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Criminologia: Escola Clássica e Positivista, Teorias Psicanalíticas e Sociológicas

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1 UFRGS - CRIMINOLOGIA I (2018/1) - Letícia Marques 
RESUMO: PROVA I 
 
MACROCRIMINOLOGIA x MICROCRIMINOLOGIA 
 
 
 
 
Escola Clássica: 
o Influência dos pensamentos iluministas; 
o Princípio de igualdade substancial entre o criminoso e o não-criminoso; 
o Tem maior enfoque no delito, já que assume o livre arbítrio do criminoso em 
escolher agir lícita ou ilicitamente. 
 
 Cesare de Beccaria: “Dos Delitos e das Penas”: 
 
o Fundamento do Direito de Punir: advém de um contrato social, que está na 
base da autoridade do Estado e das leis, onde o indivíduo cede uma parcela 
de sua liberdade individual em troca de maior segurança para gozar da 
mesma (interesse particular). Através dessas mínimas parcelas, forma-se o 
direito de punir; 
o Princípio utilitarista da máxima felicidade - noção de utilidade da pena: 
retribuição ao descumprimento do contrato social; 
o Consequências: (1) Só as leis, elaboradas previamente por legisladores, é que 
podem fixar as penas determinadas para cada delito; (2) Ideia da separação 
de poderes (influência montesquiana) como forma de evitar abusos; 
o Interpretação: A lei deve ser clara e deve ser aplicada literalmente – o juiz não 
deve assumir o papel do legislador. // Silogismo perfeito: Premissa maior (LEI) + 
Premissa menor (FATO) = Consequência; 
o Contra a tortura, a pena de morte, a obscuridade das leis, etc. 
 
Escola Positiva Italiana: 
 Nascimento da Criminologia; 
 Expoentes: Cesare Lombroso, Enrico Ferri, Rafaelle Garofalo; 
 Influência positivista. 
 
 Cesare Lombroso: “O Homem Delinquente” 
 
o Influência do darwinismo e da fenologia; 
o Modelo causal – explicativo do comportamento do criminoso; 
o Criminoso nato – fisionomista // nega o livre arbítrio; 
o O criminoso corresponderia a um ser menos evoluído (primitivo), do ponto de 
vista darwinista, que estariam vivendo em sociedade devido à uma falha na 
seleção natural; 
o Foco maior no indivíduo do que no delito; 
Contexto social influencia no 
sujeito criminoso análise 
social. 
Pressupõe a existência de algo 
“anormal” no sujeito criminoso 
 análise individual. 
 
2 UFRGS - CRIMINOLOGIA I (2018/1) - Letícia Marques 
o O criminoso pode ser diferenciado do indivíduo “normal” por meio de 
características físicas (como tamanho e peso do crânio) e até gostos pessoais 
(preferência por determinada cor, uso de gírias, etc); 
 
 Enrico Ferri: “Sociologia Criminal” 
 
o Compatibiliza aspectos biológicos e sociais; 
o Crime como diversidade; 
o Categorias de delinquentes: 
I. Ocasional 
II. Nato 
III. Louco 
IV. Habitual 
V. Passional 
 
 Rafaelle Garafalo 
 
o Conceito de temibilidade: aposta em medidas de segurança para a proteção 
da periculosidade do indivíduo criminoso // surgimento da ideologia da prisão 
como defesa da sociedade; 
o Delito – Natural. 
 
Teorias Psicanalíticas 
 Sigmund Freud 
Mente humana ID: desejos, vontades e pulsões primitivas, 
 formado por instintos/desejos orgânicos do prazer. 
 EGO: eu consciente – equilíbrio da psique, 
 regula os impulsos da ID, adequação dos instintos. 
 SUPEREGO: normas sociais = repressão dos 
 desejos. Os sentimentos reprimidos ficam 
 armazenados no inconsciente (“lixeira”). 
 
 Personalidades: 
I. Neurótica (Inserida na realidade); 
II. Psicótica (tem sua própria realidade); 
III. Borderline (mistura dos dois). 
 
 Theodor Reik 
 
o Dupla função da pena: 
I. Satisfação da necessidade de punição inconsciente do agente. 
Séc. XIX – XX: 
desenvolvimento da 
psiquiatria / 
surgimento dos 
manicômios / crime 
como patologia 
Delito: confissão da 
agressividade por 
sentimento de 
culpa. 
 
