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INTRODUÇÃO O presente trabalho vem esclarecer o conceito e questionamentos acerca de um contrato de adesão. Contrato este, muito utilizado no nosso dia a dia, mas atualmente ainda gera muitas dúvidas. O contrato de adesão trata-se de negócio jurídico bilateral ou plurilateral, no qual apenas uma das partes – proponente ou estipulante –, decide, previamente, quais as cláusulas serão efetivamente inseridas no contrato, de modo que, a outra parte – aderente –, apenas anui ou não, com aquilo já estabelecido, ficando esta impedida de modificar substancialmente as condições do contrato. Por sua vez, os contratos de adesão são aqueles onde não há liberdade de convenção, pois uma das partes se encontra em posição de apenas aceitar ou não as cláusulas e condições previamente conduzidas, impressas pela outra parte. Ou seja, não há debates e discussões entre os contraentes sobre as cláusulas. Exemplos: contrato de seguro, fornecimento de água e luz, seguro de vida, etc. Importante salientar que a relação de consumo é formada de um lado por um fornecedor de serviços e, de outro lado, por um consumidor destinatário final de tais serviços, devendo ser regido pelas normas do Código de Defesa do Consumidor que são de ordem pública e interesse social (artigo 1º do CDC). O QUE SERIA UM CONTRATO DE ADESÃO? De acordo com as pesquisas realizadas, foi demonstrado que os entrevistados possuem breve conhecimento sobre o assunto relatado, mas quando perguntado de forma mais precisa, não sabem especificar quais contrato de adesão já assinaram. Em uma das respostas obtidas, o entrevistado menciona que o contrato de adesão é um tipo de aquisição de imóvel ou carro, redigida de forma negociável, podendo ser alterada de acordo com as partes. Entretanto, o artigo 54 CDC, vem nos elucidar “que o contrato de adesão é aquele cujas clausulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo”. Como podemos observar o contrato de adesão geralmente é elaborado por uma das partes (proponente) e usado habitualmente, pois já estão em modelos prontos para garantir a agilidade e execução dos negócios. Contudo conforme disposto no artigo 54, parágrafo 4º, o contrato de adesão pode conter cláusulas que limitam o direito do consumidor. Porém, essas cláusulas não podem ser abusivas, caso contrário serão consideradas nulas. Sobre a segurança na contratação, neste modelo de contrato, a maioria dos entrevistados sente-se inseguros e em suas palavras relatam: “Na realidade brasileira, não há total segurança, pois sempre se encontra uma brecha que pode prejudicar a parte contratante.” Ocorre que, com o decorrer do tempo foi percebido muitas arbitrariedades por parte de quem faz o contrato, lesando o consumidor. Já na sua forma, verifica-se que este contrato é impresso em letras minúsculas, dificultando a leitura por parte do consumidor, tendo normas muitas vezes abusivas. Tão logo, prejudicando o contratante, gerando uma segurança jurídica. Compreende-se como cláusula abusiva toda aquela que desfavorece à parte mais fraca na relação contratual. Portanto, a posição de superioridade no contrato atribui, em seu benefício, vantagens excessivas que acabam por enganar a parte mais fraca sobre aquilo que busca alcançar a boa-fé, que formam um princípio de justiça contratual. Portanto, o resultado dessa relação acaba sendo uma gravíssima situação de desequilíbrio entre direitos e obrigações entre os contratantes. Diversas práticas abusivas acontecem pela falta de conhecimento do consumidor que, por desconhecer os seus direitos, acabam firmando um contrato sem entender as cláusulas existentes que por fim terão que ser cumpridas totalmente. O artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor regula e dar garantia de igualdade nas contratações, dando possibilidade de alteração ou exclusão das cláusulas contratuais desproporcionais, que promovem o desequilíbrio entre o consumidor e o fornecedor e são consideradas nulas. 