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Aluna: Rosemary Lemos de Moraes Matrícula: 201502071568 PRÁTICA SIMULADA II - Caso Concreto 2 EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA _____VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO– 1ª REGIÃO. Tício, auxiliar administrativo, com CTPS ____, Série:____ RJ, PIS: ____, nome da mãe ____, Carteira de Identidade: ____, CPF/MF: ____, endereço eletrônico: ____, nacionalidade: ____, estado civil: ____, residente e domiciliado á ________, CEP: ____, vem por seu Procurador com escritório à ________, CEP: ____, local onde receberá intimação na forma do art. 77, V, do Código de Processo Civil, propor: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Pelo procedimento sumaríssimo, Em face de ALFA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF: ____, com sede à ________, Niterói, RJ, CEP: ____, pelos fatos e direitos à seguir elencados: I - DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA O Reclamante não procurou a Comissão de Conciliação Prévia, tendo em vista as liminares conferidas nas ADINS 2.139 e 2.160-5, que fez prevalecer o artigo 5º, inciso XXXV, da CRFB/88, garantindo o acesso à justiça. II - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA O Reclamante declara ser pobre na acepção do Vocábulo Jurídico, não tendo condições de arcar com as custas e taxas, sem prejudicar o sustento familiar, na forma do art. 14, § 1º, da Lei 5.584/70, art. 790, §3º, da CLT e art. 90, do CPC. III – DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO O Reclamante fora contratado em 04/01/2016, para exercer a função de auxiliar administrativo, tendo como o última e maior remuneração a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais). O Reclamante cumpria uma jornada de 8 horas diárias, quais eram laboradas de 8 às 17h, com 1 hora de intervalo para repouso e alimentação. Em 26 de Janeiro de 2017, O Reclamante foi dispensado sem justa causa, sem receber, contudo, nenhuma verba resilitória a que possui direito de acordo com a legislação laboral pátria e informa que nunca usufruiu férias. Tendo em vista os argumentos jurídicos a seguir apresentados, interpõe-se a presente Reclamação Trabalhista no intuito de serem satisfeitos todos os direitos do Reclamante. DAS VERBAS RESILITÓTIAS O Reclamado deve pagar o aviso prévio (no caso, indenizado), saldo de salário, o décimo terceiro salário, férias vencidas integrais a crescidas do terço constitucional, férias proporcionais, os depósitos referentes ao fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS) com a respectiva multa dos 40% do saldo do aludido fundo, multa referente ao art. 477 da CLT, multa referente ao art. 467 da CLT e honorários sucumbenciais. DO AVISO PRÉVIO Como já exposto, o reclamante foi dispensado imotivadamente, nada lhe sendo pago em decorrência da ruptura do contrato de trabalho. O reclamante foi dispensado sem prévio aviso, laborando até 26/01/2017, fazendo jus a contraprestação pelo serviço prestado até esta data. É direito de todo e qualquer trabalhador, na forma do artigo 7º inciso XXI da CRFB/88 a notificação prévia de sua dispensa, o aviso prévio, que na forma do disposto na constitucionalmente assegurado, 03 (três) dias a cada ano trabalhado, no limite de 90 dias. Lei 12.506/11 tem acrescido ao seu período mínimo de trinta dias. Assim, em tendo o contrato de trabalho do reclamante perdurado de 04/01/2016 a 26/01/2017, tem completo 01 ano e vinte e dois dias de trabalho, fazendo jus a 33 (trinta e três) dias de aviso prévio. (R$ 2.200,00), período que integra o contrato de trabalho para todos os fins, artigo 487 § 1º da CLT. DO SALDO DE SALÁRIO O Reclamante trabalhou no mês de Janeiro de 2017, mês que foi dispensado sem justa causa, nada recebendo a título de saldo de salários. De acordo com o art. 4º da CLT, considera-se como tempo de serviço o tempo efetivamente trabalhado pelo empregado, integrando-se os dias trabalhados antes de sua dispensa injusta a seu patrimônio jurídico, consubstanciando-se direito adquirido de acordo com o inciso I, do art. 7º e inciso XXXVI do art. 5º, ambos da CF/88, de modo que faz o Reclamante jus ao saldo salarial de 26 dias DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO