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Direito Processo III Notas de aulas

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Direito Processual Civil III 
 
Professor Leandro Paraense Faculdade Universo 
2015/2 
Mesmo desacreditado e ignorado por todos, não posso desistir, pois para mim, vencer é nunca desistir. - Albert Einstein 
 
 
 
 
 
Direito Processual Civil III – Professor Leandro Paraense – 2015/2 
 
 Notas de aulas André Teles 
 
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Referências: 
Montenegro Filho, Misael - Código de Processo Civil Comentado e Interpretado - 3° edição - São Paulo: editora Atlas, 2013. 
Neves, Daniel Amorim Assumpção – Manual de Direito Processual Civil – 7° edição, revista, atualizada e ampliada – São Paulo: editora Método, 2015. 
Theodoro Júnior, Humberto - Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento – vol. I – Rio de Janeiro: editora Forense, 2014. 
 
Processo de Execução 
05/08/2015 
1. Funções e fazes do processo 
A execução da sentença traz a ideia de cumprimento ou satisfação em qualquer um dos quatro tipos ação (ou função), quais sejam: cautelar (para garantir o direito), cognitiva ou conhecimento (para dizer, condenar, constituir), executiva ou satisfativa (para a satisfação ou cumprimento do direito) e mandamental (que abrange a pretensão e objeto). 
As fases do processo são: postulação, saneamento, instrução, decisão e cumprimento de sentença. 
1.1. Sincretismo e unificação plena1 – sincretismo vem de sincrético, de fusão, união. Das quatro funções citadas, pode haver, no mesmo processo, o desenvolvimento de mais de uma função sem necessidade de instaurar processos paralelos. O processo sincrético facilita a satisfação da parte, pois evita o desperdício de tempo e dinheiro em um novo processo como: 
 
