outros, devem ser acessíveis. Porém, a realidade é essa?
O Estatuto da PcD – Lei nº 13.146/2015 – assegura o direito das PcDs no que se refere à acessibilidade, no Título III – Da Acessibilidade, Capítulo I – Disposições Gerais, Art. 53:
A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.
Vale ressaltar a importância da norma NBR-9050, da ABNT, que estabelece normas e critérios para construções, instalações e adaptações de edificações a fim de promover a acessibilidade respeitando as necessidades individuais no meio urbano ou rural. Para que um local seja considerado acessível, é necessário seguir as normas atendendo tudo o que estas dispõem, proporcionando sucesso para a inclusão das PcDs.
Para refletirmos sobre acessibilidade, iremos além das normas da ABNT. Sassaki (2009) traz de forma clara e objetiva seis dimensões:
Arquitetônicas
Sem barreiras físicas
Comunicacional
Sem barreiras na comunicação entre pessoas
Metodológica
Sem barreiras nos métodos e técnicas de lazer, trabalho, educação etc.
Instrumental
Sem barreiras em instrumentos, ferramentas, utensílios etc.
Programática
Sem barreiras embutidas em políticas públicas
Atitudinal
Sem preconceitos
Nessa linha de pensamento, podemos observar que a acessibilidade abrange vários aspectos, os quais pontuaremos no presente módulo.
Clique nas barras para ver as informações.
DIMENSÃO ARQUITETÔNICA
Podemos trazer exemplos como: cadeiras anfíbias; calçadas e pisos táteis; rampas; semáforos sonoros; telefones públicos para deficientes visuais e auditivos; parquinhos e academias ao ar livre acessíveis; banheiros com pias baixas, vasos adaptados e barras de segurança; descrições em braile; maçanetas de fácil utilização; mesas mais altas para que os usuários de cadeira de rodas possam se posicionar.
Outros exemplos são: fones de proteção auriculares para pessoas com transtorno de espectro autista; prateleiras de supermercados às quais pessoas mais baixas tenham acesso; elevadores com audiodescrição, numeração visual e descrição em braile; estacionamentos, quadras e piscinas com rampas; campos de futebol, pistas de atletismo, ginásios e vestiários com acessibilidade. Observa- se que, na dimensão arquitetônica, a acessibilidade gira em torno de estruturas físicas que fazem diferença na vida de pessoas que tenham qualquer deficiência.
DIMENSÃO COMUNICACIONAL
Podemos ressaltar, entre outros: intérpretes de Libras para receber a pessoa com deficiência auditiva; prateleiras de supermercado com audiodescrição dos produtos; computadores, celulares e telefones para deficientes auditivos e visuais; programas de televisão e filmes com intérpretes de Libras e audiodescrição. A presente dimensão é essencial para a comunicação das PcDs na nossa sociedade.
DIMENSÃO METODOLÓGICA
Engloba as instituições de ensino com professores que aplicam metodologias, didática e técnicas voltadas para o processo de ensino-aprendizagem das PcDs. São profissionais de diversas áreas preparados para fazer com que as PcDs, independentemente de sua deficiência, aprendam e se desenvolvam como todos.
DIMENSÃO INSTRUMENTAL
Podemos citar cardápios, valores de produtos e livros em braile para deficientes visuais; adequação de aparelhos, equipamentos, ferramentas, máquinas, lápis, canetas e teclados de computador; agências bancárias com acessibilidade não só arquitetônica, mas também a todas as ferramentas digitais.
Nesse mesmo sentido, o Estatuto da PcD traz a Lei nº 13.146/2015: “TÍTULO III – Da Acessibilidade CAPÍTULO I - Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o recebimento de contas,boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos em formato acessível”. Assim, podemos considerar a dimensão instrumental de ferramentas que facilitarão o dia a dia da PcD.
DIMENSÃO PROGRAMÁTICA
Também é extremamente relevante, pois engloba leis, resoluções, regras, decretos e regulamentos, entre outros, que assegurarão o direito de todas as PcDs em nosso país. Como são pautados em leis, podem ser cobrados para que sejam executados.
DIMENSÃO ATITUDINAL
Procura-se eliminar todo e qualquer preconceito e estimular a convivência de todas as pessoas, com ou sem deficiência, o que é um desafio constante para aqueles que lutam por direitos iguais para todos.
Dessa forma, a partir de agora, podemos ter um olhar com diferencial para a acessibilidade. Diante do exposto, ficou claro que a acessibilidade depende de vários aspectos, o que a torna um fator primordial para que a inclusão aconteça. Como vimos, não podemos nos prender somente à acessibilidade arquitetônica. Devemos analisar se estamos realmente incluindo as PcDs na sociedade. Você acha que temos acessibilidade para todos?
TECNOLOGIA ASSISTIVA
A tecnologia é fundamental para o desenvolvimento humano, essencial para diminuir o distanciamento, disseminar informação e facilitar vários processos no dia a dia. Da mesma maneira, a tecnologia assistiva se torna uma grande aliada para as PcDs e os profissionais que trabalham diretamente com esse público, sendo definida por recursos e serviços que auxiliam e facilitam as habilidades funcionais, possibilitando mais autonomia, confiança e eficiência para as PcDs.
Podemos considerar como tecnologia assistiva recursos que estão presentes diariamente na vida das PcDs, que vão desde os mais simples aos mais complexos, considerando tudo o que possa auxiliar a independência.
