Caso 3 Aula 3 = Resposta à Acusação

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CABO FRIO – 2018.1
CURSO DE DIREITO – PRÁTICA SIMULADA III – MESTRE RACQUEL NOGUEIRA
AULA 3 = RESPOSTA À ACUSAÇÃO - CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
ALUNA: Kenia Serena Ungaretti dos Santos MATRÍCULA: 2014.02.19710-1
MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA
DE ___/XXXX
Processo nº ___
Ref. IP nº ___
MATEUS, já qualificado no processo em epígrafe, por meio de seu advogado,
OAB/UF, (endereço profissional completo), endereço eletrônico, (procuração anexa),
para fins dos Artigos 396 e 396- A do Código de Processo Penal, vem
respeitosamente a este MM Juízo apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
realizada pelo Ministério Publico do Estado XXXX que alega a suposta consumação
de estupro de vulnerável com resultado gravidez, com fulcro nos Artigos 217-A, §1º
c/c Artigo 234-III, ambos do Código Penal.
Desta feita, o acusado apresenta esta resposta apontando os motivos pelos quais a
presente Ação Penal não deve prosseguir, o fazendo de forma tempestiva, pois, de
acordo com o Artigo 396-A, o prazo para o acusado apresentar tal manifestação é de
10 (dez) dias a contar da citação válida da defesa. Tendo sido citado pessoalmente ao
dia 18 de novembro de 2016, a ele cabe realizar este direito até o dia 28 de novembro
de 2016 e, portanto, o presente ato é tempestivo, devendo o MM Juízo apreciá-lo, na
forma da lei.
I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
O acusado, por não poder demandar em juízo sem sacrificar o próprio sustento e
o de sua família, nos termos do Artigo 5º, LXXIV da CRFB/88 c/c Artigo 99 do CPC,
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requer a este MM Juízo que lhe conceda a gratuidade de Justiça, mediante
comprovação de hipossuficiência em anexo.
II - SÍNTESE DOS FATOS
Dita a exordial apresentada pelo Parquet que o acusado, em agosto de 2016,
dirigiu-se à casa da vítima e, aproveitando-se de sua condição de vulnerabilidade
mental, constrangeu-a à prática de conjunção carnal vindo a engravidá-la, gestação
esta atestada em laudo de exame de corpo de delito (fls.___). Além disso, a inicial
informa que a conduta se deu sem o cometimento de violência ou grave ameaça à
vítima.
III. DO DIREITO
Preliminarmente, argui-se a nulidade da denuncia por ausência de requisito
essencial de procedibilidade, qual seja, a representação do ofendido, nos ditames do
caput do Artigo 225 do CP: sem tal formalidade nem mesmo o inquérito policial
poderia ser deflagrado, conforme determina o Artigo 5º, § 4º do CPP.
No que tange o mérito, o fato narrado é atípico, vez que não há laudo pericial que
ateste a neurotipicidade da suposta vítima e sua consequente incapacidade de discernir
e manifestar-se com plena consciência.
Assim, por ter a moça 18 (dezoito) anos completos e, logo, gozar de plena
capacidade de consentir com a prática sexual de modo livre, espontâneo e legítimo, é
que se tem afastada a tipicidade da conduta que é imputada ao acusado. Para encerrar
a discussão da existência da debilidade mental da suposta vítima, aponta-se que esta
não é nem aparente tampouco civilmente assim reconhecida. Logo, é impossível ter o
acusado ciência desta condição, posto que a mesma inexiste fatídica e juricamente.
IV. DO PEDIDO
A partir da explanação supra realizada, requer-se a este MM Juízo:
A) A anulação ab initio da presente ação penal com base no Artigo 564, II do CPP,
com a consequente rejeição da exordial com fulcro no Artigo 395, II do CPP;
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B) Absolvição sumária com base na atipicidade do fato, conforme Artigo 397, III do
CPP;
C) Não entendendo o MM Juízo neste sentido, que se proceda ao Exame Pericial para
a verificação da higidez mental da vítima, bem como à oitiva das testemunhas abaixo
arroladas e, ainda, registro do depoimento pessoal da vítima.
Testemunha 1 - Olinda, nacionalidade, estado civil, nascimento, profissão, identidade,
CPF, endereço completo com CEP, endereço eletrônico;
Testemunha 2 - Alda, nacionalidade, estado civil, nascimento, profissão, identidade,
CPF, endereço completo com CEP, endereço eletrônico.
Nestes termos, pede deferimento.
Comarca, 28 de novembro de 2016.
Advogado - OAB/UF nº ___