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Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 40 horas Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério Samara Calixto Gomes Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério Samara Calixto Gomes 40 horas Com certificado online SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4 ALTERAÇÕES EMOCIONAIS DURANTE A GRAVIDEZ ......................................... 5 2.1 DEPRESSÃO MAIOR ................................................................................................ 6 2.2 DISTÚRBIO BIPOLAR .............................................................................................. 7 2.3 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA - TAG ................................ 7 2.4 ESQUIZOFRENIA ...................................................................................................... 9 TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS DURANTE A GESTAÇÃO ....................................................................................................................... 11 ALTERAÇÕES EMOCIONAIS NO PÓS-PARTO ....................................................... 12 4.1 BLUES PUERPERAL OU BABY BLUES .............................................................. 13 4.2 DEPRESSÃO PÓS-PARTO ..................................................................................... 13 4.3 PSICOSE PUERPERAL ........................................................................................... 14 4.4 DISTÚRBIOS DO HUMOR, TOC E SÍNDROME DO PÂNICO NO PUERPÉRIO 15 IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL ................................................................................ 16 AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 20 Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 4 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 INTRODUÇÃO A gestação é um período de transição que faz parte do processo normal do desenvolvimento da mulher. São transformações físicas e emocionais, vividas pelas mulheres nesse período que acabam por contribuir para alterações no seu psiquismo. Além disso, é um momento gerador de ansiedade. A mulher grávida por muitas vezes torna-se vulnerável ao desenvolvimento de perturbações emocionais. Tem-se dado importância cada vez maior ao tema, e estudos atuais têm visado delinear os fatores de risco para os transtornos psiquiátricos nessas fases da vida, a fim de se realizarem diagnóstico e tratamento o mais precocemente possível. Alterações emocionais relacionadas com a gravidez e com o puerpério têm sido descritas há séculos. A gravidez e o parto podem exercer efeitos psicológicos e fisiológicos no corpo e na mente das mulheres, assim como as alterações hormonais desta fase favorecem repostas emocionais que vão desde uma sensibilidade muito acentuada a uma grande tristeza, chegando até aos sintomas depressivos. Embora mais de 80% das mães possam sentir flutuações de humor a qualquer momento, na gravidez e até seis meses após o parto, apenas poucas delas irão desenvolver alguma doença depressiva mais persistente: aquelas que tiverem maior vulnerabilidade genética. Sabe-se ainda que a presença de ansiedade ou depressão na gestação está associada a sintomas depressivos no puerpério. Alguns fatores podem influenciar na intensidade dessas alterações psicológicas, tais como os fatores familiares; conjugais; sociais; culturais e até mesmo a própria personalidade da gestante. Unidade 2 – Alterações Emocionais Durante a Gravidez 5 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 ALTERAÇÕES EMOCIONAIS DURANTE A GRAVIDEZ Apesar de a gestação ser tipicamente considerada um período de bem-estar emocional e de se esperar que a chegada da maternidade seja um momento jubiloso na vida da mulher, o período perinatal não a protege dos transtornos do humor. Estima-se uma prevalência de depressão na gravidez da ordem de 7,4% no primeiro, 12,8% no segundo e 12% no terceiro trimestre. Nas adolescentes, foi verificada prevalência quase duas vezes mais elevada que nas gestantes adultas, o que pode estar relacionado à falta de maturidade afetiva e de relacionamentos dessas pacientes, bem como ao fato de grande parte delas terem que abandonar seus estudos em razão da maternidade. Os transtornos psiquiátricos durante a gravidez incluem desde quadros transitórios benignos até situações graves, que podem culminar em prejuízos irreparáveis para a gestante e o recém-nascido, podendo alterar a relação mãe-feto e, possivelmente, causar danos futuros a criança. Essa disfunção no relacionamento pode ser reconhecida através de choro e irritabilidade, podendo provocar distúrbios afetivos na fase adulta. Apesar de serem comuns, esses casos são subdiagnosticados e subtratados durante a assistência pré-natal. Durante a gestação, os principais tipos de transtornos que ocorrem são: Depressão maior; Distúrbio Bipolar; Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 6 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Transtorno de Ansiedade Generalizada; Esquizofrenia. 