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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA – CÂMPUS SANTOS AUGUSTO CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO MAIARA SAPIECYNSKI ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO SANTO AUGUSTO 2015 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA – CAMPUS SANTOS AUGUSTO MAIARA SAPIECYNSKI ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO ACOMPANHAMENTO DO CONTROLE DE QUALIDADE NO ABATEDOURO DE AVES. Trabalho apresentado comorequisito parcial para obtenção do título de Técnico em Alimentos integrado ao ensino médio, do Instituto FederalFarroupilha – Campus Santo Augusto Orientador (a): Gislaine Hermanns SANTO AUGUSTO 2015 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA – CAMPUS SANTOS AUGUSTO A Orientadora Professora Gislaine Hermanns, e a Estagiária Maiara Sapiecynski, abaixo assinados, cientificam-se do teor do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório, do Curso Técnico em Alimentos Integrado a Ensino Médio. ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO Elaborado por Maiara Sapiecynski como requisito parcial para obtenção de título de Técnico em Alimentos Integrado ao Ensino Médio _________________________________________ (Orientadora) _________________________________________ (Estagiária) SANTO AUGUSTO 2015 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 1 Estagiária 1.1 Nome: Maiara Sapiecynski 1.2 Curso: Técnico em Alimentos 1.3 Turma: 031 1.4 Endereço: São José da Boa Vista 1.5 Município e estado: Santo Augusto, RS 1.6 CEP: 98590-000 1.7 Telefone (s): (55) 9907-8319 1.8 E-mail: maiara.sapiecynske@hotmail.com 2 Empresa 2.1 Nome: Mais Frango Miraguaí LTDA 2.2 Endereço: Bairro Irapuá – RS 330, km 03 2.3 Município e estado: Miraguaí, RS 2.4 CEP: 98.590-000 2.5 Caixa Postal: 2.6 Fone: (55) 3554-1003 2.7 Fax: (55) 3554-1003 2.8 E-mail: joaoeduardo@maisfrango.com 3 Estágio 3.1 Área de realização: Controle de Qualidade de Produto 3.2 Coordenador do Curso: Josué Nerioti Rigue 3.3 Professor Orientador no Instituo Federal Farroupilha – Campus Santo Augusto: Gislaine Hermanns 3.4 Supervisor de estágio da Empresa: João Eduardo E. Marcolin. 3.5 Carga horária total: 100 horas 3.6 Data de início e término: 08/12/2014 até 27/01/2015 “O destino não é uma questão de sorte, é uma questão de escolha. Não é algo para se esperar, é algo para se conquistar. ” William Jennings Bryan AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que dê alguma forma contribuíram para a conclusão deste relatório. A minha família, pelo apoio, paciência e compreensão recebidos para que fosse feito o estágio com seriedade e responsabilidade para conclusão do mesmo. As professoras Gislaine Hermanns e Juliana Cantarelli, orientadora e coorientadora respectivamente, que durante meu período de estágio, se mostraram muito atenciosas, dedicadas e prestativas quando solicitadas. Ao Marcos Tavares, que me auxiliou muito na formatação do relatório de estágio. Aos meus colegas e amigos que dê alguma forma, contribuíram para que concluísse esta etapa da minha carreira acadêmica, me auxiliando e me ajudando quando os solicitava. Ao supervisor João Eduardo E. Marcolin, da empresa Mais Frango Miraguaí LTDA, pela oportunidade que lhe foi solicitada, juntamente com os monitores do Controle de Qualidade, que acompanharam com muita paciência, sendo prestativos e atenciosos com minhas atividades durante o período de estágio e sempre colaboraram da melhor maneira com o esclarecimento de dúvidas relacionadas às questões técnicas e teóricas a respeito da empresa. RESUMO O estágio foi realizado na empresa Mais Frango Miraguaí LTDA, situada no município de Miraguaí – RS no período de 08 de dezembro de 2014 a 27 de janeiro de 2015, mais especificamente na área de controle de qualidade O controle de qualidade dos alimentos se refere a toda e qualquer ação que vise melhorar os procedimentos de higiene e manipulação de alimentos para que este fique livre de qualquer contaminação e seja considerado um “Alimento Seguro”.Para isto é importante monitorar a qualidade dos alimentos em todas as etapas de produção, desde o abate ou colheita, passando pelo transporte, recebimento, armazenamento, processamento até a distribuição final ao consumidor. O objetivo do estágio foi acompanhar os monitoramentos da indústria, para obter conhecimento da planta da empresa, conhecimento da Legislação à que esta se submete no Ministério da Agricultura, conhecimento dos planos de auto controle da planta, realização de monitorias do controle de qualidade, acompanhamento de auditoria da empresa JBS e processamento até o produto final para exportação. Assim, no decorrer do estágio pôde ser elaborado um fluxograma das etapas e setores da empresa, que passa desde o recebimento da matéria-prima até a obtenção do produto final, sendo todas realizadas com alto índice de monitoramentos feitos tanto pelo Controle de Qualidade da empresa, quanto pelos fiscais da Inspeção Federal. Além disso, acompanhou-se uma Supervisãorealizada na empresa, com uma Fiscal Federal Agropecuária, concursada do governo federal e alocada na BRF (Brasil Foods) de Marau-RS, também sendo responsável por alguns trâmites burocráticos na UTRA - Passo Fundo, que acompanhou toda a produção durante um dia, realizando os mesmos procedimentos dos monitores do Controle de Qualidade, mas de um modo mais rigoroso para verificação da empresa se está apta para exportação de produtos. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Fachada da empresa Mais Frango Miraguaí LTDA. ................................... 16 Figura 2. Yucumã Alimentos. .................................................................................... 17 Figura 3. Galpões de espera ou box. ........................................................................ 18 Figura 4. Recepção das aves e sala de necrópsia. ................................................... 19 Figura 5. Gaiolas limpas empilhadas no caminhão. .................................................. 27 Figura 6. Descarregamento das gaiolas. ................................................................... 27 Figura 7. Sangria. ...................................................................................................... 30 Figura 8. Escaldagem. .............................................................................................. 31 Figura 9. Depenagem.. .............................................................................................. 31 Figura 10. Retirada das cabeças. .............................................................................. 32 Figura 11. Etapa de evisceração. .............................................................................. 