1 Isto se refere a títulos judiciais, a execução de títulos extrajudiciais será sempre necessária a instauração de um processo autônomo de execução. 
Autores sugeridos: Alexandre Câmara, Humberto Theodoro Júnior, Daniel Assumpção, Araken de Assis, Fredie Didier, Misael. Todos de 2015 (ver se contém os vetos e número dos artigos na posição correta). 
ANTENÇÃO: o conteúdo destas notas de aulas reflete a minha compreensão sobre o 
que foi ministrado em sala de aula, desta forma, você estará lendo o meu 
entendimento e não necessariamente o que foi dito pelo professor. Ademais, as notas 
de aulas podem sofrer alterações na esquematização, na ordem, bem como acréscimos 
de outras fontes de pesquisa (geralmente em itálico) - André Teles. 
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custas, citação, petição, etc. Exemplo: numa ação de conhecimento, após a sentença, era necessário mover outro processo para haver a execução, mas atualmente isso se dá no mesmo processo, ou seja, há apenas um processo com duas fazes e no NCPC será ampliado. 
No ano de 1995 a Lei 9.099, que regulamentou o procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais, aboliu o processo de execução de títulos executivos judiciais, tornando toda a demanda condenatória em trâmite perante os Juizados uma ação sincrética. Independentemente da natureza da obrigação, qualquer sentença que demande execução passou no sistema dos Juizados a ser executada mediante uma mera fase procedimental subsequente à fase de conhecimento. Neves (2015, p. 5.635). 
No ano de 2002, com o art. 461-A do CPC incluído pela Lei 10.444, a realidade das ações sincréticas passou a valer também para todas as demandas judiciais que tenham como objeto uma obrigação de entrega de coisa. E, completando o ciclo de mudança de paradigma, no ano de 2005 a Lei 11.232, tornou sincrética a maioria das ações judiciais que tenham como objeto uma obrigação de pagar quantia certa. Neves (2015, p. 5.635). 
1.2. Nova definição de sentença – a definição de sentença é dada pelo art. 162, § 1° Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos artigos 267 e 269 desta Lei. Assim, a sentença é total, mas a execução pode ser parcial ou total (dúvida). A partir do novo CPC a sentença também poderá ser parcial, o processo dispensará fazes podendo, por exemplo, ocorrer uma ação de conhecimento e execução ao mesmo tempo, pois o juiz poderá decidir uma parte incontroversa da ação (chamada decisão e apelidada de sentença parcial) e esta poderá ser executada de imediato sem necessidade de esperar pela sentença. No novo CPC, a definição de sentença está no art. 203: 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
2. Execução 
É a busca da satisfação de um direito reconhecido e inequívoco, logo, exequível através de um processo autônomo ou de um processo já existente. O processo de execução ou fase executiva do processo é o conjunto de meios materiais que visam a satisfação do direito. A execução depende de um título executivo judicial ou extrajudicial (no NCPC as decisões interlocutórias podem ser incluídas). 
O sistema processual pátrio entende a execução como um conjunto de meios materiais previstos em lei, à disposição do juízo, visando à satisfação do direito. Esses atos materiais executivos podem ser praticados de diferentes maneiras, sendo por isso possível, a depender do critério adotado, distinguir as diferentes modalidades de execução. Assim, por exemplo, 
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as diferentes espécies de execução que adotam como critério a natureza da obrigação exequenda: fazer/não fazer; entregar e pagar, sendo essa matéria enfrentada em capítulos próprios. Neves (2015, p. 5.625). 
2.1. Meios diretos – o Estado toma o lugar do executado e cumpre por ele, ou seja, o executado não cumpre a sentença e sim o Estado. Exemplo: busca e apreensão, condução forçada de menor, etc. 
Execução por sub-rogação direta, o Estado vence a resistência do executado substituindo sua vontade, com a consequente satisfação do direito do exequente. Mesmo que o executado não concorde com tal satisfação, o juiz terá à sua disposição determinados atos materiais que, ao substituir a vontade do executado, geram a satisfação do direito. Exemplos classicamente lembrados são a penhora/expropriação; depósito/entrega da coisa; atos materiais que são praticados independentemente da concordância ou resistência do executado. Neves (2015, p. 5.647). 
2.2. Meios indiretos – coerção negativa ou sansões (multa) e coerção por sansões premiais que pode ser uma forma de desconto ou deixar de pagar taxas. Obs. ação monitória se for cumprida não gera honorário. 
Na execução indireta, o Estado-juiz não substitui a vontade do executado; pelo contrário, atua de forma a convencê-lo a cumprir sua obrigação, com o que será satisfeito o direito do exequente. O juiz atuará de forma a pressionar psicologicamente o executado para que ele modifique sua vontade originária de ver frustrada a satisfação do direito do exequente. Neves (2015, p. 5.649). 
Sempre que a pressão psicológica funciona, é o próprio executado o responsável pela satisfação do direito; a satisfação será voluntária, decorrente da vontade da parte, mas obviamente não será espontânea, considerando-se que só ocorreu porque foi exercida pelo Estado-juiz uma pressão psicológica sobre o devedor. Neves (2015, p. 5.649). 
Existem duas formas de execução indireta. A primeira consubstancia-se na ameaça de piorar a situação da parte caso não cumpra a obrigação, como ocorre com as astreintes, multa aplicável diante do descumprimento das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa, ou ainda com a prisão civil na hipótese do devedor inescusável de alimentos. A prisão em casos que não tenham como objeto a dívida
alimentar, mesmo que com fundamento no crime de desobediência (art. 330 do CP), é rejeitada pelo Superior Tribunal de Justiça. Neves (2015, p. 5.649). 
12/08/2015 
3. Princípios 
3.1. Patrimonialidade – a execução é vinculada a ideia de patrimônio para muitos autores, porém. A execução apenas alcança o patrimônio e não a figura da pessoa, a exceção é ação de pensão alimentícia, que alcança a figura do devedor, na prática é possível execução 
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extrapatrimonial. Exemplo: obrigação de fazer. Neste caso, (obrigação de fazer) é possível, quando do seu não cumprimento, converter em perdas e danos, ou seja, multa, desde que tenha patrimônio para isso, pois não tendo será uma execução frustrada. Mas quando se tratar de guarda de um menor isso não é possível. 
 Obs. Prazo prescricional da execução, em geral, é o da própria obrigação a partir da data da sentença. 
Costuma-se dizer que a execução é sempre real, e nunca pessoal, em razão de serem os bens do executado os responsáveis materiais pela satisfação do direito do exequente. Não existe no direito brasileiro, nem em qualquer ordenamento moderno de que se tenha conhecimento, satisfação na pessoa do devedor, como existia na antiga Lei das XII Tábuas, que choca o leitor ao estabelecer que em determinadas condições seria possível “dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores”. Mesmo a prisão civil, como analisado no Capítulo 34, item 34.3, não é forma de satisfação de direito, mas mera medida de pressão psicológica (execução indireta). 
Conforme analisado no Capítulo 38, item 38.2, a proibição de que o corpo do devedor responda por suas dívidas, reservando-se tal garantia a seu patrimônio, é vista como representação da humanização que o processo de execução adquiriu durante seu desenvolvimento histórico, abandonando gradativamente a ideia de utilizar a execução como forma de vingança privada do credor. A justificativa da previsão em lei de bens impenhoráveis, bem como sua relação e os devidos comentários são feitos no Capítulo 38, item 38.4. 
3.2. Nulla executio – segundo este princípio não há título executivo se não estiver previsto em lei (sine titulo, nulla titúlus sine legem). Não existe execução sem título, que tem de ser líquido, certo e exigível, não significa apenas um documento físico, pode ser virtual, contanto que confirme quem é o credor. Pode ser judicial ou extrajudicial. Os contratos bancários são títulos extrajudiciais e os bancos, em geral, não precisam do processo de conhecimento, entram direto com o processo de execução. Num contrato de honorário advocatício sem assinatura de duas testemunhas ainda é título executivo segundo o art.... 
Exceção: antecipação de tutela, mas não há pacificação, pois, alguns doutrinadores dizem que não é exceção, consideram que a antecipação de tutela não é título e outros acham que sim, por uma interpretação ampliada do sentido de sentença, mas todos concordam que pode ser executado, independentemente de ser considerado título ou não. Todavia, na prática isso não faz diferença. Exemplo: liminar solicitando retirar o nome de SPC enquanto o processo de cobrança de dívida está em andamento, sob pena de uma multa diária. O réu, não cumprindo a liminar, o autor pode cobrar o valor devido pela multa. 
3.3. Utilidade – não confundir com interesse de agir, ou seja, utilidade e necessidade da demanda, a ideia aqui é mostrar que a execução é útil, dará um ganho efetivo cumprindo o interesse da demanda. Também, a execução quando for uma fase do processo, não há necessidade de demonstrar os pressupostos processuais como acontece em uma ação nova. 
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Como todo processo, também o de execução deve servir, efetivamente, para entregar ao vitorioso aquilo que tem direito a receber. Não se justifica, portanto, processo de execução apenas para prejudicar o devedor, sem trazer qualquer proveito prático ao credor, devendo o processo ter alguma utilidade prática que beneficie o exequente. Em razão desse princípio, a penhora não será realizada quando restar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução (art. 659, § 2.º, do CPC) 23. Neves (2015, p. 5694). 
É também o princípio da utilidade que impede a aplicação das astreintes quando o juiz se convence que a obrigação se tornou materialmente impossível de ser cumprida. Somente prejudicaria o executado, sem nenhum proveito ao exequente na busca da satisfação de seu direito, a aplicação de uma medida de natureza coercitiva em situações nas quais a pressão psicológica é inútil, não dependendo da vontade do executado o cumprimento da obrigação. Neves (2015, p. 5695) 
Nunca é demais lembrar que atualmente a execução não é forma de vingança privada, como já o foi em remotas épocas. Trata-se de mecanismo judicial para a satisfação do direito do credor, e sempre que se entender que esse direito não pode ser satisfeito não haverá razão plausível para a admissão da execução. O mesmo entendimento se aplica aos meios executivos, que devem ser afastados sempre que se mostrarem inúteis para fins de satisfação do direito. Neves (2015, p. 5696). 
3.4. Equilíbrio (menor onerosidade) – ou razoabilidade traz a ideia de menor onerosidade mantendo-se a efetividade da execução. Exemplo: dívida de condomínio no valor de 10.000, ao invés de executar o imóvel (em de família), se procura outros bens como carro, investimentos, etc. 
A execução não é instrumento de exercício de vingança privada, como amplamente afirmado, nada justificando que o executado sofra mais do que o estritamente necessário na busca da satisfação do direito do exequente. Gravames desnecessários à satisfação do direito devem ser evitados sempre que for possível satisfazer o direito por meio da adoção de outros mecanismos. Dessa constatação decorre a regra deque, quando houver vários meios de satisfazer o direito do credor, o juiz mandará que a execução se faça pelo modo menos gravoso ao devedor (art. 620 do CPC). Neves (2015, p. 5697). 
É evidente que tal princípio deve ser interpretado à luz do princípio da efetividade da tutela executiva, sem a qual o processo não passa de enganação. O exequente tem direito à satisfação de seu direito, e no caminho para a sua obtenção, naturalmente criará gravames ao executado. O que se pretende evitar é o exagero desnecessário de tais gravames. Esse é um dos motivos para não permitir que um bem do devedor seja alienado em hasta pública por preço vil (art. 692 do CPC). Neves (2015, p. 5698). 
3.5. Atipicidade dos meios executivos – na prática o juiz pode usar qualquer meio de constrição judicial, o art. 461 §5° (art. 536 §1° NCPC) é exemplificativo. 
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Art. 461 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. 
§ 5º - Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. 
NCPC - Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. 
§ 1º Para atender ao
disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. 
3.6. Contraditório – não significa ampla defesa, o processo de execução não esta característica, será apenas a satisfação daquilo que já foi reconhecido. Obs. Embargos à execução é outro processo, é autônomo. Art. 10 NCPC, mesmo em execução é necessário ouvir as partes. 
NCPC - Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
Afirma-se tradicionalmente na doutrina que no processo de execução não se discute o seu mérito, já que o juiz parte de uma presunção de existência do direito do exequente (derivada do título executivo judicial) e busca apenas a satisfação de tal direito. Não se nega que exista mérito no processo de execução, condicionando-se o seu julgamento ao ingresso dos embargos à execução, ação de conhecimento autônoma e incidental ao processo de execução. Neves (2015, p. 5722). 
Essa ausência de julgamento de mérito no processo de execução fez com que alguns doutrinadores chegassem a chamar o processo de execução de processo do credor, ou ainda de conjunto de meios materiais colocados à disposição do juiz para satisfazer o direito do credor. Criou-se até mesmo doutrina, hoje francamente superada, que afirmava ser dispensável o contraditório no processo de execução justamente em razão da ausência de julgamento de mérito ou de qualquer outra atividade cognitiva por parte do juiz. Atualmente, é tranquila a distinção de mérito – e seu julgamento – e contraditório na execução 42. Neves (2015, p. 5723). 
