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DIREITO PENAL III Resumo N1

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DIREITO PENAL III
Objeto Jurídico: bem jurídico tutelado
Tipo Objetivo: Verbo nuclear – Ação.
Elemento Subjetivo: proposito do agente, dolo ou culpa.
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL/DIREITO IMATERIAL
Gênero que se divide em duas espécies: Propriedade intelectual e Direitos da Personalidade. O direito à Propriedade Intelectual está exposto no artigo 184/CP. Visa proteger a capacidade de criação intelectual do indivíduo.
184CP: Violar direitos de autor e os que lhe são conexas; detenção: 3 meses a 1 ano ou multa.
A reparação acontecerá pelo Direito Civil.
Propriedade imaterial consiste na relação jurídica entre o autor e sua obra e sua divulgação perante o mundo exterior ou uma coletividade reconhecendo o autor de obra literária, artística ou científica com seu verdadeiro proprietário.
- Natureza Jurídica: Bens móveis de forma equiparada; Os direitos autorais possuem natureza de bens móveis em razão disso contemplam os direitos morais e patrimoniais, tendo em vista que quando violado, além de atingir o patrimônio do autor afronta também a sua capacidade de criação, que neste caso correspondem aos danos morais.
- Os direitos de autor poderão ser transferidos à terceiro total ou parcialmente pelo próprio autor ou seus sucessores.
NUCCI: Transgressão ao direito do autor se dá de várias forma, desde a simples reprodução não autorizada de um livro por fotocópia até a comercialização de obras originais sem autorização do autor.
É um crime comum e próprio ao mesmo tempo, porque pode ser praticado por qualquer um (comum em relação ao sujeito ativo) e próprio porque é contra o autor de alguma obra (próprio em relação à vítima)
-Bem jurídico tutelado: Propriedade Intelectual.
-Elemento Subjetivo: Não há o que se falar em forma culposa, só admite o crime na sua forma dolosa.
Qualificadoras:
Parágrafos 1, 2, 3:
§ 1º: Para obter lucro – reclusão 2 a 4 anos: O agente deverá atuar com a finalidade de obter lucro.
§2º: Para Obter lucro com algumas ressalvas: Vender, distribuir, ter em depósito. Ex.: Pirataria.
§3º: Oferecimento cibernético, online: Vendas no ambiente virtual.
DOS ELEMENTOS CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO – 208/CP
Art. 208.
Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Liberdade individual de culto e crença, independente da religião praticada, desde que não ocorra afrontas a outro bem jurídico tutelado.
Tipo Objetivo: escarnecer, afrontar, zombar, ridicularizar; em relação a crença ou a função religiosa (o ministério que ocupa)
CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Art. 209.
Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
 - O dolo do agente deve estar em atrapalhar, perturbar, impedir a cerimônia (cuidar o elemento subjetivo do tipo) Ex.: do cara que chegou e falou que o morto era 177 – o elemento subjetivo não é atrapalhar a cerimônia, neste caso é violar a honra do morto, deste modo não configura-se o crime do artigo 209.
Art. 210.
Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
- Tipo Objetivo: violar = Abrir, romper, escavar/ profanar = desrespeitar, degradar sepultura ou lugar destinado ao enterro do cadáver, ou urna funerária.
- A consumação ocorre com a violação ou a profanação.
- A tentativa só ocorre em relação a violação. (crime tentado: quando o crime não se consuma por vontade alheia à do agente).
Art. 211.
Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Tipo Objetivo: destruir (tornar insubsistente, fazer com que não mais exista) subtrair (tirar do local) ou ocultar (esconder, desde que não haja a destruição)
Art. 212.
Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Vilipendiar: tratar com desprezo, ultrajar. Meios de Execução: mais variados possíveis, inclusive gestos e palavras.
CRIMES CONTRA A LIBERDADE E DIGNIDADE SEXUAL
O código penal é dos anos 40, 1941, a sociedade mudou; a lei 12.015/09veio para suprir uma parte da lacuna que há no código; essa lei é mais compatível com a sociedade atual.
- Hoje não preocupa-se mais com essa questão, mas em1940 a sociedade preocupava-se com a questão do costume, mesmo assim a preocupação com a liberdade e a dignidade ainda existe.
A nova lei (12.015/09) possui como características:
Deixar de ter o costume para tutelar a respeito da liberdade e dignidade;
Fusão do artigo 213 e 214: Conjunção carnal e ato libidinoso;
Surge a figura da vulnerabilidade (art. 217-A)
IMPORTANTE: Nesse crime a intenção deve sempre ser a satisfação da libido, da lascívia para a caracterização do crime.
