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PRATICA SIMULADA 2 CASO CONCRETO 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO 
TRABALHO DE NATAL – RN 
 
 
( 10 linhas) 
 
SUZANA, qualificação, por seu advogado adiante firmado e com endereço profissional 
constante do instrumento de procuração que segue em anexo, vem, à presença de Vossa 
Excelência, com fulcro no art. 840, §1º, da CLT, propor a presente 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
Em desfavor de Moraes (qualificação), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
A reclamante foi contratada no dia 15/06/2015 pela família Moraes como empregada 
doméstica. No ato da contratação foi celebrado contrato de experiência com prazo de 45 
(quarenta e cinco) dias. 
Ao termo dos 45 dias a reclamante continuou laborando normalmente à família sem que 
tenha havido qualquer prorrogação contratual. 
A jornada de trabalho da reclamante era de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h com 30 
(trinta) minutos de intervalo intrajornada. Por 4 (quatro) dias em viagem com a família à 
Gramado – RS a jornada de trabalho da demandante foi das 8h às 17h com uma hora de 
intervalo. 
A reclamante sofreu descontos no salário, sendo 10% a título de vale transporte e 25% a 
título de alimentação consumida no emprego. 
O contrato de trabalho da reclamante foi extinto em 15/09/2015 e na ocasião foram pagas 
as verbas rescisórias, quais sejam: 3/12 avos de férias acrescidas do terço constitucional e 
3/12 avos de 13º salário proporcional. 
Eis um relato dos fatos. 
 
2. DO MÉRITO 
2.1. DO CONTRATO – INEXISTÊNCIA DE PRORROGAÇÃO – CONVERSÃO DO 
CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO 
No ato da contratação da reclamante foi estabelecido o prazo de experiência de 45 dias, 
contudo ao término do prazo a reclamada não realizou a prorrogação do prazo do 
contrato, o que fez com que o mesmo se convertesse automaticamente em contrato por 
prazo indeterminado, tudo nos termos do art. 5º, §2º, da Lei Complementar – LC nº 
150/2015. 
A reclamada desconsiderou a indeterminação do contrato de trabalho e realizou o 
pagamento das verbas rescisórias como se o contrato efetivamente estivesse regimentado 
por termo. 
Portanto, considerando que a reclamada não realizou a prorrogação do contrato de 
trabalho da reclamante, requer que o contrato seja considerado por tempo indeterminado, 
bem como que a reclamada seja condenada ao pagamento das verbas inerentes a essa 
espécie de contrato, isto é, aviso prévio (30 dias) indenizado nos termos do art. 23, §1º da 
LC 150/2015 e seus reflexos nas férias acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 
13º salário (1/12 avos). 
 
2.2. DAS VERBAS RESCISÓRIAS 
Na rescisão contratual a reclamada não efetuou o pagamento do saldo de salário de 15 
dias, razão pela qual requer a sua condenação. 
Requer ainda a condenação da reclamada ao pagamento do FGTS do pacto laboral por 
não ter havido o seu recolhimento (art. 21, LC nº 150/2015). 
 
2.3. DOS DESCONTOS INDEVIDOS 
A reclamada realizava dois descontos indevidos no salário da reclamante. 
O primeiro desconto contraria expressamente o previsto no art. 18 da LC 150/2015, isto é, 
mesmo com a vedação legal de descontos no salário da empregada doméstica a título de 
alimentação, a reclamada procedia aos descontos de 25% no salário mensal. 
O outro desconto referia-se ao vale-transporte que em vez de se limitar a 6% legalmente 
previsto a reclamada descontava 10%, ou seja, a reclamada violou o art. 4º, Lei 7.418/85 e 
descontou indevidamente 4%. 
Desta feita, requer a condenação da reclamada à devolução da alimentação equivalente a 
25% do salário mensal da reclamante, bem como a devolução de 4% referente ao excesso 
do vale-transporte descontado ilegalmente. 
 
2.4. NÃO CONCESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA 
À exceção de 4 (quatro) dias em que a reclamante viajou com a família empregadora e 
que o intervalo intrajornada foi de 1h/dia, todos os demais dias de prestação de serviços 
houve violação ao gozo de no mínimo uma hora de intervalo intrajornada (art. 13, LC nº 
150/2015). 
Portanto, considerando que o intervalo intrajornada da reclamante era de somente 30 
minutos por dia, requer a condenação da reclamada ao pagamento de uma hora de 
intervalo intrajornada acrescido do adicional legal, tudo nos termos do dispositivo legal 
citado e da Súmula 437 do TST, bem como o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias 
acrescidas do terço constitucional, 13º salário proporcional e FGTS. 
 
2.5. HORAS EXTRAORDINÁRIAS 
A jornada de trabalho da reclamante era das 7h às 16h com trinta minutos de intervalo 
para alimentação e descanso de segunda a sexta-feira. 
Pois bem, considerando a jornada efetivamente laborava diariamente, conclui-se que a 
reclamante tem direito a 30 minutos extras, afinal laborava 8h30min por dia (art. 2º, §4º, 
LC nº 150/2015). 
Desse modo, pugna pela condenação da reclamada ao pagamento de 30 minutos extras 
por dia e que haja o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço 
constitucional, 13º salário proporcional e FGTS. 
 
2.6. ADICIONAL DE 25% DURANTE O PERÍODO DE VIAGEM 
A reclamante realizou viagem de 4 (quatro) dias com o empregador, contudo durante o 
período não recebeu o adicional de 25% previstos no art. 11, §2º, LC nº 150/2015. 
Requer, pois, a condenação da reclamada ao pagamento do respectivo acional que 
deverá incidir sobre as 32 horas de efetivo labor no período da viagem. 
 
3. DOS PEDIDOS 
Por todo o exposto, requer: 
a) que o contrato seja considerado por tempo indeterminado, bem como que a reclamada 
seja condenada ao pagamento das verbas inerentes a essa espécie de contrato, isto é, 
aviso prévio (30 dias) indenizado nos termos do art. 23, §1º da LC 150/2015 e seu reflexo 
nas férias acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 13º salário (1/12 avos); 
b) que seja a reclamada condenada ao pagamento do saldo de salário de 15 dias; 
c) a condenação da reclamada ao pagamento do FGTS do pacto laboral por não ter 
havido o seu recolhimento (art. 21, LC nº 150/2015). 
d) a condenação da reclamada à devolução do valor descontado a título de alimentação 
equivalente a 25% do salário mensal da reclamante, bem como a devolução de 4% 
referente ao excesso do vale-transporte descontado ilegalmente; 
e) que seja a reclamada condenada ao pagamento de uma hora por dia de intervalo 
intrajornada acrescido do adicional legal, bem como o reflexo dessa rubrica no aviso 
prévio, férias acrescidas do terço constitucional, 13º salário proporcional e FGTS; 
f) a condenação da reclamada ao pagamento de 30 minutos extras por dia e que haja o 
reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço constitucional, 13º salário 
proporcional e FGTS; 
g) a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de 25% previsto na art. 11, §2º, 
LC nº 150/2015 que deverá incidir sobre as 32 horas de efetivo labor no período da 
viagem, bem como o reflexo no FGTS; 
h) a aplicação de juros e correção monetária; 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, 
especialmente a documental e testemunhal. 
Requer a notificação da reclamada para responder aos termos da presente ação sob pena 
de ser decretada a revelia e confissão. 
 
Declara o patrono que os documentos acostados à inicial são autênticos. 
 
Dá à causa o valor de R$ xxxxx. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Natal – RN, xx de xxxxx de xxx. 
AdvogadO/OAB

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