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INTRODUÇÃO As proteínas são substancias orgânicas constituídas por aminoácidos (Aa) unidos entre si, formando uma cadeia polipeptídica. As finalidades de uma proteína, em qualquer ser vivo, costumam ser uma das duas seguintes: estrutural ou funcional. Digamos, como referencia apenas, que um conjunto de proteínas constitui o musculo do coração, visível a olho nu, e o outro conjunto faz o órgão funcionar. Nessa base, as proteínas são, por exemplo a estrutura que garante a força do movimento muscular, a ligação dos músculos com os ossos e destes entre si. Além disso, são a base estrutural do sistema nervoso. Um animal superior é um conjunto de proteínas estruturadas de modo a uma encaixar perfeitamente na outra, esta pilha tem milhares de proteínas diferentes. Se uma delas perde a sua conformação original, chamada nativa, não se encaixa mais em suas vizinhanças, e o conjunto todo acaba se desorganizando. Por isso afirmamos que forma é igual à função, e essa mudança de conformação chamamos de desnaturação. Quando o agente agressivo se aprofunda, chegamos a casos de lesão das estruturas protéicas que são chamadas de hidrólise, coagulação, precipitação, etc. em todas as vezes, essas lesões são posteriores à desnaturação, ocorrem sobre proteínas já desnaturadas. As proteínas possuem uma estrutura tridimensional bem definida que está relacionada com suas propriedades físicas e biológicas. A modificação na estrutura tridimensional nativa de uma proteína, com a consequente alteração de suas propriedades é conhecida como desnaturação. A desnaturação envolve alterações nas estruturas quaternária, terciária e secundária de proteínas, mas não da primária. A desnaturação, usualmente decresce a solubilidade das proteínas, a diminuição da solubilidade pode ser explicada pela exposição de radicais hidrofóbicos e outros que prejudiquem a interação proteína-água e favoreçam a interação proteína-proteína. A floculação e a coagulação, que muitas vezes são confundidos com desnaturação de proteínas, são manifestações visíveis das alterações estruturais causadas pelos agentes desnaturantes. O grau de dissolução depende da interação entre soluto e solvente. Quanto maior for a interação entre a proteína (soluto) e a água (solvente), maior a quantidade de proteína se dissolverá. O oposto também vale: quanto menor o grau de interação soluto/solvente, menor será o índice de dissolução. O resultado combinado das interações eletrostáticas envolvidas no salting in são ainda discutíveis, mas não é discutível que nele aumenta muito a interação soluto/solvente. No salting out, o excesso de sais domina as cargas de solvente. Então o soluto tem pouco onde se agarrar e, dessa forma, aumenta a interação soluto/soluto e diminui a interação soluto/solvente, podendo acontecer a precipitação das proteínas. Esse princípio, além de interesse fisiológico, também é extremamente útil como processo de separação das proteínas presentes em um determinado meio. Jamais duas proteínas diferentes têm o mesmo coeficiente de solubilidade a uma mesma concentração de sais. OBJETIVOS Caracterizar a presença de proteínas em material biológico. Demonstrar as reações de coloração para proteínas. Verificar experimentalmente a precipitação de proteínas com e sem desnaturação. Relacionar as observações práticas com a teoria de propriedades gerais, estrutura e isolamento de proteínas. MATERIAIS E MÉTODOS Solução de proteínas a 10% Hidróxido de sódio 2,5 mol/L Ácido tricloroacético (TCA) a 10% v/v Álcool etílico absoluto Cloreto de sódio 1 mol/L Solução saturada de sulfato de amônio 76,6g% p/v Solução de ninhidrina 0,1% Solução de sulfato de cobre a 1% Acetato de chumbo a 5% p/v Clara de ovo in natura Solução de Bradford Preparo da solução com clara de ovo Em um béquer, com solução de cloreto de sódio (0,9g%) em 100mL de água, adicionou-se 10mL de clara de ovo 10% para homogeneização da proteína do ovo. Experimento 1 – Reação com Ninhidrina Após o preparo do reagente de ninhidrina, numerou 2 tubos de ensaio e em seguida adicionou-se 2mL do reagente ninhidrina e 5 gotas em um tubo para o teste de coloração e no segundo tubo foi feito o teste branco da reação com 2mL do reagente ninhidrina e 5 gotas de água para comparar os resultados, o tubo com a proteína foi levado a fervura