Outro aspecto da lei é a revogação do artigo 224 que tratava do vulnerável que agora já está no 217-A da Lei 12.015/09.
- Ação Penal: Antes era privada (para preservar a imagem da vítima, não expor a vítima) agora é pública incondicionada (para vulnerável) e pública condicionada se não for contra vulnerável.
- Necrofilia
Art. 213.
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Constranger (obrigar, forçar, coagir): verbo de ação
Alguém: Crime comum (antes era próprio, era constranger mulher) hoje pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
-Crime comum: Não exige característica especial nem da vítima nem do agente.
-Crime Unisubjetivo: Pode ser praticado por uma única pessoa.
-Plurisubsistente: Pode ser executado das mais variadas formas.
- Pluriofensivo: Ofende mais de um bem jurídico (liberdade sexual, dignidade sexual e a integridade física)
-Crime Complexo: Reúne dois ou mais tipos penais (quando há fusão de dois tipos penais) Ex.: furto com violência.
**Antes existia a expressão “atentado violento ao pudor” hoje ela compreende-se por ato libidinoso.
- Objeto Jurídico: Liberdade e dignidade sexual e integridade física.
Tutela a liberdade sexual do homem e da mulher de forma plena, ou seja, confere à pessoa o direito escolhido em relação a quem poderá ter contatos íntimos e sexuais, de modo que em NENHUMA HIPÓTESE alguém poderá ser submetido a ter relação sexual sem a sua vontade – o destaque é por causa da mulher casada.
- Tipo Objetivo: Núcleo> Constranger: no 2013 corresponde a relação sexual tida de maneira forçada, na qual o agente obriga a vítima sem seu consentimento.
- Admite concurso de agentes.
- Mulher como sujeito ativo: Alteração significativa do 213 na redação da lei 12.015/09 confere a mulher a possibilidade de figurar no polo ativo do delito. Justifica-se pela inclusão ao tipo penal da conduta, correspondendo ao atentado violento ao pudor, o qual em bora revogado enquanto figura típica mentem-se punível em relação a conduta que o caracteriza, qual seja o ato libidinoso. 
Obs.: Mulher: sujeito passivo, convém ressalvar que sendo a vítima do estupor a mulher e deste crime resultar uma gravidez, esta poderá ser submetida a um procedimento abortivo (aborto voluntário/necessário – artigo128,II/CP) mediante autorização judicial.
- A resistência da vítima é uma elementar (está implícito) no crime de estupro, devendo subsistir durante toda a atividade sexual, se em algum momento houver um consentimento o delito não ocorre. 
Portanto tem-se que a recíproca é verdadeira, ou seja, se iniciada a relação sexual de forma consentida e durante o ato a vítima optar pela não continuidade, essa decisão deverá ser respeitada sob pena de configuração do delito.
**Falso não: Durante a aproximação das pessoa com o intuito de relacionar-se pode ocorrer um ritual de conquista em que uma as partes diga não a relação sexual, porém o faz querendo que a relação ocorra, neste caso não há crime pois a resistência deverá ser enfática demonstrando claramente a intenção contrária à prática do ato sexual. Tal circunstancia é tratado pela doutrina como jogos de sedução. A descaracterização do delito na hipótese de ocorrido o jogo da sedução se dá por erro do tipo, artigo 20 do Código Penal.
- É possível a caracterização do crime de estupro sem contado físico, pois o ato libidinoso pode ocorrer de diversas formas, tendo o emprego de violência e de grave ameaça. Nesta hipótese a satisfação da libido/lascívia será meramente contemplativa
IMPORTANTE: Elementares: Violência ou grave ameaça (Sem a presença dessas elementares, não há crime) são as elementares que fazem ocorrer a afronta ao objeto jurídico tutelado (liberdade e Dignidade)
A violência é caracterizada pelo emprego da força física contra a vítima pelo agente. A violação pode ser produzida pela própria energia corporal do ofensor (ex.: Imobilização da vítima, inviabilizando a sua resistência)
A violência pode ser:
-Imediata: Quando empregado contra a própria vítima
-Mediata: Quando empregado contra terceiros.
**Grave Ameaça: Trata-se de violência moral ou psicológica, devendo, entretanto ser efetivamente grave, ou seja, relevante, causando à vítima o receio de que um mal considerável se concretize em seu desfavor.