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Apesar da situação especial em que se coloca o processo de execução em razão de suas características próprias, não há como negar a sua natureza jurisdicional, tratando-se indubitavelmente de processo que seguirá sob o crivo do contraditório, garantido constitucionalmente (art. 5.º, LV, da CF) e indispensável num Estado Democrático de Direito 43. O juiz é chamado no processo executivo a resolver uma série de questões incidentes, sendo absurdo acreditar que em tais situações não haja necessidade de realizar o contraditório. Apesar da função predominantemente material do juiz no processo de execução, é inegável que exista também cognição acerca de questões incidentes no processo, e nesse caso o contraditório é indispensável 44. Neves (2015, p. 5724). 
Há diversas situações no processo executivo que demonstram o acerto de tal posicionamento. A decisão sobre a natureza do bem penhorado quanto à ordem de penhora dos bens, sobre a modificação ou reforço de penhora, sobre a alienação antecipada de bens, sobre o preço vil na arrematação, sobre a avaliação do bem etc., em todos esses casos, naturalmente, haverá nulidade se não observado o contraditório. Neves (2015, p. 5725). 
4. Partes 
4.1. Sujeito ativo – o exequente tem legitimidade: 
- Legitimidade ordinária originária – está cobrando em nome próprio e não de terceiros 
Art. 566 - Podem promover a execução forçada: 
I - o credor a quem a lei confere título executivo; 
- Legitimidade ordinária superveniente – sujeito é credor, mas só se torna credor no meio da execução, ou seja, quando der prosseguimento (prosseguir) à execução conforme o art. 567 
Art. 567 - Podem também promover a execução, ou nela prosseguir: 
I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; 
II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato entre vivos; 
III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. 
- Legitimidade extraordinária – sujeito cobrando em nome de terceiros, art. 566, II o MP 
Art. 566 - Podem promover a execução forçada: 
II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei. 
4.2. Sujeito passivo – executado art. 568 na mesma sequência 
- Legitimidade ordinária originária – 
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Art. 568 - São sujeitos passivos na execução: 
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
- Legitimidade ordinária superveniente – quando a pessoa se torna devedora no curso da ação e precisa haver a substituição da parte. Exemplo: parte que falece e precisa ser substituída pelo espólio 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; 
III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; 
- Legitimidade extraordinária – art. 568, IV e V – e art. 592 – a mesma lógica, ocorre no meio do processo. O fiador judicial garante pela palavra (aceita ou não pelo juiz) ou por apresentar bens. Ele não precisa estar com o nome na sentença para ser executado 
IV - o fiador judicial; 
V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria. 
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19/08/2015 
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4.3 – Intervenção de terceiros – em regra, as intervenções comuns do direito civil, como chamamento ao processo ou oposição, não cabem no processo de execução, pois tais ações são para identificar o responsável ou corresponsável, necessidade esta que não existe no momento da execução visto que já se sabe exatamente quem são os credores e devedores. 
Intervenção Típica – a única intervenção admitida é a assistência. Um excelente exemplo de assistência na execução, indiscutível porque previsto expressamente em lei, é do fiador expressamente autorizado a intervir na execução promovida ao afiançado em caso de demora imputável ao exequente (art. 834 do CC). O fundamento do dispositivo legal é evidente, permitindo-se uma atividade supletiva do fiador para que o credor satisfaça sem delongas seu direito, porque essa é a única forma de o fiador se livrar definitivamente de sua responsabilidade perante ele. Nesse caso específico, a satisfação do direito do exequente afetará a relação jurídica que o terceiro (fiador) mantém com ambas as partes, porque, uma vez extinta a obrigação principal, naturalmente a relação acessória de garantia também será extinta. O fiador, portanto, ingressa na demanda executiva para assistir o credor, porque o resultado positivo da execução lhe interessa, em nítida hipótese de assistência. Neves (2015, p. 5.823). 
Intervenção Atípica – é um tipo de intervenção anômala e excepcional que pode surgir num processo, por exemplo, um terceiro que nada tem a ver com o processo, mas tem o direito de preferência na aquisição do bem. Exemplo: locatário que tem seu imóvel objeto de execução para leilão em forma de pagamento. O locatário pode ter a preferência em arrecadar este imóvel ao invés de deixa-lo ir a leilão. O locatário não é parte, mas tem o direito de preferência (preempção). Se outra pessoa qualquer quiser pagar pelo imóvel não poderá, pois, o imóvel seguirá o processo norma de leilão (adjudicação). 
Quando a coisa a ser vendida ou leiloada não pertencer ao devedor, o verdadeiro proprietário, numa ação de embargos de terceiro, irá reivindicar o objeto, mas isto não se trata de uma interferência no processo de execução e sim, uma nova ação autónoma. 
Sempre que um terceiro ingressa na demanda executiva durante a fase de expropriação do bem com a intenção de adquiri-lo, estar-se-á diante de uma espécie atípica de intervenção de terceiros. Atualmente, pode-se imaginar essa situação na adjudicação por
todos os legitimados que não o exequente (art. 685-A, §§ 2.º e 4.º, do CPC); na alienação do bem realizada pelo próprio exequente ou por corretor especializado, em forma de expropriação criada pela Lei 11.382/2006 – alienação por iniciativa particular (art. 685-C do CPC); na alienação ocorrida em hasta pública por meio de arrematação, naturalmente por sujeito que não seja o exequente. Neves (2015, p. 5.826). 
Também haverá intervenção anômala sempre que outros credores ingressarem na demanda executiva para discutir o direito de preferência. Cada qual participará do incidente processual que se formará (concurso de credores) defendendo interesse próprio à satisfação de seu crédito em primeiro lugar, sendo impossível imaginar que essa situação seja 
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amoldável às espécies de intervenção de terceiros previstas pelo Código de Processo Civil. Neves (2015, p. 5.826). 
5 – Responsabilidade patrimonial 
5.1 – Débito X responsabilidade – nem sempre o devedor será o responsável pela dívida, tem que considerar, não apenas o devedor, mas também o responsável. Art. 591 CPC e 789 NCPC. O termo apropriado seria responsável (sentido extensivo) e não devedor. 
Art. 591 - O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
NCPC - Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
O art. 591 do CPC tenta fixar, com redação rica em dubiedade e pobre em clareza, quais os bens que respondem dentro do patrimônio do responsável pela satisfação da dívida. O primeiro equívoco do dispositivo legal é indicar que os bens do devedor respondem, quando na realidade são os bens do responsável patrimonial que respondem pela satisfação da dívida. O problema maior, entretanto, é ausência de indicação clara do momento presente, única forma de determinar quais são os bens passados e futuros. Neves (2015, p. 5.918). 
Considerando-se que o momento presente é o do surgimento da obrigação, restaria indevidamente “congelado” todo o patrimônio do responsável patrimonial, ainda que em valor muito superior ao da dívida. Não seria prudente a aquisição de bens do responsável patrimonial nessas condições, porque, mesmo mantendo-se em seu patrimônio bens suficientes para a satisfação da obrigação, aqueles que tivessem sido alienados no lapso temporal compreendido entre o surgimento da obrigação e da execução continuariam a responder pela dívida. A insegurança generalizada nos negócios jurídicos e as dificuldades na transferência de patrimônio são razões suficientes para afastar esse entendimento. Neves (2015, p. 5.918). 
Por outro lado, não é correto dar-se simplesmente como momento presente o de instauração da execução, excluindo-se da responsabilidade patrimonial todos os bens que existiam no patrimônio do obrigado à época do surgimento da obrigação e que no momento da execução já tenham sido transferidos. A razão é óbvia: bastaria ao obrigado dilapidar todo o seu patrimônio antes da execução, frustrando a satisfação do direito do credor. Esse entendimento, como claramente se nota, incentivaria as fraudes contra o credor, diminuindo ainda mais as expectativas de satisfação por meio da execução. Neves (2015, p. 5.918). 
A melhor interpretação do texto legal é aquela que dá como momento inicial a ser considerado para fixação dos “bens presentes” o da instauração do processo executivo e para bens futuros aqueles que forem adquiridos durante o seu trâmite, não se excluindo, entretanto, “bens passados” alienados em fraude, quando então importará o momento em que foi contraída a obrigação. Fala-se, então, em bens passados, que não estão mais no 
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patrimônio do executado no momento da propositura da demanda, mas que respondem ainda assim por suas obrigações, sempre que tiver ocorrido a alienação em fraude, além dos bens futuros, adquiridos após a constituição da dívida e mesmo após a propositura da execução. Outra forma de dizer exatamente o mesmo é entender-se por “bens presentes” aqueles existentes à época do surgimento da dívida e “bem futuros” todos os que forem adquiridos até a satisfação do direito do credor, salvo os bens alienados nesse período sem fraude. Neves (2015, p. 5.918). 
5.2 – Bens alcançáveis e responsabilidade secundária - 592 e 790 NCPC todos os bens são alcançáveis, com algumas exceções. Em relação ao fiador, o NCPC limita o benefício de ordem a indicação de bens do devedor principal situados na mesma comarca livres e desembargados. 
Registre-se a questão do responsável patrimonial, prevista pelo art. 592 do CPC, que, mesmo não sendo devedor, responde com seus bens pela satisfação da obrigação em juízo. É preciso atentar que, no tocante a pelo menos duas hipóteses de responsabilidade secundária, a questão da legitimidade passiva é totalmente superada pelo próprio art. 568 do CPC, que em seus dois últimos incisos prevê expressamente a legitimidade passiva do fiador judicial e do responsável tributário, sendo ambos sujeitos que não são devedores, mas que respondem com seus bens – na primeira hipótese com bem determinado – pela satisfação da obrigação. A questão, entretanto, remanesce relativamente aos demais responsáveis secundários, em especial aqueles indicados pelo art. 592 do CPC. Neves (2015, p. 5.797). 
Parte da doutrina entende que não se deve considerar o responsável patrimonial como parte na demanda executiva, ainda que sejam seus bens que respondam pela satisfação da obrigação, em interpretação que limita a legitimação passiva da execução aos sujeitos previstos no art. 568 do CPC. Neves (2015, p. 5.801). 
Por esse entendimento, não se devem confundir a legitimidade passiva e a responsabilidade secundária, sendo que o sujeito passivo é o executado, enquanto o responsável não é executado, tão somente ficando seus bens sujeitos à execução. Para outra corrente doutrinária, o legislador indevidamente separou o tema da legitimidade passiva da responsabilidade patrimonial, não se podendo admitir que o sujeito que potencialmente perderá seu bem em virtude da expropriação judicial não seja considerado parte na demanda executiva. Neves (2015, p. 5.801). 
Sendo o sujeito responsável por dívida que não é sua – responsabilidade patrimonial secundária –, é natural que seja considerado parte na demanda executiva, visto que será o maior interessado em apresentar defesa para evitar a expropriação de seu bem. O devedor, que também deverá estar na demanda como litisconsórcio passivo, poderá não ter tanto interesse assim na apresentação da defesa, imaginando que, em razão da propriedade do bem penhorado, naquele momento o maior prejudicado será o responsável secundário e não ele. Neves (2015, p. 5.801). 
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Trata-se de legitimação extraordinária, porque o responsável secundário estará em juízo em nome próprio e na defesa de interesse de outrem, o devedor. Além de extraordinária, parece que tal legitimação permite que os responsáveis secundários sejam demandados já inicialmente, em litisconsórcio inicial com o devedor, em especial quando a própria lei expressamente prevê sua legitimidade, como ocorre com o fiador judicial e o responsável patrimonial. Neves (2015, p. 5.801). 
Caso tal litisconsórcio não seja formado no início da demanda, penhorado o bem de sujeito que até então não participa como parte na demanda judicial, a ciência desse ato processual deverá se realizar por meio de sua citação, o que o integrará à relação jurídica executiva supervenientemente. Neves (2015, p. 5.801). 
Para os responsáveis patrimoniais que não têm sua legitimidade passiva
expressamente prevista em lei, a legitimação extraordinária apresenta uma particularidade interessante, considerando-se que para esses sujeitos ela só surgirá no caso concreto quando ocorrer a efetiva constrição judicial do bem do responsável secundário. Não teria qualquer sentido a citação de todos os sócios da pessoa jurídica se na execução não houver qualquer tipo de constrição judicial, desejada pelo exequente ou efetivamente ocorrida, de bens desses sócios. Há, portanto, uma condição para que a legitimidade extraordinária nesse caso exista: o patrimônio do responsável secundário efetivamente responder no caso concreto pela execução. 
Dessa forma, para que seja demonstrada a legitimação do responsável secundário já com a distribuição da petição inicial (processo autônomo executivo) ou com o protocolo do requerimento (cumprimento de sentença), é imprescindível que o exequente indique nessas peças processuais bens do patrimônio do responsável secundário (art. 475-J, § 3.º, do CPC e art. 652, § 2.º, do CPC), o que justificará sua presença no polo passivo da demanda 43. Por outro lado, essa legitimidade poderá se mostrar no caso concreto supervenientemente, com a efetiva constrição de bem que não pertence ao executado. No momento processual da penhora o responsável secundário é um terceiro, mas sofrendo a constrição judicial deverá ser citado na demanda executiva, passando a integrar o polo passivo como parte. Neves (2015, p. 5.804). 
 