Como exemplos, podemos citar:
Bengala
Aparelho de amplificação para a pessoa com surdez moderada
Veículo adaptado
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), explicita o conceito de tecnologia assistiva como tudo o que contribui para autonomia, qualidade de vida e inclusão social. Seguindo essa linha de pensamento, podemos ampliar nosso olhar em relação à tecnologia assistiva.
Exemplo
Os exemplos a seguir mostrarão algo mais amplo, destacando:
· Aplicativos de celular para deficiência auditiva e visual.
· Computadores na sala de aula.
· Softwares educativos.
· Comunicação alternativa.
· Sintetizadores de voz.
· Leitores de tela.
· Relógios.
· Suportes para visualização de textos ou livros.
· Fixação do papel ou caderno na mesa com fitas adesivas.
· Engrossadores de lápis ou caneta confeccionados com esponjas enroladas e amarradas.
· Substituição da mesa por pranchas de madeira ou acrílico fixadas na cadeira de rodas; órteses.
O Estatuto da PcD traz também o TÍTULO III – Tecnologia Assistiva CAPÍTULO I - Art. 74:
É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.
Auxilia no contexto de criação da tecnologia assistiva uma equipe interdisciplinar composta por professores, profissionais de Educação Física, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, médicos e engenheiros, arquitetos, além de técnicos de outras áreas. Quando essas áreas trabalham juntas, a inclusão se torna mais tangível.
Atenção
Destacamos como a inclusão depende de vários fatores para que possa acontecer, e estudamos como a acessibilidade e a tecnologia assistiva desempenham um papel fundamental nesse processo. Agora, abordaremos as terminologias corretas para se referir às PcDs e trabalhar com elas.
TERMINOLOGIAS
O conhecimento sobre as terminologias e siglas corretas é essencial para profissionais de saúde e equipes interdisciplinares. Vale ressaltar que as equipes interdisciplinares são da área da saúde que se propõe a realizar um trabalho em parceria com a Educação Física.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, com dados de 2011, um bilhão de pessoas vivem com alguma deficiência. Isso significa que uma em cada sete pessoas no mundo tem alguma deficiência.
Atenção
Infelizmente, as estatísticas sobre pessoas com deficiência são frágeis, e isso contribui para a ausência de veracidade acerca do número de pessoas que vivem com deficiência atualmente. Na prática, representa um obstáculo para o planejamento e a programação de políticas de desenvolvimento que melhorem a vida das PcDs.
Mesmo com essas fragilidades na obtenção dos dados e com o fato de esses dados serem antigos, chama a nossa atenção a importância de o profissional de Educação Física se preparar para trabalhar e receber esse público, auxiliando no desenvolvimento motor, emocional, psicológico e fisiológico dessas pessoas.
Nesse sentido, devido ao elevado número de PcDs no mundo, são necessários os esclarecimentos apresentados aqui, para que possamos fazer um trabalho com excelência e utilizar os termos corretos.
A sigla PcD – Pessoa com Deficiência
Ao longo da história, foram utilizados vários termos para fazer referência à pessoa com deficiência. Dentre esses termos, podemos ressaltar “excepcionais”, “deficientes mentais”, “especiais”, “pessoas com necessidades especiais” e “pessoa portadora de deficiência”, este último ainda muito utilizado, porém errado.
Por que não se deve usar o termo "portador"?
RESPOSTA
Exemplo
Para exemplificar, considere a seguinte situação:
Uma pessoa porta um documento, então ela pode deixá-lo em algum lugar e pegá-lo quando desejar. A PcD não pode retirar a deficiência.
Além disso, a expressão “portador de deficiência" pode sugerir que a deficiência é a característica principal da pessoa, o que não é compatível com um modelo inclusivo, que visa à promoção da igualdade e à não discriminação.
Os termos mencionados ainda são encontrados na literatura, em leis, placas de rua, entre outros.
Atenção
O mais importante é utilizar o termo correto atualmente: Pessoa com Deficiência (PcD). Assim, a PcD se sente incluída, amada e parte integrante da sociedade.
É relevante ressaltar que a PcD pode ter diferentes níveis de comprometimento devido a uma mesma patologia. Assim, duas PcDs podem apresentar o mesmo laudo, mas serem totalmente diferentes. A identidade biológica é única, porém precisamos considerar a patologia, a Classificação Internacional de Doenças (CID), a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) e o nível de comprometimento intelectual, visual e/ou auditivo.
Atualmente, no Brasil, para que a PcD tenha acesso a algum auxílio do governo, é necessário um laudo com a descrição da CID assinado e carimbado por um médico.
A CIF visa classificar a funcionalidade e a incapacidade associadas aos estados de saúde da pessoa. Os códigos da CIF são acompanhados por um qualificador – como leve, moderado, grave ou total. Sem esses qualificadores, os códigos não têm significado quando usados para avaliar a situação de saúde de indivíduos.
Clique nas barras para ver as informações.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
O termo correto para se referir à deficiência da pessoa com deficit auditivo é deficiência auditiva (DA), que pode ser definida como a redução da capacidade auditiva ou a dificuldade de ouvir diálogos e outros sons. A maioria dos casos não tem cura, e a deficiência auditiva é, normalmente, tratada com o uso de aparelhos auditivos.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (DI)
Para se referir ao deficit intelectual, o termo correto é deficiência intelectual (DI). A American Association on Mental Retardation aderiu a essa nomenclatura em detrimento do termo “retardo mental”, definindo a deficiência intelectual como: incapacidade no funcionamento intelectual caracterizada por limitações significativas quanto ao comportamento adaptativo expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas (LUCKASSON et al., 2002).