**Verossímil: Ameaça deve ser sobre algo possível.
** Iminente: Na hora, o mal pretendido deverá ser ocorrido enquanto a vítima estiver sob influência de seu algoz, não tendo qualquer chance de evita-lo – INEVITÁVEL
**Inevitável: Se a vítima não ceder, o mal pretendido não terá seu efeito prático. 
A grave ameaça pode ser oral ou escrita
- O mal injusto prometido não deve ser referente a algo que seja realizado por terceiro para se concretizar mas sim pelo agente.
Injusto é o mal que não possui qualquer amparo legal para sua realização; Obs.: Porém no crime de estupro é irrelevante o fato do mal ser injusto ou não, pois não há previsão legal para isso, porque ninguém possui o direito de exigir favores sexuais em nenhuma circunstância.
Satisfação da Lascívia/libido (não é uma elementar): Busca do agente pela satisfação de uma necessidade fisiológica relacionada à seus impulsos sexuais, podendo ocorrer pela submissão da vítima à pretensão do agente para com ela ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso, bem como por uma circunstância meramente contemplativa em que o agente irá se satisfazer com a prática de ato libidinoso praticado pela vítima em si mesmo.
Atos preliminares: Sendo a intenção do agente a conjunção carnal, é natural que outros atos libidinosos sejam praticados, sendo entretanto esses atos anteriores ou preliminares absorvidos pela conjunção carnal. Deste modo, ainda que ocorram, o agente irá responder apenas pela primeira parte do crime (conjunção carnal). O que precisa ser avaliado é o intuito do agente, pois é o seu propósito que determina se o crime foi consumado ou tentado.
Art. 215.
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
ELEMENTAR: Fraude – Pegar para ficar claro – IMPORTANTE
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE ou ESTELIONATO SEXUAL
Aula:
Trata-se de delito definido pela doutrina como estelionato sexual, hipótese em que o agente busca ter relação sexual ou praticar ato libidinoso com a vítima se valendo de fraude ou outro artificio ardiloso que venha a viciar o consentimento da vítima.
Fraude: consiste em conduta em que o agente engana a vítima, a induzindo a acreditar que a ação praticada é natural, correspondente a relação estabelecida para com o agente, seja por vínculo afetivo ou mesmo profissional.
Exemplos:
O médico que com o argumento de realizar algum procedimento compatível com a sua especialidade pratica ato libidinoso com a vítima, fazendo com que está imagine se tratar de um método natural.
A fraude pode ocorrer ainda por algum aspecto relacionando a identidade do agente, hipótese em que o agente induz a vítima em erro, fazendo-se passar por outra pessoa diversa daquela que a vítima naturalmente autorizaria ou manteria espontaneamente algum tipo de relação sexual:
Exemplo:
Exemplo do irmão gêmeo – se faz passar pelo outro. 
 A fraude como elementar do crime tem por característica primeira a ação de lubridiar a vítima pelo engano/engodo, mantendo-a em erro, o que justifica que a relação sexual ocorra com o consentimento da vítima. 
O alcance ou a extensão da fraude ou outro meio que dificulte a livre manifestação da vontade da vítima também se demonstra em outros meios de agir do criminoso, tais como o agente que apresenta informações falsas em relação à aspectos diversos à sua vida, tais como: idade, poderio econômico entre outros desde que seja nítida a intenção de obter vantagem sexual. 
Exemplo: do agente que para ter conjunção carnal/relação sexual com uma prostituta, se propõe a pagar uma quantia substancial em dinheiro pelo programa, mas após a prestação de serviço deixa de fazê-lo. 
Exemplos que caracterizam a violência sexual mediante fraude
- Líder religioso a pretexto que a vítima alcance uma cura espiritual a induz a praticar ato sexual com ele. 
- Pessoa que tenta se passar por conjunge ou companheiro da vítima.
- A pessoa que se faz passar por determinado profissional, ex: agencia de modelo que engana a moça.
- Boa noite cinderela – o agente ministra substancia que causa perda de consciência na vítima, seja por bebida alcoólica ou ouro entorpecente para após manter com ela relação sexual.
Tal conduta no direito atual se amolda melhor ao crime de estupro de vulnerável artigo 217 A-A.
Art. 216-A.
Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
- Crítica: Poderia ser tratado com o direito civil pelo fato do direito penal ser a última ratio.
-> Constranger: é um pouco diferente do 213, lá é coagir fisicamente, aqui é utilizar-se do emprego, do cargo, a pessoa se sente forçada sem coação física.
- Favorecimento Sexual
- Ascendência Hierárquica: Aproveitar-se da sua posição superior à vítima.