3 UFRGS - CRIMINOLOGIA I (2018/1) - Letícia Marques 
II. Satisfação da sociedade que com ele se identifica – noção de recompensa 
pela renúncia. 
 
 Alexander di Staulo 
 
o Reação institucional; 
o Bode expiatório; 
o Preconceitos incorporados no consciente coletivo resultando em ações de 
homofobia, machismo, etc; 
o Indivíduos socializados com esses preconceitos tendem a naturalizá-los. 
 
Teorias Sociológicas 
 Teoria Estrutural Funcionalista: Émile Durkheim 
 
o Sociedade = diversa; 
o Questiona o princípio de bem e mal, ou seja, critica o dualismo social; 
o O desvio (ao padrão/ao que é considerado certo de acordo com a lei): 
 Constitui um fenômeno natural das sociedades e não deve ser 
pesquisado em fatos bioantropológicos / naturais/ patológicos; 
 Só é nocivo quando ultrapassa certos limites, seguindo-se um estado de 
anomia. Dentro de seus limites, é um comportamento necessário e útil 
para o equilíbrio e desenvolvimento sociocultural. 
o Anomia: estado de desorganização em que as regras sociais perdem valor: 
 Pode recorrer de uma vitória alcançada para a qual a pessoa não estava 
preparada (pode explicar, do ponto de vista sociológico, o suicídio de 
artistas famosos no auge da carreira) e de perdas; 
 Pode atingir não só indivíduos, mas sociedades inteiras; 
 Pode contribuir de forma positiva para as sociedades, pois pode promover 
uma reorganização mais efetiva desta – reafirmação ou incorporação de 
novos valores / movimento social – progresso; 
Linchamento: os indivíduos que recorrem ao linchamento possuem, por sua vez, os mesmos 
sentimentos agressivos que motivaram o culpado a cometer o crime reprimidos em si. Portanto, 
esses indivíduos irão projetar a sua raiva no criminoso como uma forma de recompensar a 
própria renúncia ao seu sadismo. 
Exemplo: Linchamento a pais que mataram seus próprios filhos é, geralmente, realizado por 
indivíduos que tiveram o arrependimento da paternidade e, portanto, projetam sua raiva em 
cima daquele que teve a coragem de cometer o sadismo que esse reprime em si mesmo. 
 
Grupos de extermínio/ódio: projetam nos outros as suas próprias “características positivas”/ 
“sombras” (o que é internalizado como algo negativo). 
Exemplo: No caso da LGBTfobia, o indivíduo agressor, inconscientemente, sente raiva ao ver 
que um outro indivíduo está expondo publicamente a sua sexualidade, mesmo que esta não 
seja aceita socialmente, enquanto ele precisa fazer um grande esforço para reprimi-la. Decide, 
então, agredir esse outro indivíduo por isso. 
 
4 UFRGS - CRIMINOLOGIA I (2018/1) - Letícia Marques 
o Pode, também, contribuir de maneira negativa para a sociedade, como 
causadora, por exemplo, de episódios de suicídio coletivos, ascensão do 
nazismo/fascismo, etc. 
 
 Teoria do Desvio e da Anomia: Robert Merton 
 
o Delito: modelo de adequação social – decorre da incompatibilidade entre os 
fins sociais/culturais e os meios legais (legítimos) para alcança-los; 
o Os fins sociais dependem da estrutura social ou meio social ao qual os 
indivíduos estão condicionados. Por exemplo: Modelo de consumo (material ou 
cultural), tribos, etc; 
o Estrutura social: efeito repressivo e, ao mesmo tempo, estimulante sobre o 
comportamento individual; 
o Se os fins sociais não podem ser alcançados, surge um sentimento de 
inadequação social – busca por maneiras de se adequar socialmente; 
o Criminalidade demassa: que visa algum tipo de lucro. 
 