por 5 minutos em banho maria à 100ºC. A reação da Ninhidrina é de extrema importância na Bioquímica e é utilizada na detecção de aminoácidos por ter a característica amina primária. Experimento 2 – Reação do Biureto Após o preparo do reagente do Biureto, adicionou-se em 2 tubos de ensaio, 1mL da proteína a 10%, 5 gotas de hidróxido de sódio e 3 gotas de sulfato de cobre a 1% para o teste de coloração, no segundo foi feito o teste branco da solução com 1mL de água destilada, 5 gotas de hidróxido de sódio e 3 gotas de sulfato de cobre a 1%. O reagente de biureto é um reagente analítico feito de hidróxido de potássio (KOH) e sulfato de cobre (CuSO4), junto com tartarato de sódio e potássio (KNaC4H4O6·4H2O). Este reagente de coloração azul torna-se violeta na presença de proteínas, e muda para rosa quando combinado com polipeptídeos de cadeia curta. Experimento 3 – Reação de Bradford Após o preparo do reagente de Bradford, em um tubo de ensaio adicionou-se 1 mL do reagente de Bradford e 0,1 mL da proteína, foi feito em outro tubo de ensaio o branco, com 1 mL do reagente de Bradford e 0,1 mL de água destilada e observou-se o resultado. Experimento 4 – Quantificação de Proteína pelo método de Bradford e Biureto. Proteínas: Clara do ovo Albumina Azocazeína Leite em pó (1%) Gelatina (1%) BSA Parte 1 – Método Bradford. Em 7 tubos de ensaio foram colocados 0,5 mL do reagente de Bradford que já estava preparado, 0,1 mL de cada uma das amostras de proteína e 1 mL de água destilada, sendo um desses o branco da reação. Após o preparo das soluções de proteína com o reagente, foram lidas em espectrofotômetro a 595nm. Parte 2 – Método Biureto Em 7 tubos de ensaio foram colocados 0,5 mL de cada uma das amostras de proteína e 2 mL do reagente de Biureto. Após esse procedimento foram lidas em espectrofotômetro. Experimento 5 – Precipitação por sais neutros Em dois tubos de ensaio foram colocados 2mL de proteína, e em um deles foi colocado 4mL de solução saturada de sulfato de amônia, no outro 2mL de solução de cloreto de sódio. Experimento 6 – Precipitação por calor Em um tubo de ensaio foi colocado 5mL da proteína e levado a fervura por 5 minutos. Experimento 7 – Precipitação com solventes orgânicos. Em dois tubos de ensaio, foi colocado 2 mL de proteína com 4mL de etanol gelado, uma das amostras foi acrescentado NaCl. Foi feito os procedimentos descritos acima, usando dessa vez a acetona. Em dois micro tubos foi colocado 0,5 mL de proteína e 1,5mL de Clorofórmio e outro com Fenol. Experimento 8 – Precipitação por solventes inorgânicos. Em um tubo de ensaio foi colocado 1mL de proteína e 1mL de ácido tricloroacético. Foi repetido o procedimento acima usando acetato de chumbo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Preparo da solução com clara de ovo A precipitação de proteínas em solução salina é um processo importante para separar misturas complexas de proteínas, uma vez que a concentração de sal necessário é diferente para cada proteína. Experimento 1 – Reação com Ninhidrina Incialmente tinhauma coloração transparente. Após o aquecimento do tubo, pode observar que apareceu uma coloração de violeta claro. A reação de ninhidrina é uma reação corada própria de aminoácidos, por a ninhidrina ser um agente oxidante muito poderoso, reage com o aminoácido da cadeia, que dá origem a um composto de cor púrpura que varia de cor. Branco da Reação Reagente Ninhidrina Experimento 2 – Reação do Biureto Observou que no branco da reação, não houve alteração de cor, sendo esta transparente. Na reação com a proteína observou o aparecimento de uma cor violeta. Uma vez que a reação do biureto é caracterizada por identificar a presença de proteínas e peptídeos com três ou mais resíduos de aminoácidos, no qual uma substancia adicionada, o sulfato de cobre interage com as ligações peptídicas e por isso ocorre a coloração. Branco da reação Reagente Biureto Experimento 3 – Reação de Bradford No tubo com o branco da reação, pode observar que tinha uma cor marrom. Já no tubo em que foi adicionada a proteína, obteve-se uma cor azul escura. O método de Bradford é baseado na interação entre o corante BG-250 e macromoléculas de proteínas que contém aminoácidos de cadeias laterais básicas ou aromáticas. No pH de reação, a interação entre a proteína de alto peso molecular e o corante BG-250 provoca