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens: Art. 790. São sujeitos à execução os bens: I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; 
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; II - do sócio, nos termos da lei; II – do sócio, nos termos da lei; III - do devedor, quando em poder de terceiros; III – do devedor, ainda que em poder de terceiros; IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida; 
IV – do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; 
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V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. V – alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; VII – do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. 
5.3 – Bens impenhoráveis – art. 649 CPC e 833 NCPC. Obs. As partes grifadas do art. 833 do NCPC diferem ou foram acrescentadas ao art. 649. 
O art. 649 do CPC prevê o rol dos bens absolutamente impenhoráveis, entendidos como aqueles bens que em nenhuma hipótese responderão pela satisfação da dívida. Apesar de entender o salário e demais vencimentos previstos no art. 649, IV, do CPC como bens absolutamente impenhoráveis, o art. 649, § 2.º, do CPC abre uma exceção no tocante à execução de alimentos, na qual passa a ser admitida a penhora de parcela do salário e demais vencimentos em percentual que possibilite a subsistência do executado-alimentante. Também o art. 649, § 1.º, do CPC abre exceção à regra de impenhorabilidade absoluta ao admitir apenhora em cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem. Sem previsão no Código de Processo Civil, mas na mesma situação está o bem de família, considerado absolutamente impenhorável ainda que excepcionalmente passível de penhora nas hipóteses legais (art. 3.º da Lei 8.009/1990). Neves (2015, p. 5.931). 
Importante consignar que o Superior Tribunal de Justiça já entendeu que, apesar da natureza de ordem pública da impenhorabilidade absoluta, o titular do direito poderia renunciar à proteção legal, salvo na hipótese de bem de família. Significava dizer que, uma vez indicado o bem à penhora, o devedor não poderia posteriormente alegar sua impenhorabilidade. Mas o tema continua muito polêmico. Julgamento recente determina ser irrenunciável a proteção em qualquer hipótese, forte no argumento de preservação da dignidade da pessoa humana, mas em decisão ainda mais recente admitiu-se a renúncia do bem de família. Neves (2015, p. 5.931). 
Na realidade, o Superior Tribunal de Justiça tem restringido a proteção ao bem de família com o objetivo de prevenir fraudes, evitando-se assim prestigiar a má-fé do devedor e permitir o venire contra factum proprio. Dessa forma, a transferência de imóvel que teria o potencial se ser o bem de família do devedor com o objetivo de fraudar a execução faz com que a proteção legal seja afastada. Neves (2015, p. 5.933). 
Apesar de o Superior Tribunal de Justiça entender que a impenhorabilidade absoluta do bem de família é matéria de ordem pública, já decidiu que, uma vez havendo decisão interlocutória pela penhorabilidade do bem, não pode o juiz se retratar desse entendimento e, no julgamento dos embargos à execução, entender pela impenhorabilidade do bem, mormente porque a primeira decisão já havia sido confirmada por agravo de instrumento. 
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No tocante ao bem de família, o Superior Tribunal de Justiça entende que, independentemente do valor do imóvel, a impenhorabilidade será mantida, o que é lamentável e não encontra qualquer justificativa à luz do princípio do patrimônio mínimo e da dignidade humana. Por outro lado, já decidiu que imóvel desocupado pode ser penhorado, ainda que seja o único do devedor. Neves (2015, p. 5.933). 
NCPC Art. 833. São impenhoráveis: 
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; = cláusulas de inalienabilidade (não alienação), bem de família. 
II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; = tem que avaliar bem a bem. 
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; = anel de casamento, gravata com diamantes ou outros itens de alto valor podem ser penhorados. 
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º; = qualquer valor de caráter alimentar, não apenas salário, mas para pagamento de pensão alimentícia pode penhorar. 
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 
VI – o seguro de vida; = se trata do seguro de vida do próprio devedor e não do que ele venha a receber de um dê cujos. 
VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; 
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; 
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; = frutos de projetos, em geral recebido do Estado. 
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; 
XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; 
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. Item a mais que o antigo CPC 
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§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de
dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. – Dívidas do próprio bem 
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529, § 3º. 
§ 2º O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia. 
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. Foi vetado no antigo CPC. 
26/08/2015 
5.4 – Ordem e penhora – pela penhora pode-se ingressar no patrimônio do executado, mas seguindo uma ordem legal dos bens a serem penhorados. Penhora é uma garantia, quando se transfere a posse como garantia de uma dívida e, por isso, na hipótese de obrigação de entregar coisa certa, não é penhora. Exemplo: obrigação de entregar um carro. Esse carro não será penhorado, será apreendido (busca e apreensão). Art. 655 (835 do NCPC). Essa ordem não é obrigatória, não vincula o juiz, mas há o entendimento pacífico da ordem. No NCPC houve uma mudança da ordem destes bens. 
CPC NCPC Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - veículos de via terrestre; 
II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - bens móveis em geral; III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - bens imóveis; IV – veículos de via terrestre; V - navios e aeronaves; V – bens imóveis; VI - ações e quotas de sociedades empresárias; VI – bens móveis em geral; VII - percentual do faturamento de empresa devedora; VII – semoventes; VIII - pedras e metais preciosos; VIII – navios e aeronaves; IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado; 
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
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X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; X – percentual do faturamento de empresa devedora; XI - outros direitos. XI – pedras e metais preciosos; XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII – outros direitos. § 1º Na execução de crédito com garantia hipotecária, pignoratícia ou anticrética, a penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, será também esse intimado da penhora. 
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 
 § 2º Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado. 
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. § 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora. 
6 – Título executivo 
6.1 – Definição – prova legal com eficácia executiva, não tem apenas força cognitiva, pois não visa o convencimento e sim a autorização das medidas satisfativas. Segundo Fred Didier, título executivo é o documento que certifica um ato jurídico normativo, que atribui a alguém um dever de prestar líquido, certo e exigível a que a lei atribui o efeito de autorizar a instauração da atividade executiva. 
Só existe título criado pela lei, sendo inadmissível que as partes, por vontade própria, criem título executivo à margem da previsão legal (nullus titulus sine lege), regra justificada pela gravidade das medidas executivas que podem ser praticadas na execução, em especial os atos de invasão patrimonial e de restrição de direitos. Neves (2015, p. 6.153). 
6.2 – Natureza – para Carnelutti, a natureza do título de crédito é um meio de prova e para Liberman é um ato constitutivo. Essa é a discursão: mera prova de uma obrigação existente ou a constituição de um direito? O título executivo é uma prova de obrigação presumida por força de lei 
6.3 – Requisitos – não são requisitos do título, mas requisitos da obrigação do título. 
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I – Certeza – essa certeza se refere a identificação plena da existência de uma obrigação, ou seja, consegue-se identificar a dívida e sua natureza. Um termo mais apropriado seria clareza e não certeza. É contestável 
II – Liquidez – significa que o valor é conhecido. Obs.: a necessidade de cálculos para apurar o real valor devido não tira a liquidez 
III – Exigibilidade – inexistência de qualquer fator ou circunstância que impeça a obrigação, como por exemplo, a dívida ainda não venceu, prescreveu a obrigação, há uma condição suspensiva que ainda não suplementou, há um recurso suspensivo, etc. 
6.4 – Espécies 
6.4.1. Títulos Judiciais – quando provém de autoridade com força judicial e equiparados, ou seja, feito por um juiz. Art. 475-N (515 NCPC). 
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: 
I - a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; 
II - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
III - a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; 
IV - a sentença arbitral; 
V - o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; 
VI - a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. 
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso. 
6.4.2. Títulos executivos extrajudiciais – independem, para sua formação, da interferência de autoridade judicial, ou seja, feito por terceiros que não o juiz. Art. 585 (784 NCPC). 
Art. 585 - São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos 
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transatores; – contrato de compra e venda ou qualquer contrato feito por instrumento público é um título executivo. 
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; – garantia real, não precisa da assinatura de testemunhas e nem de escritura pública. O seguro de vida, no NCPC, consolidou o entendimento majoritário que só se aplica em caso de morte. 
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como
de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; 
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
§ 1º - A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. 
§ 2º - Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação. 
O título executivo judicial é formado pelo juiz, por meio de atuação jurisdicional, enquanto o título executivo extrajudicial é formado por ato de vontade das partes envolvidas na relação jurídica de direito material (ou somente de uma delas, como excepcionalmente ocorre na certidão da dívida ativa – art. 585, VII, do CPC), sem nenhuma intervenção jurisdicional. Neves (2015, p. 6.151). 
7. Espécie de execução 
7.1. Execução autônoma (propriamente dita) X Cumprimento de sentença – execução autônoma são títulos executivos extrajudiciais. Exemplo: alimentos (que é uma decisão judicial). Exceção: sentença de juiz arbitral (o juiz arbitral não tem poder coercitivo) e sentença condenatória penal (não pode executar na área penal, tem que mover ação civil autônoma). Art. 475-N, II e IV. 
II - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
IV - a sentença arbitral; 
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Há ainda o art. 475-N, parágrafo único, do CPC, que prevê uma especialidade procedimental na execução de três espécies de títulos executivos judiciais: sentença penal condenatória transitada em julgado, homologação de sentença estrangeira e sentença arbitral. Para essas três espécies de títulos executivos judiciais, o legislador prevê a citação do demandado, o que pode levar à equivocada conclusão de que nessas situações estará mantido o processo autônomo de execução com a observação do procedimento comum executivo. Por necessidade material na sentença penal e arbitral e por opção legislativa na homologação de sentença estrangeira, o legislador prevê a necessidade de uma petição inicial e a citação do demandado, o que torna estruturalmente essa execução um processo autônomo. Neves (2015, p. 5.642). 
Ocorre, entretanto, que não é possível aplicar nessas situações o procedimento do processo de execução, sob pena de tornar heterogênea a execução dos títulos judiciais, com a criação de títulos de segunda classe, para os quais a execução tem um procedimento menos favorável ao demandante. Como não parece legítimo nem conveniente tal tratamento heterogêneo, entendo que estruturalmente, com a petição inicial e a citação, estar-se-á diante de um processo autônomo de execução, masque o procedimento a partir da citação do executado passa a ser de cumprimento de sentença. Tem-se assim estruturalmente um processo e procedimentalmente um cumprimento de sentença. Neves (2015, p. 5.643). 
Cumprimento de sentença é uma fase do processo, é a continuação do processo de conhecimento, assim, este provém de títulos executivos judiciais. 
02/09/2015 
7.2. Definitiva X Provisória – a execução definitiva não está sujeita a revisão, assim como um título executivo extrajudicial não se sujeita a uma análise cognitiva devido ao seu tipo ou porque essa fase já se exauriu (título executivo judicial). A execução provisória é aquela que se funda em título executivo judicial pendente de recurso sem efeito suspensivo, (sujeito a revisão). Excepcionalmente, uma execução definitiva pode se converter em provisória quando o devedor interpõe embargos à execução que são julgados improcedentes, mas tornam-se pendentes de apelação. Exemplo: cheque não precisa passar por etapa cognitiva (no período em que tem as atribuições de título executivo), mas pode ser questionado por uma ação autónoma, o embargo à execução, que pode suspender a execução. 
8. Execução provisória 
8.1. Conceito – toda execução fundada em título executivo judicial pendente de recursos sem efeito suspensivo e, excepcionalmente a execução definitiva embargada pelo devedor cujos embargos foram julgados improcedentes ou extintos sem resolução de mérito, mas encontram-se sob análise em apelação sem efeito suspensivo. 
Art. 520 - A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: 
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I - homologar a divisão ou a demarcação; 
II - condenar à prestação de alimentos; 
III - julgar a liquidação de sentença; 
8.2. Conteúdo – se o título ou obrigação ainda está em discussão, (sobre o principal não há discussão), mas um acessório como, por exemplo, uma multa ou honorários advocatícios. Art. 475-O regulamenta a execução provisória e deve ser feita nos mesmos termos da definitiva. Com base neste, a doutrina e jurisprudência diz que o conteúdo da execução provisória é o principal + multa + honorários. No novo CPC, este entendimento doutrinário virou lei, art. 5202, § 2° NCPC. 
8.3. Responsabilidade (objetiva) do exequente – 475-O, I (NCPC 520, I). 
Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: 
I - corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; 
8.4. Caução - toda vez que a medida executiva puder causar dano ao executado, se obriga a prestar caução, art. 475-O, III, (rol exemplificativo). 
III - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
8.5. Dispensa da caução – 475-O, § 2°, I – crédito de natureza alimentar que não seja decorrente de ação de alimentos, dispensa a demonstração de situação de necessidade, esta é 
 
