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Microbiologia da água Professor Dr. Hélio História 1905 - Os métodos de cultura para contagem de coliformes. Nessa época, a purificação da água limitava-se à filtração a fim de reduzir a turbidez. 1910 – uso do Cloro como desinfectante . Drástica redução de febre tifóide (causada por Salmonella typhi) em uma importante cidade americana, após a introdução de procedimentos de filtração e cloração. Água Água livre de contaminantes biológicos e químicos Essencial para a Saúde Publica Procedimentos: monitorar e avaliar a qualidade da água Tratamento da água Desinfecção de água potável Remediação da água de rejeitos Microbiologia da água de rejeitos e purificação da água água Principal fonte comum potencial de doenças infecciosas. Fonte de intoxicações induzidas por compostos químicos Os métodos avaliar a qualidade de água dependem de técnicas: Identificar Remover Degradar poluentes Física Químicas Microbiológicas. Saúde pública e qualidade da água Amostras de fontes de água podem ser examinadas quanto: Mesmo uma água de aparência perfeitamente transparente e limpa pode estar contaminada por microorganismos patogênicos. à presença de microorganismos indicadores específicos. Coliformes e qualidade da água bactérias bacilares Gram-negativas Aeróbias facultativas Não formadoras de esporos Fermentam a lactose produzindo gás, no decorrer de um período de 48 horas, 36ºC. Os coliformes Coliformes e qualidade da água São indicadores úteis de contaminação da água Estão presentes em grandes quantidades no trato intestinal de seres humanos e outros animais. Sua presença na água indica contaminação fecal. Coliformes Coliformes e qualidade da água Enterobacter Escherichia coli Klebsiela pneumoniae Quando excretados na água, os coliformes eventualmente morrem, porém não tão rapidamente quanto alguns patôgenos. Muitos coliformes, pertencem ao grupo das bactérias entéricas. Teste para coliformes e Escherichia coli Todos os testes avaliam o crescimento de organismos recuperados a partir das amostras de água. Vários procedimentos são utilizados para verificar a presença de coliformes e E.coli em amostras de água. Teste para coliformes e Escherichia coli - Procedimento do número mais provável (NMP) - Procedimento utilizado membrana filtrante (MF) - 100 ml da amostra de água são filtrados através de uma membrana filtrante estéril. - O filtro é depositado em uma placa contendo o meio de cultura (EAM). - Após a incubação as colônias de coliformes são contadas e, a partir desse valor, é possível determinar o número de coliformes presentes na amostra original de água. Métodos comuns de contagem de amostras incluem: coliformes Colônias de bactérias coliformes desenvolvendo-se sobre uma membrana filtrante. Meio: eosina-azul de metileno (EAM) – seletivo e diferencial para bactérias fermentadores de lactose (coliformes). Coliformes totais e E. coli Filtro exposto a uma amostra de água potável foi incubada a 35°c, por 24h, em MI e examinado sob luz UV. Única colônia de E. coli apresenta coloração azul escuro (seta) Outras colônias são coliformes que fluorescem de branco e azul claro. Teste para coliformes e Escherichia coli Os atuais métodos empregando meios seletivos são capazes: - Detectar não somente os Coliformes Totais - Identificam especificamente E.coli de modo simultâneo. Teste para coliformes e Escherichia coli Um teste (+) indica que houve uma falha no sistema de purificação ou distribuição. Sistemas de fornecimento de água potável Os testes para coliformes e E. coli devem ser (-) Estação de purificação de água Tratamento de água de rejeitos e esgotos Esgoto doméstico Rejeitos líquidos industriais Água efluente Água de rejeitos corresponde: O tratamento de água de rejeitos baseia-se no uso em escala industrial de microorganismos para a bioconversão. Água de rejeitos industrial inclui: efluentes de indústrias petroquímicas de pesticidas de alimentos e lacticínios de plásticos farmacêuticas e metalúrgicas. O pré-tratamento pode envolver processos mecânicos, pelos quais os fragmentos grandes são removidos. Tratamento de água de rejeitos e esgotos Cianeto Metais pesados : arsênio, chumbo, e mercúrio Compostos orgânicos: acrilamida, atrazina (um herbicida) Benzeno. Tratamento de água de rejeitos e esgotos Tratamento biológico ou químico neutralização; oxidação; precipitação ou volatilização desses rejeitos. Tratamento da água de rejeitos e demanda bioquímica de oxigênio Estação de tratamento de água de rejeitos - redução dos compostos orgânicos e inorgânicos - Eliminar outros compostos potencialmente tóxicos. A eficiência do tratamento é expressa em termos de uma redução da demanda bioquímica de oxigênio (DBO): Quantidade relativa de O2 dissolvido consumido por microorganismos, na oxidação completa de toda a matéria orgânica e inorgânica presente em uma amostra de água. Tratamento da água de rejeitos e demanda bioquímica de oxigênio É uma operação de múltiplas etapas. Emprega uma série de processos: - físicos - biológicos independentes. Para reduzir a contaminação biológica e química da água de rejeitos Tratamento: Tratamentos primário secundário terciário Processo de tratamento de água de rejeitos Tratamento primário da água de rejeitos Tratamento primário da água de rejeitos Utiliza apenas métodos de separação orgânicos e inorgânicos particulados da água de rejeitos Tratamento primário de água de rejeitos A água de rejeitos é bombeada para o interior do reservatório onde ocorre a sedimentação dos sólidos. Tratamento secundário anóxico da água de rejeitos Tratamento secundário Envolve uma serie de reações digestivas e