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Nutrição Bacteriana Prof. Mauro Mesquita Goiânia 2014 NUTRIÇÃO • Definição: provimento de substâncias nutritivas para o crescimento dos microrganismos; • Crescimento: aumento do número de indivíduos de uma população; • Composição da célula: H2O: 80% (maioria das reações químicas celulares); Macromoléculas (proteínas, ác. nucleicos, lipídeos, polissacarídeos) Aa., açúcares, nucleotídeos e precursores Íons inorgânicos: C, H, O, N e outros funcionalmente importantes: P, S, Ca, Mg, Fe, Zn, Mn, Co... NUTRIÇÃO • As exigências para o crescimento podem ser agrupadas em Físicas e Químicas; Físicas: temperatura, pH, pressão osmótica; Químicas: água, fontes de carbono e nitrogênio, minerais, oxigênio e fatores de crescimento NUTRIÇÃO • Exigências físicas: Temperatura: mínima, ótima e máxima de crescimento Psicrófilos: mo. deteriorantes; Mesófilos: maioria dos patogênicos, deteriorantes; Termófilos: endosporos, não patogênicos Mínima Ótima Máxima Psicrófilos -10 15 20 Psicrotróficos 0 20 30 Mesófilos 10 25 – 40 50 Termófilos 40 50 - 60 75 Hipertermófilos 65 80 110 Exemplos Mo Psicrófilos e psicrotróficos Os microrganismos psicrófilos e psicrotróficos multiplicam-se bem em ambientes refrigerados, sendo os principais agentes de deterioração de carnes, pescado, ovos, frangos e outros. Nesse grupo podem ser incluídos os seguintes gêneros: Pseudomonas, Alcaligenes, Flavobacterium, MIcrococcus e outros Ao primeiro grupo pertencem as espécies Enterobacter cloacae, Yersinia enterocolitica e Hafnia alvei, Ao segundo grupo: Pseudomonas fragi e Aeromonas hydrophyla. Exemplos Mo mesófilos • São aqueles que têm a temperatura ótima de multiplicação entre 25°C e 40°C, mínima entre 5°C e 25°C, e máxima entre 40°C e 50°C. Os microrganismos mesófilos correspondem à grande maioria daqueles de importância em alimentos, inclusive a maior parte dos patógenos de interesse. Exemplos Mo termófilos • São aqueles que têm temperatura ótima de multiplicação entre 45°C e 65°C, mínima de 35°C e 45°C, e máxima entre 60°C e 90°C. A maioria das bactérias termófilas importantes em alimentos pertence aos gêneros: • Bacillus e Clostridium, incluindo as espécies deterioradoras (Bacillus coagulans, Clostridium thermosaccharolyticum), quanto espécies patogênicas (Clostridium botulinum, Clostridium perfringens). NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO pH A maioria das bactérias prefere pH entre 6.5 e 7.5 para crescimento. pH • Bactérias neutrófilas • crescem em faixas de pH entre 5,4 a 8,5. • A maioria das bactérias apresenta um crescimento ótimo em ambientes cujo pH se aproxima da neutralidade. A maioria das bactérias patogênicas está incluída nessa categoria. • Bactérias acidófilas • Bactérias acidófilas crescem em faixas de pH extremamente baixos, entre 0,1 e 5,4, como a bactéria Helicobacter pylori que pode colonizar a parede estomacal. • Algumas bactérias reduzem enxofre a ácido sulfúrico podem gerar e tolerar condições em torno de pH 1. • Bactérias alcalinófilas • Bactérias alcalinófilas crescem em faixas de pH entre 8,5 e 11,5. • A bactéria Vibrio cholerae apresenta um crescimento ótimo em pH 9. • A bactéria oportunista Alcaligenes faecalis pode criar e tolerar condições alcalinas com pH 9 ou maior. NUTRIÇÃO Pressão osmótica – os mo. são sensíveis a ambientes hipertônicos e hipotônicos. A adição de sais ou outros solutos (açúcar) pode ser usada para preservar alimentos. Halófilos – mo. resistentes a concentrações elevadas de sal; Osmófilos – mo. resistentes a concentrações elevadas de açúcar NUTRIÇÃO • Exigências químicas: Água – 80 a 90% da célula. Obtém nutrientes em solução; Carbono – um dos mais importantes elementos necessários à vida dos mo. Metade do peso seco das bactérias. Obtido a partir de matéria orgânica (proteínas, carboidratos e lipídios) ou inorgânica (CO2); Nitrogênio – componente primário dos aa. das proteínas. Pode ser obtido a partir da decomposição proteica, de amônia (matéria orgânica), de nitratos e