33 Figura 12. Pré-resfriamento - pré chiller .................................................................... 35 Figura 13.Mini chillers de miúdos. ............................................................................ 35 Figura 14. Pré-resfriamento – chiller. ........................................................................ 36 Figura 15. Máquina de gelo. ...................................................................................... 36 Figura 16. Sala de cortes. ......................................................................................... 38 Figura 17. Embalagem secundária. ........................................................................... 40 Figura 18. Carrinhos no túnel de congelamento. ....................................................... 41 Figura 21. Doca da expedição. .................................................................................. 43 Figura 22. Fluxograma de abate de aves. ................................................................. 44 Figura 23. Barreiras sanitárias .................................................................................. 45 Figura 24. Lavatório das mãos .................................................................................. 45 Figura 25. Realização do Drip test. ........................................................................... 46 Figura 26. Imersão dos frangos no tanque para o banho. ......................................... 47 Figura 27: Etapa de gotejamento. ............................................................................. 48 Figura 28. Equipamento para verificação do cloro. ................................................... 51 LISTA DE TABELAS Tabela 2. Exemplo de planilha de monitoramento e verificação - PPCAAP, teste de gotejamento - "Drip test". ........................................................................................... 49 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Peso das carcaças em relação ao tempo de imersão. ........................... 49 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 13 2.1 Carne de frango ............................................................................................ 13 2.2 Composição da carne de frango ................................................................... 13 2.3 Parâmetros para avaliação da qualidade da carne de frango ...................... 14 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .................................................................... 16 3.1 Apresentação e Histórico da Empresa ......................................................... 16 3.2 Abatedouro de aves Mais Frango Miraguaí LTDA ........................................ 16 3.3 Yucumã Alimentos ........................................................................................ 17 3.4 Acompanhamento das Etapas de Pré-abate, Abate e Pós-abate. ............... 18 3.4.1 Recepção .............................................................................................. 18 3.4.2 Descarregamento .................................................................................. 20 3.4.3 Pendura ................................................................................................. 29 3.4.4 Insensibilização ..................................................................................... 29 3.4.5 Sangria .................................................................................................. 29 3.4.6 Escaldagem e depenagem .................................................................... 30 3.4.7 Evisceração ........................................................................................... 32 3.4.8 Pré-resfriamento e resfriamento ............................................................ 34 3.4.9 Sala de cortes ........................................................................................ 37 3.4.10 Embalagem ........................................................................................... 38 3.4.11 Embalagem secundária ......................................................................... 40 3.4.12 Estocagem ............................................................................................. 41 3.4.13 Expedição .............................................................................................. 43 3.5 Acompanhamento dos Programas de Garantia da Qualidade. .................... 45 3.5.1 Barreiras sanitárias e armadilhas ................................................................. 45 3.5.2 Drip test. ....................................................................................................... 46 3.5.2 Análise de cloro ................................................................................................ 50 3.5.3 Análise de pH ............................................................................................... 51 3.6 Acompanhamento da supervisão do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA............................................................................................. 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55 11 1 INTRODUÇÃO O Grupo Pluma Agroavícola sendo um dos maiores produtores de pintos da América Latina éespecializado na produção de ovos férteis e pintos de corte. Foi criado em fevereiro de 1999 na cidade de Dois Vizinhos, no sudoeste do Paraná, para oferecer e buscar sempre a modernização e atualização dos processos, o que os torna referência no setor agroavícola. O grupo teve conhecimentoque havia uma construção para comportar um frigorífico de aves no município de Miraguaí, feito pela prefeitura. Através disso, o grupo entrou em contato com a futura direção da empresa, explicando as situações que seriam exigidas para criação da Mais Frango Miraguaí LTDA, para concorrer à licitação da prefeitura, e construir o frigorífico. Todavia, a Mais Frango assumiu e começou as obras e reformas para comportar uma produção maior, com toda a empresa conformelegislação, com a capacidade inicial de abate sendo para 2500 aves por dia. Nisso, foi solicitado o Serviço de Inspeção Federal (SIF), que foi conquistado após um ano com o registro de estabelecimento 1289, sendo esse obtido por todas as empresas que realizam comércio internacional, devendo seguir a legislação exigida para exportação de produto. Somente a partir do dia 19 de outubro de 2009, inicia-se os processos de abate na empresa Mais Frango LTDA. Com monitoramentos sanitários, inspeção e controle para comercialização do produto, evitando e prevenindo danos as partes cárneas do alimento e supostas contaminações que poderão comprometer a perda do mesmo. Os monitoramentos realizados na empresa são