Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA MECANISMOS DE PATOGENICIDADE BACTERIANA Goiânia 2014 OBJETIVOS Identificar as principais portas de entrada Explicar como os microrganismos (Mos) aderem às células do hospedeiro Explicar como as cápsulas e os componentes da Parede Celular contribuem para a patogenicidade Comparar a natureza e os efeitos das exotoxinas e endotoxinas INTRODUÇÃO A maioria dos patógenos deve obter acesso ao hospedeiro aderência penetração lesão dos tecidos do hospedeiro doença Alguns Mos não causam doença A doença é devida ao acúmulo de subprodutos tóxicos microbianos PORTAS DE ENTRADA Membranas mucosas Pele Via parenteral PORTAS DE ENTRADA Membranas mucosas Revestem o trato: respiratório porta de entrada + fácil (nariz, boca) resfriado, tuberculose, pneumonia, sarampo, varicela gastrointestinal alimento, água, dedos contaminados poliomielite, hepatite A, febre tifóide, disenteria amebiana geniturinário contraídos sexualmente verrugas genitais, sífilis, cancro, herpes, clamídias, HIV PORTAS DE ENTRADA Pele Um dos maiores órgãos do corpo em termos de superfície A pele íntegra é impenetrável para a maioria dos Mos Alguns Mos obtêm acesso ao corpo através de aberturas na pele como: folículos pilosos ductos de glândulas sudoríparas Necator americanus perfuram a pele intacta PORTAS DE ENTRADA Via Parenteral Mos depositados diretamente nos tecidos sob a pele ou nas membranas mucosas quando estas barreiras são penetradas ou lesadas Punções Injeções Picadas Cortes Ferimentos Cirurgias Podem todos estabelecer vias parenterais INTERAÇÃO PARASITA - HOSPEDEIRO Definições: Simbiose relação mutualmente vantajosa, na qual, dois ou mais organismos diferentes são beneficiados por esta associação (dependnecia). Comensalismo Um dos organismos recebe benefícios e o outro não é afetado Mutualismo cada organismo recebe benefícios da associação (não dependentes). Parasitismo um organismo vive sobre ou dentro de um outro organismo Antagonismo Microbiano Competição: Nutrientes, pH, O2, Bacteriocinas Patogenicidade - capacidade de produzir doença; Virulência - capacidade patogênica de um microrganismo, medida pela mortalidade que ele produz e/ou por sua invasividade. Invasividade - capacidade de penetrar e se estabelecer nos tecidos do hospedeiro; Toxigenicidade - capacidade de produzir toxinas; Infecção - invasão ou colonização do corpo por Mos patogênicos Doença - quando a infecção resulta em qualquer alteração de um estado de saúde INTERAÇÃO PARASITA - HOSPEDEIRO ADESÃO INVASÃO MULTIPLICAÇÃO DISSEMINAÇÃO INFECÇÃO COLONIZAÇÃO DOENÇA MICRORGANISMO Hospedeiro Fatores atenuantes idade ( competência imunológica) integridade das barreiras naturais estado nutricional uso de antimicrobianos, de drogas imunossupressoras presença de doença de base hábitos gravidez As bactérias tornaram-se patogênicas aos eucariotos devido a vários fatores Taxa de crescimento excede a da maioria dos eucariotos São mais versáteis que eucariotas na utilização de substratos e na biossíntese As bactérias tornaram-se patogênicas aos eucariotos devido a vários fatores ↑ taxa de mutação das bactérias (grande tamanho das populações) combinada com o ↓ tempo de geração (± 30`) rápida seleção de linhagens e espécies mais bem adaptadas São mais resistentes a componentes tóxicos do ambiente que os eucariotos, quando as principais barreiras (pele e mucosas) são rompidas ADERÊNCIA Fixação do patógeno aos tecidos do hospedeiro Adesinas Moléculas de superfície que unem a receptores Podem estar localizadas no glicocálice do Mo ou em outras estruturas como as fímbrias São glicoprotéinas ou lipoproteínas, fímbrias, fibrilas, glicocálice; Receptores: açúcares (a) As moléculas de superfície em um patógeno, denominadas adesinas ou ligantes, ligam-se especificamente a receptores de superfície complementares no hospedeiro (b) Adesão seletiva de uma cepa patogênica de E. coli ao tecido intestinal (c) Bactéria aderindo à pele Streptococus mutans e Actinomyces sp, e dextrana (derivado da sacarose, convertido pelo S mutans) compõem a placa bacteriana nos dentes -Cárie A cápsula é composta por polissacarídios e poliproteínas. Desempenham funções na aderência, virulência, proteção, captura de nutrientes e reconhecimento intercelular. Resiste às defesas do hospedeiro impedindo a fagocitose, Impede a célula fagocítica de aderir à bactéria Streptococcus pneumoniae, Hemophilus influenzae pneumonia e meningite em crianças. Cápsula Componentes da Parede Celular Contêm certas substâncias químicas que contribuem para a virulência Proteína M resistente ao calor e ácido Streptococcus pyogenes. LPS (Ag O) superantígeno (Salmonella, sp) Ceras PC ↑ virulência, resistindo à digestão pelas células fagocíticas Mycobacterium tuberculosis Parede Celular ENZIMAS EXTRACELULARES Leucocidinas: destroem neutrófilos, leucócitos, macrófagos