N2 gasoso; NUTRIÇÃO OXIGÊNIO – gás tóxico. Combinado com H = H2O – essencial à vida. Aeróbios estritos – produzem mais energia a partir de nutrientes do que anaeróbios; Anaeróbios facultativos – crescem na presença ou ausência de O2; Anaeróbios estritos – o oxigênio é tóxico; Aerotolerantes – crescimento anaeróbico, mesmo na presença de O2 Microaerófilos – crescimento aeróbico, O2 em baixas concentrações NUTRIÇÃO • Bactérias aeróbicas estritas crescem apenas onde há disponibilidade de oxigênio, como por exemplo, as bactérias do gênero Pseudomonas. • Bactérias microaerófilas requerem uma quantidade reduzida de oxigênio; altas concentrações de oxigênio lhes são tóxicas. • As bactérias microaerófilas sobrevivem em ambientes com alta concentração de dióxido de carbono e baixas concentrações de oxigênio, como por exemplo, as bactérias do gênero Campylobacter. • Bactérias anaeróbicas facultativas utilizam oxigênio em seu metabolismo energético, mas também podem crescer na ausência de oxigênio. • As bactérias Escherichia coli e espécies de Staphylococcus são encontradas no trato intestinal e urinário onde há pouca disponibilidade de oxigênio. • Todas as bactérias pertencentes à família Enterobacteriaceae são anaeróbicas facultativas. • Bactérias anaeróbicas aerotolerantes suportam a presença de oxigênio, sem utilizá-lo em seu metabolismo. Por exemplo, a bactéria Lactobacillus acidophillus. produzem ác. lático como produto da fermentação de carboidratos; • Bactérias anaeróbicas estritas não crescem na presença de oxigênio que lhes é tóxico. • A maioria das espécies anaeróbicas estritas é encontrada no solo ou em micro-ambientes em organismos animais que tenham se tornado anaeróbicos, como ferimentos profundos ou a junção das gengivas com os dentes. São exemplos de organismos anaeróbicos estritos as bactérias do solo Clostridium tetani (causadora do tétano), Clostridium botulinum (causadora do botulismo) e as bactérias associadas com doenças periodontais, como Porphiromonas gengivallis e Prevotella intermedia. A grande maioria das bactérias associadas aos intestinos de animais são anaeróbicas estritas. NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO Enxofre – usado na síntese de aa. e vitaminas (tiamina e biotina). Obtido a partir de íon sulfato (SO -4), H2S e aa. contendo S; Fósforo – essencial na síntese de ác. nucleicos e fosfolípides. Obtido a partir de íon fosfato (PO4); Potássio - ativação de enzimas envolvidas na síntese proteica; Magnésio - estabilização de ribossomos, membranas celulares e ác. nucleicos e ação de várias enzimas envolvendo transferência de fosfatos; Cálcio – cofatores de enzimas; estabilização da parede microbiana e importante na resistência de esporos ao calor; Outros elementos – Fe, Cu, Mb, Zn. Essenciais à eficácia de enzimas. NUTRIÇÃO Fatores de crescimento – compostos orgânicos essenciais não sintetizados por mo.: vitaminas e bases nitrogenadas (purinas e pirimidinas) CRESCIMENTO • Aumento do número de indivíduos de uma população • Meios de cultura: material nutritivo preparado em laboratório para o crescimento de microrganismos: líquido, sólido e semi-sólido CRESCIMENTO Meios de cultura Quanto à consistência Líquido – BHI (bnf) - strepto Semi-sólido – SIM (SS) – sulfeto, Indol, motilidade Sólido – A. Sangue Quanto à função Enriquecimento– BHI, AS Seletivo- A. Mc Conkey, A. EMB Diferencial – AS, AMC Manutenção – A. Nutriente Quanto à natureza Animados – Cultura de céls. Natural- leite Inanimados Sintéticos-AMC Semi-sintéticos-AS Meios de Cultura Meios de Cultura CRESCIMENTO • Divisão celular: fissão binária CRESCIMENTO • Tempo de geração: tempo gasto para cada divisão celular. Dependente das condições de crescimento. Variável entre as sps., média = 1 a 3 h E. coli – 20 minutos; S. aureus – 30 minutos; M. tuberculosis – 18 horas; T. pallidum – 33 horas CRESCIMENTO • Fase lag – não ocorre aumento populacional. As células se adaptam ao meio. Período de atividade metabólica envolvendo síntese de DNA e enzimas; • Fase log – crescimento exponencial de células, reprodução ativa, tempo mínimo de geração, maior atividade metabólica. Maior sensibilidade a condições adversas; • Fase estacionária – atividade metabólica diminui, taxa de crescimento = taxa de morte. Exaustão de nutrientes, acúmulo de excretas, variação no pH; • Fase de declínio – o no de mortes excede o no de novas células CRESCIMENTO • Curva de crescimento – 4 fases: lag, log, estacionária e de declínio; METABOLISMO • Reações químicas que ocorrem nas células, favorecidas e reguladas por enzimas. • Enzimas: catalisadores orgânicos – aceleram as reações bioquímicas. Específicas para seus substratos (podem se ligar a mais de um substrato). • Co-fatores – íons minerais (Mg, Ca, Fe), ativação enzimática • Coenzimas – vitaminas • As enzimas são influenciadas por fatores como: pH e temperatura – desnaturação Metais pesados – Pb, Zn, Hg, As METABOLISMO • METABOLISMO CELULAR - Catabolismo e Anabolismo. Catabolismo –- conjunto de processos de degradação de moléculas e nutrientes que liberam energia. As reações catabólicas fornecem energia para as reações anabólicas ou biossintéticas. Anabolismo conjunto de processos biossintéticos que requerem energia e que forma os componentes celulares a partir de moléculas menores: os nutrientes. Energia – essencial para reações metabólicas. Armazenada como: ATP, ADP. Deve estar disponível ainda para: crescimento, reprodução, esporulação e locomoção. Perda de energia – calor. Requerimentos de energia: Utilização de energia • Glicólise: oxidação da glicose a ácido pirúvico com produção de ATP e energia contida em NADH. • Ciclo de Krebs: oxidação de um derivado do ácido pirúvico (acetil coenzima A) a dióxido de carbono, com produção de ATP, energia contida em NADH e FADH2 • Cadeia de transporte de elétrons: NADH e FADH2 são oxidados. Cascata de reações de oxirredução envolvendo uma série de transportadores de elétrons. A energia dessas reações é utilizada para gerar grande quantidade de ATP. Formas de obtenção de energia METABOLISMO • Anabolismo – utilização da energia produzida pelo catabolismo, na biossíntese: Fotossíntese – fotolitotróficos e fotorganotróficos luz energia síntese de substâncias orgânicas; Quimiossíntese – quimiolitotróficos e quimiorganotróficos Fonte química (inorgânica ou orgânica) energia metabólitos e macromoléculas Fontes de carbono e energia para o crescimento bacteriano • As bactérias, de acordo com a fonte de carbono e de energia que utilizam, podem ser classificadas em: Heterotróficos – microrganismos que utilizam composto orgânico como fonte de carbono. Ex: carboidratos. (animais, protozoários e fungos). Autotróficos – Microrganismos que utilizam composto inorgânico como fonte de carbono. Ex: CO2 (plantas, algas e cianobactérias) Fototróficos – microrganismos que utilizam a luz como fonte de energia. Quimiotróficos – microrganismos que utilizam compostos químicos (orgânicos ou inorgânicos) como fonte de energia. (Maioria das bactérias e protistas, todos os animais e fungos). Tipos Nutricionais • COMBINAÇÕES: Fotoautotróficos – Luz e CO2 (plantas, algas, cianobactérias e bactérias sulfurosas púrpuras e verdes); Fotoheterotróficos – luz e compostos orgânicos (bactérias não sulfurosas púrpuras e verdes; Quimioautotróficos – substâncias químicas e CO2 (bactérias nitrificantes, hidrogênicas, ferrosas e sulfurosas; Quimioheterotróficos – substâncias químicas e compostos orgânicos (maioria das bactérias, fungos, protozoários e animais); Produtos finais de várias fermentações microbianas a partir do piruvato Organismo Produtos finais da fermentação Streptococcus, Lactobacillus, Bacillus Ácido láctico Saccharomyces Etanol e CO2 Propionibacterium Ác. propiônico, ác. acético, CO2 , H2 Clostridium Ác. butírico, butanol, acetona, álcool isopropílico e CO2 Escherichia, Salmonella Etanol, ác. láctico, ác. succínico, ác. acético, CO2, H2 Enterobacter Etanol, ác. láctico, ác. fórmico, butanodiol, acetoína, CO2 , H2
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