feitos por responsáveis do Controle de Qualidade, que visam o controle das matérias-primas, embalagens, fornecedores, acompanhamento do produto ao longo dos processos e avaliação do produto final, de modo a obter e avaliar um padrão, e, por meio disso a realização de análises físico-químicas, microbiológicas, dentre outras. E também da Inspeção Federal, que realiza a avaliação da empresa e dos produtos para autorização da comercialização internacional do mesmo. Contudo, a matéria prima deve ser cuidadosamente manuseada para evitar o máximo de danos possível, sendo estes cuidados monitorados desde os aviários, 12 com o jejum, descanso, apanha e embarque das aves em gaiolas de plástico e empilhadas em caminhões adequados para o transporte. “O período de jejum de água e alimentos aos quais as aves são submetidas, pois duranteeste período ocorre esvaziamento do trato gastrointestinal, dessa forma haverá menor quantidade de material contaminante no abatedouro” (LYON et al.,1991). “O processo de apanha está diretamente relacionado com a qualidade da carcaça, uma vez que se não for executado de forma correta ou por pessoal treinado para tal atividade, podem ocorrer sérios danos às carcaças, principalmente decorrentes de lesões como hematomas, traumas e quebra de ossos” (LEANDRO et al., 2001). Recomenda-se a apanha silenciosa com as duas mãos sobre as asas e dorso, colocando as aves em caixas de plástico adequadas. Existe uma limitação do espaço por cada caixa que no caso de frangos, é dada pelo número de aves e peso, porém, dependendo da estação coloca-se mais aves por caixa. Assim o transporte não deve ser superior a 100 km, e o tempo de transporte deve ser inferior a 2 horas, realizando este em temperaturas abaixo de 18ºC. O processamento da carne deve ser feito por manipuladores treinados pela empresa para desempenhar as devidas etapas do processo de produção. Para tal, os funcionários devem estar adequadamente uniformizados para o ambiente de trabalho e manuseio do alimento, sendo este limpo e sem resíduos acumulados no chão durante o abate. Também é necessária a esterilização dos utensílios e equipamentos utilizados, prevenindo a contaminações microbiológicas do alimento. A conservação da carne por resfriamento ou congelamento tem sido recomendada, pois tem uma grande capacidade de manter as características químicas, organolépticas e nutritivas do produto o mais próximo possível das características iniciais. Também, o processo dificulta a ação desfavorável de microrganismo e enzimas, possibilitando assim o aumento do tempo de prateleira dos produtos (VIEIRA, 2007). Desta forma, o objetivo deste relatório é apresentar as atividades desempenhadas durante o período de estágio. Atividades essas que se basearam no acompanhamento do Controle de Qualidade no processo de produção desde a recepção da matéria prima até a obtenção do produto final, seguindo o fluxograma de abate de aves, bem como, o conhecimento da planta da empresa Mais Frango Miraguaí LTDA. 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Carne de frango Entende-se por carne de aves, a parte muscular comestível das aves abatidas, declaradas aptas à alimentação humana por inspeção veterinária oficial antes e depois do abate(MAPA, 1998). Ainda segundo a mesma legislação, por corte entende-se a parte ou fração da carcaça, com limites previamente especificados pelo DIPOA, com ou sem osso, com pele ou sem pele, temperados ou não, sem mutilações e/ou dilacerações O aumento no consumo da carne de frango está associado a quatro fatores básicos: a) a substituição das carnes vermelhas, em decorrência principalmente da crescente preocupação com saúde e ordem ambiental; b) melhor capacidade de coordenação da cadeia agroindustrial do frango, aliado ao baixo preço relativo às outras carnes, além de constate desenvolvimento de novos produtos e marcas; c) grande aceitação da carne de frango pela maioria da população, e d) crescentes ganhos de produtividade na indústria da carne de frango em relação das melhorias tecnológicas (TRICHES, 2004). 2.2 Composição da carne de frango A carne de frango é rica em minerais, como Ca, Fe, Mg, P, K, Zn, Mn e Se, e ainda em vitaminas, em especial as do complexo B. Além disso, apresenta os nove aminoácidos essenciais ao organismo humano (histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina). O baixo teor de gordura da carne do peito de frango também é outro fator importante para aqueles que buscam uma dieta mais saudável (USDA, 2010). A coloração clara da carne de frango, especialmente a do peito tem grande importância no apelo comercial do produto como “carne branca”, o que é atribuído à composição em fibras do tipo 2B, em que a presença de mioglobina é baixa (SCHEUERMANN, 2007). 14 É importante lembrar, que a qualidade da carne é dependente da temperatura do tecido muscular e da velocidade de resfriamento após o abate, sendo que as velocidades das reações bioquímicas são reduzidas em baixas temperaturas (VIEIRA, 1999). 2.3 Parâmetros para avaliação da qualidade da carne de frango O controle de qualidade é um sistema amplo e complexo, que compreende todos os setores da empresa, direta ou indiretamente, com o objetivo de melhorar a qualidade do produto final (PALADINI, 1990). O sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC ou HACCP) é um método embasado na aplicação de princípios técnicos e científicos de prevenção, que tem por finalidade garantir a inocuidade dos processos de produção, manipulação, transporte, distribuição e consumo dos alimentos. Esse conceito cobre todos os fatores que possam afetar a segurança do alimento (ATHAYDE, 1999). Quando se fala em indústria de alimentos, é interessante ressaltar que muitas causas de contaminação são provenientes da falta de aplicação de procedimentos de limpeza e de comportamento das pessoas que manipulam os alimentos. As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são um conjunto de regras que definem formas ideais de fabricação, a partir de mudanças nos métodos de limpeza, comportamento das pessoas envolvidas, equipamentos e edifícios, buscando eliminar as fontes genéricas de possíveis contaminações de um produto (CARBALLIDO et al., 1994). ProcedimentosPadrão de Higiene Operacional são procedimentos descritos, desenvolvidos, implantados e monitorizados, visando estabelecer a forma rotineira pela qual o estabelecimento industrialevitará a contaminação direta ou cruzada e a adulteração do produto, preservando sua qualidade e integridade por meio da higiene antes, durante e depois das operações industriais. (MAPA, 2003). O Procedimento Sanitário das Operações tem como objetivo manter as condições higiênico-sanitárias da fábrica durante o processo industrial. Este programa foi elaborado com o objetivo de avaliar, descrever e padronizar os procedimentos sanitários realizados durante o processo produtivo em atendimento à legislação vigente. (ANVISA, 1997). 