DEFICIÊNCIA VISUAL (DV)
Para se referir ao deficit visual, utiliza-se o termo deficiência visual (DV), que é caracterizada pelalimitação ou perda das funções básicas do olho e do sistema visual. Nesse sentido, a PcD visual pode ter diferentes graus de visão: que vão da cegueira total à visão subnormal.
DEFICIÊNCIA FÍSICA (DF)
Consiste na alteração completa ou parcial de um ou mais membros, que pode alterar a sua função motora.
DEFICIÊNCIA MOTORA (DM)
Pode ser classificada como toda deficiência que comprometa a parte motora e impeça a pessoa de se locomover livremente.
A DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA (DMU)
É caracterizada pela simultaneidade de duas deficiências ou mais, sejam quais forem: deficiências intelectuais e físicas; distúrbios neurológicos, emocionais, de linguagem e de desenvolvimento educacional, vocacional, social e emocional.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Caracteriza-se pelo fato de que as características clínicas individuais podem sofrer ou não comprometimento intelectual, com ou sem comprometimento da linguagem e dificuldade na interação social, e é associado a alguma condição médica ou genética conhecida ou a um fator ambiental. (DSM-5, 201)
HIPERATIVIDADE (TDAH)
O transtorno do deficit de atenção e hiperatividade é caracterizado por prejuízos de desatenção e desorganização e dificuldade de permanecer focado em uma tarefa. A pessoa que sofre desse transtorno aparenta não ouvir e é muito suscetível à perda de materiais pessoais. No que se refere à hiperatividade, esta resulta em atividade excessiva, inquietação, dificuldade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar.
Usuários de cadeira de rodas
Deve-se utilizar sempre o termo “pessoas usuárias de cadeira de rodas”, e não “cadeirante”. A pessoa que está na cadeira de rodas tem nome e, quando nos referimos a ela usando um adjetivo – “cadeirante” –, automaticamente retiramos sua identidade.
Paralimpíadas ou Paraolimpíadas?
Uma importante alteração aconteceu em 2011, após os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara: o Comitê Paralímpico Internacional determinou que todos os comitês nacionais padronizassem o termo “Paralimpíada” e, por consequência, “Jogos Paralímpicos” e “atletas paralímpicos”, para que se assemelhassem ao termo original em inglês “Paralympics”.
Órteses e próteses
As órteses e próteses auxiliam na autonomia e na qualidade de vida das pessoas.
Órtese
A órtese é qualquer aparelho externo que possa auxiliar na autonomia das PcDs, como:
· Bengalas
· Muletas
· Palmilhas ortopédicas
· Joelheiras
· Munhequeiras
· Colares cervicais
· Andadores
· Coletes
· Aparelhos auditivos
· Lentes de contato
· Óculos
· Aparelhos ortodônticos
Próteses
Já as próteses atuam substituindo um membro e/ou órgão; em alguns casos, são aplicadas por meio de cirurgias. Como exemplo de próteses, podemos citar:
· Próteses dentárias
· Próteses mamárias e articulares
· Corações e ligamentos artificiais
· Marca-passos implantados
Após esse estudo, foi possível fazer uma ligação entre acessibilidade, tecnologia assistiva e terminologias corretas como ferramentas para inclusão. A compreensão de todo o sistema fará a diferença na atuação profissional.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre as quatro fases para a integração.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. Vamos simular a seguinte situação: Vanessa tem necessidade especial, uma patologia que não permite que ela enxergue, pois tem visão baixa. Vanessa tem vários amigos com patologias diferentes: uma amiga tem deficit no aprendizado (cognitivo), outra tem dificuldade de se locomover, um amigo tem duas deficiências, utiliza cadeira de rodas e é surdo. Observe as palavras em negrito e marque a alternativa que mostre a terminologia correta na sequência apresentada neste enunciado.
Pessoa com deficiência, deficiente visual, deficiência intelectual, deficiência motora, deficiência múltipla, usuário de cadeira de rodas e deficiência auditiva.
Pessoa com deficiência, deficiente auditiva, deficiência intelectual, deficiência motora, deficiência múltipla, usuário de cadeira de rodas e deficiência auditiva.
Pessoa com deficiência, deficiente intelectual, deficiência visual, deficiência motora, deficiência múltipla, usuário de cadeira de rodas e deficiência visual.
Pessoa com deficiência, deficiente física, deficiência intelectual, deficiência motora, deficiência múltipla, cadeirante e deficiência auditiva.
Pessoa com deficiência, deficiente visual, deficiência cognitiva, portador de necessidade especial, deficiência múltipla, cadeirante e deficiência auditiva.
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2. Você estudou e se aprofundou sobre o que é acessibilidade e o que fará a diferença para a inclusão das PcDs na sociedade. Diante disso, marque a alternativa correta.
Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir, e sim à possibilidade de a PcD participar ativamente do meio social. As acessibilidades que farão a inclusão acontecer são divididas em seis dimensões: arquitetônica, atitudinal, cálculo, programática, instrumental e metodológica.
Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir, e sim à possibilidade de a PcD participar ativamente do meio social. As acessibilidades que farão a inclusão acontecer são divididas em seis dimensões: arquitetônica, atitudinal, comunicacional, programática, instrumental e metodológica.
Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir. As acessibilidades que farão a inclusão acontecer são divididas em seis dimensões: arquitetônica, atitudinal, comunicacional, programática, instrumental e metodológica.
Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir, e sim à possibilidade de a PcD participar ativamente do meio social. As acessibilidades que farão a inclusão acontecer são divididas em seis dimensões: mercado de trabalho, atitudinal, comunicacional, programática, instrumental e metodológica.
Acessibilidade está relacionada simplesmente à construção de rampas ou estruturas no ambiente que facilitem o acesso de PcDs.
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MÓDULO 4
Comparar a Educação Física Adaptada com a Educação Física Inclusiva
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA (EFA) E A EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA (EFI)
Vamos ver a Educação Física Adaptada e a Educação Física Inclusiva.
Educação Física Adaptada (EFA)
Agora, voltaremos um pouco na História para entender a EFA, que surgiu na década de 1950, quando foi criado um programa com diversas atividades, jogos e ritmos adequados, com interesse nas capacidades e limitações de estudantes com deficiências que não participavam da Educação Física geral (PEDRINELLI, 1994).
Na EFA, são feitas adaptações nas aulas para PcD. Esse trabalho é direcionado apenas a esse grupo; pessoas sem deficiência não participam.
Iniciaremos a discussão sobre a EFA e a EFI, que, atualmente, caminham juntas. Em muitos lugares, utiliza-se a EFA não com um pensamento de que a PcD não é capaz de estar em uma turma inclusiva, e sim para que haja competições com igualdade entre as classes. Exemplos clássicos disso são competições esportivas como as Paralimpíadas, as Olimpíadas Especiais e as Surdolimpíadas, entre outras.
Sabemos também que as escolas “especiais” ainda atuam com a EFA, pois são instituições para as PcDs. Quando nos referimos à Educação Física em uma escola regular, de fato buscamos pelo modelo de EFI, pois nesse ambiente há pessoas com e sem deficiência, o que possibilita trabalhar com a inclusão.
Independentemente de qual seja o modelo utilizado, vale ressaltar que a prática regular de atividades físicas contribui para a saúde, a autonomia, o bem-estar, a qualidade de vida e a inserção social das PcDs.
Educação Física Inclusiva (EFI)
Em 1944, na Declaração de Salamanca, a EFI foi umas das principais orientações educacionais. Ficou definido que a educação inclusiva seria para todos, retirando a exclusão do modelo de educação e promovendo uma aprendizagem sem obstáculos.
De fato, nas aulas de Educação Física em escolas regulares, que consistem na prática de atividades físicas e esportivas, é preciso realizar um trabalhopara que não haja discriminação e exclusão e se permita o acesso e a participação ativa das PcDs no meio social.
Nesse sentido, a Educação Física está dentro do contexto do currículo inclusivo. É bem discutida a inclusão das PcDs nas aulas de Educação Física, e alguns professores encontram dificuldade para lidar com os desafios da inclusão, que é algo trabalhoso de pôr em prática, mas possível.
O profissional de Educação Física precisa fazer uma reflexão sobre a inclusão. É necessário um esforço de todos para que, realmente, a inclusão seja concretizada.
Por que não proporcionar às PcDs a prática de atividades físicas, exercícios e esportes?
As PcDs chegarão a qualquer momento e a qualquer lugar para a prática de atividade física. O profissional de Educação Física, seja em escolas, seja em academias, seja em clubes, seja em escolinhas de dança, vôlei, basquete ou de qualquer outra modalidade, precisa compreender que as atividades oferecidas são para todos. Toda e qualquer pessoa tem o direito de participar ativamente da sociedade.
A prática da Educação Física é um momento prazeroso que faz com que crianças, jovens e adultos se sintam livres para criar, brincar, descobrir e aprender limites e regras.
Portanto, é necessário que fiquem claras todas as ferramentas necessárias para realização de um trabalho voltado para as PcDs com responsabilidade e para o cumprimento do dever de dar continuidade ao trabalho de inclusão das PcDs nas aulas de EF.
História do esporte adaptado
Em 1918
Para entendermos o esporte adaptado, é importante voltarmos um pouco na História. Há relatos, na literatura, de que já havia práticas desportivas adaptadas antes da Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, Ricote (1995) cita a prática de tiro e de arco e flecha, em 1918, na Alemanha, com um grupo de mutilados da Primeira Guerra Mundial. Após a alta hospitalar, soldados não conseguiram continuar a prática e, por esse motivo, o movimento não teve continuidade.
É importante ressaltar que o esporte adaptado é visto como uma importante ferramenta para a reabilitação das PcDs. Um dos estudiosos que mais contribuiu para isso foi o neurologista alemão Ludwig Guttmann.
Em 1944
Guttmann utilizava a modalidade arco e flecha no Centro Nacional de Lesionados Medulares, chefiado por ele, na Inglaterra. O neurologista observou que o esporte seria um grande aliado na recuperação de soldados feridos depois da Segunda Guerra Mundial (ADAMS, R. C. et al., 1985).
Em 1948
O esporte foi utilizado como extensão do tratamento de pacientes. Há registros de que o primeiro evento esportivo liderado por Guttmann foi realizado em 1948 e passou a acontecer todos os anos. Houve uma aceitação significativa em outros centros, fazendo com que o esporte adaptado fosse difundido. Assim, em 1952, o esporte adaptado passou a ter um formato internacional e contou com a participação de 130 atletas ingleses e holandeses (BRITTAIN, 2010).