2.1 DEPRESSÃO MAIOR A partir da menarca, até após a menopausa, mulheres sofrem de transtornos de humor e de ansiedade associados à infertilidade e abortamentos. Esses transtornos incluem disforia pré-menstrual, depressão puerperal e perimenopáusica. As mulheres, quando comparadas aos homens, também estão mais propensas a sofrerem de tais transtornos, também são mais influenciadas pela sazonalidade e por trabalhos em turnos alterados e estão mais expostas a fatores geradores de estresse, psicológicos e físicos. Quando a depressão se instala, a mulher apresenta oscilações de apetite e sono. A libido diminui a energia também. Perde o prazer pelas atividades cotidianas, de que normalmente gostava. Pode ter sentimento de culpa ou pânico, e até mesmo pensamentos suicidas. Curiosamente, as mulheres que ficam deprimidas durante a gravidez pensam em suicídio como em outros períodos da vida, mas o índice de tentativas é bem menor que em qualquer outra época. Nesse caso, a gravidez funciona, sim, como uma espécie de proteção. Ela se sente culpada, claro. Todos esperam que esteja imensamente feliz, em êxtase. Por isso, muitas gestantessilenciam, e não contam aos médicos ou familiares que estão se sentindo tristes, infelizes. Isso leva a um subdiagnóstico nessa fase. O risco de não se tratar a doença é enorme. Gestantes com depressão tendem a não seguir corretamente as orientações do pré-natal. Afora os riscos causados pelos sintomas, a depressão por si só pode alterar o desenvolvimento do bebê. Ele tem mais chances de nascer prematuro e com baixo peso. Além disso, gestantes com ansiedade ou depressão têm mais chances de ter bebês que terão problemas de sono por volta dos 18 meses, pesquisas realizadas com animais sugerem que pode haver danos na formação de estruturas do sistema nervoso central e até morte de neurônios. Unidade 2 – Alterações Emocionais Durante a Gravidez 7 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 2.2 DISTÚRBIO BIPOLAR A Doença Bipolar, tradicionalmente designada Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e mania. Geralmente alternados com depressão e a normalidade. Também podem incluir: Irritabilidade; Agressividade; Incapacidade de controlar adequadamente os impulsos; Aceleração do pensamento As mudanças de humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade. A ocorrência de episódios de mania, que incluem: Exaltação do humor; Euforia; Hiperatividade; Diminuição do sono; Exacerbação da sexualidade. Grande parte dos casos iniciam-se na adolescência. Os casos mais tardios podem surgir na faixa etária de 45 a 49 anos. Apresentam início súbito, com rápida progressão de sintomas. 2.3 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA - TAG A principal característica do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é a preocupação excessiva. É comum nos preocuparmos de alguma forma em algum ponto sobre algo das nossas vidas. No entanto, a preocupação sentida pelas pessoas que sofrem de TAG, está claramente fora de proporção em relação à probabilidade real ou impacto do evento temido. Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 8 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Os motivos podem incluir a sua saúde, finanças, responsabilidades do trabalho, segurança dos filhos ou até mesmo estar atrasado para os compromissos. Esse transtorno é considerado um dos mais prevalentes na população mundial. Geralmente, compreende: Ansiedade Generalizada; Transtorno do Pânico; Agorafobia; Fobia social Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Fobias; Estresse pós-traumático Para a realização do diagnóstico, recomenda-se o reconhecimento de pelo menos seis dos seguintes sintomas: Tremores ou sensação de fraqueza; Tensão ou dor muscular; Inquietação; Fadiga fácil; Falta de ar ou fôlego curto; Palpitações; Sudorese; Mãos frias e úmidas; Boca seca; Vertigens; Náuseas e diarreia; Rubor ou calafrios; Polaciúria; Impaciência; Resposta exagerada a surpresas; Unidade 2 – Alterações Emocionais Durante a Gravidez 9 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Dificuldade de concentração; Déficit de memória; Alterações do sono; Irritabilidade. Durante o diagnóstico, descartar depressão ou avaliar se os sintomas acima estão sendo provocados por alguns motivos emocionais. Em mulheres com transtornos ansiosos, deve-se planejar o melhor momento para a gravidez e a gestação deve ser evitada até que ocorra o controle do quadro clínico. 