impedindo a fagocitose degradam lisossomos dentro dos leucócitos, causando sua morte estafilococos e estreptococos Hemolisinas: lisam hemácias estafilococos, C. perfringens Coagulases: promovem a formação de coágulos, que protegem a bactéria da fagocitose gênero Staphylococcus Streptoolisinas: lisam hemácias Streptococcus beta hemolítico ENZIMAS Quinases: dissolvem coágulos formados para isolar a infecção (fibrinolisina- estreptoquinase; estafiloquinase) Hialuronidases: hidrolisam o ácido hialurônico (polissacarídeo que mantém unidas certas células do corpo), facilitando a disseminação bacteriana estreptococos Colagenases: rompem o colágeno, promovendo a disseminação espécies de Clostridium FATORES DE INVASÃO Invasinas: proteínas de superfície bacterianas que interagem com as proteínas celulares do hospedeiro, induzindo fagocitose pela cel. Flagelos: constituídos de flagelina, conferem motilidade à célula, permitindo a invasão e também a disseminação e a evasão Flagelo motilidade aderência propriedade antigênica – Ag H Escherichia coli Proteus mirabilis Flagelo Crescimento em véu – Proteus sp COMO OS PATÓGENOS BACTERIANOS LESAM AS CÉLULAS DO HOSPEDEIRO 3 formas básicas: Causando lesão direta às vizinhanças imediatas da invasão Produzindo toxinas, transportadas pelo sangue e linfa, que lesam locais distantes do ponto original de invasão Induzindo reações de hipersensibilidade Fímbria e Pili Fímbria • menor • distribuição homogênea • aderência Pili • maior • 1 a 2 por célula • aderência • transferência de material genético Fímbrias Mecanismos bacterianos de patogenicidade Mecanismos bacterianos de patogenicidade TOXINAS Danificam, inativam ou destroem um ou mais componentes vitais das células do hospedeiro São responsáveis pelamaior parte dos sintomas nas infecções bacterianas Provocam, geralmente, febre, choque, inflamação, etc Podem ser: endotoxinas (LPS, - Lipídio A), exotoxinas (A-B, proteolíticas, formadora de poros) enterotoxinas, neurotoxinas, citotoxinas ENDOTOXINAS Constituintes da PC de bactérias Gram -, LPS - Lipídio A Mecanismo de ação - liberadas in vivo durante lise celular ou durante o processo de multiplicação celular. febre, calafrios, fraqueza, dores generalizadas, ENDOTOXINA - FEBRE Um macrófago ingere uma bactéria Gram-negativa A bactéria é degradada em um vacúolo, liberando endotoxinas que induzem o macrófago a produzir IL-1 A IL-1 é liberada pelo macrófago na corrente sanguínea, através da qual ela viaja até o hipotálamo, no cérebro A IL-1 induz o hipotálamo a produzir prostaglandinas, que reajustam “termostato” corporal para uma temperatura mais elevada, produzindo febre macrófago núcleo bactéria endotoxina IL-1 vacúolo Vaso sanguíneo Hipotálamo cerebral prostaglandina Glândula pituitária Febre ENDOTOXINA - LPS Choque Séptico; Aborto; Coagulação Intravascular Disseminada; Morte; EXOTOXINAS Substâncias tóxicas produzidas no interior das bactérias e excretadas para o meio exterior - Proteínas. Genes codificados por plasmídeos ou fagos. Gram (+) e Gram (-) Citotoxinas: matam as células do hospedeiro ou afetam suas funções Neurotoxinas: interferem com a transmissão normal de impulsos nervosos Enterotoxinas: afetam as células que revestem o TGI Mecanismo de ação - depende da toxina EXOTOXINAS TOXÓIDES Antitoxinas anticorpos produzidos pelo corpo que fornecem imunidade às exotoxinas Inativadas: calor ou formaldeído, iodo ou outras substâncias químicas Não causam + doença mas ainda estimulam o corpo a produzir antitoxinas TOXÓIDES Moléculas não tóxicas capazes de elicitar a resposta imune do hospedeiro. Criadas como uma tentativa no tratamento das doenças causadas por toxinas, sendo chamadas de vacinas (tétano e difteria). Fonte bacteriana Localização Natureza química Habilidade em formar um toxóide Estabilidade no calor Mecanismo Toxicidade COMPARAÇÃO ENTRE EXOTOXINA E ENDOTOXINA Propriedades Exotoxinas Endotoxinas Gram-positivas e Gram- negativas Somente em Gram-negativas Proteína Lipopolissacarídeo Geralmente Não Estáveis no calor Geralmente são inativadas pelo calor Sintetizadas no citoplasma; podem ou não ser secretadas Componente da membrana externa Um mecanismo tóxico distinto para cada um Geralmente são muito tóxicas Não muito tóxicas Resposta imune inativa, resposta sistemática conduz para febre, coagulação intravenosa disseminada Interação Parasita - Hospedeiro Doença sp atividade da toxina Botulismo C. botulinum Neurotoxina, paralisia Cólera V. cholerae Perda de fluidos, vômitos Intox. alimentar estafilocócica S. aureus Náuseas, vômitos, Diarréia Difteria C. diphteriae Citotoxina, Paralisia, cardiopatias Disenteria bacilar S. dysenteriae Neuropatias, diarreia Tétano C. tetani Neurotoxina – contração espasmódica Escarlatina S. pyogenes Exantema Coqueluche B. pertussis Tosse paroxísmica, vômito OBRIGADO
Compartilhar