o deslocamento do equilíbrio do corante para a forma aniônica e ocorrendo a mudança de coloração. Branco da Reação Reagente Bradford Experimento 4 – Quantificação de Proteína pelo método de Bradford e Biureto. Método de Bradford Em cada amostra de proteína pode observar diferentes tons de azul, exceto na amostra de azocazeina que teve uma cor verde. Ovoalbumina – cor azul Albumina – cor azul Azocazeína – cor verde Leite em pó (1%) – cor azul opaca Gelatina (1%) – cor azul BSA – cor azul Branco – cor turquesa Método de Biureto Em todas as amostras observou também diferentes tons de azul, exceto na de azocazeina que teve uma cor marrom intensa quase preto. Clara do ovo – cor azul escuro intenso Albumina – cor azul intenso Azocazeína – cor marrom intenso Leite em pó (1%) – cor azul opaca Gelatina (1%) – cor azul escuro BSA – cor azul claro Branco – cor azul Após a leitura no espectrofotômetro, obtiveram-se os seguintes resultados: Bradford Biureto Ovoalbumina 0,690 µg/mL 0,935 µg/mL Albumina 0,810 µg/mL 1,083 µg/mL Azocazeína 0,746 µg/mL 5,88 µg/mL Leite em pó 1,003 µg/mL 0,986 µg/mL Gelatina 0,411 µg/mL 0,398 µg/mL BSA 0,577 µg/mL 0,083 µg/mL Branco 0 µg/mL 0,034 µg/mL Pode-se concluir que após as leituras, o leite em pó foi o que teve maior concentração de proteína pelo método de Bradford e a azocazeína teve maior concentração de proteínas pelo método do Biureto. Experimento 5 – Precipitação por sais neutros Na precipitação com o Cloreto de sódio, notou-se que a proteína se solubilizou ainda mais na solução. Já com o sulfato de amônia, percebeu-se a solvatação da proteína. Quando adicionamos sais neutros a uma solução, ocorre um aumento da força iônica do sistema. Assim, quando adicionamos pequenas quantidades de sal a uma solução contendo proteínas, as cargas provenientes da dissociação do sal passam a interagir com as moléculas proteicas, diminuindo a interação entre elas. A esse fenômeno dá-se o nome de salting-in. Quando certa quantidade de sal neutro é adicionada a uma solução aquosa de proteína a água, que apresenta um grande poder de solvatação, passa a interagir com as duas amostras: as proteínas e os íons provenientes da dissociação do sal. Porém, as moléculas de água apresentam maior tendência de solvatação de partículas menores (nesse caso, os íons). As moléculas de água, ocupadas em sua interação com os íons, abandonam a estrutura proteica. Como consequência, temos: maior interação proteína- proteína, diminuição da solubilidade em meio aquoso e, consequentemente, precipitação da proteína. A esse fenômeno de insolubilização da proteína em decorrência de um considerável aumento da força iônica do meio dá-se o nome de salting-out. Precipitação com NaCl Precipitação com sulfato de amônia. Experimento 6 – Precipitação por calor Depois que foi retirada a proteína da fervura, pode perceber-se que ouve a precipitação, ficando com um aspecto mais ‘duro’ e branco, ou seja, houve a coagulação da proteína. As proteínas possuem uma estrutura tridimensional (conformação) bem definida, da qual dependem fundamentalmente suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Essa estrutura é relativamente sensível à ação do calor, que causa desorganização das cadeias peptídicas, com consequente alteração conformacional. Esse fenômeno recebe o nome de desnaturação, e altera as estruturas quaternária, terciária e secundária da proteína sem afetar sua estrutura primária. Precipitação por calor Experimento 7 – Precipitação com solventes orgânicos. Percebeu-se que ao colocar o etanol ou a acetona, parte da proteína ficou concentrada no meio da solução, após a agitação a proteína se precipitou ainda mais. Nas amostras com NaCl percebeu também a a proteína se precipitou melhor do que somente com etanol ou acetona. O fenol e o clorofórmio, esses solventes precipitam e desnaturam a proteína, com o fenol se observou um aspecto leitoso após a sua adição, e com o clorofórmio formou duas fases, a proteína se desnaturou e ficou na parte de cima da fase. A solubilidade das proteínas em solventes orgânicos é menor do que em água. Isso acontece porque a capacidade de interação com as partículas de soluto é diferente para cada solvente. Os solventes orgânicos apresentam valor de constante dielétrico bem inferior à da água, a interação proteína-proteína é maior que o poder de solvatação