2.4 ESQUIZOFRENIA É uma síndrome clínica complexa que compreende manifestações psicopatológicas variadas, tanto de pensamento, percepção, emoção, movimento e comportamento. Talvez seja a psicopatologia de maior comprometimento ao longo da vida, caracteriza-se essencialmente por uma fragmentação da estrutura básica dos processos de pensamento, acompanhada pela dificuldade em estabelecer a distinção entre experiências internas e externas. Pode ser classificada por sintomas positivos e negativos. São exemplos de sintomas positivos: Alucinações, sendo as auditivas mais comuns; Delírios; Catatonia, que se caracteriza como um comportamento motor que pode ter tanto uma causa psicológica ou neurológica. Os sintomas negativos se apresentam como: Falta de motivação e apatia; Embotamento afetivo. As emoções não são sentidas como antes; Alogia; Avolição; Isolamento social; Atentar para que os sintomas negativos não sejam confundidos com depressão. Durante a consulta de enfermagem, deverá acontecer a exclusão de outros fatores. Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 10 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Quanto à origem, não existe uma causa única para desencadeá-lo deste transtorno. Entretanto, existem alguns fatores que podem influenciar no surgimento da esquizofrenia. São eles: O ambiente; Histórico familiar da doença e de outros transtornos mentais; Uso de substâncias psicoativas poderem ser responsáveis pelo desencadeamento de surtos e afloração de quadros psicóticos. As complicações obstétricas e perinatais mais relacionadas em gestantes com esquizofrenia são: Baixo peso ao nascer; Prematuridade; Trabalho de parto prolongado; Maior incidência de apresentações anômalas; Pré-eclâmpsia; Amniorrexe prematura; Sofrimento fetal. A relação da doença psiquiátrica com a ocorrência dessas complicações ainda não está perfeitamente estabelecida, uma vez que a maioria dos estudos se baseia apenas na lembrança materna das complicações obstétricas, sem registro médico adequado. Unidade 3 – Tratamento dos Transtornos Psiquiátricos Durante a Gestação 11 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS DURANTE A GESTAÇÃO A decisão do tipo de tratamento às gestantes é um processo decisório complexo que envolve uma interação constante entre paciente, família, enfermeiro, obstetra e psiquiatra. Estabelecer uma aliança terapêutica é fundamental. Diante de uma história clínica a mais completa possível, as opções de tratamento são oferecidas, incluindo-se a de não tratar. Entre as opções estão os tratamentos biológicos, onde os medicamentos são escolhidos levando-se em consideração a sua eficácia e os riscos particulares para mãe e feto. Os possíveis riscos envolvem toxicidade fetal, considerando-se a morte intrauterina, malformaçõesfísicas, prejuízo de crescimento, teratogenicidade comportamental e toxicidade neonatal. Durante o primeiro trimestre não se recomenda o uso de psicoterápicos, principalmente pelo risco de malformação. Depois dessa fase, de acordo com o estado da mulher, eles poderão ser indicados, mas com precaução pela exposição que o bebê pode sofrer pelos efeitos das medicações. Outras opções para o tratamento é a psicoterapia, que nessa fase pode ajudar muito a mulher, funcionando como um isolamento num momento de estresse, pois alguns pacientes às vezes necessitam evitar a exposição às situações que possam deixá-las ansiosas. Uma rotina organizada também pode ajudar, pois a pessoa sabe de seus limites, e pode planejar suas tarefas, tendo mais controle da situação. Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 12 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 04 ALTERAÇÕES EMOCIONAIS NO PÓS- PARTO O puerpério é o período que vai desde o nascimento do bebê, até seis semanas após o parto, onde a mulher atravessa uma série de transformações de várias naturezas. Seu corpo vai se recuperar do parto e das modificações ocorridas durante a gestação acontece à adaptação à nova rotina do bebê; a amamentação; enfim, um mundo de novas sensações e necessidades. Entretanto, podem ocorrer alterações emocionais em decorrência aos motivos supracitados, sem que necessariamente haja uma história psiquiátrica prévia. As alterações no pós-parto incluem sintomas depressivos leves e pode ser identificada em 50% a 85% das puérperas, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados. A psicose puerperal é um quadro mais raro, e a incidência encontrada foi entre 1,1 e 4 para cada 1.000 nascimentos. Os principais tipos incluem: Blues Puerperal; Depressão Puerperal; Psicose Puerperal; Distúrbios de humor, TOC e Síndrome do Pânico. Unidade 4 – Alterações Emocionais no Pós-Parto 13 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 4.1 BLUES PUERPERAL OU BABY BLUES Desordem psiquiátrica mais comum no puerpério, afetando entre 50 e 80% das mães. Trata-se de um conjunto de sintomas que aparecem geralmente entre as duas primeiras semanas e consiste em alterações de humor, com tristeza ou irritabilidade, e insegurança perante a nova responsabilidade de cuidar do bebê. É