2 Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525. § 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3º Se o executado comparecer tempestivamente
e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. 
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presumida. Crédito de natureza alimentar é gênero com várias espécies como: honorários, alimentos, salário, etc. no caso de alimentos não é preciso demonstrar a necessidade. 
§ 2º A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada: 
I - quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exequente demonstrar situação de necessidade; 
8.6. Formação dos autos – formar autos provisórios por meio de cópias de sentença (quando escrito) e quando digital salva os arquivos. Não se trata de ação nova, é dependente da ação principal. 
9. Cumprimento de sentença 
9.1. Conceito - é a fase satisfativa do processo sincrético iniciada por petição intermediária, ou seja, não é petição inicial. Assim, não tem citação, mas tem intimação. 
9.2. Espécies – os tipos de cumprimento de sentença dependem da obrigação do título, obrigação de fazer ou não fazer (art. 461, tutela específica é a obrigação pleiteada, NCPC 536), obrigação de entregar coisa certa e obrigação de pagar quantia certa. 
9.3. Cumprimento de sentença fundado em obrigação de fazer ou não fazer – pode ser de ofício3. 
9.3.1. É comum que o prazo seja concedido na própria sentença. Se o juiz não fixou o prazo, pode ingressar com o cumprimento de sentença numa petição simples. Pedir a adoção de mediadas como astreintes, multa cominatória. 
9.3.2. Intimação – não é necessariamente a intimação do cumprimento de sentença, é a intimação da sentença, após a intimação começa a correr o prazo. Essa intimação tem que ser pessoal, do devedor, não através do advogado, senão não gera a multa (sumula 410 STJ). Obs. Na obrigação de não fazer é comum o juiz não fixar multa. 
Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: 
 