15 Já os procedimentos operacionais (aqueles executados durante as atividades) contemplam a descrição de todas as etapas dos processos de fabricação, incluindo obtenção e estocagem, a identificação de possíveis perigos físicos, biológicos ou químicos, os limites aceitáveis para cada perigo seguido as medidas de controle que previnem o surgimento deles, as medidas corretivas no caso de desvio, a identificação do método e frequência de monitoramento e os formulários de registro das atividades de monitoramento (MAPA, 1997). Os Procedimentos Operacionais Padronizados – POP são definidos como procedimentos descritos de forma objetiva que definem as instruções para a realização de uma atividade na rotina da produção de alimentos, seja ela na elaboração, transporte ou armazenamento. Controle da potabilidade da água, manutenção preventiva e calibração de equipamentos, programa de reconhecimentoe alimentos, seleção de matérias-primas, ingredientes e embalagens, higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios, manejo de resíduos e controle integrado de vetores e pragas urbanas são aspectos que requerem criação e manutenção de procedimentos operacionais padronizados (ANVISA, 2001). 16 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 3.1 Apresentação e Histórico da Empresa O estágio foi realizado no abatedouro de aves da empresa Mais Frango Miraguaí LTDA, localizada no município de Miraguaí, a qual está introduzida há 6 anos no ramo de carnes, transmitindo confiança e responsabilidade aos clientes e colaboradores. A empresa conta hojecom 500 funcionários em todas as áreas de atuação. 3.2 Abatedouro de aves Mais Frango Miraguaí LTDA Ao longo de 20 anos de experiência em avicultura industrial na área de campo e criação, o frigorífico Mais Frango, localizado no Município de Miraguaí (Figura 01), foi fundado em junho de 2007. Inicialmente, disponibilizava de uma área de 4 hectares de propriedade com uma estrutura fechada e sem equipamentos. O objetivo era construir um abatedouro de aves neste local. A empresa Mais Frango Miraguaí LTDA foi então estruturadoe começaram os processos burocráticos de organização, com auxílio do Grupo Pluma Avícola. O Figura 1. Fachada da empresa Mais Frango Miraguaí LTDA. 17 objetivo inicial era de abater 2500 aves por dia. Essa meta foi alcançada e superada, sendo que hoje a empresa abate 75 mil aves por dia. 3.3 Yucumã Alimentos Inaugurada no dia 08 de dezembro de 2013, a Yucumã Alimentos localizada no município de Miraguaí, no distrito de Tronqueiras, gerou aproximadamente cem empregos diretos e indiretos. Juntamente com os diretores do Abatedouro de Aves Mais Frango do mesmo município, criou-se a empresa de embutidos Yucumã, devido ao frigorífico de aves, não comercializar retalho de peito, carne mecanicamente separada (CMS) e retalho de coxa, sendo esses descartados ao subproduto (fábrica de ração). Assim,para utilizar estas matérias primas de embutidos de outra maneira, criou-se a empresa de embutidos, com o intuito de comercializar produtos, principalmente à base de frango. Atualmente, a empresa conta com quatro tipos de linguiças, dois tipos de mortadela, dois tipos de salsicha, calabresa e patê. Figura 2. Yucumã Alimentos. 18 3.4 Acompanhamento das Etapas de Pré-abate, Abate e Pós-abate. O abatedouro de aves Mais Frango, possui a capacidade de abater diariamente aproximadamente 75.000 aves.Para que ocorra o controle e garantia de qualidade alguns procedimentos são indispensáveis durante o pré-abate e abate da matéria prima. Antes de chegar ao abatedouro, as aves são submetidas a etapas realizadas nos aviários que se classificam em: jejum, descanso e dieta hídrica, apanha e embarque para transporte. 3.4.1 Recepção Chegando no abatedouro, os caminhões se direcionam a galpões de espera ou box, onde possuem ventiladores e aspersão de água, como mostra na Figura 3, com o objetivo de baixar a temperatura das aves até se suceder o abate. O período de espera é inferior à 2 horas. Na recepção, antes da procedência de abate, é realizada a verificação do guia de transporte de aves – GTA, onde são conferidos o nome do produtor de Figura 3. Galpões de espera ou box. 19 frango, o número do lote, a placa do caminhão e o número de frangos da carga. Feito junto a plataforma de recepção, o exame de Inspeção Ante Mortem, que é de responsabilidade do médico veterinário do SIF, possuindo uma área específica e isolada para realização de necropsia, quando necessário, e tem o objetivode evitar o abate de aves com saciedade do trato gastrointestinal e, possíveis contaminações durante o processamento industrial, (Figura 4). Figura 4. Recepção das aves e sala de necrópsia. 20 3.4.2 Descarregamento 21 O descarregamento possui o auxílio de um elevador e dois colaboradores 22 retiram as caixas ou gaiolasonde as aves são transportadas (Figura 5), 23 colocandocuidadosamente e individualmentena esteira que leva até a pendura. 24 Evitando movimentos bruscos e minimizando as chances de estresse e lesões das 25 mesmas, as caixas são abertas somente no momento da pendura, evitando que as 26 aves fujam ou caiam. Caso isso acontecer, deve-se solicitar para que um 27 colaborador recolha e coloque-a novamente na caixa ou na nórea. As gaiolas são limpas e sanitizadas automaticamente, empilhadas e levadas de novo ao caminhão, Figura 6. Descarregamento das gaiolas. Figura 5. Gaiolas limpas empilhadas no caminhão. 28 Figura 5. 29 3.4.3 Pendura O processo segue, com a etapa de pendura realizada manualmente, onde as aves ficam suspensas pelos pés em ganchos específicos apoiados em trilhagem mecanizada conhecido como nórea, sendo recomendado luzes de baixa intensidade (azul ou vermelha) no local e não podendo haver ruídos, para minimizar a excitação das aves. Durante um período de 12 a 60 segundos, antes da insensibilização, estas passam por um túnel escuro para ocorrer o fluxo de sangue para a cabeça, diminuindo o batimento das asas e evitando o estresse do animal. Em caso de matéria prima (frango) morta, será encaminhada ao subproduto. 3.4.4 Insensibilização Esta etapa é realizada por um fenômeno determinado de eletronarcose, submetendo as aves a uma corrente elétrica em calhas contendo água, com a cabeça imersa por 7 segundos com uma voltagem de 50 Hz, para que alcancem a insensibilização. 