Diante da ruptura imotivada do contrato de trabalho, na forma do disposto no artigo 3º da Lei 4.090/62, sendo certo, que diante até da integração do aviso prévio ao tempo de serviço, o contrato de trabalho do reclamante, completou dois meses de trabalho de 2017, fazendo jus a 2/12 de décimo terceiro salário proporcional de 2017. (R$ 333,34) DAS FÉRIAS VENCIDAS No curso do contrato de trabalho o reclamante jamais gozou férias, embora tenha completado o período aquisitivo 2016/2017, conforme disposto no artigo 130 da CLT, fazendo jus a percepção deste período completo de férias, acrescido de 1/3 na forma do artigo 7º inciso XVII da CRFB/88. (R$ 2.666,67). DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS Diante da integração do aviso prévio ao tempo de serviço, o contrato de trabalho do reclamante se extinguiu em 28/02/2017, tendo completado um mês e vinte e quatro dias do período aquisitivo de 2017/2018, fazendo jus a este período incompleto de férias, na proporção disposta no artigo 146 parágrafo único da CLT, qual seja, 02/12. (R$ 444,45). DA MULTA DE 40% DO FGTS Como já exposto, o reclamante foi dispensado imotivadamente, fazendo jus a indenização compensatória assegurada pelo artigo 7º inciso I da CRFB/88 c/c artigo 10º do ADCT c/c artigo 18 da Lei 8.036/90, correspondente a 40% dos depósitos devidos do FGTS durante o contrato de trabalho, bem como as guias para o saque do FGTS. (8% de R$ 2.000,00 = R$ 160,00 – tempo de contrato 14 meses – R$ 160,00 x14 = R$ 2.240,00 – 40% de R$ 2.240,00 = R$ 896,00). DA MULTA DO ART. 477 CLT Na forma do artigo 477 § 6º alínea “b” da CLT, ante a ausência do aviso prévio, possuía a reclamada dez dias para quitar as verbas resilitórias, o que não efetivou até a presente data. Assim, como assegura o artigo 477 § 8º da CLT, faz jus o reclamante a multa em valor equivalente ao seu salário. (R$ 2.000,00). DA MULTA DO ART. 467 CLT O reclamante até a presente data não recebeu qualquer verba decorrente da extinção imotivada de seu contrato de trabalho, pelo que, na hipótese de não serem as verbas resilitórias, incontroversas, quitadas na primeira audiência, a multa disposta no artigo 467 da CLT, correspondente a 50% das verbas resilitórias devidas. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS O Reclamante está assistido pelo sindicato da categoria, tendo que ser o reclamado condenado nos honorários sucumbenciais na forma das Súmulas 219 e 329 ambas do TST. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer à Vossa Excelência seja: 1) Seja concedido o benefício da Gratuidade de Justiça; 2) Seja a reclamada condenada ao pagamento das verbas resilitórias; 2.1) O aviso prévio proporcional ao tempo de serviço 33 dias, no valor de R$. 2.200,00; 2.2) Saldo de Salário de 26 (vinte e seis) dias do mês de janeiro de 2017, no valor de R$ 1.733,33; 2.3) 13º salário proporcional 2017 (2/12) avos, no valor de R$ 333,34; 2.4) Férias vencidas 2016/2017 acrescidas de 1/3 constitucional no valor de R$ 2.666,67; 2.5) Férias proporcionais 2017/2018 (2/12) avos acrescida de 1/3 constitucional no valor de R$ 446,46; 2.6) Multa de 40% do FGTS, no valor de R$ 800,00; 2.7) A multa do artigo 477,§ 6º e §8°, da CLT, no valor de R$ 2.000,00; 2.8) Multa do artigo 467 da CLT s no valor de R$ 6.089,90; 2.9) Honorários advocatícios na proporção de 20% no valor de R$ 2.435,50 Assim, espera o Reclamante seja designado a audiência, sendo realizada a notificação da reclamada e ao final seja julgado procedente o pedido nos termos da Exordial. DAS PROVAS Requer a produção de todos os meios de prova admitidos no Direito, notadamente especialmente a documental e testemunhal, na amplitude do artigo 369 do Código de Processo Civil. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 18.305,66. Termos em que, Pede Deferimento. Local, Data Assinatura OAB nº JURISPRUDÊNCIA: Ementa MASSA FALIDA - RESPONSABILIDADEPELO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. A decretação da falência da empregadora não é motivo para a não observância dos direitos trabalhistas de seus funcionários, os quais não são responsáveis pelos riscos do empreendimento empresarial (art. 449/CLT). Esse entendimento é assente na jurisprudência trabalhista, devendo a Massa Falida arcar com o pagamento das verbas rescisórias, dentre as quais aviso prévio indenizado, FGTS e respectiva multa pela rescisão sem justa causa. (Processo: RO 1950108 00702-2008-038-03-00-5; Orgão Julgador: Turma Recursal de Juiz de Fora; Publicação: 15/10/2008, DJMG . Página 22. Boletim: Não. Relator: Convocado Paulo Mauricio R. Pires) DOUTRINA: Temos ainda a conhecida modalidade de dispensa sem justa causa, pela qual o empregador, por vontade própria, dispensa o trabalhador, arcando, nesse caso, com as multas e indenizações dispostas em lei. É importante destacar que todas as verbas rescisórias são devidas, inclusive liberação do FGTS (com multa de 40%) e das guias para seguro-desemprego. O trabalhador também terá direito ao aviso prévio, na forma da lei. Para Sérgio Pinto Martins aviso prévio é “a comunicação que uma das partes do contrato de trabalho deve fazer à outra de que pretende rescindir o referido pacto sem justa causa de acordo com o prazo previsto sob pena de pagar indenização.”[11] A comunicação da intenção de rescindir o contrato de trabalho deve respeitar o prazo mínimo de 30 dias, conforme previsto na Constituição Federal Art. 7º, inciso XXI[12] e na CLT Art. 487 Demissão sem justa causa Os direitos assegurados ao trabalhador no caso da demissão sem justa causa são: Saldo de salário: salário proporcional aos dias trabalhados até a ocasião da demissão. O cálculo desse valor é realizado dividindo o salário do trabalhador por 30 e multiplicando pela quantidade de dias trabalhados no mês. Aviso prévio indenizado: o empregador tem o dever de comunicar ao empregado sobre sua demissão, no mínimo, 30 dias antes de efetuá-la. Caso isso não ocorra, o empregador deve indenizar o empregado no valor que receberia caso tivesse trabalhado esses 30 dias. Quanto ao prazo para o acerto ser realizado, se a empresa avisa previamente ao trabalhador sobre sua demissão, o pagamento deve ser efetuado no primeiro dia útil seguinte ao término do aviso. Já no caso de aviso prévio for indenizado, o prazo para o acerto é de 10 dias, a serem contados a partir do dia que o trabalhador foi notificado sobre a demissão. Se esse prazo for descumprido pela empresa, o trabalhador tem direito a receber um salário a título de multa. Aviso prévio indenizado proporcional: por cada ano trabalhado na empresa, são acrescidos três dias ao período de aviso prévio. Férias vencidas e um terço de férias: A cada ano (12 meses) trabalhado na empresa, o trabalhador tem direito a um mês de férias. Se essas férias ainda não foram gozadas quando da demissão, o empregado tem o direito a receber o equivalente ao valor de um salário mais um terço (terço constitucional). Férias proporcionais e um terço de férias proporcionais:é o valor correspondente ao período de férias a que o trabalhador tem direito proporcionalmente ao período trabalhado no ano em que foi demitido. O cálculo é realizado proporcionalmente ao período trabalhado pelo empregado. Isto é, o valor de um salário, referente às férias, será divido por 12 e multiplicado pela quantidade de meses trabalhados (na quantidade de meses trabalhados é incluído o período do aviso prévio). Quanto à fração de mês trabalhado, se na ocasião da demissão o empregado tiver trabalhado mais de 14 dias, esse mês será considerado como mês trabalhado. Caso contrário, os dias trabalhados no mês em que ocorreu a demissão não são considerados no cálculo das férias proporcionais. 13º salário proporcional: corresponde ao valor do 13º salário dividido por 12 e multiplicado pela quantidade de meses trabalhados no ano em que ocorreu a demissão (também conta como mês trabalhado o período do aviso prévio). Quanto à fração de mês trabalhado, se na ocasião da demissão o empregado tiver trabalhado mais de 14 dias, esse mês será considerado como mês trabalhado. Caso contrário, os dias trabalhados no mês em que ocorreu a demissão não são considerados no cálculo do 13º proporcional. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): o empregado tem direito a retirar imediatamente o saldo da sua conta. Multa de 40% sobre o saldo do FGTS: o empregador tem o dever de pagar ao trabalhador o valor correspondente a 40% do saldo da conta do FGTS como multa.
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