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Universidade Federal de Itajubá Instituto de Ciências Exatas – Departamento de Física e Química Eletroquímica: Célula voltaica e galvanoplastia. Glenda de Souza Santos 25796 Lucas Raposo Carvalho 23872 ITAJUBÁ 2012 Universidade Federal de Itajubá Instituto de Ciências Exatas – Departamento de Física e Química Glenda de Souza Santos 25796 Lucas Raposo Carvalho 23872 Eletroquímica: Célula voltaica e galvanoplastia. Relatório submetido à Prof.ª Juliana, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Química Experimental do curso de graduação em Química Bacharelado da Universidade Federal de Itajubá. ITAJUBÁ 2012 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 5 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 9 4. CONCLUSÃO ............................................................................................ 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 15 1. INTRODUÇÃO Eletroquímica é a parte da química que estuda a transformação de energia química em energia elétrica e vice-versa. A transformação é através das reações químicas entre os elementos presentes na reação, onde um perde elétrons e o outro ganha. Todos os processos envolvem reações de oxirredução. Quando tal processo ocorre, produz espontaneamente corrente elétrica, quando ligado a um circuito elétrico, ou produzindo diferença de potencial entre dois polos. Assim, quando um processo químico ocorre, produzindo transferência de elétrons, é chamado de pilha ou bateria, mas quando o processo químico é provocado por uma corrente elétrica, este processo é denominado de eletrólise. 2. MATERIAIS E MÉTODOS No procedimento 1 (Verificação qualitativa da tabela de potencial de redução) foi usada uma solução de Sulfato de Cobre (CuSO4), de concentração 0,2 mol.L-1, da qual usou-se uma pequena quantidade que foi colocada em um tubo de ensaio. No tubo contendo a solução de sulfato de cobre, foi colocado um prego devidamente limpo com uma palha de aço, atentando para colocar o prego com o tubo de ensaio inclinado, de modo que a base do tubo não trinque ou quebre. Foi necessário anotar as condições iniciais de reação e evidências inicias de transformação. Ainda no procedimento 1, foi usado um béquer de 50 mL com uma solução preparada de Sulfato de Zinco (ZnSO4), de concentração 1,0 mol.L-1, no qual foi mergulhada uma barra de cobre, sendo necessário anotar as transformações iniciais e evidências de reação. No procedimento 2 (Montagem da pilha de cobre e zinco (Pilha de Daniel)) foram usados dois béqueres de 50 mL, um contendo uma solução de Sulfato de Cobre (CuSO4), de concentração 1,0 mol.L-1, e outro contendo uma solução de Sulfato de Zinco (ZnSO4), de concentração 1,0 mol.L-1. Preparados os béqueres, foi usado um tubo U para eletrólise (recipiente da ponte salina de uma eletrólise), contendo uma solução saturada de Cloreto de Sódio até a boca, colocando um chumaço de algodão em cada uma das extremidades do tubo, tomando o cuidado para que não tivessem bolhas de ar em nenhuma parte do tubo. Vale ressaltar que foi necessário molhar o chumaço de algodão para que a bolha de ar não se formasse ao longo do tubo. O sistema resultante deveria ser semelhante à figura abaixo: Neste procedimento foi usado um multímetro, devidamente calibrado, com seu fundo de escala em 20 V. É necessário ressaltar que antes de inserir a ponte salina no sistema, foi necessário intercalar o multímetro entre os eletrodos, ligando o eletrodo de zinco ao terminal negativo e o de cobre ao terminal positivo. Esse procedimento precisa ser feito antes da inserção da ponte salina para que a precisão dos dados obtidos seja máxima. Foi necessário ler a diferença de potencial no multímetro, e terminada a leitura, desligou-se o multímetro, e retiraram-se os eletrodos das soluções. Foi necessária a consulta de uma tabela de potenciais de redução, para que a diferença de potencial da pilha fosse calculada, comparando o resultado calculado com o obtido experimentalmente. As soluções utilizadas foram recolocadas em seus frascos para reutilização. No procedimento 3 (Eletrólise), foi montado um esquema usando um tubo em U para eletrólise, eletrodos de platina, uma solução aquosa de Iodeto de Potássio (KI), de concentração 0,5 mol.L-1, e uma fonte de energia devidamente calibrada. Vale ressaltar que a corrente não precisou ser ajustada para esse experimento, por recomendações da professora. O esquema resultante deveria se assemelhar ao seguinte: O procedimento da eletrólise ocorreu