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ECONOMIA COMPARTILHADA
Nessa mudança comportamental, as pessoas não buscam mais por bens, mas pelo acesso a eles. Para se ter uma ideia do sucesso dessa nova realidade, 79% dos consumidores brasileiros acreditam na economia compartilhada, de acordo com pesquisa do Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). “É uma nova sociedade de consumo”, diz Camila, que complementa. “A ordem é desapegar.”
A consulta aos brasileiros mostra que o consumo colaborativo vem crescendo no país. Segundo dados da enquete, a hospedagem em casa de terceiros é uma das formas mais conhecidas de consumo compartilhado e foi apontada por 40% dos entrevistados como uma das mais usadas. As caronas para o trabalho ou a escola (39%), o aluguel de roupas (31%) e o de bicicletas (17%) são as demais formas de consumo compartilhado mais buscadas pelos brasileiros. “O consumo colaborativo é uma poderosa força econômica e cultural em curso capaz de reinventar não apenas o que consumimos, mas principalmente a forma como consumimos as coisas”, afirma Eduardo Baer. CEO da DogHero, um aplicativo criado para hospedagem de cães.
Um detalhe interessante que unifica a quase totalidade dos empreendedores que se lançam no mercado de startups da economia colaborativa é que, na maioria, trata-se de jovens arrojados dispostos a investirem na criação de plataformas a partir de necessidades pessoais. O caso da DogHero é um exemplo clássico dessa lógica.
Do Vale do Silício para o Brasil
Eduardo Baer, do DogHero: inspiração no Vale do Silício
Há três anos, o administrador de empresas Eduardo Baes terminava o mestrado na Universidade em Stanford, nos EUA, e de “mala e cuia” para o Brasil acalentava um sonho antigo de ter um cachorro como companheiro em casa. Porém, como era solteiro, vivia um dia aqui outro acolá em viagens, não tinha com quem deixar o peludo. Da vivência no Vale do Silício, na Califórnia, onde existem centenas de aplicativos para facilitar o cotidiano das pessoas, Baer desembarcou em solo brasileiro disposto a criar um aplicativo que resolvesse casos como o dele.
A média da diária dos cuidadores é de R$ 50,00, mas cada anfitrião tem a liberdade para estabelecer o preço que quiser. “O diferencial do negócio é que o pet é tratado com o carinho da casa e não em uma gaiola com outras dezenas de animais”, atesta Baer. Em três anos, a DogHero já está em 650 cidades do Brasil e tem 15 mil anfitriões cadastrados. Aos 70 anos, dois filhos e duas netas, Rose Mary Roterto há três anos engorda em cinco mil reais sua conta bancária com dinheiro vindo do aplicativo, que virou sua principal fonte de renda. “Sou cachorreira. Faço o que amo de paixão e tiro meu sustento. Coloco os cãezinhos até para dormir em minha cama”, diz Rose.
Evidentemente, tanto quem oferece um serviço ou trabalho quanto quem contrata assume riscos. Mas com o crescimento dessa prática, naturalmente, surgem mais mecanismos de salvaguardas despertando mais confiança entre seus usuários. O importante nas relações via aplicativos é a confiança que os prestadores de serviços têm que estabelecer com os potenciais clientes.
Tallis Gomes: criador do Easy Táxi agora aposta no Singu (Crédito:Leo Neves)
Por isso, é fundamental, que os usuários publiquem os feedbacks sobre a execução dos trabalhos nas páginas do site. “É uma reinvenção do modelo de trabalho, que chegou para aumentar os ganhos dos trabalhadores e a liberdade de atuação”, avalia Tallis Gomes. Criador do Easy Taxi e hoje à frente do Singu, uma plataforma de beleza e bem-estar que conecta consumidores aos prestadores de serviços de manicure, depilação e massagistas. O Brasil é o terceiro pais no mundo em gastos pessoais em beleza. Segundo a britânica MintelGroup, cosméticos e produtos de limpeza mostram curvas de crescimento consistentes. Para o setor de cosméticos, a projeção é de alta de 10,2% ao ano até 2019, quando o mercado pode chegar a R$ 107,3 bilhões.
A massagista e manicure Fabiana Ramalho, 35 anos, mãe de cinco filhos, é um exemplo de uma trabalhadora da economia colaborativa. Ela trabalhava em salões de beleza há anos, mas estava infeliz, principalmente, pelo salário e a jornada de trabalho. Ela afirma que há um ano sua vida mudou incrivelmente para melhor depois que se cadastrou em um aplicativo para trabalhar de manicure. “Hoje, ganho cerca de cinco mil reais mensais, fico muito mais tempo com meus filhos e tenho uma vida mais planejada”, conta.
O certo é que esse novo modelo de consumo inverte a lógica de utilização de bens e a prestação de serviços. Em vez de comprar tudo o que você precisa ou recorrer a grandes empresas na hora da compra, as pessoas compartilham, alugam ou dividem os bens com outras pessoas.
Em uma das obras mais lidas sobre o tema – The Zero Marginal CostSociety – o autor, Jeremy Rifkin, coloca que o capitalismo será ultrapassado pela economia colaborativa. Ele faz algumas previsões: os lucros das empresas irão diminuir consideravelmente, os direitos de propriedade ficarão cada vez mais enfraquecidos e a economia baseada na escassez dará lugar à economia em abundância. De acordo com o autor, caminhamos para uma sociedade pós-consumo, na qual a propriedade das coisas deixará de interessar. Todos os executivos entrevistados nesta reportagem são unânimes em assegurar que a economia do compartilhamento é uma nova forma de capitalismo, com serviços mais focados na criatividade e relação diferente com o consumidor. 
Referências bibliográficas:
http://www.implantandomarketing.com/economia-criativa/
http://www.advbsc.com.br/artigos/-a-criatividade-no-marketing.html
https://saiadolugar.com.br/economia-criativa/
https://nex.work/

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