As primeiras modalidades praticadas em Stoke Mandeville foram dardos, sinuca, punch-ball e skittles. Em seguida, foi introduzido o polo em cadeira de rodas, substituído pelo netball em cadeira de rodas, que, posteriormente, tornou-se o basquetebol em cadeira de rodas. Depois, foi introduzido o tiro com arco.
Em meados de 1948 e 1950
Com exceção do período entre 1948 e 1950, os jogos de Stoke Mandeville aconteciam anualmente. Houve um crescimento gradativo de equipes, competidores e modalidades. O esporte adaptado tem regras, materiais e espaços adaptados, respeitando a deficiência e a identidade biológica de cada um.
TABELA 1 - Cronologia dos primeiros jogos de Stoke Mandeville
(1948-1959)
	Data
	Equipes
	Competidores
	Esportes
	29/07/1948
	2*
	16
	1
	29/07/1948
	6*
	37
	2
	27/07/1950
	10*
	61
	3
	28/07/1951
	11*
	126
	4
	26/07/1952
	2
	130
	5
	08/08/1953
	6
	200
	6
	31/07/1954
	14
	250
	7
	29-30/07/1955
	18
	280
	8
	27-28/07/1956
	18
	300
	8
	26-27/07/1957
	24
	360
	9
	24-26/07/1958
	21
	350
	10
	23-25/07/1959
	20
	360
	11
* Equipes oriundas de diferentes hospitais. Fonte: Brittain (2010, p. 10).
Esportes paralímpicos
Com o desenvolvimento do esporte adaptado, observou-se que seria necessário um equilíbrio entre as equipes, já que haveria patologias e níveis diferentes de uma mesma deficiência. Assim, foram criadas a elegibilidade do esporte e a capacidade funcional para cada atleta, sendo fundamentais até os dias atuais nos esportes paralímpicos.
Na História, há registros de que, em 1940, a primeira classificação funcional surgiu para pessoas com deficiência física, e foi desenvolvida na Inglaterra por médicos e especialistas em reabilitação. Essa classificação foi feita para pessoas com lesões medulares, parciais ou totais, com base no nível da lesão. Esse método de avaliação não perdurou por muito tempo devido a divergências entre médicos, professores de Educação Física e atletas.
No que se refere à elegibilidade do esporte, para cada modalidade, são definidas quais deficiências o atleta pode ter. Quando a deficiência não se enquadra na modalidade esportiva, a pessoa é considerada inelegível.
Segundo as regras estabelecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), dez deficiências são consideradas elegíveis para as Paralimpíadas.
As deficiências são:
swap_horiz Arraste para os lados.
Força muscular limitada
Patologias como lesões medulares, distrofias musculares, lesão de plexo braquial e espinha bífida.
Deficiência em membro(s)
Amputações, dismelia e má-formação de membros.
Diferença no comprimento de pernas
Baixa estatura
Disfunção de hormônio de crescimento e acondroplasia.
Hipertonia
Paralisia cerebral, AVC e traumatismo craniano.
Ataxia
Paralisia cerebral, AVC, traumatismo craniano e esclerose múltipla.
Atetose
Paralisia cerebral, AVC e traumatismo craniano.
Limitação de amplitude de movimento passivo
Artrogripose, artrite reumatoide e trauma.
Deficiência intelectual
A deficiência deve se apresentar antes dos 18 anos de idade.
Deficiência visual
Retinite pigmentosa e retinopatia diabética.
A capacidade funcional foi criada para testar as potencialidades e funcionalidade em situação de jogo, respeitando as deficiências com maior e menor comprometimento e promovendo equilíbrio entre as equipes e competições justas.
Atenção
Torna-se relevante mencionar que a prática contínua do esporte pode levar o indivíduo a melhorar sua capacidade funcional, mobilidade, agilidade, autonomia, força, confiança, autoestima, enfim, tudo o que o esporte pode proporcionar a qualquer indivíduo com ou sem deficiência.
Nesse sentido, podemos pensar que a capacidade funcional pode se modificar ao longo da carreira do atleta. Alguns têm deficiências degenerativas ou não. Para verificar o nível de capacidade funcional, o atleta realiza o teste de capacidade funcional internacional, que pode ser revisado ou alterado a qualquer momento. Por que isso aconteceria?
Para melhor compreensão dessa questão, vamos entender que o atleta é um ser humano. O fato de a pessoa ter uma deficiência não significa que ela não almeje uma medalha de ouro. Assim, no momento do seu teste de capacidade funcional, o atleta pode fingir não conseguir fazer alguma coisa para conquistar uma classificação mais baixa e, no momento do jogo, dar seu máximo. Com isso, a equipe de classificação está sempre atenta para refazer a classificação, caso seja necessário.
Quanto mais baixa a pontuação, maior o nível de comprometimento e maior a probabilidade de se manter em quadra. Além disso, o atleta pode melhorar sua autonomia em jogo, tornando necessário refazer também a classificação funcional.
Todos os esportes para PcDs terão elegibilidades, regras e classificação funcional diferentes. Para melhor entendimento, exemplificaremos algumas especificidades do basquete em cadeira de rodas.
As classes (classificação funcional) são determinadas por meio de avaliação médica (relacionada à deficiência), avaliação funcional (relacionada à especificidade do esporte) e de observação dentro e fora de competição.
A equipe que realiza a classificação é composta por três profissionais– médico, fisioterapeuta e profissional de Educação Física –, e a avaliação acontece em três estágios:
Clique nas informações a seguir.