3.4.5 Sangria Deve ocorrer no máximo de 12 segundos de tempo, para que as aves não recuperem a consciência e se agitem, podendo causar danos na carne. A sangria é feita manual, com manipulador treinado com objeto cortante que a realize de maneira eficiente e mecânica, com cilindros ajustados, que cortam somente os grandes vasos sanguíneos do pescoço da ave, (Figura 7). Esse processo demora 3 minutos, devido ao escorrimento de sangue. E deve ser observado pelo responsável do setor se o reflexo cornear e a respiração rítmica estão ausentes na ave, para a escaldagem. 30 3.4.6 Escaldagem e depenagem A etapa de escaldagem, (Figura 8), consiste em tanques com água em temperatura de aproximadamente 52 – 54ºC, onde possui o objetivo do afrouxamento das penas, ao abrir os poros da pele da ave com água quente, facilitando a depenagem. A temperatura não pode ultrapassar o recomendado, assim como o tempo de escaldagem de 1,5 – 2,5 minutos, pois pode cozinhar a carne, levando a mesma para fábrica de subprodutos. Desta forma, a depenagem é realizada mecanicamente, e passa por paletas (“dedos”) de borracha giratórias que fazem a retirada das penas, seguido de banho de aspersão de água no final da passagem da máquina, com o intuito de diminuir a contaminação microbiana, (Figura 9.) Figura 7. Sangria. 31 Ao final da etapa de depenagem é efetuada a retirada da cabeça e traqueia, e seleção dos pés. Esses, se apresentarem calos são separados e descartados para Figura 9. Depenagem.. Figura 8. Escaldagem. 32 subproduto, e a cabeça das aves são refrigeradas, (Figura 10). Ao final deste processo as carcaças são lavadas com água para a etapa seguinte. Figura10. Retirada das cabeças. 3.4.7 Evisceração Suspensas pela junta da coxa, as aves passam pela linha de evisceração, considerada a primeira etapa limpa do processo, devido ficarem expostas a contaminações. Passando primeiramente, pela máquina de extração da cloaca da ave, feita com uma lâmina rotatória à vácuo, que corta ao redor da cloaca, ajudando assim a evitar contaminações fecais, seguidoda extração dos pulmões removidos mecanicamente e do corte abdominal longitudinal, feito por braços móveis mecânicos dotados de navalha na extremidade, facilitando a extração das vísceras.Logo após o corte realizado no peito da ave é feita a exposição das vísceras mecanicamente. Para tal,um equipamento prende seguramente as aves para que um mecanismo entre na cavidade abdominal e faça a retirada das vísceras. Essas, ainda ligadas à carcaça, ficam dispostas em um dos lados da cauda,para inspeção. A inspeção é efetuada sob supervisão do SIFque determina se a ave é sadia ou se necessita de remoção de partes com injúrias, ossos quebrados e se possui 33 contaminações. Se caso a ave possuir partes indesejadas é feita a retirada destas com facas, que a cada quinze minutos são trocadas e colocadas no esterilizador, bem como, a cada duas horas substituídas de um setor para outro, conforme as cores do cabo do objeto cortante. Os miúdos são retirados e separados manualmente por colaboradores, onde cada um desses possui uma cor de gancho na nórea, separando os mesmos, sendo imediatamente refrigerado, (Figura 11). Depois das carcaças inspecionadas e julgadas sadias, coração fígado e moela são separados das vísceras. Nesta etapa, deve-se evitar a perda de gordura abdominal e danos ao fígado, com o rompimento da vesícula biliar. As moelas são abertas e lavadas internamente, retirando a cutícula manualmente e após são refrigeradas, assim como o fígado e coração em chillers separados. A lavagem final após a evisceração é por aspersão das carcaças, efetuada por meio de equipamento destinado a lavar eficientemente assuperfícies internas e externas, visando à remoção de materiais estranhos, como sangue, membranas, fragmentos de vísceras entre outros, que ainda estão na carcaça. Antecessor da etapa depré-resfriamento, o Departamento de Inspeção Final (DIF), visa a inspeção post-mortem em todas as carcaças e vísceras. Possuindo a Figura 11. Etapa de evisceração. 34 finalidade de retirar da trilhagem aérea todas as carcaças suspeitas ou anormais e conduzi-las a nórea do DIF, para julgamento e destino adequado, realizada através de cortes e palpação. Cortes indesejados serão encaminhados ao subproduto. Já a inspeção sanitária, supervisionada pelo SIF determina, se o frango é sadio ou precisa ser novamente rependurado a nórea do DIF, para remoção de partes com injúrias. Faz-se a verificação das carcaças que apresentam alguma alteração (hematomas, fraturas, riscos na pele, dermatose) ou contaminação (biliar, fecal), podendo estas serem condenadas parcialmente ou totalmente após análise dos agentes de inspeção e autorização de um Médico Veterinário. Nesta etapa de inspeção, possuem três linhas: a linha A, consiste no exame interno da carcaça feito pela visualização da cavidade torácica e da abdominal; a linha B, consiste no exame das vísceras e a linha C, consiste no exame externo da carcaça feito pela visualização das superfícies externas da carcaça do frango. 3.4.8 Pré-resfriamento e resfriamento Depois de eviscerados os frangos são transportados via nórea, até uma sala com temperatura de 12ºC, submetidos à imersão em dois tanques refrigerados do tipo rosca sem fim, com temperaturas inferiores a 10ºC e 4ºC, denominados de pré- chiller e chiller respectivamente, (Figuras 13 e 14).Esse processo tem o objetivo de refrigerar as carcaças de 35ºC para próximo de 6ºC, evitando assim a proliferação de microrganismos. Ao sair do pré-resfriamento e resfriamento, é realizado o gotejamento dos frangos, não devendo ultrapassar 6% do peso do frango. Este, realizado logo após os frangos saírem do chiller, onde manualmente são classificados e pendurados pela asa na nórea de material inoxidável, por um período de um a cinco minutos para frangos inteiros, e para frangos de corte o escorrimento da água é de dez segundos a um minuto, e são colocados na esteira. Caso ultrapasse o limite de 8% de absorção de água, os frangos são destinados para fabricação de CMS. Os miúdos (fígado, moela e coração) chegam através de um chute, originados da sala de evisceração até os mini-chillers com temperatura de 7ºC, onde ficam por quinze minutos (Figura 12), até serem refrigerados e embalados em seguida. As 35 cabeç as, pés, coxas e sobre coxas possu em tempe ratura difere ntes de refrige ração, em mini-chillers separados. Figura 12. Pré-resfriamento - pré chiller Figura 13. Mini chillers de miúdos. Portanto, para esta etapa é utilizado gelo para refrigerar os produtos (Figura 15) acima do pré-chiller e do chiller, para mantê os chillers de miúdos o gelo é colocado manualmente por um operador ou líder do setor de pré-resfriamento e resfriamento. Portanto, para esta etapa é utilizado gelo para refrigerar os produtos (Figura chiller e do chiller, para mantê-los na temperatura apropriada. Para os chillers de miúdos o gelo é colocado manualmente por um operador ou líder do resfriamento e resfriamento. Figura 