da água (interação água-proteína), consequentemente a proteína precipita. A ação desses solventes vai depender da sua maior ou menor polaridade e, portanto, da sua capacidade de interagir com certos grupos laterais das proteínas através de pontes de hidrogênio ou promovendo ruptura de ligações hidrofóbicas. Precipitação com etanol Precipitação com acetona Precipitação com fenol Precipitação com clorofórmio. Experimento 8 – Precipitação por solventes inorgânicos. Na precipitação com o TCA, observou que a precipitação teve um aspecto leitoso, isso ocorre por que o TCA age com as interações básicas da proteína. Já o ácido acético se liga com a parte negativa da proteína. Os cátions de metais pesados formam precipitados insolúveis de proteínas, denominados de acordo com o elemento formador. Essa precipitação é mais intensa quando o pH está acima do ponto isoelétrico (pI). Isso porque, acima do pI, a carga líquida sobre a proteína é negativa favorecendo a interação com os cátions provenientes do sal. Quando a proteína está abaixo do seu pI, a carga líquida total da molécula é positiva. Isso facilita a interação da molécula com os ânions provenientes de ácidos. Nas duas situações o precipitado pode ser ressolubilizado através de alterações do pH CONCLUSÃO As reações de coloração e precipitação de proteínas permitem a caracterização dessas pela analise de suas propriedades químicas e físicas, como ligações peptídicas, solubilidade e estrutura molecular. As reações de coloraçãonão alteram a estrutura da proteína. Várias reações específicas são empregadas para detectar cada tipo de proteína, de forma qualitativa e, posteriormente, quantitativa. QUESTIONÁRIO 1- Em que se fundamenta a reação ninhidrina e que classes instanciais reagem positivamente? Esta reação é utilizada para verificar a presença de aminas em solução, dando positivo para proteínas, peptídeos, aminoácidos, aminas primárias e amônia. Esta reação é muito importante, pois é universalmente utilizado para detectar qualitativamente e quantitativamente os aminoácidos. Para os aminoácidos esta é a única reação de coloração verdadeiramente importante. A ninhidrina (hidrato de tricetoidrindeno) reage com aminoácidos produzindo cor púrpura. É uma reação inespecífica quanto à identidade do aminoácido, sendo a reação dependente da presença de grupos amina livres. 2- Em que se fundamenta a reação do biureto e que grupos proteínas são responsáveis por esta reação? Está reação é específica para substâncias que possuem pelo menos dois grupos CO-NH unidos por carbono ou nitrogênio como ocorre no biureto, que empresta o seu nome para a reação. Biureto é o nome dado à estrutura originada a partir da decomposição da uréia, quando esta é submetida a uma temperatura de, aproximadamente, 180oC As proteínas e seus produtos de hidrólise que contém duas ou mais ligações peptídicas dão resultado positivo neste teste. A reação é também positiva para as substâncias que contém 2 grupos carbamínicos (-CO-NH2) ligados diretamente ou através de um único átomo de carbono ou nitrogênio. Esta é uma reação geral para proteínas. Esse fenômeno deve-se à formação de um complexo entre o íon Cu2+, presente no reativo, e os átomos de nitrogênio presentes na molécula. 3- Qual a importância da reação do biureto? A reação do Biureto é importante para demonstrar a presença de proteínas em materiais biológicos, como também para quantificá-las, uma vez que o complexo cobre-proteína apresenta uma absorção máxima 545nm; a intensidade da cor depende exclusivamente da concentração de proteína. Para que a reação do Biureto seja positiva há necessidade da presença de pelo menos duas ligações peptídicas na molécula, portanto, aminoácidos e dipeptídeos não dão reação do Biureto positiva. 4- Em que se fundamenta a reação com Bradford? Que aminoácidos ou grupos das proteínas são responsáveis por esta reação? O método de Bradfordé uma técnica para a determinaçãode proteínas totais que utiliza o corante de “Coomassie brilliantblue” BG-250. Este método é baseado na interação entre o corante BG-250e macromoléculas de proteínas que contém aminoácidos de cadeias laterais básicas ou aromáticas. No pH de reação, ainteração entre a proteína de alto peso molecular e o coranteBG-250 provoca o deslocamento do equilíbrio do corante para a forma aniônica, que absorve fortemente em 595 nm. O método Bradford é vantajoso por ser simples e rápido, além de que, não permite que compostos fenólicos interfiram na medida das proteínas. 