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Resenha do filme "Um Evento Feliz"

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RESENHA
“Um evento feliz”
Pedro Augusto Flores
	O filme “Um evento feliz” (Un Heureux Événement) foi dirigido por Rémi Bezançon, na França, e lançado em 2011. Esse filme conta a história de Bárbara e Nicholas, desde o momento que se conhecem até a consolidação de sua vida à dois, e todos os problemas decorrentes disso.
	Bárbara conhece Nicholas em uma locadora, onde ele era o caixa e sonhava em ser cineasta e ela trabalhava em sua tese de doutorado. Após pouco tempo eles já estavam se relacionando. Os dois, inicialmente, vivem uma intensa paixão e são muito felizes juntos. Até que, em um momento decorrente desta grande paixão, Nicholas propõe à Barbara que façam um filho e ela aceita sua ideia.
	O filme apresenta muito bem, primeiramente, a juventude do casal, com todo seu medo, suas dúvidas e inseguranças sobre sua capacidade de ter e criar um filho. Esse medo e insegurança pode ser visto de forma muito clara nas brigas decorrentes sobre a questão de saber ou não o sexo do bebê, o que é estranho, pois, ao saber o sexo da criança se cria uma noção de realidade para a experiência e Babí fazia questão de não saber seu sexo, para, talvez, inconscientemente, não olhar para o “problema”. A questão financeira é também abordada nesse momento, pois Nico não recebia muito com seu emprego na locadora e Babi não trabalhava e se dedicava somente aos estudos. Isso mostra, claramente, a impulsividade na decisão feita, já que, normalmente, e comum que um casal planeje seu futuro para que, quando esse momento chegar, estejam preparados.
	A mãe de Babí, Claire, foi abandonada por seu marido e, por isso, teve que criar suas duas filhas sozinha e, por isso, tornou-se melancólica e insensível com o passar dos anos. Isso nunca foi elaborado por Babí, o que explica sua relação com ela, que era baseado em brigas e insultos, mesmo que sempre existisse apoio. O casal planeja contar a ela sobre a gravidez, porém, primeiramente, Babí tenta disfarçar e, depois, sua mãe percebe e mais uma briga se inicia. Claire fala para ela sobre sua inexperiência, sobre ela não ser financeiramente independente e se recusa a ajudar quando o momento vier.
	O filme também apresenta os momentos cotidianos de uma gravidez, como os enjoos, as mudanças de humor, a preocupação com o enxoval, entre outros. Os momentos psicológicos também são apresentados, como a mudança de papel e condição feminina: de mulher à mãe; e as fases de ambivalência: sentindo-se angustiada e, ao mesmo tempo, vigorosa.
	Próximo aos quatro meses de gravidez, ela se sentia no auge de sua feminilidade e estava com os hormônios à flor da pele, porém Nico tinha medo de ter relações sexuais com ela, que dizia não ser apenas um útero, mas também uma mulher com necessidades. Essa objetificação que a personagem passa é mostrada durante o filme, como, por exemplo, na situação em que os médicos a observam somente como um corpo. Tal situação, somada a exclusão que está passando, devido aos cuidados com a gravidez, se afastando dos amigos e do marido, faz com que Babí passe muito tempo sozinha.
	Uma cena marcante do filme acontece pouco antes do parto, onde Babí tem um sonho extremamente simbólico que transmite o que ela sentia naquele momento. Em seu sonho ela estava dormindo, quando acorda com um chute do bebê e vê que seu marido não se encontra do seu lado. Então Babí, com muita dificuldade, se levanta e vê que sua casa está alagada e, ao tentar fugir da água que continuava a subir, se afoga. 
	Após esse sonho Bárbara está no hospital e seu bebê está a caminho. O parto se mostra complicado, já que Babí sente falta das aulas de preparação de parto, que acabou faltando devido à sua inexperiência e falta de cuidado com isso. Isso torna o parto tenso, pois ela não sabia o que fazer nos diversos momentos e, com isso, sofreu muito com as contrações e fica extremamente irritada, com o marido e até mesmo com os médicos.
	Com o nascimento de Léia vemos muito de como se dá a díade mãe e bebê, a primeira mamada, o primeiro colo e carinho, o choro e quanto a mãe já começa a se preocupar. Antes de sair da maternidade Babí, em prantos, se questiona se ela irá gostar do bebê. É nesse momento que a enfermeira a aconselha, dizendo-a que não precisa ter medo e que vai dar tudo certo, e isso faz muito bem a Barbara que concorda com ela e deixa o hospital. Nota-se neste momento do filme, a falta da presença da família, pois este costuma ser um momento em que a família está ao lado da mulher recém-parida, dando-lhe apoio e muito carinho para acolhê-la e fazer com que ela se sinta protegida.	Chegando em casa Barbara começa a sentir as mudanças em sua rotina. Babí tem muita dificuldade para conciliar a elaboração de sua tese e os cuidados com o bebe, a casa e consigo mesmo. No começo do filme ela era uma mulher bonita, arrumada e alegre e, após o nascimento ela para de se arrumar, alegando não ter mais tempo para isso. Começamos a ver a grande dificuldade que a mãe sente em frustrar a criança, o quanto deixa de fazer coisas que são importantes para ela e pensamos no quanto a mãe protege a menina e de certa forma nem deixa o pai se aproximar para de fato exercer a função paterna, mesmo que ele próprio consinta com isso silenciosamente. 
	O casal conjugal passa a ser quase inexistente com o passar do tempo, o romance e o sexo acabaram, agora são apenas pais. O momento que tinham juntos, mesmo que só para conversar, não existe mais. Leia virou o mundo dos dois, e eles são apenas os pais de Léia. Isso vai desgastando a relação dos dois e encaminhando-os para o final do casamento.
	No filme podemos ver que faltou equilíbrio para Babí. A importância da relação mãe-bebê é extremamente importante para se criar as bases de saúde física, emocional e mental. Porém, assim como a falta, o excesso é prejudicial e Babí foi excessivamente protetora e cuidadora, podendo prejudicar a independência e a organização psíquica de Léia.
	Com isso, chegamos à diversas conclusões. Uma delas se dá no apoio psíquico externo necessário para uma mãe, principalmente uma tão jovem como Barbara, que, ao mesmo tempo que não possuía, também não deixava ninguém se aproximar. Também é necessário ressaltar a importância do equilíbrio entre dar e receber, de forma a não mimar a criança e prover um desenvolvimento psíquico saudável. Também notamos que a figura materna é a principal responsável para com o bebê, pois é nela que a criança forma sua primeira ligação afetiva, sendo, assim, necessário, novamente, um equilíbrio para impor limites e regras. A figura paterna é extremamente importante no que se diz respeito ao auxílio e carinho com a mãe e o bebê, investindo-se na relação com as duas pessoas. Além disso, como podemos ver, esse período não é fundamental somente na vida da criança, mas também na vida do casal, pois o relacionamento que ali se estabelece cria as raízes para como será esse relacionamento no futuro, tentando prevalecer, sempre, a união familiar.
	
		REFERÊNCIAS
UM EVENTO FELIZ. Direção: Rémi Bezançon. França, 2012. DVD (110 min), comédia, drama, colorido, som. 
FÁVERO, A. A. et al. Apresentação de trabalhos científicos: normas e orientações práticas. 5 ed. rev. e ampl. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 2014.
FICHA Técnica: Um evento feliz. Adoro Cinema. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-138273/>

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