durante 3 minutos, observando e anotando o que aconteceu no cátodo e ânodo. Terminada a reação, retiraram-se os eletrodos de platina, e, usando um conta-gotas, retirou-se uma pequena quantidade de solução de cada um dos ramos do tubo, colocando-as em quatro tubos de ensaio, de modo que dois tubos contivessem uma quantidade da solução presente no ramo esquerdo, e outros dois tubos com a solução do ramo direito. Separadas as soluções, colocou-se uma gota de fenolftaleína em um tubo de cada solução, e uma gota de amido no outro tubo de cada solução, observando e anotando os dados obtidos. No procedimento 4 (Eletrodeposição de metais (Galvanoplastia)), foram usados 3 béqueres de 50 mL contendo soluções de Ácido Clorídrico, de concentração 0,5 mol.L-1, de Sulfato de Cobre (CuSO4), de concentração 0,6 mol.L-1 e de Cloreto de Níquel (NiCl2), de concentração 0,4 mol.L-‘1, de modo que cada béquer contivesse uma das 3 soluções. Além dos béqueres, foram usadas duas lâminas de latão, devidamente limpas com uma palha de aço. Seria necessário limpar as lâminas quimicamente usando a solução de ácido clorídrico durante dois minutos, mas, por orientações da professora, isso não foi necessário pois a limpeza física com a palha de aço já fora o suficiente. Antes de prosseguir com o experimento, foi necessário pesar a lâmina de latão que sofreria a deposição e anotar sua massa usando uma balança analítica devidamente calibrada. A primeira eletrodeposição foi feita usando a solução de sulfato de cobre no béquer de 50 mL, inserindo a lâmina de latão pesada no béquer e uma de cobre, pois o banho eletrolítico envolveu uma solução de cobre. O procedimento necessitou de uma fonte de corrente contínua para acontecer, que desta vez teve que ser devidamente calibrada da seguinte maneira, com auxílio da professora ou de um técnico: promoveu-se um curto circuito com as saídas positivas e negativas da fonte, juntando as pinças dos fios conectores, feito isso, regulou-se a corrente para 0,5 A, calibrada a corrente, desligou-se a fonte e prenderam-se os eletrodos de latão e cobre nos polos negativo e positivo da pilha respectivamente. Feita a preparação, ligou-se a fonte e esperou-se a eletrólise ocorrer por 5 minutos, anotando o tempo precisamente em um cronômetro devidamente calibrado, atentando para que o desligamento da fonte e a pausa no cronômetro sejam os mais próximos possíveis em tempo. Terminado oprocesso, pegou-se a lâmina de latão e, devidamente seca, pesou-a em uma balança analítica. Repetiram-se os procedimentos anteriores para a eletrodeposição de níquel, feitas as seguintes modificações e anotando as modificações e evidências observadas: utilizou-se o béquer contendo a solução de Cloreto de Níquel, a corrente ajustada foi de 0,3 A e a lâmina de cobre foi substituída por uma de níquel, já que o banho eletrolítico foi de uma solução de níquel. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES • Procedimento 1 (Verificação qualitativa da tabela de potencial de oxidação): - Condições iniciais: Prego cinza e solução azul, pela presença de íons Cu2+. - Condições finais: Prego laranja, pela deposição de Cobre, e solução clara, pois os íons Cu2+ saíram da solução e os íons Fe2+ são incolores. - Equação 1 (Oxirredução entre Ferro e Cobre): )(4)()(4)( aqsaqs FeSOCuCuSOFe - Quando colocou-se a barra de cobre na solução de Sulfato de Zinco, nada ocorreu, pois Cu + ZnSO4 é resultado de uma oxirredução, e a reação inversa não acontece a não ser que uma corrente elétrica seja fornecida e ocorra uma reação de eletrólise. A oxirredução é mostrada na equação a seguir: - Equação 2 (Oxirredução entre Cobre e Zinco): )(4)()(4)( aqsaqs ZnSOCuCuSOZn • Procedimento 2 (Montagem da pilha de cobre e zinco (Pilha de Daniel)): - Equações de semirreação em cada um dos eletrodos da pilha: 1) Equação de semirreação no cátodo (Equação 3 (Semirreação de redução de cobre)): )()( 2 2 saq CueCu 2) Equação de semirreação no ânodo (Equação 4 (Semirreação de oxidação de zinco)): eZnZn aqs 2)( 2 )( 3) Equação de reação global da pilha (Equação 5 (Reação global de uma pilha de Cobre e Zinco)): )( 2 )()()( 2 aqssaq ZnCuZnCu - Diferença de potencial lida no voltímetro: 1,063 V - Tabela de potenciais de redução e oxidação: Potencial de Redução (E0 red) Estado reduzido Estado oxidado Potencial de Oxidação (E0 oxi) 0,34 Cu Cu2+ + 2e- -0,34 -0,76 Zn Zn2+ + 2e- 0,76 (Tabela 2: Tabela de potenciais de redução e oxidação) - Diferença de potencial da pilha (Equação 6 (Diferença de potencial de uma pilha)): 000 oxired - Onde