1
2
3
Na análise médica, é avaliada a patologia. Na funcional, são realizados testes de força muscular, campo visual, agilidade, amplitude de movimento, mensuração de membros e coordenação motora. Na avaliação técnica, é feita a demonstração de prova observando-se adaptações necessárias e a utilização de próteses e órteses durante a prática desportiva.
Para a modalidade em questão, o basquete em cadeira de rodas, observamos as seguintes características:
Elegibilidade
É aplicada a deficientes físicos e motores.
Regras
São as mesmas do basquete olímpico, com adaptação de que cada jogador deve quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques de dedo na cadeira.
Equipe
Cinco jogadores em quadra.
Sexo
Feminino e masculino.
Partida
Quatro quartos de dez minutos.
Quadra e cesta
Iguais às do basquete olímpico.
Cadeiras de roda
Podem ter de três a quatro rodas, sendo duas grandes laterais, duas pequenas traseiras e uma ou duas pequenas na frente.
Classificação funcional
Os atletas são avaliados conforme o comprometimento físico-motor em uma escala de 1 a 4,5. Quanto maior a deficiência, menor a classe. A soma desses números da equipe em quadra não pode ultrapassar 14.
Exemplo
O atleta com maior comprometimento tem pontuação 1; um atleta com menos comprometimento, pontuação 2; um atleta com menos comprometimento que o anterior recebe pontuação 3; um atleta com pouquíssimo comprometimento, pontuação 4,5. Em quadras com cinco atletas, é necessário somar essas pontuações, que, no total, não podem ultrapassar 14 pontos.
Dando continuidade à história dos esportes adaptados, em 1960, em Roma (Itália), aconteceu a nona edição dos Jogos Internacionais de Stoke Mandeville, como era conhecido o evento. Pela primeira vez, os jogos eram realizados após as Olimpíadas, surgindo, assim, os Jogos Paralímpicos, para realização pessoal do Dr. Guttmann.
Contudo, a partir de 1960, teve início a estruturação da prática esportiva para outros grupos de pessoas com deficiência (IPC, 2010). Participaram desse evento 23 delegações, com 400 atletas e oito esportes. As modalidades oferecidas foram: tiro com arco, atletismo, tiro de dardo, sinuca, natação, tênis de mesa, esgrima em cadeira de rodas e basquete em cadeira de rodas.
O termo “Paraolimpíadas” surgiu em 1964 e foi formado pela contração de “paraplegia” e “olimpíadas”, quando foram realizados os jogos Paraolímpicos em Tóquio, no Japão. Participaram desse evento 22 países, com 390 participantes.
Observe a linha do tempo:
1968
Jogos Paraolímpicos de Tel Aviv, Israel. Participaram 29 delegações, totalizando 1.100 atletas. Modalidade incluída: lawn bowl.
1972
Jogos Paraolímpicos de Heidelberg, Alemanha Ocidental. Participaram 44 delegações, totalizando 1.400 atletas. Foi a primeira participação do Brasil.
1976
Jogos Paraolímpicos de Toronto, Canadá. Participaram 42 delegações, totalizando 1.700 atletas. Foram incluídas modalidades como goalball e tiro esportivo. O Brasil conquistou uma medalha de prata e se classificou em 31° no quadro geral. Nesse ano, pessoas com deficiência visual e pessoas amputadas participaram pela primeira vez. Também pela primeira vez, no mesmo ano, foram realizados os jogos de inverno, na Suécia.
1980
Jogos Paraolímpicos de Arnhem, Países Baixos. Participaram 42 países, totalizando 2.560 atletas. Foram disputadas 13 modalidades.
1984
Os Jogos Paraolímpicos foram realizados no Reino Unido e nos Estados Unidos, com 40 delegações, 1.700 participantes e 18 esportes. As modalidades incluídas foram: bocha, ciclismo de estrada, futebol de sete, hipismo, levantamento de potência e luta Livre. O Brasil conquistou sete medalhas de ouro, 17 medalhas de prata e quatro medalhas de bronze.
1988
Jogos Paraolímpicos de Seul, Coreia do Sul. Participaram 60 delegações, totalizando 4.200 atletas. Foram disputadas 18 modalidades e incluídas as seguintes: judô, tênis em cadeira de rodas. O Brasil conquistou quatro medalhas de ouro, nove medalhas de prata e 14 medalhas de bronze.
1992
Foi realizada a nona edição dos Jogos Paraolímpicos em Barcelona, na Espanha, com 83 delegações e 4.158 participantes. Foram disputadas 16 modalidades de esportes. O Brasil conquistou três medalhas de ouro e quatro de bronze.
1996
Foi realizada a décima edição dos Jogos Paraolímpicos em Atlanta, nos Estados Unidos, com 104 delegações, 4.912 participantes e 19 modalidades esportivas. As modalidades incluídas foram: vela, rugbi em cadeira de rodas e ciclismo de pista. O Brasil conquistou duas medalhas de ouro, seis medalhas de prata e 13 medalhas de bronze.
2000
Foi realizada a 11ª edição dos Jogos Paraolímpicos em Sydney, Austrália. Com 125 países, 4.000 atletas, 2.000 técnicos, 1.000 árbitros, 18 modalidades olímpicas e 14 modalidades paraolímpicas. O Brasil conquistou seis medalhas de ouro, dez medalhas de prata e seis medalhas de bronze.