14. Pré-resfriamento – chiller. Figura 15. Máquina de gelo. 36 Portanto, para esta etapa é utilizado gelo para refrigerar os produtos (Figura los na temperatura apropriada. Para os chillers de miúdos o gelo é colocado manualmente por um operador ou líder do 37 3.4.9 Sala de cortes A sala de cortes deve se manter a uma temperatura de 12ºC. E os cortes das aves, sãoseparados mecanicamenterealizando estes manualmente pelos colaboradores. Possuindo esteiras específicas para cada corte, tendo na primeira esteira as linhas de cone onde é realizado corte de retalhose filés despadronizados, utilizando o dorso para fabricação da matéria prima da mortadela. Na segunda, o corte de coxa e sobrecoxa, seguida da asa inteira e após a esteira da coxinha da asa. Posteriormente a esteira de shawarma. Após, a esteira de desossa e por último a esteira de frango inteiro. Esses cortes são embalados por papel filme transparentee colocados em bacias e monoblocos para serem mandados para embalagem em caixas, seguido de congelamento rápido.Para lavagem das bacias e monoblocos, no espostejamento possui uma sala separada que realiza a limpeza dessas. Em seguida, o dorso das carcaças da primeira esteira de cortes, são utilizados na fabricação de Carne Mecanicamente Separada – CMS, devendo ser imediatamente congelada, sendo utilizada como para fabricação de embutidos, como a salsicha de frango e a mortadela. 38 3.4.10 Embalagem Consiste na fabricação das caixas de papelão, montagem e armazenamento dessas, (Figura 17), assim como os símbolos do SIF, data de fabricação e validade. Igualmente como o envoltório onde o frango é embalado é adicionado manualmente com o auxílio de um carimbo, onde consta a data de fabricação e validade do alimento. O setor de embalagem é responsável por possuir todo o estoque de embalagens para produção, e devem obter uma distância da parede, (Figura 18). Figura 16. Sala de cortes. 39 Figura 17. Armazenamento das caixas. Figura 18. Armazenamento de embalagens. 40 3.4.11 Embalagem secundária É realizada, com o auxílio de esteira, onde os produtos são colocados em caixas fechadas de papelão, manualmente, (Figura 19). Na sequência, é realizado o apontamento, que possui a finalidade de manter um controle de produto no estoque e que vão para os túneis de congelamento. Os túneis de congelamento visam levar o produto a temperatura desejada, através de cinco dessesnumerados nas portas de entrada e saída dos carrinhos. É feito de maneira em que o produto é disposto sobre bandejas de carrinhos que são levados ao interior dos túneis, (Figura 18), com nitrogênio líquido nos congeladores, podendo ter a temperatura de -20ºC (máximo -33ºC), e em um período de quatro horas, para atinge -18ºC. Com a entrada do carrinho, o produto é movimentado entre duas divisões através de um sistema hidráulico, instalado no chão do túnel e progride com a entrada de um novo carrinho, até que a primeira saia no lado oposto. Ao chegarem a temperatura desejada nos túneis, os produtos são levados para paletização e estocagem. Figura 17. Embalagem secundária. 41 Em seguida, as caixas com produtos, são retiradas individualmente dos carrinhos e manualmente colocadas em esteiras para serem fechadas, (Figura 20). Em seguida, são formados os paletes, pilha de produtos enrolados com papel filme e levados a câmara fria para estocagem. 3.4.12 Estocagem A câmara de estocagem, possui a temperatura de até -18°C (Figura 19). Tendo as carcaças de aves congeladas não apresentando, na intimidade muscular, temperatura superior a -12°C, com tolerância máxima de 2°C, para expedição de mercado interno. Nesta, um fator importante para não haver variações de temperatura, é realizado o carregamento o mais rápido possível, com um período de tempo curto para retirada do produto da câmara fria até o transporte, sendo neste feita a verificação da temperatura interna da carroceria do caminhão tipo furgão, com Figura 18. Carrinhos no túnel de congelamento. 42 refrigeração adequada para o produto. Utilizando este processo tanto para expedição de mercado interno quanto para mercado externo. Possuindouma câmara de resfriamento, sendo utilizada para caso de acúmulo de produ tos, onde esses são coloc ados em caixa s branc as, deno minad as de contentores, até serem encaminhados aos túneis de congelamento, (Figura 20). Figura 19. Câmara de estocagem. Figura 20. Câmara de resfriamento. 43 3.4.13 Expedição Nesta etapa, o controle de qualidade é realizado com o objetivo de manter os produtos na temperatura adequada para importação e exportação dos mesmos no mercado consumidor, sendo estas de -12ºC e -18ºC, respectivamente. Então, um técnico do controle de qualidade da empresa, verifica a temperatura dos produtos e autoriza a expedição dos mesmos, caso esses não possuem a temperatura adequada, são novamente colocados na câmara de estocagem, até atingirem os graus necessários. Então, com o auxílio de empilhadeiras, os paletes com produtos são transportados para fora da câmara de estocagem, e se estiver com a temperatura conforme a expedição, manualmente as caixas são retiradas do palete e colocadas empilhadas no container do caminhão, se este não apresentar nenhuma não conformidade. Na doca onde o caminhão fica posicionado, o veículo deve estacionar de ré, (Figura 23), para que entre esse e a doca não haja corrente de ar e entrada de pragas, mesmo possuindo armadilhas luminosas. A Figura 22 abaixo, mostra o fluxograma de abate de aves da empresa Mais Frango Figura 19. Doca da expedição. Figurara 20. Fluxograma de abate de aves. 44 45 3.5 Acompanhamento dos Programas de Garantia da Qualidade. 3.5.1 Barreiras sanitárias e armadilhas A empresa possui na entrada de cada setor, sendo estes na área suja ou limpa do frigorífico, barreiras sanitárias (Figura 23), as quais possuem o objetivo de eliminar possíveis contaminações causadas por não lavar as botas corretamente, juntamente com as mãos, que são limpas com água e detergente alcalino, e esterilizada com álcool (Figura 24). Figura 22. Lavatório das mãos Figura 21. Barreiras sanitárias 46 Portanto, os colaboradores ao chegarem na empresa, são obrigados a trocarem suas roupas civis, pelo uniforme solicitado pelo frigorífico, com turbante e botas de borracha brancas, recebendo abafadores para proteger os ouvidos devido aos ruídos durante a produção. Entretanto, para o mesmo fim de evitar contaminações, são utilizadas armadilhas luminosas com placas de cola para insetos e manilhas para o caso de roedores, que são verificadas a cada dia da semana. 