3 Questão da prova: “Nos termos do CPC, é possível de ofício a conversão da tutela específica de obrigação de fazer ou de não fazer em perdas e danos? Justifique e, caso positivo, aponte as hipóteses e seus fundamentos. Observação feita na correção da prova: Segundo o § 1° do art. 461, há duas possibilidades de converter em perdas e danos uma obrigação de fazer ou não fazer: (1) a parte deve requerer, (2) o juiz pode determinar a conversão de ofício nos casos previstos no artigo. Art. 461 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. § 1º - A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
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I - corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; 
II - fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento; 
III - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
§ 1º No caso do inciso II deste artigo, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução. 
§ 2º A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada: 
I - quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exequente demonstrar situação de necessidade; 
II - nos casos de execução provisória em que penda agravo perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação. 
§ 3º ao requerer a execução provisória, o exequente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes peças do processo, podendo o advogado declarar a autenticidade, sob sua responsabilidade pessoal: 
I - sentença ou acórdão exequendo; 
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; 
III - procurações outorgadas pelas partes; 
IV - decisão de habilitação, se for o caso; 
V - facultativamente, outras peças processuais que o exequente considere necessárias. 
09/09/2015 
9.3.3. Astreinte e conversão em perdas e danos – multa cominatória4 que pode ser diária, semanal, etc. a depender de como a obrigação possa ser cumprida. Exemplo: uma situação que só ocorre uma vez por mês, não pode ter uma multa que seja diária. A astreinte é fixada com base no valor da causa. O principal objetivo ou padrão desta multa não é o prejuízo do lesado, mas o grau de coerção necessária parar obrigar. O juiz levará em conta a capacidade financeira do devedor e o custo para cumprir a obrigação. O juiz pode modificar esta multa a 
 
