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Cuidados de Enfermagem na Prevenção de Suicídios Profa Eysler Brasil Aula cedida por Ana Zaiz Carvalho e Helder de Pádua Objetivos da Aula • Apresentar conceitos relacionados com ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio; • Expor fatores de risco e proteção para suicídio; • Discutir mitos comuns sobre comportamentos suicidas Gustavo Monroy • Ideação suicida: pensamentos sobre suicídio, que podem ser tão detalhados quanto a formulação de um plano, sem o ato suicida propriamente dito. • Suicídio: Ato de matar a si mesmo. • Tentativa de suicídio. CONCEITOS Francis Bacon FATORES DE PROTEÇÃO PARA SUICÍDIO • Apoio familiar, de amigos e de outros relacionamentos significativos; • Crenças religiosas, culturais, e étnicas; • Envolvimento na comunidade; • Vida social satisfatória; • Integração social como, por exemplo, através do trabalho e do uso construtivo do tempo de lazer; • Acesso a serviços e cuidados de saúde mental. Antoine Wiertz FATORES DE RISCO PARA SUICÍDIO • Transtornos mentais; • sociodemográficos; • psicológicos; • condições clínicas incapacitantes. TRANSTORNOS MENTAIS • Transtornos do humor (ex.: depressão); • transtornos mentais e decorrentes do uso de substâncias psicoativas (ex.: alcoolismo); • transtornos de personalidade (principalmente borderline), narcisista e anti-social); • esquizofrenia; • transtornos de ansiedade; • comorbidade (ex.: alcoolismo + depressão). SOCIODEMOGRÁFICOS • Sexo masculino; • faixas etárias entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos; • estratos econômicos extremos; • residentes em áreas urbanas; • desempregados (principalmente perda recente do • emprego); • aposentados; • isolamento social; • solteiros ou separados; • migrantes. CONDIÇÕES CLÍNICAS INCAPACITANTES • Doenças orgânicas incapacitantes; • dor crônica; • lesões desfigurantes; • epilepsia; • trauma medular; • neoplasias malignas; • Aids. FATORES PSICOLÓGICOS • Psicológicos • • perdas recentes; • • perdas de figuras parentais na infância; • • dinâmica familiar conturbada; • • datas importantes; • • reações de aniversário; • • personalidade com traços significativos de impulsividade, • agressividade, humor lábil; Outros fatores • Trauma, tal como abuso físico e sexual; • Perdas pessoais; • Sentimentos de baixa auto-estima ou de desesperança; • Questões de orientação sexual (tais como homossexualidade); • Pouco discernimento, falta de controle da impulsividade, e comportamentos auto-destrutivos; • Exposição ao suicídio de outras pessoas; • Acontecimentos destrutivos e violentos (tais como guerra ou desastres catastróficos). John Everett Millais Mitos comuns sobre comportamentos suicidas • Mito 1: Pessoas que falam sobre o suicídio não farão mal a si próprias, pois querem apenas chamar a atenção. • FALSO. Todas as ameaças de se fazer mal devem ser levadas muito a sério. • Mito 2: O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso. • FALSO. Morrer pelas suas próprias mãos pode parecer impulsivo, mas o suicídio pode ter sido ponderado durante algum tempo. Muitos indivíduos suicidas comunicam algum tipo de mensagem verbal ou comportamental sobre as suas ideações suicidas. • Mito 3: Os indivíduos suicidas querem mesmo morrer ou estão decididos a matar-se. • FALSO. A maioria das pessoas que se sentem suicidas partilham os seus pensamentos com pelo menos uma pessoa, por exemplo. Mitos comuns sobre comportamentos suicidas • Mito 4: Quando um indivíduo mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo. • FALSO. Um dos períodos mais perigosos é imediatamente após a crise ou na sequência de uma tentativa pois a pessoa encontra-se fragilizada. • Mito 5: O suicídio é sempre hereditário. • FALSO. Vários são os fatores de risco para suicídio, conforme apresentado anteriormente. • Mito 6: Os indivíduos que tentam ou cometem suicídio têm sempre alguma perturbação mental. • FALSO. Vários são os fatores de risco para suicídio, conforme apresentado anteriormente. Mitos comuns sobre comportamentos suicidas • Mito 7: Se um conselheiro falar sobre tema, induzirá o suicídio. • FALSO. Reconhecer que o estado emocional do indivíduo é real, e tentar normalizar a situação induzida pelo stress são componentes necessários para a redução da ideação suicida. • Mito 8: Após uma tentativa de suicídio, a pessoa nunca voltará a tentar novamente. • FALSO. As tentativas de suicídio são um preditor crucial do suicídio. • Mito 9: Crianças não cometem suicídio dado que não entendem que a morte é final e são cognitivamente incapazes de se empenhar num ato suicida. • FALSO. Embora seja raro, as crianças cometem suicídio e, qualquer gesto, em qualquer idade, deve ser levado muito seriamente. Francis Bacon Como ajudar a pessoa sob risco de suicídio? Como ajudar a pessoa sob risco de suicídio? • Preparar um ambiente terapêutico, manter uma conversa tranquila com privacidade; • Reservar o tempo necessário para lhes dar atenção e ouvi-las efetivamente. • A abordagem calma, aberta, de aceitação e de não-julgamento facilitam a comunicação. Como abordar o paciente? • Perguntas abertas: “Como você se sente ultimamente?” “Existem muitos problemas na sua vida?” “O que tem tentado fazer para resolvê-los?” • Quando há suspeita-se de comportamento suicida: avaliar estado mental atual, investigar existência de plano suicida atual, identificar o sistema de apoio social da pessoa. Como lidar com o paciente? Guido Cagnacci Como lidar com o paciente • Pessoas de baixo risco: pensamentos suicidas, como “eu não consigo continuar”, “eu gostaria de estar morto”, mas não fez nenhum plano. • Ação necessária: • Oferecer apoio emocional; • Trabalhar sobre os sentimentos suicidas; • Favoreça expressão da pessoa e focalize nos aspectos positivos da pessoa; • Encaminhar se necessário e marcar encontros frequentes. Como lidar com o paciente • Pessoas de médio risco: pensamentos e planos, mas não tem planos de cometer suicídio imediatamente. • Ação necessária: • Ofereça apoio emocional, trabalhe com os sentimentos suicidas e focalize nos aspectos positivos; • Explore alternativas ao suicídio; • Faça um contrato; • Encaminhe a pessoa ao psiquiatra; • Entre em contato com a família, os amigos e oriente-os sobre medidas de prevenção. Como lidar com o paciente • Pessoas de alto risco: plano definido, meios para fazê-lo e planeja fazê-lo prontamente. Muitas vezes já tomou algumas providências prévias e parece estar se despedindo. • Ação necessária: • Estar junto da pessoa; • Evitar meios; • Fazer um contrato; • Informar a família e reafirmar seu apoio;. • Providencie uma ambulância e encaminhe a pessoa ao pronto socorro psiquiátrico, de preferência. • Internação involuntária, caso necessária. Considerações finais • Conceitos; • Fatores de proteção e de risco; • Mitos sobre o tema; • Como abordar; • Como lidar com o paciente. Referências • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção de suicídio: um recurso para conselheiros. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2006. • BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio. Prevenção do Suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde,2006.
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