- Conduta tipificada como crime em 2001, L 10.224/01.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
-Crime Próprio: Exige qualidade específica do agente e da vítima; Subordinado como sujeito passivo e aquele que possui superioridade hierárquica como sujeito ativo.
ELEMENTOS CARACTERIZADORES
- Constranger alguém com intuito de obter VANTAGEM ou FAVOR SEXUAL
Admite favorecimento para terceiro, se houver conluio entre os dois, ambos responderão, caracterizando o concurso de pessoas, é necessárioo vínculo empregatício. 
**Plurisubsistente: Os meio de execução são os mais variados possíveis.
-ELEMENTO SUBJETIVO: Sempre doloso, não há a possibilidade de ser culposo.
- OBJETO JURÍDICO TUTELADO: Liberdade sexual (no ambiente do trabalho) mas abrange muito mais que isso, portanto é PLURIOFENSIVO, por isso permeará em várias outras áreas do Direito. Ocorre quando a vítima é importunada por pessoa que se prevalecem da sua condição de superioridade ou ascendência.
- OBJETIVO MATERIAL: Própria pessoa, não faz distinção de sexo (constranger alguém)
-TIPO OBJETIVO: Núcleo da Ação
Constranger: dois sentidos:
Forçar, obrigar, coagir a fazer algo que não seja do seu interesse, com o propósito de obtenção de vantagem sexual.
Importunar, incomodar, insistir, nesse caso a ameaça é velada, ou seja, está implícita, não faz referência obrigatória à integridade física da vítima. Está relacionada a algum prejuízo para a vítima no seu ambiente de trabalho, tais como, demissão, rebaixamento de cargo ou não promoção.
Obs.: Pode ser verbalmente, por escrito ou por gestos, ficando afastado o emprego de violência ou grave ameaça pois do contrário caracterizaria o estupro.
DISTINÇÃO: ASSÉDIO MORAL X ASSEDIO SEXUAL
Um não se confundo com o outro, pois no assédio sexual a pretensão do agente diz respeito a obtenção de vantagem ou favorecimento sexual. No assédio moral, a conduta do agente consiste em humilhar, tratar com descaso, constranger moralmente a vítima ou submeta-la a situação vexatória.
ELEMENTAR: SUPERIORIDADE HIERÁRQUICA E CONDIÇÃO DE SUBORDINAÇÃO.
Superioridade hierárquica: Funcionario que possui em relação ao demais, maior altoridade na estrutura administrativa pública.
Ascendência: A superioridade, no que se refere ao poder de mando entre empregador e empregado ocorrida dentro da estrutura particular ou privada.
Consumação: No momento do constrangimento, independentemente da vantagem ou favorecimento sexual.
Tentativa: Admite-se tentativa apenas na via escrita interceptada.
PARAGRAFO SEGUNDO> CAUSA DE AUMENTO DE PENA: 1/3 de aumento de pena se a vítima for menor de dezoito anos.
EMPREGADOR X DIARISTA: não possui vínculo empregatício, não caracteriza crime.
PROFESSOR X ALUNO: Não há subordinação, nem no ambiente de trabalho dos dois, não caracteriza assédio sexual por não haver o vínculo de relação de empregado.
CLIENTE X PROSTITUTA: Não há relação de emprego.
Artigo 217-A/CP – Estupro de Vulnerável – Pena: Reclusão 8 a 15 anos.
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso (quase o mesmo texto do estupor simples, porém la é constranger, aqui é ter, ou seja, o crime se caracteriza mesmo com o consentimento já que também muda a partir daqui) com menor de 14 anos.
Vulnerável: Em relação ao menor de 14 anos a vulnerabilidade se dá em razão do precário amadurecimento enquanto indivíduo, pois ainda não resume as melhores condições de discernimento e compreensão entre certo ou errado, seguro ou inseguro, bem como não possui plena consciência sobre o ato praticado, principalmente em se tratando das relações interpessoais típicas do universo adulto, neste caso as relações sexuais. A vulnerabilidade segundo o critério etário atinge indivíduos ainda em formação física e cognitiva, de modo que em razão da inexperiência em relação as coisa da vida deste não se pode exigir pleno conhecimento em nenhum seguimento, tampouco no que se refere às relações sexuais.
VULNERABILIDADE POR ENFERMIDADE? Pode ser por enfermidade definitiva ou temporária, portanto qualquer pessoa pode ser vítima. A vulnerabilidade se estende a pessoas acometidas de doença mental ou física de caráter permanente ou temporário bem como aquelas que por variadas circunstancias venham a ter momentânea perda de consciência não podendo prover sua autotutela (bêbado, cú de bêbado não tem dono, mas o Estado protege kkkkkk)
Violência Presumida: O crime ocorre mesmo havendo consentimento da vítima, não depende do emprego de violência – por isso o conceito de vulnerável é absoluto.