4 Obs. É diferente da cláusula penal inserida em contratos. A multa não tem caráter indenizativo. 
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 Notas de aulas André Teles 
 
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qualquer tempo para mais ou para menos. Também levará em conta o princípio da onerosidade excessiva para o devedor e a urgência do pedido. A aplicação da multa considerará o prazo em que a obrigação deveria ser cumprida, ou seja, não será indefinido. 
Se a obrigação se tornou inexequível é possível que o juiz a converta em perdas e danos, ou se a multa se tornou excessivamente onerosa, mas o valor da multa devido até então tem que ser pago. 
9.4. Fundado em obrigação de entregar – fixará o prazo para entrega 
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. 
9.4.1. Intimação – aplica-se a súmula 410, por oficial de justiça, ou seja, intimação pessoal para se tornar eficaz e exequível a intimação. 
9.4.2. Prazo – art. 461-A – na própria sentença deverá ser fixado o prazo, mas se não for, pode-se sugerir, no pedido de cumprimento de sentença que este prazo seja fixado. 
9.4.3. Individualização da coisa – quando a escolha couber ao devedor, e ele a fazendo, ou seja, individualizando a dívida, mas não cumpre a entrega dentro do prazo, o devedor perde o direito de escolha e este passa para o credor. Art. 461-A § 1° 
§ 1º - Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. 
9.4.4. Medida coercitiva constritiva – não fixa multa, há a medida de mandado de busca e apreensão para bens móveis ou imissão na posse para bens imóveis. Art. 461-A § 2° 
§
2º - não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. 
§ 3º - Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1º a 6º do art. 461. 
9.4.5. Conversão em perdas e danos – se o bem tiver se perdido, ou não for encontrado, será convertido em perdas e danos, não apura culpa, pois o devedor em mora responde pela perda da coisa. Obs. Nesta situação não é analisado o princípio da onerosidade excessiva, já que se trata de entrega de coisa certa. 
23/09/2015 
9.5. Fundado em obrigação de pagar quantia certa – dinheiro - art. 475-J (523 NCPC) 
9.5.1. Conteúdo – exemplo: sentença que condenou a pagar R$10.000,00 mais custas de sucumbência (R$3.500,00) mais 10% de honorários advocatícios. (Obs. Juros legais são 1% (de reposição)) 
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 Notas de aulas André Teles 
 
26 
I – Principal – R$10.000,00 que corresponde a condenação mais juros 
II – Sucumbência – será pedido a restituição das custas (que foram pagas), honorários 
III – Multa – o prazo de 15 dias especificado no artigo não esclarece a partir de quando começa a contar o prazo, a jurisprudência majoritária (hoje, pois no NCPC é expresso) é pacificado que conta a partir da data da intimação, já que a obrigação é a vista, não cumprido já entra em mora ... (Interpelação em mora) 
Exemplo: custas do processo: R$912,00 + R$93,00 da citação = R$1.005,00. Acrescentando R$1.000,00 de honorários dá o total de R$2.005,00. Portanto a multa vai incidir sobre R$12.005,00 (R$2005,00 + R$10.000,00 (valor da causa) = R$12.005,00) 
IV – Honorários do cumprimento – apenas no NCPC, se não pagar dentro do prazo, pagará também honorário (art. 523 § 1° do NCPC). Obs.: pagando no prazo dos 15 dias, além de não pagar a multa, também não pagará os honorários. No CPC atual há discussão sobre se deve ou não pagar honorários. 
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. 
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. 
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. 
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. 
9.5.2. Requisitos de peticionamento – art. 475-J § 3° não especifica quais os requisitos, mas na prática terá que: indicar valor, ter sentença, fazer planilha de cálculo, etc. O NCPC no art. 524 é detalhado neste sentido. 
Obs. Valor máximo impenhorável de poupança é de 40 salários mínimos, o que ultrapassar este valor pode ser penhorado. 
9.5.3. Prazo para impugnação – possibilidade de defesa da parte. São 15 dias a partir da intimação, ou seja, é um prazo em comum com o prazo para pagar (ou paga ou impugna). Pelo § 1° alguns entendem assim, prazo comum, mas outros não. O NCPC traz o prazo como sucessivo no art. 523 § 3°, mas isto não torna o prazo 30 dias, pois são prazos contados separadamente logo, não são 30 dias ininterruptos. 
9.5.4. Cumprimento espontâneo antecedente – NCPC art. 526, também tem que apresentar memória de cálculo. Isto já é aplicado atualmente, mas não consta no atual CPC. 
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 Notas de aulas André Teles 
 