1 Dessa forma, fica claro, que é o equilíbrio contratual o que mais interessa, uma vez que é por meio dele que os consumidores passam a ter melhor tratamento, a ter menor prejuízo. Existem no mercado inúmeros modelos de contratos de adesão, e que por muitas vezes passam despercebidos pelos consumidores, muitos não sabem que o fornecimento de água e luz também são um contrato de adesão. Assim como locação de bens moveis, cartões de credito, execução de determinados serviços e etc. E no estudo aqui relatado citam apenas, contratos de plano de saúde, telefonia e seguro de carro que são os mais comuns e ainda mencionam que não tem o habito de ler esses contratos por ter um texto extenso e com difícil entendimento. Mesmo tomando todos os cuidados necessários, algumas injustiças e desigualdades irão acontecer. Caso uma das partes sinta que teve seu direito lesado neste tipo de contratação, o Judiciário tem acolhido diversos pedidos de consumidor, pois, no contrato de adesão, as cláusulas podem ser revistas e alteradas pelo juiz com o objetivo de buscar um equilíbrio entre as partes. Isso significa que a cláusula abusiva será excluída, porém caberá ao juiz rever o contrato, buscando sua conservação e distribuindo equitativamente os direitos e deveres entre as partes a fim de manter a harmonia entre o consumidor e o fornecedor. 2 CONSIDERAÇÕES FINAIS O contrato de adesão vem disposto nos artigos 423 e 424 da Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil (CC), bem como no artigo 54 da Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, Código de Defesa do Consumidor (CDC). Os artigos encontrados no Código Civil, assim como no CDC, estabelece uma proteção maior à parte mais fraca da relação contratual, ou seja, ao aderente. Ordenando-se que, havendo cláusulas ambíguas ou contraditórias, poderá ser adotada interpretação mais favorável ao aderente. Sendo assim, as cláusulas que determinam a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da própria natureza do contrato serão tidas como nulas. 3 ENTREVISTADOS Questionário: 1) Nome, idade, profissão e grau de escolaridade. 2) Você sabe o que é um contrato de adesão? X 3) Você sabe quais contratos de adesão já assinou? 4) Se sentem seguras quando formalizam esse tipo de contrato? 5) Já teve algum contra tempo com esse tipo de contrato? 6) Costuma ler esse tipo de contrato? Respostas: Primeiro entrevistado 1) Luis Ribeiro de Souza, 35 anos, projetista elétrico, superior completo. 2) Acho que é algum tipo de aquisição de imóvel ou carro. 3) Uns dois. 4) Dependendo da outra parte, sim. 5) Nunca. 6) Não, pois dá uma impressão de serem textos muito longos. Segundo entrevistado 1) Humberto Roman Pellegrini Villalonga. 53 anos, Engenheiro Elétrico, superior completo. 2) Contrato de adesão é aquele ao qual se adere por integrar algum grupo. 3) Que eu lembre plano de saúde, Meu plano atual é por adesão. 4)Verdadeiramente, pela realidade brasileira, não há total segurança. Sempre se encontra uma brecha que pode prejudicar de alguma forma. 5)Não que eu me lembre. 6) Tento ler todos os contratos que assino, com exceção dos de créditos que chegam depois. Terceiro entrevistado 1) Uilck Santos, supervisor de instalações; superior incompleto em engenharia elétrica. 2) Sim. 3) Vários, plano de operadora de celular, internet fixa, seguro do carro entre outros. 4) Não. 5) Não. 6) Sim. 4 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/725/O-contrato-de-adesao-no-Codigo-Brasileiro-de-Defesa-do-Consumidor http://www.procon.go.gov.br/noticias/o-codigo-de-defesa-do-consumidor-e-os-contratos-de-adesao.htmlhttps://www.idec.org.br/em-acao/artigo/os-contratos-de-adeso-e-as-clausulas-abusivas http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI88511,51045-O+consumidor+e+os+contratos+de+adesao https://www.conjur.com.br/2004-jan-28/conheca_estudo_contrato_adesao_implicacoes https://sthegaggi.jusbrasil.com.br/artigos/147672070/o-contrato-de-adesao 5