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TRABALHO EM GRUPO - TG ALUNA SAMARA SOUSA CARVALHO POLO ALMENARA MG ABRIL 2017 QUESTÃO - TG O MENINO E A CAIXA In RAMAL, Andrea. Histórias de gente que ensina e aprende: contos para repensar a educação. São Paulo: Edições Loyola, 2003. Todos os dias ele sentava na mesma sala e, como de costume, abria sua caixa. Quando o entregador de objetos chegava, cumprimentava-o e começava a lançar-lhe coisas preparadas para aquele dia. À medida que eram lançadas, ele as guardava, indiscriminadamente, dentro da caixa. No início tentara dividir o espaço em compartimentos, e cada objeto ia para seu lugar, de acordo com seu gênero e sua função. Depois as coisas foram ficando confusas: havia objetos sem função aparente, e era difícil entendê-los ou catalogá-los. Havia também compartimentos totalmente cheios, enquanto outros permaneciam quase vazios, e como os objetos se acumulavam teve que começar a sobrepor os elementos. Assim, com uns sobre os outros, e sobre estes os novos que chegavam a cada dia, quase não sobrava espaço livre, e os objetos se amassavam e se achatavam no fundo e pelos lados da caixa, inutilizados e esquecidos, deformando-a toda. Não havia mais lugar, mas os objetos não paravam de ser jogados pelo entregador para dentro da caixa, que ficava aberta especialmente para esse fim. Alguns novos, outros muito parecidos com coisas que já havia dentro dela. Mesmo que fossem totalmente idênticos, ele os guardava. Quando o entregador de objetos terminava sua rotineira tarefa, ele então fechava mecanicamente sua caixa, amassava e espremia como podia os objetos sobrepostos, como numa mala em que não cabem as coisas na volta da viagem. Depois saía da sala, esquecendo-se deles até o dia seguinte. Mas houve um dia em que os lados da caixa começaram a ceder. O entregador de objetos ficou atento: pensou que de dentro dela, vazando pelos lados, talvez pudessem sair objetos novos, frutos de uma combinação criativa de tudo o que jogara durante todo aquele tempo. Mas não: eram apenas peças soltas, desconexas, pedaços das velhas coisas amassadas que haviam se quebrado, partidas dentro da caixa apertada. Os objetos vazavam e a caixa estremecia, como um vulcão que se preparava para entrar em erupção. E assim aconteceu o inevitável: depois de se sacudir em estranhos movimentos sem nenhum ritmo, a caixa simplesmente se rompeu numa explosão que lançou os objetos em múltiplas direções, fragmentos de mil cores, pela sala e pelo espaço. Foi quando ele, olhando com expectativa para a própria caixa esvaziada, viu de seu fundo nascendo, pequena, uma coisa nova, estranha e desengonçada, mas surpreendentemente linda. Era, tímida e despretensiosa, a sua primeira ideia. RESULTADOS DA LEITURA O texto O menino e a caixa, de Andrea In Amaral, me fez refletir e viajar em um universo chamado aprendizado, além de possibilitar diversas análises das disciplinas que estão sendo cursadas neste semestre, sendo assim será feito um breve estudo sobre o texto citado. O texto relata a história de um menino que ganhava diariamente vários objetos e sempre os guardava em sua caixa, eram objetos grandes, pequenos, coloridos e de formatos diferentes, porém ele percebeu que o número de objetos sempre aumentava, conseqüentemente ele não conseguia os guardar e catalogar em sua caixa, com o tempo os objetos passaram a se misturar, devido ao fato do entregador passar a jogar diretamente os objetos na caixa, ou seja, sem nenhum cuidado e organização com os mesmos, a caixa foi ficando cheia, transbordando os objetos e com o passar do tempo os objetos que estavam sendo depositados passaram a se parecer um com o outro, sem novidade. Trazendo essa historia para o nosso universo educacional podemos perceber que os objetos depositados na caixa nada mais são do que o conhecimento, as diversas disciplinas, opiniões, discussões, tudo misturado ao aluno, ou seja, ao menino dono da caixa, a caixa significa o cérebro e o entregador da história remete ao professor, que na prática, busca ensinar apresentando sempre coisas novas ao aluno. “Todos os dias ele sentava na mesma sala (...)”, esse trecho nos faz refletir sobre o ambiente em que é transmitido o conhecimento, que é de suma importância para o aprendizado dos alunos. Seguindo nesse raciocínio, à medida que os dias passam, o aluno precisa compreender que o conhecimento entregue pelo professor precisa ser entendido, organizado e assimilado na sua vida, e que é necessária, também, a análise deste conhecimento para reciclá-lo diariamente, mesclando os conhecimentos entre si. A maior riqueza que podemos ter é o conhecimento, sendo assim ele não pode ser compreendido e acumulado para si, pois assim se torna inútil para quem o detém, a medida que acumulamos conhecimentos passamos a correr o risco de não caber mais em nossa mente, passando a não ter sentido receber mais e mais conhecimento. O momento em que a caixa estoura, jogando para fora todo seu conteúdo de objetos, pode ser visto como uma reestruturação do sistema educacional, onde a atitude de mudança reflete em lançar fora o que não é mais útil e iniciar uma nova idéia de depositar e receber os conhecimentos nas escolas brasileiras. Formando indivíduos pensantes, reflexivos e críticos com relação ao que se aprende em sala de aula, capaz de receber e assimilar o conteúdo de forma a aproveitar o conteúdo por inteiro. A história nos remete a uma crítica ao sistema educacional, como a forma em que os conteúdos escolares eram apenas lançados para os alunos então assim só recebido mas não compreendido e guardados para si. O desafio colocado em sala de aula pelo professor deveria desenvolver e confrontar o conhecimento do aluno, através da percepção, da atenção e da interpretação, porem era apenas retido. E a escola como lugar de se socializar precisava visualizar a falta de compreensão nas aulas, entendendo que o menino apenas seguia uma cultura de ir todos os dias na mesma escola receberem a mesma qualidade de ensino. Porem se perdia com a diversidade de informações, o educador em sala estando mais próximo do aluno precisava identificar se o que estava sendo apresentado era recebido como fonte de conhecimento e expressado com coerência, concisão e clareza na sua comunicação. Desenvolvendo capacidades como autonomia para seleção, avaliação e utilização das informações obtidas, formando assim indivíduos capazes de expor opiniões, esclarecer dúvidas e serem autores de suas próprias idéias sendo compreendidas de acordo as disciplinas cursadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS KBESSA. Recanto das Letras: O menino e a caixa. Disponível em <http://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/2226902<. Acessado em 18 de Abril de 2017. MARQUES, Vera. O menino e a Caixa. Disponível em http://verarodriguesmarques.blogspot.com.br/2017/03/tg-o-menino-e-caixa.html. Acessado em 18 de Abril de 2017.