27 
Para prova: Título executivo (CPC 475N e 585), impenhorabilidade, diferença entre execução provisória e definitiva, ponto 9.5.1 menos o inciso II (comprovantes demonstrativos de cálculo). Questões abertas: legitimidade, competência, execução provisória e cumprimento fundado em obrigação de fazer e não fazer (FCC) 
Fim da V1 
07/10/2015 
Entrega e correção da prova 
14/10/2015 - início da V2 
9.6. Cumprimento de alimentos – art. 732. É uma execução autônoma no atual CPC, ou seja, não faz parte do sincretismo. No NCPC isto mudou art. 528. 
Art. 732 - A execução de sentença, que condena ao pagamento de prestação alimentícia, far-se-á conforme o disposto no Capítulo IV deste Título. 
Parágrafo único - Recaindo a penhora em dinheiro, o oferecimento de embargos não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. 
9.6.1. Prazo – três dias, mas pode justificar a situação, que não será qualquer desculpa como desemprego, não tem sido aceito, conforme o parágrafo 2°. É também neste prazo que pode fazer a impugnação. 
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. 
9.6.2. Medidas coercitivas 
a) protesto de ofício feito pelo juiz (declaração pública e solene da impontualidade do devedor) - § 1º Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. 
b) prisão civil (para as prestações vencidas) - § 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. 
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. 
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 Notas de aulas André Teles 
 
28 
§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. 
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. 
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. 
c) desconto em folha (para as prestações presentes e futuras), pode ser cumulado com a prisão. 
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. 
§ 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. 
§ 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. 
§ 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. 
d) penhora - Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes. 
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. 
e) intimar o MP sobre crime - Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado,
o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. 
9.7. Defesa ao cumprimento: impugnação – parecida com a contestação, mas não tem a mesma natureza jurídica, pois esta é do processo de conhecimento. Após a impugnação a parte exequente será intimada para dar resposta e depois o juiz julga. 475-L. 
9.7.1. Natureza jurídica – há discursão: é um incidente processual de defesa (posição majoritária) ou é uma ação incidental 
9.7.2. Matéria/objeto - Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: 
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 Notas de aulas André Teles 
 
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I - Falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; 
II - Inexigibilidade do título; (correto é da obrigação). Não está vencido, está pendente de recurso com efeito suspensivo, etc. 
III - penhora incorreta ou avaliação errônea; o bem é de família, houve erro de avaliação (por exemplo: custa 25 e foi avaliado por 10), excesso de penhora. 
IV - Ilegitimidade das partes; 
V - Excesso de execução; valor pedido na execução é superior ao valor devido. Obs.: não se trata do valor da sentença que esteja errado, pois cabe recurso, mas sim do valor da execução. 
VI - qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença. Tudo isso desde que tenha ocorrido depois da sentença, pois se ocorreu antes, deveria ter entrado com recurso logo ao invés de esperar a sentença. O STJ admite arguir o direito de retenção por benfeitoria, mas no processo de conhecimento 
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. Não declara a inconstitucionalidade, desde que seja interpretada de determinada forma. 
§ 2º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior a resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação. O valor incontroverso deverá ser pago de imediato. 
9.7.3. Prazo – são quinze dias da intimação para pagar e não pagando, depois que sair o mandado de penhora (que pode demorar), tem mais 15 dias para fazer a impugnação. Todavia, não são 30 dias, pois contam a partir de momentos diferentes. Art. 475-J 
Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. 
§ 1º Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias. 
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 Notas de aulas André Teles 
 
30 
§ 2º Caso o oficial de justiça não possa proceder à avaliação, por depender de conhecimentos especializados, o juiz, de imediato, nomeará avaliador, assinando-lhe breve prazo para a entrega do laudo. 
28/10/2015 
9.7.4. Garantia do juízo – para se valer dos meios de defesa (embargos à execução) é preciso garantir o juízo. O executado, para oferecer impugnação, precisa apresentar garantia, como penhora, depósito de valor, etc., sob pena de a impugnação não ser conhecida (observada). Esse é um entendimento jurisprudencial pacífico. 
9.7.5. Efeitos – em regra não suspende a execução, art. 475-M, podendo esta ser afastada por caucionamento. Obs.: a parte tem que requerer 
Art. 475-M. A impugnação não terá efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. 
§ 1º Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
§ 2º Deferido efeito suspensivo, a impugnação será instruída e decidida nos próprios autos e, caso contrário, em autos apartados. 
§ 3º A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá apelação. 
9.7.6. Manifestação do exequente e julgamento – o juiz vai determinar a manifestação da parte, como se fosse uma réplica. 
10. Execução em espécie (autônoma) 
10.1. Cabimento – títulos executivos extrajudiciais e alguns títulos judiciais como sentença de alimentos (no CPC de hoje), sentença arbitral, sentença condenatória penal. Assim, o cabimento se dá quando não há um processo civil anterior em que se possa prosseguir para haver a satisfação da lide. Isto evita a confusão se o título é judicial ou extrajudicial. Obs.: exceção é alimentos 
10.2. Condições da ação – legitimidade, possibilidade e interesse de agir. Se não houver necessidade comprovada, não há interesse de agir. 
Art. 614 - Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial: 
I - Com o título executivo extrajudicial; (entenda os mencionados acima) 
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 Notas de aulas André Teles 
 
31 
II - Com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; 480 
III - com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (art. 572). 
10.3. Competência – será o juízo que prolatou a sentença, mas na execução autônoma vale a regra geral, ou seja, a competência material 
10.4. Requisitos da inicial – aplica o art. 282 na íntegra, com algumas alterações incluindo o art. 614 e 615. É necessária uma petição inicial, já que não havia ação anterior, em geral não promove delação probatória. 
Art. 614 - Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial: 
I - Com o título executivo extrajudicial; - também quando se tratar de arbitragem ou sentença penal 
II - Com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; 
III - com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (art. 572). Em geral se trata de data fixa. Se refere a termo suspensivo 
Art. 615 - Cumpre ainda ao credor: 
I - indicar a espécie de execução que prefere, quando por mais de um modo pode ser efetuada; exemplo: alimentos, pelo art. 732 ou por quantia certa. outro exemplo é o art. 474, pode exigir o cumprimento ou extinguir 
II - Requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, ou anticrético, ou usufrutuário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou usufruto; 
III - pleitear medidas acautelatórias urgentes; 
IV - Provar que adimpliu a contraprestação, que lhe corresponde, ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do credor. 
10.5 Emenda – é possível, inclusive de ofício 
Art. 616 - Verificando o juiz que a petição inicial está incompleta, ou não se acha acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, determinará que o credor a corrija, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de ser indeferida. 
10.6. Efeitos da execução – negativa o nome no SERASA automaticamente

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