// Modelos de adequação social // 
I. Conformidade: abre-se mão do fim social quando é percebido a 
alcançabilidade deste por meios legais – resposta positiva tanto aos fins 
como aos meios institucionais. Pode-se também fazer esforços, dentro da 
legalidade, para se adequar socialmente (exemplo: comprar um bem 
parcelado em diversas vezes para a adequação social); 
II. Inovação: adesão aos fins culturais sem o respeito aos meios institucionais / 
comportamento criminoso – busca por formas ilegais para alcançar o fim 
social; 
III. Ritualismo: respeito formal aos meios institucionais sem a persecução dos 
fins culturais – construção de finalidades próprias (exemplo: movimento 
hippie); 
IV. Apatia: negação tanto dos fins culturais como dos meios institucionais – 
semelhante à anomia; 
V. Rebelião: negação dos fins e dos meios institucionais – proposição de uma 
nova estrutura social (exemplo: movimentos sociais). 
 
 
 Teoria da Associação Diferencial: Edwin Sutherland 
 
Delito: é apreendido pela associação direta ou indireta com os “desviados”, ou 
seja, com aqueles que já praticam atos ilícitos – homem influenciado e 
corrompido pelo meio. 
 
 Aplicada principalmente a crimes de colarinho branco. 
Exemplo: corrupção/ troca de favores por meios ilícitos 
 
MERTON: “Os fins sociais da elite são diferentes dos fins sociais da maioria da 
população. Logo, a sua teoria permite que os crimes de colarinho branco 
também se enquadrem no seu conceito de desvio inovador.” 
CRÍTICA: Como se justificariam os crimes de colarinho branco nesse contexto, já que ele se 
aplica de forma mais eficiente para explicar os crimes de massa/classes menos favorecidas? 
 
 
5 UFRGS - CRIMINOLOGIA I (2018/1) - Letícia Marques 
 Teoria das Subculturas Criminais: Albert Cohen 
 
o Estudo da anomia (teoria funcionalista do desvio) a partir de bandos juvenis; 
o Bandos juvenis (presentes, principalmente, nos EUA): 
 União de pessoas que se sentem inadequadas socialmente e/ou com 
baixa autoestima, que sentem necessidade de autoafirmação (nesse caso, 
a partir da violência); 
 Grupos que praticam bullying, furto e agressão com os colegas; 
 Possuem valores negativos (código de ética) próprios do grupo / cultura 
própria do grupo; 
 Sentimento de pertencimento ao seu grupo (onde compartilham valores 
próprios) ameniza o sintoma de inadequação social. 
o Processo de interação entre jovens que gera um sistema de crenças e valores 
por problemas de adaptação; 
o Elementos chave: não-utilitarismo, malvadeza e negativismo; 
 
 
 Teoria das Técnicas de Neutralização: David Matza 
 
 Correção da teoria das subculturas criminais (não há oposição de valores – 
infratores reconhecem a ordem social dominante); 
 Paradoxo = Justificação do desvio por meio de técnicas – justificação da 
conduta criminal; 
 Necessidade afetiva e/ou de reconhecimento; 
 Criminalidade de grupo: regras e código de ética próprios; 
 Crianças no tráfico: o destino do tráfico se torna a única perspectiva de futuro 
dentro daquele espaço geográfico ao qual elas estão condicionadas, já que 
se encontram excluídas do resto da sociedade; 
 Ausência paterna -> ambiente de muita carência -> crianças desassistidas: 
acabam se inserindo na subcultura criminal através do aliciamento por meio 
da sedução: nesse ambiente onde predomina a ausência paterna, o traficante 
acaba se colocando na figura de pai dessa criança – ou seja, ele a manipula 
através do empoderamento e do reconhecimento dela. Assim, ela será fiel a 
esse traficante, por quem irá morrer e matar. 
 
// Técnicas de Neutralização // 
 
I. Exclusão da responsabilidade: culpa as circunstâncias que o levaram a 
cometer o delito; 
II. Negação da ilicitude: interpreta suas ações como somente proibidas, mas 
não imorais ou danosas. Exemplo: “Não é grave!”; 
III. Negação da vitimização: vítima interpretada como um indivíduo que 
merece o tratamento sofrido. Exemplo: “Eu preciso mais do que a vítima!”; 
IV. Apelos a Valores Próprios: não concorda com o crime, mas deve fidelidade 
ao seu grupo; 
V. Crítica dos agentes: cidadãos obedientes da lei (que seriam hipócritas na 
visão do criminoso), instâncias de controle social (como, por exemplo a 
polícia, corrupta na visão do criminoso), etc. 
 
 
 
6 UFRGS - CRIMINOLOGIA I (2018/1) - Letícia Marques

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