5- Qual é a importância das reações de precipitação de proteínas por reagentes dos alcaloides e por sais de metais pesados? Quais os mecanismos das precipitações. Os cátions de metais pesados como Hg2+, Pb2+, Cu2+, Fe2+, Cd2+ e Zn2+ formam precipitados insolúveis de proteínas, denominados de acordo com o elemento formador (ex: proteinato de mercúrio, proteinato de chumbo, etc.). Essa precipitação é mais intensa quando o pH está acima do ponto isoelétrico (pI). Isso porque, acima do pI, a carga líquida sobre a proteína é negativa, favorecendo a interação com os cátions provenientes do sal. Quando a proteína está abaixo do seu pI, a carga líquida total da molécula é positiva. Isso facilita a interação da molécula com os ânions provenientes de ácidos como o tunguístico, o fosfotunguístico e pícrico. Nas duas situações o precipitado pode ser ressolubilizado através de alterações do pH. Verifica-se que na adição de sais de metais pesados como de ácidos orgânicos fortes ocorreram precipitação. 6- Explique os mecanismos que levam uma proteína a se dissolver quando há um pequeno aumento na força iônica da solução e mecanismos que levam uma proteína a precipitar quando há um aumento na força iônica da solução. Quando sais neutros são adicionados ao sistema ocorre um aumento da força iônica do sistema. Os íons carregados provenientes da dissociação dos sais passam a interagir com as moléculas proteicas, diminuindo a interação entre as próprias moléculas da proteína. Deste modo, temos um aumento na solubilidade da proteína em meio aquoso. A esse fenômeno dá-se o nome de salting-in. Em condições de elevada força iônica, as moléculas de água apresentam maior tendência de solvatação de partículas (nesse caso, os íons). As moléculas de água, desse modo, interagem mais com os íons, desfazendo suas interações com a estrutura proteica. Como consequência, temos: maiores interações proteína-proteína, resultando na diminuição da solubilidade em meio aquoso. A esse fenômeno dá-se o nome de salting-out. 7- Que mudanças ocorrem com uma proteína quando em contato com o etanol? A solubilidade das proteínas em solventes orgânicos é menor do que em água. Isso acontece porque a capacidade de interação com as partículas de soluto é diferente para cada solvente. A grandeza que mede a capacidade de interação do solvente com o soluto é denominada constante dielétrica. A água apresenta constante dielétrica bastante elevada (aproximadamente 80). Numa solução contendo, exclusivamente, água e moléculas protéicas temos: interação água - proteína e interação proteína-proteína. Nesse caso, podemos afirmar com certeza que o primeiro tipo de interação prevalecerá sobre o segundo porque a água possui grande capacidade de separação das partículas do soluto (constante dielétrica elevada). Os solventes orgânicos apresentam valor de constante dielétrica bem inferior à da água, a interação proteína-proteína "vence" o poder de solvatação da água (interação água-proteína). A proteína precipita. A precipitação por solventes orgânicos depende muito da temperatura. Os solventes orgânicos, quando utilizados a temperaturas baixas, são bastante úteis na separação de misturas de proteínas. A temperaturas mais elevadas esses solventes podem levar à desnaturação por rompimento das pontes de hidrogênio e estabelecimento de interações apolares, importantes na manutenção da conformação proteica. 8- As solubilidades de duas proteínas em função da concentração de sulfato de amônio estão mostradas no diagrama abaixo. Como esta observação pode ser usada para separar as proteínas A e B? A adição de sais neutros, principalmente sulfato de amônio a elevadas concentrações reduz a disponibilidade da água devido à hidratação dos íons criando condições para a precipitação, a qual ocorre principalmente por interação das zonas hidrófobas. O sal e outros precipitantes não provocam a precipitação de todas as proteínas do meio, pois o seu efeito é o de reduzir a solubilidade. Com isso, a concentração de sal ou solvente que provoca a precipitação varia com a concentração da proteína e a presença de outras proteínas contaminantes.
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