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Texto 1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente material tem por objetivo apresentar a Sociologia como uma disciplina teórica e prática. Dessa forma, espera-se que o aluno de Administração possa compreender a sociedade e o meio em que está inserido de maneira mais clara, podendo assim atuar sobre ele de forma consciente e crítica.
Para isso, o material será dividido em quatro unidades que proporcionará ao aluno uma visão ampla e concisa do contexto em que a Sociologia surgiu como ciência e das teorias de seus autores clássicos.
Na primeira unidade, o aluno terá contato com a parte histórica do surgimento da Sociologia, contexto e os primeiros pesquisadores. Além disso, será instigado a repensar o seu olhar sobre a sociedade que está inserido e de como é possível analisa-la na atualidade. Tendo assim, uma aplicação prática da teoria na realidade vivenciada.
Na segunda unidade, o aluno terá contato com o autor considerado “pai da Sociologia”, o francês Émile Durkheim (1895) e os seus conceitos como: Fato Social, Consciência Coletiva, Solidariedade Orgânica e Solidariedade Mecânica.
Já na terceira unidade, o autor a ser estudado será o alemão Max Weber, conceitos como: Ação Social, Relação Social, Tipo Ideal, Sociologia compreensiva farão parte de todas as leituras e atividades proposta nessa unidade.
Por fim, a quarta unidade será dedicada ao autor alemão Karl Marx e a sua discussão sobre a história da exploração do homem por meio da divisão do trabalho e das classes sociais.
Em todas as unidades os alunos encontrarão não apenas a teoria desses autores, como também atividades e sugestões práticas para auxiliá-los no entendimento e na aplicabilidade dos estudos sociológicos no seu dia-a-dia.
UNIDADE I
SOCIOLOGIA, PRA QUÊ? AFINAL, QUAL A IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS SOCIOLÓGICOS?
Profª. Me. Renata Oliveira dos Santos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nessa primeira unidade, convido você a descobrir um novo mundo, deste modo, exercitar outro olhar, que possibilite refletir de que maneira a sociologia está presente em nosso cotidiano. Para isso, nesta primeira etapa será apresentado o contexto que possibilitou o surgimento da sociologia como ciência.
Plano de estudo
Tópicos a serem abordados:
1. Sociologia, pra quê?
2. Imaginação Sociológica
3. A Sociologia como Ciência
4. Auguste Comte – Positivismo
   4.1 Lei dos Três Estados;
   4.2 A Religião da Humanidade
INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar a sociedade em que vive? Já se questionou alguma vez qual a razão de existir inúmeros problemas sociais? Será que você também não fez coro com tantos outros de que a culpa é “dessa sociedade”? Mas, afinal que sociedade é essa tão errada? Você faz parte dela?
Bom, essa primeira unidade tem por objetivo despertar sua capacidade crítica, o pensamento coerente e consciente. Porém, para isso é necessário estar atento ao mundo ao seu redor, o mundo do seu cotidiano e como ele se apresenta para você. É essencial que você seja capaz de questionar, de perguntar, de buscar explicações que vão além do senso comum, ou seja, daquela certeza cristalizada, generalizadora e subjetiva que muitas vezes  tomamos,  influenciados grupo social que podem concretizar nossa interpretação da realidade, dotada assim de inúmeros preconceitos (CHAUÍ, 2000).
A partir desse despertar, torna-se possível compreender que a Sociologia não é uma ciência vazia, esta  surge com uma razão. Deste modo, você verá que ela é fruto de um contexto histórico, social, político, econômico e cultural de um período em que as mudanças ocorridas em todos esses aspectos exigiram uma nova forma de pensar a sociedade e suas mudanças.
Dessa forma, essa primeira unidade abre as portas para uma nova realidade, um olhar diferenciado sobre a sociedade, um novo desafio que vai além das leituras teóricas e se manifesta na realidade, vivenciada no cotidiano de cada um.
SOCIOLOGIA, PRA QUÊ?
Você já parou para pensar por que vivemos em sociedade? E que tal perceber que você faz parte dessa sociedade, que atua sobre ela e pode decidir os seus caminhos?
Muitas vezes acreditamos que a sociedade está toda errada, ainda mais quando acompanhamos através dos meios de comunicação os casos de corrupção política, violência doméstica, falta de segurança, saúde e transporte.
Ficamos indignados e poucos de nós se perguntam como é possível mudar essa realidade. Isso por que na maioria das vezes não nos colocamos como parte dessa sociedade, que em algumas situações se apresenta de maneira violenta, desigual e corrupta, é como se criticássemos algo que está à parte, a margem e que embora nos afete, de maneira direta, parece estar distante do cotidiano, quando na verdade fizemos parte dela.
O autor português José Saramago (1995), em seu livro: O Ensaio sobre a Cegueira, diz que é necessário sempre reparar, ver, enxergar, o que está a nossa frente. Pois, ás vezes somos cegos mesmo tendo plena visão.
“Se podes olhar vê. Se podes ver, repara” – Em que momento nos tornamos “cegos” na nossa vida em sociedade?
Mas, enganam-se aqueles que acham que sair dessa cegueira é simples e fácil. Na verdade, é um processo, uma construção, um despertar que proporciona o desenvolvimento de uma consciência mais critica, da que estamos habituados a ter. Bem, e o que se entende por consciência?
Segundo a filósofa Marilena Chauí (2000, p. 165), a consciência “tem como centro a figura do sujeito do conhecimento, na qualidade de consciência de si reflexiva ou atividade permanente racional que conhece a si mesma”. Dessa forma, ser consciente é perceber a si mesmo e assim o que está ao redor, de maneira racional.
É essa racionalidade livre, de cada um, que a sociologia busca despertar. O ser social crítico não é o chato que tudo parece saber e que impõe suas verdades absolutas, mas sim quem consegue perceber de maneira racional, sem juízos de valor e “achismos”, a realidade a sua volta e questioná-la de maneira coerente.
A sociologia preza por despertar em cada um de nós uma reflexão mais critica sobre o cotidiano, que sejamos capazes de analisar das coisas mais simples as mais complexas. Deste modo, que possamos refletir sobre uma determinada notícia, uma cena de novela, ouvir e opinar sobre uma determinada situação ou fala de alguma autoridade. A sociologia é dinâmica e mutável, assim como a sociedade, assim possibilita que novos estudos surjam sem que seja necessário desprezar ou descartar o que já foi estudado. Por estas questões, podemos concluir que a sociologia atua na constante ampliação do conhecimento.
Porém, pensar sociologicamente ainda é um desafio para todos nós e sabe por quê? Por que a sociologia nos faz ver o mundo com um olhar novo, muitas vezes desconfiado, descontente. Sobretudo, nos revela um mundo que aos poucos esquecemos por que decidimos não pensar sobre ele. Assim, afirma o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (2010):
“Em face de um mundo considerado familiar, governado por rotinas capazes de reconfirmar crenças, a sociologia pode surgir como alguém estranho, irritante e intrometido. Por colocar em questão tudo aquilo que é considerado inquestionável, tido como dado, ela tem potencial de abalar as confortáveis certezas da vida, fazendo perguntas que ninguém quer se lembrar de fazer e cuja simples menção provoca ressentimentos naqueles que detêm interesses estabelecidos. Essas questões transformam evidente em enigma e podem desfamiliarizar o familiar...” (BAUMAN, 2010, p. 24)