2004
Foi realizada a 12ª edição dos Jogos Paraolímpicos em Atenas, Grécia, com 135 países, 3.808 atletas, 19 esportes e cinco modalidades incluídas. O Brasil conquistou 14 medalhas de ouro, 12 medalhas de prata e sete medalhas de bronze.
2008
Foi realizada a 13ª edição dos Jogos Paraolímpicos em Pequim, na China, com 146 países, 3.951 atletas, 20 esportes, e o remo foi incluído como modalidade. O Brasil conquistou 16 medalhas de ouro, 14 medalhas de prata e 17 medalhas de bronze.
2012
Jogos Paralímpicos de Londres, com 164 países participantes, 4.237 atletas e 20 esportes. O Brasil conquistou 21 medalhas de ouro, 14 medalhas de prata e oito medalhas de bronze, classificando-se na nona posição no quadro geral.
2016
Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, Brasil, com 176 países participantes, 4.500 atletas e 22 esportes. Modalidades incluídas: canoagem e triatlo. O Brasil conquistou 14 medalhas de ouro, 29 medalhas de prata e 29 medalhas de bronze, classificando-se na oitava posição no quadro geral.
2020
A 16ª edição dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão, foi adiada.
O Comitê Paralímpico Internacional é o órgão que governa o esporte paralímpico global. Sua função é organizar os Jogos Paralímpicos de Verão e de Inverno. No Brasil, o órgão responsável é o Comitê Paralímpico Brasileiro.
Atualmente, são oferecidas 25 modalidades nos jogos de verão:
	Modalidades
	Atletismo
	Basquete em cadeira de rodas
	Bocha
	Canoagem
	Ciclismo
	Esgrima em cadeira de rodas
	Futebol de cinco
	Futebol de sete
	Goalball
	Halterofilismo
	Hipismo
	Judô
	Levantamento de peso
	Natação
	Parabadminton
	Parataekwondo
	Remo
	Rugbi em cadeira de rodas
	Tiro com arco
	Tiro esportivo
	Triatlo
	Tênis de mesa
	Tênis em cadeira de rodas
	Vela
	Vôlei sentado
Na edição de inverno dos Jogos Paralímpicos, seis modalidades estão no programa:
	Modalidades
	Esqui alpino
	
	Snowboard
	
	Esqui cross country
	
	Biathlon
	
	Hóquei no gelo
	
	Curling em cadeira de rodas
	
Brasil nas Paralimpíadas
1972
A primeira participação do Brasil nos Jogos Paralímpicos foi em 1972, e a primeira participação feminina, em 1976. O Brasil, a cada ano, tem se destacado e já conta com 12 participações em Jogos Paralímpicos de Verão, acumulando 302 medalhas.
2012
Nos Jogos de Londres, a delegação brasileira terminou em sétimo lugar, com 43 medalhas, sendo 21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze. Na Rio-2016, o país ficou em oitavo lugar, sua melhor participação, com 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.
2016
Nas Paralimpíadas de 2016, participaram dos jogos 286 atletas do Brasil, sendo 102 no feminino e 184 no masculino.
Ao passarmos pela história dos Jogos Paralímpicos, isso nos leva a uma reflexão sobre a EF na participação no processo de reabilitação, autoestima, bem-estar e saúde das PcDs. Quão valiosa é a profissão e o tamanho da responsabilidade diante da área da saúde.
Papel do profissional de Educação Física e da equipe interdisciplinar
A contribuição da Educação Física para a saúde, qualidade de vida e o bem-estardas PcDs é essencial para o resgate da autoestima e da confiança, encorajando o ser humano a seguir criando objetivos e expectativas. Diante do exposto, podemos ressaltar que a prática de atividades físicas e esporte pode ser utilizada como extensão do tratamento de pessoas que estão no processo de reabilitação pós-lesão.
Contudo, o profissional de Educação Física precisa compreender a responsabilidade envolvida na prescrição de exercícios. Atualmente, há um número crescente de PcDs. Por isso, o profissional de Educação Física precisa se dedicar aos estudos a fim de tornar-se apto a realizar uma prescrição segura.
Portanto, a Educação Física faz parte da área da saúde, e a prática regular de atividades físicas leva o indivíduo ao bem-estar mental, físico, psicológico, emocional e social. No entanto, estamos inseridos na promoção da saúde, intervindo na prevenção e manutenção da saúde.
Nessa linha de pensamento, a resolução CONFEF nº 229/2012:
Dispõe sobre Especialidade Profissional em Educação Física na área de Saúde Coletiva. O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, no uso de suas atribuições estatutárias, conforme dispõe o inciso IX, do art. 43 do Estatuto do CONFEF, e; CONSIDERANDO a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as ações de saúde destinadas a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social; CONSIDERANDO a Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005, que institui o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde e em área profissional da saúde; CONSIDERANDO a Política Nacional de Promoção da Saúde, regulamentada pela Portaria Ministerial nº 687/GM, de 30 de março de 2006, que trata do desenvolvimento das ações de promoção da saúde no Brasil e inclui a Educação Física na Política de Promoção da Saúde.
A área da saúde funciona com equipes multidisciplinares, composta por vários profissionais que, com seus conselhos, norteiam a realização de um trabalho com ética, respeito e responsabilidade em sua atuação.