comum que as novas mamães não consigam captar direito o que está acontecendo em suas vidas, principalmente em um momento em que parecem ter realizado um sonho. Essa melancolia pós-parto está geralmente ligada a mudanças hormonais que acontecem três ou quatro dias depois do parto, quando os hormônios da gestação desaparecem e a produção de leite se inicia. Além disso, há certo "anticlímax" físico e emocional que se segue ao parto, acompanhado da volta para a casa e de uma possível sensação de incerteza sobre o que vem pela frente. Nessa situação, muitas delas se sentem exauridas, incapazes de dormir, ansiosas e com uma impressão de estarem "reféns" da situação. Pode haver também oscilações no apetite, irritabilidade, preocupação excessiva quanto ao papel de mãe e até uma sensação de que a maternidade nunca será prazerosa. Ou às vezes os motivos da tristeza são aparentemente "bobos", mas a consciência de que eles não são tão importantes assim não adianta nada para eliminar a vontade de chorar. A causa do Blues ainda não é conhecida. Por ser uma síndrome autolimitada e de prognóstico favorável, acabam evoluindo sem deixar sequelas em menos de duas semanas. Nesse período, a puérpera necessita apenas de esclarecimento e apoio. 4.2 DEPRESSÃO PÓS-PARTO É um episódio depressivo maior que se inicia nos primeiros seis meses após o parto. Sua manifestação clínica é igual a das depressões, ou seja, é prolongada e incapacitante requerendo o uso de antidepressivos. Os principais fatores de risco psicossociais relacionados à depressão maior no puerpério são: Idade inferior a 16 anos; História de transtorno psiquiátrico prévio; Eventos estressantes experimentados no último ano; Conflitos conjugais, ser solteira ou divorciada; Esperar um bebê do sexo oposto ao desejado; Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 14 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Baixo suporte social; Desemprego; Depressão diagnosticada durante o pré-natal; Ansiedade pré-natal; Tristeza pós-parto; Baixa autoestima; Gestação não planejada; Tentativa de interromper a gestação; Sentimentos negativos em relação à criança. A etiologia da depressão puerperal ainda não é completamente conhecida, mas acredita-se que, além dos fatores de risco anteriormente mencionados, fatores hormonais e hereditários também estejam envolvidos. Na gestação, os níveis de estrógeno e progesterona são superiores àqueles vistos nas mulheres fora do período gestacional e esse fator pode estar envolvido nas alterações do humor que ocorrem nessa fase. A queda brusca desses hormônios no pós-parto também estaria envolvida na etiologia da depressão puerperal. Para que o diagnóstico da depressão pós-parto seja estabelecido, é necessária a apresentação dos sintomas na maior parte do dia, todos os dias, durante pelo menos duas semanas. 4.3 PSICOSE PUERPERAL Desordem psiquiátrica mais grave, porém, menos frequente. Incidem de 1 a 2:1.000 gestações e se manifestam nas primeiras duas semanas pós-parto. A psicose puerperal tem características de um desajuste bipolar ou depressão maior com traços psicóticos em até 70% dos casos. Frequentemente exibem sinais de confusão mental e desorientação, intercaladas com momentos de lucidez, alucinações, distorções da realidade, insônia e pensamentos anormais em relação aos filhos. Nesse caso, há necessidade de internação e tratamento farmacológico. Unidade 4 – Alterações Emocionais no Pós-Parto 15 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 4.4 DISTÚRBIOS DO HUMOR, TOC E SÍNDROME DO PÂNICO NO PUERPÉRIO No puerpério, existe um risco aproximadamente 7 vezes maior de internação por primeiro episódio e duas vezes maior para recorrência de um desses transtornos. Assim como durante a gestação, no puerpério o tratamento deve ser cuidadosamente escolhido de acordo com a realidade de cada caso. Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 16 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 05 IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL Sabemos que a função da enfermagem vai além de prestar unicamente assistência curativa. Nos últimos tempos, passou-se a dar, cada vez mais, importância à assistência preventiva voltadapara a comunidade. O atendimento pré-natal é o momento para o rastreamento das gestantes para possíveis distúrbios psiquiátricos, onde o enfermeiro tem a oportunidade de aplicar um processo educativo para essas gestantes, sempre investigando os sintomas e a história de cada paciente e assim, realizando avaliação dos fatores de risco. A presença de doença mental sem adequado tratamento pode ter impacto negativo tanto na evolução obstétrica quanto no desenvolvimento neuropsicomotor e social da criança. Durante esse período de gestação e puerpério, há uma necessidade de uma atenção maior do enfermeiro em relação à gestante em busca da manutenção ou recuperação do bem-estar materno e assim, prevenir dificuldades futuras ao recém-nascido. Avaliação 17 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). AVALIAÇÃO Responda a avaliação abaixo em sua conta, no site www.enfermagemadistancia.com.br. Você precisa atingir um aproveitamento igual ou superior a 60% para poder emitir o seu certificado. 