3.5.2 Drip test. Ao acompanhar os técnicos de controle de qualidadeda empresa Mais Frango Miraguaí LTDA, no seu processamento de matéria prima até o produto acabado, utilizou-se registros que por meio destes era realizado os monitoramentos e verificações de todo o processo de produção das aves. Esses registros, também chamados de planilhas, são utilizados também na etapa de gotejamento dos frangos, onde é realizado um teste que determina o percentual de água resultante do descongelamento das carcaças, denominado de “Drip test”. Este é feito a partir de seis matérias primas congeladas, efetuadas do processo do dia anterior, e levadas até a sala do “Drip test”, para medição da temperatura do produto, que deve chegar a 12ºC, para realização do gotejamento, (Figura 25). Figura 23. Realização do Drip test. 47 Atingida a temperatura, enxuga-se o lado externo da embalagem de modo a eliminar todo o líquido e gelo. Pesar e arredondar para o valor inteiro mais próximo, expresso em gramas. Retirar a carcaça congelada de dentro da embalagem (com as vísceras), enxugar a embalagem e pesá-la, arredondando para o valor mais próximo. Introduzir a carcaça, com os miúdos, num saco plástico transparente, colocando a cavidade abdominal voltada para o fundo do saco plástico fechando e tendo o cuidado de retirar o excesso de ar por meio de pressão manual. O saco que contêm a carcaça e as vísceras deve ser mergulhado completamente no banho (tanque) de tal maneira que a água não penetre no interior do mesmo. Os sacos individuais não devem tocar uns nos outros. O tanque deve estar agitando e ou movimentando a água de um modo contínuo, até que o centro térmico da carcaça atinja pelo menos 4ºC, (Figura 26). Não devendo permanecer mais tempo que o necessário. Após o período de imersão acabado, os sacos são retirados e abertos por orifícios na parte inferior para o escorrimento da água em excesso, (Figura 27), esse processo é realizado nos seis sacos plásticos, deixando por uma hora para escoar. Posterior a isto, é realizada a pesagem final, retirando a carcaça descongelada do saco e as vísceras da cavidade torácica. Enxuga-se a carcaça Figura 24. Imersão dos frangos no tanque para o banho. 48 interna e externamente com toalha de papel. E perfura-se o invólucro (saquinho) das vísceras, deixa-se escoar e secar assim como as vísceras descongeladas, com toalha de papel. Com isso, pesa-se a carcaça descongelada juntamente com as vísceras e seu invólucro, arredondando para o inteiro mais próximo, pesando o invólucro, que continha as vísceras. Para facilitar o entendimento do quadro a seguir, conforme o peso do frango em gramas e o tempo de imersão do mesmo, correspondem ao horário em que as aves descongeladas serão retiradas do banho. Os resultados obtidos, são registrados na planilhacorrespondente, (Quadro 1). Peso dos frangos em relação ao tempo de imersão Peso da carcaça mais vísceras (gramas) Tempo de imersão (minutos) Até 800 65 801-900 72 901-1000 78 1001-1100 85 1101-1200 91 Figura 25: Etapa de gotejamento. 49 Quadro 1– Peso das carcaças em relação ao tempo de imersão. VERIFICAÇÃO Tabela 1. Exemplo de planilha de monitoramento e verificação - PPCAAP, teste de gotejamento - "Drip test". E através de uma fórmula que corresponde a quantidade de água proveniente do descongelamento, pode-se saber a porcentagem de absorção de água, que deve ser realizada com o resultado de todos os frangos; 1201-1300 98 1301-1400 105 1401-1500 112 1501-1600 119 1601-1700 126 1701-1800 133 1801-1900 140 1901-2000 147 2001-2100 154 2101-2200 161 2201-2300 168 2301-2400 175 MONITORAMENTO Turno: (x) 1º ( ) 2º Data de Produção: 30.07.2015 Lote: (x)A ( )B Nº da carcaça Temperatura inicial Horário dos testes Pesos (gramas) % de Absorção Início Fim M0 M1 M2 M3 1 -12ºC 07:51 10:06 2367 7.0 2246 7.0 4.84 2 -12ºC 07:58 10:06 2253 7.0 2163 5.0 3.70 3 -12ºC 08:05 10:06 2198 8.0 2006 6.0 8.42 4 -12ºC 08:05 10:06 2161 6.0 2022 6.0 6.18 5 -12ºC 08:12 10:06 2034 7.0 1953 6.0 3.66 6 -12ºC 08:12 10:06 2011 7.0 1930 6.0 3.70 MÉDIA DE ABSORÇÃO: 5.08% Visto Monitoria: Mais Frango Data/Hora Conforme (C)/ Não conforme (NC): Visto Verificação: 50 % de absorção= M0-M1-M2 x 100 M0-M1-M3 Definições usadas: M0 – peso do frango congelado; M1 – peso da embalagem do frango congelado; M2 – peso do frango descongelado; M3 – peso da embalagem do frango descongelado. Para obter a média de absorção final, é feita a soma de todas as porcentagens dos frangos e dividir pelo número desses utilizados no Drip test. 3.6 3.5.2 Análise de cloro A medição de cloro é realizada por meio do equipamento KIT VISODISK CLORO EC, (Figura 28). Para utilização deste, é preciso ajustar um disco colorímetrono interior do equipamento, de modo que possa se observar. Coloca-se no tubo de ensaio a amostra de água, ajustando ao menisco, e acrescentando cinco gotas de CL-L1 e uma gota de CL-L2, agitando para total homogeneização. Insere- se o tubo de ensaio no orifício da esquerda do comparador, girando o disco colorímetro de modo que os campos fiquem o mais parecido possível. Observa-se a leitura e registra-se na planilha correspondente. 51 Caso a dosagem do cloro encontrar-se muito acima ou muito abaixo do recomendado e permitido pela Legislação, um técnico responsável do controle de qualidade, deve diminuir ou aumentar e verificar novamente, até obter a conformidade. 3.5.3 Análise de pH É realizada por meio de equipamento Medidor de pH. Sendo usado, com a abertura do instrumento pelo botão “ON/OFF”, e introduzido abaixo deste um Figura 26. Equipamento para verificação do cloro. 52 eletrodo entre 2 e 3 centímetros. Espera-se alguns segundos, para o valor do pH se estabilizar indicando o valor encontrado da amostra. Se o pH estiver inferior a 6,0, deve-se dosar o produto alcalino, e se ultrapassar o limite superior a 9,5 deve-se dosar o produto ácido para fazer a correção. Caso a concentração encontrar-se fora do padrão a dosagem de cloro será aumentada, caso o contrário a dosagem é diminuída. A análise de pH é feita em seis pontos na empresa: � PONTO 1 - Saída do Reservatório; � PONTO 2 - Evisceração – Lavatório; � PONTO 3 - Chillers miúdos; � PONTO 4 - Chillers de carcaça; � PONTO 5 - Sala de Cortes (Entrada estocagem bacias e monoblocos); � PONTO 6 - Sala de lavar bacias. 