***Ação penal pública para capaz: condicionada de representação e ela é incondicionada quando for menor. 
213 – CRIME NA SUA FORMA QUALIFICADA 
As qualificadoras se dão pelo resultado, mas não são em todas hipóteses.
Parágrafo I - o crime será qualificado quando?
Saber parágrafo I e II do artigo 129 e ele é citado no 213 por se tratar de lesão corporal. 
A II hipótese que é qualificado é :
> de 14 e < 18. 
1) Acaba tendo lesão grave/gravíssima.O sujeito menor de 18 tem discernimento menor do que alguém = pena 8 a 12 anos. 
2) Morte da vítima. De 12 a 30 anos de reclusão. 
Estrupa e ela morre, culposa e dolo na conduta de estuprar? Responde pelo estupro qualificado 
Trata-se de crime preterdoloso tendo em vista que há dolo no estrupo e culpa no resultado agravador, podendo este ser lesão corporal grave ou gravíssima (artigo 129, parágrafos I e II), ou ainda, a morte da vítima.
Observação; caso o agente que pratique o estupro venha também, com dolo, a matar a vítima, responderá pelo estupro na sua forma simples 213 caput, e também pelo homicídio, podendo este ser simples ou qualificado conforme os meios de execução.
Se ocorrer o resultado morte, sendo a vítima menor de 18 anos e maior de 14 anos, o resultado mais gravoso será a morte, e essa absorve a conduta menos gravosa, a menor idade da vítima, sendo o estupro considerado comum e perdendo a qualificadora.
Em relação ao parágrafo I, é o mesmo raciocínio, ele vai estuprar e tenta dominar a vítima e causar lesões corporais culposas, machucando o corpo dela. Neste caso tem dois crimes, o estupro e as lesões. Pena de 6 a 10 anos se so estuprar simples. Mas como teve lesão corporal ele vai responder pelas duas. 
Qualificadora:
O estupro qualificado é caracterizado pelo resultado, vai estuprar e além de todas as consequências de cunho psicológico, ele causa lesão corporal grave ou gravíssima. 
 O fato da vítima ser menor de 18 e maior de 14 anos, que tem a ver com o nível de maturação da vítima, pode ser uma pessoa mais influenciável. 
 
Sujeito tem dolo de estuprar e a consequência é a lesão, ele não teve dolo, mas se ele teve dolo e culpa, queria tinha intenção de causar a lesão e estuprar ele vai responder pelos dois crimes em concurso. 
Tentativa: 
Ela ocorre, quando uma pessoa tem intenção de estuprar e por exemplo chega alguém e o impede. Ela ocorre quando o crime não se consuma, mesmo iniciados os atos de execução pelo emprego de violência ou grave ameaça, não se consumando por circunstância alheias a vontade do agente, artigo 14, inciso II CP. 
Desdobramentos da tentativa:
Disfunção erétil/impotência sexual: prevalece a segunda. Se o agente pretendendo estuprar mediante conjunção carnal não obtendo êxito em razão da sua impotência sexual, o fato será atípico, fundamenta-se por se tratar de crime impossível por absoluta ineficácia de execução artigo 17 CP. A impotência deve ser permanente e demonstrada por prova pericial. 
Na segunda teoria se o agente não é impotente em razão de patologia, mas não conseguiu manter uma ereção por nervosismo ou outros motivos, ocrime será considerado tentado, por circunstancias alheias a sua vontade.
*** a ejaculação precoce – caso o ato pretendido pelo agente não ocorre em razão de haver uma ejaculação precoce, o crime será considerado tentado. 
É evidente que se foi estuprar e muito preocupado não conseguiu, e pratica ato libidinoso, ele responde apenas por ato libidinoso. 
*** Artigo 15 – o sujeito dominou a vítima, e ela resistindo, cansou ela e quando ela desiste bate uma crime se consciência e ele desiste. Isso é desistência voluntária
Art. 218-A.
Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Do 219 até o 224 tratava-se do crime de rapto, muito comum na época que o código penal foi publicado, hoje não existe mais a necessidade de legislar a respeito disso, sendo assim tais artigos estão revogados
Art. 218-B.
Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 225.
Nos crimes definidos nos Capítulos I (liberdade sexual) e II (crimes sexuais contra vulneráveis) deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 226
A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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