o potencial de redução é de quem reduziu, e o de oxidação é de quem oxidou. - DDP calculada: 1,0000 - Os valores de ddp calculado e observado são quase iguais, o que mostra a veracidade da pilha, e um baixo teor de contaminação dos eletrodos e/ou solução presentes. • Procedimento 3 (Eletrólise): - Ânodo: A coloração fica alaranjada, com cor de ferrugem. A solução resultante mostrou modificações entrando em contato com amido, tornando-se escura e indicando a presença de soluções com iodo. - Cátodo: Percebe-se a formação de gás, e a solução não muda de cor. A solução resultante mostrou modificações entrando em contato com fenolftaleína, tornando-se rosa e indicando a presença de uma solução básica. - Reações ocorridas: 1) Dissolução do sal (Equação 7 (Dissolução do Iodeto de Potássio em água)): )()()( aqaqaq IKKI 2) Ionização da água (Equação 8 (Ionização da água)): )()()(2 aqaql OHHOH 3) Semirreação de oxidação no ânodo (Equação 9 (Oxidação do íons iodeto)): eII saq 22 )(2)( 4) Semirreação de redução no cátodo (Equação 10 (Redução dos íons H+)): )(2)( 22 gaq HeH 5) Reação global (Equação 11 (Reação global da eletrólise de Iodeto de Potássio)): )(2)()(2)(2)( )(2)( )(2)( )()()(2 )()()( 222 22 22 222 222 gaqslaq gaq gaq aqaql aqaqaq HKOHIOHKI HeH eII OHHOH IKKI - No cátodo (polo positivo) há a formação de gás hidrogênio, diminuindo a concentração de íons H+ e aumentando a concentração de íons OH- na solução, aumentando sua basicidade, o que foi confirmado com a fenolftaleína. - No ânodo (polo negativo) há a formação de iodo sólido, com coloração escura, e ao colocar o amido, pôde-se perceber a presença de compostos de iodo na solução, devido à coloração se tornar mais escura. • Procedimento 4: Eletrodeposição de metais (Galvanoplastia) 1) Eletrodeposição 1: Solução de CuSO4 - Massa inicial de latão: 2,6250 g. - Tempo decorrido na eletrólise: 5 minutos, 00 segundo e 09 milésimos. - Condições finais das lâminas metálicas: Cobre fica mais claro, mais desgastado. O latão fica mais laranja, indicando a deposição de cobre metálico na sua superfície. - Massa final da lâmina de latão: 2,6737 g. - Reação no cátodo (íons Cu2+) (Equação 12 (Redução dos íons Cu2+)): )()( 2 2 aqaq CueCu - Reação no ânodo (Zinco metálico) (Equação 13 (Oxidação do Zinco metálico)): eZnSOSOZn aqaqs 2)(4)( 2 4)( 2) Eletrodeposição 2: Solução de NiCl2 - Massa inicial de latão: 2,3675 g. - Tempo decorrido na eletrólise: 5 minutos, 00 segundo e 25 milésimos. - Condições finais das lâminas metálicas: O Níquel fica mais claro, mais desgastado, indicando corrosão. O latão fica cinza, indicando a deposição de níquel metálico na sua superfície. Percebe-se a efervescência na lâmina de latão, indicando a produção de gás cloro. - Massa final da lâmina e latão: 2,3769g. - Reação no cátodo (íons Ni2+): )()( 2 2 saq NieNi - Reação no ânodo (íons Cl-): eClCl gaq 22 )(2)( 4. CONCLUSÃO Conclui-se que a eletrodeposição de metais na superfície de outros metais é um processo eficiente para melhorar a dureza deles, condutividade, resistência à corrosão, maleabilidade, resistência á calor. Outros benefícios envolvem obtenção de sódio, gás cloro, e a recuperação de metais desgastados. Além disso, conclui-se que os processos de uma pilha são 100% do tempo espontâneos, visto que todos têm uma diferença de potencial positiva, e que todos os processos eletrolíticos, incluindo eletrodeposições não são espontâneos, já que se pretende realizar processos contrários aos de uma pilha, com diferenças de potencial negativas, sendo necessário fornecer energia. Por fim, há processos eletrolíticos que se mostram muitos mais vantajosos que outros, pela proporção massa de metal depositado/tempo, que como foi visto na eletrodeposição 1 (Cobre), a massa de cobre depositada no latão foi de aproximadamente 0,05 gramas de cobre durante um período de cinco minutos e um baixo valor de corrente. Já na eletrodeposição 2 (Níquel), no mesmo tempo e com um valor de corrente um pouco menor, a massa de metal depositado foi de aproximadamente 0,011 gramas de níquel, se mostrando um processo menos vantajoso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • ATKINS, Peter. Princípios básicos de química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. • Roteiro do experimento 9. Eletroquímica: Célula voltaica e galvanoplastia. UNIFEI. Primeiro semestre de 2012. • TOFFOLI, Leopoldo. Eletroquímica. Disponível em: http://www.infoescola.com/quimica/eletroquimica/. Acesso em 26 de junho de 2012.
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