Esses profissionais são:
1
Profissionais de Educação Física
2
Fisioterapeutas
3
Médicos
4
Psicólogos
5
Nutricionistas
6
Enfermeiros
7
Fonoaudiólogos e/ou terapeutas ocupacionais
Os propósitos e as estratégias são traçados para que cada área assuma sua responsabilidade e seu compromisso a fim de que os melhores resultados sejam alcançados. Uma das metas é proporcionar maior autonomia, saúde e qualidade de vida aos pacientes.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre o trabalho da equipe multidisciplinar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. Estudamos que a Educação Física Adaptada consiste em trabalhar com a PcD separadamente das pessoas sem deficiência e que, na Educação Física Inclusiva, trabalhamos os dois grupos ao mesmo tempo. Diante disso, observe atentamente o exemplo a seguir e marque a alternativa que corresponde à Educação Física Adaptada e à Educação Física Inclusiva, respectivamente.
Na aula de Educação Física, João (tem deficiência motora) realiza as atividades com seus amigos que não têm deficiência. Maria (tem deficiência auditiva), na aula de natação, participa de tudo o que é proposto com todos os seus amigos sem deficiência.
Na aula de Educação Física, João (tem deficiência motora) realiza as atividades em horários separados dos de seus amigos que não têm deficiência. Maria (tem deficiência auditiva), na aula de natação, participa de tudo o que é proposto com todos os seus amigos (sem deficiência).
Na aula de Educação Física, João (tem deficiência motora) não participa das atividades, pois seu professor acredita que ele não é capaz de acompanhar a turma. Maria (tem deficiência auditiva), na aula de natação, participa de tudo o que é proposto com todos os seus amigos (sem deficiência).
Na aula de Educação Física, João (tem deficiência motora) realiza as atividades em horários separados dos de seus amigos que não têm deficiência. Maria (tem deficiência auditiva) não participa das aulas de Educação Física, pois seu professor não consegue se comunicar com ela.
Na escolinha de futebol, João (deficiente visual) tem um professor individual. Nas aulas de natação, Maria (deficiente auditiva) é orientada por um professor que domina Libras.
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2. Como vimos, a equipe interdisciplinar desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e na inclusão da PcD. Nesse sentido, qual o perfil da equipe interdisciplinar? Marque a alternativa correta:
A equipe interdisciplinar é composta por profissionais da saúde que realizam um trabalho em conjunto; cada membro da equipe precisa somar com o trabalho do outro, pois não se trata de uma competição: cada profissional tem seu papel no desenvolvimento das PcDs.
A equipe interdisciplinar é composta por profissionais da saúde que realizam um trabalho em conjunto, mas cada membro da equipe não precisa somar com o trabalho do outro, visto que se trata de uma competição em que cada profissional precisa ser melhor que o outro.
A equipe interdisciplinar é composta por profissionais que não são da área da saúde e que realizam um trabalho em conjunto; cada membro da equipe precisa somar com o trabalho do outro, pois não se trata de uma competição: cada profissional tem seu papel no desenvolvimento das PcDs.
A equipe interdisciplinar é composta por profissionais da saúde que trabalham sozinhos, com independência; cada membro da equipe não precisa somar com o trabalho do outro, pois se trata de uma competição: cada profissional precisa se destacar.
A equipe interdisciplinar deve contar com profissionais de Educação Física de diferentes especialidades, como preparador físico, técnico e um fisiologista.
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CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Visitamos os principais eventos históricos que culminaram na evolução das PcDs, analisando esse processo desde a exclusão até a inclusão. Esse estudo tem extrema relevância para que possamos entender os dias atuais e continuarmos na luta pela inclusão das PcDs na sociedade.
Como vimos, atualmente, a história das PcDs ainda está no processo de evolução no que se refere à inclusão e, para que isso aconteça, precisamos considerar tudo o que possa auxiliar na qualidade de vida e na autonomia das PcDs. Para isso, é necessário que a acessibilidade, a tecnologia assistiva e as terminologias caminhem juntas.
A acessibilidade proporciona às PcDs o direito de ir e vir e de participar ativamente da sociedade; a tecnologia assistiva proporciona mais autonomia na realização das atividades do dia a dia; a utilização das terminologias corretas traz seriedade, indicando que o profissional de Educação Física sabe o que está fazendo.
Além disso, vimos a contribuição da prática de atividades físicas, exercícios e esportes para as PcDs, mostrando a relevância no resgate da autoestima e da autonomia de pessoas que adquiriram alguma lesão. Estudamos também o surgimento da EFA e da EFI, que são diferentes e ainda são utilizadas atualmente.
Concluímos que o esporte se mostrou um importante aliado da inclusão social, mostrando para a sociedade que as PcDs são capazes e são excelentes naquilo que se propõem a fazer. Uma prova disso são as Paralimpíadas, que, atualmente, apresentam quase todas as modalidades esportivas. Ficou evidente também que a incapacidade está na cabeça das pessoas e que as PcDs têm o direito ao esporte em qualquer lugar, sem nenhuma forma de exclusão.
Contudo, o papel do profissional de Educação Física, em parceria com a equipe interdisciplinar, torna-se essencial a fim de que tudo se torne possível. A equipe da saúde precisa falar a mesma língua e estar alinhada para que o tratamento tenha sucesso.
Importante ressaltar a responsabilidade do profissional de Educação Física, que vai da prescrição do exercício à promoção do bem-estar psicológico. Nesse sentido, é importante abordarmos todos os avanços relacionados à inclusão das PcDs.
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REFERÊNCIAS
ADAMS, R. C. et al. Jogos, esportes e exercícios

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