3.7 3.6 Acompanhamento da supervisão do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA. Durante o acompanhamento das monitorias e verificações da empresa Mais Frango LTDA, foi realizada uma supervisão na empresa, feita por uma supervisora da cidade de Três passos. Esta última Supervisão do MAPA realizada na empresa com uma Fiscal Federal Agropecuária, concursada do governo federal e alocada na BRF (Brasil Foods) de Marau-RS, também sendo responsável por alguns trâmites burocráticos na UTRA - Passo Fundo, foi muito importante para a empresa, pois aprovaram nesse tempo uma série de alterações na planta frigorífica para melhor produzir. Também essa supervisão, confirmou as últimas supervisões, em algo teórico chamado de "Quadradinho de cima". Isto se dá, devido à quando o Fiscal Federal Agropecuário fecha um relatório de supervisão, tendo para determinar 3 opções: � Quadradinho de baixo (A planta não detém controle de seus processos, sendo assim perde o direito de exportar); � Quadradinho do meio (Há indícios de perda de controle, requer nova supervisão dentro de 30 dias); 53 � Quadradinho de cima (A empresa detém controle de seus processos). Como a empresa detém controle de seus processos, ficando assim no “quadradinho de cima”, poderá receberoutra supervisão no abatedouro de aves Mais Frango, afinal necessitou apenas conferir as melhorias. 54 CONSIDERAÇÕES A realização do Estágio como critério básico para a conclusão do Curso Técnico Integrado ao ensino médio se faz necessário para que o acadêmico consiga relacionar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos ao longo do curso com a sua vivência profissional. No decorrer do desenvolvimento do estágio, pôde-se perceber que na ausência de monitoramentos e verificações da matéria prima durante o processamento, não se obtém um produto de qualidade. Assim, nota-se que o controle de qualidade possui grande importância na indústria alimentícia, para manter a padronização e segurança dos produtos, tornando a empresa cada vez mais competitiva no mercado. Com a realização do estágio conclui-se que além da empresa possuir todas as conformidades exigidas pela Legislação, utiliza os processos de boas práticas de fabricação e todos os manuais com instruções de como funciona cada etapa do fluxograma da empresa. Além disto, contém um Sistema de Inspeção Federal e também obtém no processamento dos produtos um sistema de qualidade rigoroso, para usufruir não somente da padronização dos mesmos, como também do sabor e qualidade do alimento. Desse modo, o estágio foi de grande valia para aprimorar conhecimentos, assim como a importância da prática dos conteúdos estudados em teoria na sala de aula, assim colocando estes em práticas absorvendo além de conhecimentos, a área que um técnico em alimentos pode atuar na empresa conhecendo a importância deum produto seguro e de boa qualidade para ser consumido. 55 REFERÊNCIAS DELL'ISOLA, Ana Maria P.; FERREIRA, Danielle Gomes da S.;Processamento de carne de frango. Viçosa: CPT, 2009. Cap. 4. p. 77-92. COLETTO, Douglas. GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA DOS ALIMENTOS E NA QUALIDADE DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS. 2012. 46 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Alimentos, Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/72762/000870926.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015. FIGUEIREDO, Veruschka Franca de; COSTA NETO, Pedro Luiz de Oliveira. IMPLANTAÇÃO DO HACCP NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS. 2001. 12 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Produção, Gestão e Produção, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v8n1/v8n1a07.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2015GONÇALVES, Cintia Rodrigues. FLUXOGRAMA DE ABATE DE AVES. 2008. 50 f. TCC (Graduação) - Curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Instituto Qualittas, Goiânia, 2008. PEREIRA, Thalles Eduardo de Jesus; STRÖHER, Gylles Ricardo; TURBIANI, Franciele Rezende Barbosa. Propriedades termofísicas da carne branca de frango: efeito da temperatura e do conteúdo de umidade. 2012. 284 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Tecnologia de Processos Químicos, Departamento de Processos Químicos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Apucarana, 2013. Cap. 1. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bjft/v16n4/a04v16n4.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2015. PEREIRA, Thalles Eduardo de Jesus; STRÖHER, Gylles Ricardo; NICOLETI, Joel Fernando. EFEITO DA TEMPERATURA E DO TEOR DE ÁGUA DA MISTURA PELE/GORDURA DE FRANGO SOBRE SUAS PROPRIEDADES 56 TERMOFÍSICAS. 2015. 8 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Tecnologia de Processos Químicos, Departamento de Processos Químicos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Apucarana, 2015. Cap. 1. Disponível em: <http://www.deag.ufcg.edu.br/rbpa/rev172/Art1723.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2015. TRAMBETTAVIEIRA, Evair Teresinha. INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE CONGELAMENTO NA QUALIDADE DO PEITO DE FRANGO. 2007. 101 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Alimentos, Departamento de Ciência Agrárias, Universidade Regional Integrada Campus Erechim, Erechim, 2007. Cap. 1. Disponível em: <http://www.uricer.edu.br/cursos/arq_trabalhos_usuario/569.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2015. VEGA, William Renzo Cortez. AVALIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE SURIMI PROCESSADO A PARTIR DE CARNE MECANICAMENTE SEPARADA DE FRANGO. 2008. 105 f. TCC (Graduação) - Curso de Pós-graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos, Departamento de Química, Fundação Universidade Federal de Rio Grande, Rio Grande, 2008. Cap. 2. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/2701/dissertao william.pdf?sequence=1>. Acesso em: 24 jun. 2015. VENTURINI, Katiani Silva; SARCINELLI, Miryelle Freire; SILVA, Luís César da. Características da Carne de Frango. 2007. 5 v. Monografia (Especialização) - Curso de Pró-reitoria de Extensão, Institucional de Extensão, Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo, 2007. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/caracteristicas_da_carne_de_fra ngo_000fy1kfoyu02wx5ok0pvo4k3r15t9pj.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015. RANGEL, Vanessa Pereira. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM HIGIENE VETERINÁRIA E PROCESSAMENTO TECNOLÓGICO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL: AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BACTERIOLÓGICOS E pH EM FILÉS DE PEITO DE FRANGO EMBALADOS EM ATMOSFERA MODIFICADA. 2009. 63 f. TCC (Graduação) - Curso de Veterinária, Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2009. Cap. 2. Disponível em: 57 <http://www.uff.br/higiene_veterinaria/teses/vanessa_rangel.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2015. VOILÀ, Márcia; TRICHES, Divanildo. A cadeia de carne de frango: uma análise dos mercados brasileiro e mundial de 2002 a 2010. 2013. 26 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pesquisas Econômicas e Sociais, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2013. Disponível em: <https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/TD_44_JAN_2013_1.pdf>. Acesso em: 14 set. 2015.
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