fermentativas, realizadas por vários procariotos em condições anóxicas. O processo de degradação anóxica e realizado em grandes tanques fechados denominados digestores de Iodo ou biorreatores. Tratamento secundário anóxico da água de rejeitos Tratamento secundário aeróbio da água de rejeitos Tratamento secundário aeróbio - Utiliza reações digestivas realizadas por micro- organismos em condições aeróbias - Baixos níveis de matérias orgânicas - As águas de rejeitos de origem residencial Métodos: de filtro percolador e Iodo ativado são os mais comuns. Tratamento secundário aeróbio da água de rejeitos Um filtro percolador consiste em um leito de rochas trituradas. Tratamento terciário de água de rejeitos Tratamento terciário Processo físico-químico ou biológico que emprega biorreatores, processos de precipitação, filtração e cloração, similares àqueles empregados na purificação da água potável. Desvantagem: reduz significativamente os nutrientes inorgânicos, especialmente fosfato, nitrito e nitrato, do efluente final. É o método mais completo de tratamento de esgoto Não foi amplamente adotado $ Purificação de água potável Águas de rejeitos tratadas pelos métodos secundários Geralmente podem ser lançadas diretamente em rios e riachos. Não é potável A produção de água potável requer tratamento adicional Remover patôgenos potenciais Eliminar o sabor e o odor Reduzir os produtos químicos indesejáveis (ferro e manganês)Diminuir a turbidez Purificação física e química Os filtros consistem normalmente em espessas camadas de areia, carvão ativado e meios de filtração de troca iônica. Tratamento com cloro água agora potávelé bombeada para os tanques de armazenagem consumidores Física Química Estação de purificação de água Purificação física e química cloro gasoso (extremamente volátil) adiciona gás de amônia com o cloro cloramina HOCl + NH3 → NH2Cl + H2O Purificação física e química radiação UV Não mata cistos e oocistos de protistas como Giardia e Cryptosporidium Processo físico que não introduz compostos químicos na água Custos muito baixos Não há a formação de subprodutos associados à desinfecção Desvantagem DOENÇAS MICROBIANAS TRANSMITIDAS PELA ÁGUA Os números exatos de patógenos necessários para causar as doenças dependem: Da virulência do patógeno Da capacidade geral do hospedeiro em resistir a infecção giardíase e a criptosporidiose e Legionella infecções causadas pela linhagem O157:H7 de Escherichia coli e vírus gastrointestinais Água recreacional águas recreacionais áreas de água doce, como lagoas, riachos e lagos, bem como piscinas públicas Infecções transmitidas pela água em países em desenvolvimento Países em desenvolvimento Cólera Febre tifóide Amebíase Cólera Causada por Vibrio cholerae, uma proteobactéria bacilar curva, Gram-negativa • Desde 1817, a cólera varreu o mundo em 7 importantes pandemias. Também associada ao consumo de alimentos É endêmica África Sudeste da Ásia Subcontinente Indiano Américas Central e do Sul. Cólera Células de Vibrio cholerae aderidas à superfície de Volvox, uma alga de água doce. Patogênese Ingestão de 108-109 vibriões coléricos para causar a doença. V. cholerae adere- se às células epiteliais do intestino delgado enterotoxina diarreia severa Tratamento com fluidos e eletrólitos A taxa de mortalidade se não tratada é geralmente de 25-50%. 20 L por dia Diagnóstico e prevenção da cólera Presença Víbrio cholerae em forma de vírgula nas fezes com aspecto de “ água de arroz” (fezes quase liquidas) Evitar o consumo de água não tratada, alimentos crus, peixes e mariscos. Diagnóstico Prevenção Tratamento da cólera Tratamento A reposição endovenosa ou oral de líquidos e eletrólitos (20g de glicose; 4,2g de NaCl; 4,0g de NaHCO3 ; 1,8g de KCl, dissolvidos em um litro de água). Estreptomicina ou Tetraciclina O tratamento reduz a mortalidade global a cerca de 1%. Giardíase e criptosporidiose Giardíase Giardia intestinalis Altamente resistentes ao cloro Cryptosporidium parvumCriptosporidiose Giardíase Giardia intestinalis água contaminada por fezes alimentos contato sexual gastrenterite Diagnóstico laboratorial presença de cistos de Giardia nas fezes detecção de antígenos de Giardia nas fezes, por meio do teste de ELISA Quinacrina, Furazolidona e Metronidazoltratamento Criptosporidiose Cryptosporidium parvum Até 14 x mais resistentes ao cloro quando comparado a Giardia. Desinfecção por radiação UV Diagnóstico laboratorial tratamento demonstração da presença de oocistos de Cryptosporidium nas fezes Indivíduos imunocomprometidos: administração intravenosa de fluidos e eletrólitos. Indivíduos apresentando imunidade normal: Não há necessidade de tratamento. Legionelose (doença dos legionários) Legionella pneumophila legionelose invade macrófagos e monócitos alveolares Frequentemente, as infecções são assintomáticas ou provocam: Tosse moderada Faringite Cefaléia Febre Legionelose (doença dos legionários) Legionella pneumophila Diagnóstico laboratorial tratamento Técnicas de imunofluorescencia Rifampicina e Eritromicina Vírus De forma bastante comum, enterovirus como o poliovirus, norovirus e o vírus da hepatite A são liberados na água a partir da matéria fecal. Amebíase Entamoeba histolytica - É uma ameba anaeróbia trofozoítos invasivos podem invadir o fígado e ocasionalmente, os pulmões e o cérebro. Diagnóstico laboratorial Detecção: - de cistos nas fezes - de trofozoítos em tecidos - de anticorpos no sangue, pelo método de ELISA “De quanto mais coisas um homem se envergonha, mais respeitável se torna”. Bernard Shaw Escritor irlandês, vencedor do prêmio Nobel de literatura em 1925.
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