1. O Transtorno de Ansiedade Generalizada compreende os seguintes tipos, exceto: a. Ansiedade Generalizada; b. Blues puerperal; c. Estresse pós-traumático; d. Agorafobia. 2. A Esquizofrenia é uma síndrome clínica complexa que compreende manifestações psicopatológicas variadas. Seus sintomas podem ser positivos e negativos. Qual desses é um sintoma negativo? a. Alucinações; b. Catatonia; c. Embotamento afetivo; d. Delírios. 3. O atendimento pré-natal é o momento para o rastreamento das gestantes para possíveis distúrbios psiquiátricos. O que pode não ser feito pelo enfermeiro? a. Aplicar um processo educativo para essas gestantes b. Investigar os sintomas e a história de cada paciente; Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 18 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). c. Realizar avaliação dos fatores de risco; d. Prescrever medicamentos psicotrópicos. 4. São fatores de risco psicossociais relacionados à depressão maior no puerpério: a. Gestação não planejada; b. Tentativa de interromper a gestação; c. Sentimentos negativos em relação à criança; d. Todas as alternativas acima estão corretas. 5. Em relação ao tratamento dos transtornos psiquiátricos durante a gestação, responda a alternativa correta: a. Deve haver a avaliação dos possíveis riscos que envolvem toxicidade fetal; b. A decisão do tipo de tratamento às gestantes é um processo decisório que envolve uma interação constante entre paciente, família e farmacêutico; c. Entre as opções estão os tratamentos químicos, onde os medicamentos são escolhidos levando-se em consideração a sua eficácia e os riscos particulares para mãe e feto; d. Durante o primeiro trimestre recomenda-se o uso de psicoterápicos. 6. Os principais tipos de transtornos psiquiátricos do pós parto, incluem: a. Blues Puerperal; b. Depressão Puerperal; c. Disforia pré-menstrual; d. Psicose Puerperal. 7. Grande parte dos casos de distúrbio bipolar iniciam-se na adolescência. Os casos mais tardios podem surgir na faixa etária de: a. 15 a 19 anos; b. 25 a 29 anos; Avaliação 19 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). c. 35 a 39 anos; d. 45 a 49 anos. 8. O blues puerperal é uma síndrome autolimitada e de prognóstico favorável, evoluindo sem deixar sequelas em menos de duas semanas. Qual a melhor conduta para esse caso? a. Apenas esclarecimento e apoio psicológico; b. Alternar entre medicação e terapia psicotrópica; c. Medicação psicotrópica por três meses; d. Nenhuma das alternativas acima. 9. Durante o período de gestação e puerpério, há uma necessidade de uma atenção maior do enfermeiro em relação à gestante em busca de que? a. Prevenção da saúde mental do bebê; b. Manutenção do humor durante a nova fase materna; c. Evitar danos físico aos filhos, em virtude da oscilação de humor da mãe; d. Manutenção ou recuperação do bem-estar materno e assim, prevenir dificuldades futuras ao recém-nascido. 10. Uma puérpera apresenta um quadro em que frequentemente exibe sinais de confusão mental e desorientação, intercalados com momentos de lucidez, alucinações, distorções da realidade, insônia e pensamentos anormais em relação aos filhos. Estamos falando sobre: a. Depressão maior; b. Psicose puerperal; c. Blues puerperal; d. Depressão pós parto. Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério 20 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). REFERÊNCIAS Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda mais o seu conhecimento. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério. Brasília: Ministérios da Saúde, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab32 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Gestação de alto risco: Manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf FREITAS F, MARTINS-COSTA S.H, RAMOS J.G. L, MAGALHÃES J.A. Rotinas em Obstetrícia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. LOWDERMILK, D.L.; PERRY, S.E.; BOBAK, I.M. O Cuidado em Enfermagem Materna. 5ª ed. São Paulo: Artmed, 2002. MONTENEGRO, C.A.B.; REZENDE FILHO, J. Rezende obstetrícia. 13. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. NEME, B. Obstetrícia Básica. 3ª ed. São Paulo: Sarvier, 2004. REZENDE, J. Obstetrícia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2014. ZUGAIB, M. Obstetrícia. 2ª ed. Barueri – SP: Manole, 2012. contato@enfermagemadistancia.com.br 21 Este material é parte integrante do curso online "Doenças Psiquiátricas na Gravidez e no Puerpério" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 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