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Aula de Psicologia do Desenvolvimento I Kohlberg

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 DESENVOLVIMENTO MORAL: OS ESTUDOS DE KOHLBERG
BARROS, C. S. G. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo: Ática, 2008.
Criado por: Cíntia Castro
*
GERAL
Nesta teoria o desenvolvimento moral se processa numa sequência de estágios, que é a mesma em todas as pessoas, seja qual for o seu país, seu continente ou sua cultura. 
Essa teoria resultou de vinte anos de estudos com crianças e adultos de ambos os sexos e de diferentes classes sociais, realizado nos EUA, México, Turquia, Formosa e Malásia.
*
O caso Heinz
 Afim de conhecer o sistema de pensamento que as pessoas empregam para resolver questões morais Kohlberg procurou observar como algumas resolviam dilemas morais que ele lhes apresentava.
*
O caso Heinz
Na Europa, uma mulher estava quase à morte, sofrendo de um tipo especial de câncer. Havia um remédio que os médicos pensavam que poderia salvá-la. 
Era uma forma de radium que um farmacêutico de sua cidade tinha descoberto recentemente. A fabricação do remédio era dispendiosa e, além disso, o farmacêutico estava cobrando dez vezes mais do que o preço de custo. Ele pagava R$1.000 pelo radium e cobrava R$10.000 por uma dose pequena do remédio. 
O marido da mulher doente, Heinz, pediu dinheiro emprestado a todos os seus conhecidos, mas só conseguiu aproximadamente R$5.000, ou seja, a metade do preço do remédio. Disse ao farmacêutico que sua mulher estava morrendo e pediu-lhe para vender o remédio mais barato ou deixá-lo pagar depois. Mas o farmacêutico respondeu-lhe: “Não, eu descobri o remédio e vou ganhar dinheiro com ele”. Heinz ficou desesperado e assaltou a farmácia a fim de roubar o remédio para sua mulher.
*
O caso Heinz
O que interessa a Kohlberg é a apresentação das razões pelas quais a pessoa deveria ou não ter agido de certo modo. O que define o nível de desenvolvimento moral da pessoa é o modo pelo qual ela justifica o comportamento sugerido. 
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Kohlberg identificou seis estágios de desenvolvimento moral, divididos em três níveis: moralidade pré-convencional (ou nível pré-moral), moralidade convencional, moralidade pós-convencional. A cada um desses níveis há dois estágios.
Estágios do desenvolvimento moral
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Os valores morais resultam da obediência a uma autoridade externa. O julgamento dos atos é baseado em suas consequências.
Estágio 1:a criança bem pequena julga as ações por suas consequências físicas. Por exemplo, considera um ato como moralmente mau se quem praticou receber castigo e moralmente bom se receber prêmio. Ela valoriza grandemente a obediência inquestionável à autoridade e fuga da punição. 
Moralidade pré-convencional (ou nível pré-moral)
*
Estágio 1: Exemplo: O marido deveria ter roubado o remédio? Por quê?
Sim, porque se ele deixasse sua mulher morrer, ele se meteria numa encrenca. Ele seria acusado de não gastar o dinheiro para salvá-la e haveria um processo contra ele e contra o farmacêutico, por terem deixado a mulher morrer.
Não, o marido não deveria roubar o remédio porque seria apanhado e mandado para a cadeia. Se ele conseguisse fugir, sua consciência o incomodaria, pensando que a policia poderia prendê-lo a qualquer minuto. 
Em ambas respostas as ações de Heinz são julgadas por suas consequências, em termos de possibilidades de castigo.
Moralidade pré-convencional (ou nível pré-moral)
*
Os valores morais resultam da obediência a uma autoridade externa. O julgamento dos atos é baseado em suas consequências.
Estágio 2: para a criança um pouquinho mais velha (10 anos aproximadamente), os atos são moralmente corretos se lhe dão prazer, ou satisfazem uma necessidade sua. Ela ainda não leva em consideração a necessidade de outras pessoas, a não ser nos casos em que também seja beneficiada.
Moralidade pré-convencional (ou nível pré-moral)
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Estágio 2: Exemplo: O marido deveria ter roubado o remédio? Por quê?
Sim, porque se acontecesse de ser apanhado, ele poderia devolver o remédio e não pegaria uma sentença muito grande. Não seria tão ruim passar um tempinho na cadeia, se ele tivesse sua mulher quando saísse de lá.
Não, ele poderia não pegar uma pena muito grande se roubasse o remédio, mas sua mulher provavelmente morreria antes de ele sair da cadeia, portanto não iria adiantar ao marido roubar o remédio. Se a mulher morresse, ele não deveria se culpar; não é culpa dele que ela tenha tido câncer. 
Em ambas respostas, a consideração principal no julgamento da ação de Heinz é o proveito que ele tirará da situação.
Moralidade pré-convencional (ou nível pré-moral)
*
Neste nível os valores morais consistem em cumprir as leis, a manter a ordem social e em fazer o que os outros esperam de nós. 
Estágio 3: neste período, a criança já leva em consideração as outras pessoas. Sua preocupação é ser “bom menino”, manter boas relações, ser aprovado pela família, pelos professores, etc. 
Neste estágio, a maior preocupação está na aprovação dos outros . 
Moralidade convencional 
*
Estágio 3: Exemplo: O marido deveria ter roubado o remédio? Por quê?
Sim, o marido deveria ter roubado o remédio. Ninguém iria pensar que ele fosse mau se roubasse o remédio, mas a família o acharia desumano se ele não roubasse. Se ele deixasse sua mulher morrer, ele nunca teria coragem de encarar ninguém.
Não. Não é só o farmacêutico que pensará que ele é um criminoso. Todo mundo pensará. Depois de roubar, ele se sentirá mal, achando que trouxe desonra para sua família e para ele mesmo, ele não poderá encarar ninguém. 
Neste estágio, a maior preocupação está na aprovação dos outros. 
Moralidade convencional 
*
Estágio 4: o comportamento que a pessoa considera moralmente correto consiste em cumprir o dever, obedecer à autoridade e manter a ordem social vigente. A honra e o dever estão relacionados com cumprir as leis da sociedade. Muitos dos jovens de 16 anos estão neste estágio. 
Moralidade convencional 
*
Estágio 4: Exemplo: O marido deveria ter roubado o remédio? Por quê?
Sim, se ele tivesse senso de honra, ele não deixaria sua mulher morrer, por medo de fazer a única coisa que poderia salvá-la. Se ele não cumprisse seu dever para com ela, ele sempre se sentiria culpado pela morte dela.
Não. Ele deveria estar desesperado e poderia não saber que estava cometendo um erro quando roubasse o remédio. Mas ele saberia que fez mal depois de ter sido punido e mandado para a cadeia. Ele sempre se sentiria culpado por sua desonestidade e por desobedecer a lei.
Em ambos os casos, vemos a preocupação com o dever, a lealdade a um grupo ou a ordem social em vigor. 
Moralidade convencional 
*
Neste nível os valores morais são aceitos conscientemente. Grande número de pessoas jamais consegue atingir esse nível.
 
Estágio 5: neste estágio, o certo e o errado dependem de padrões aprovados pela sociedade como um todo. A pessoa sente que tem obrigação de obedecer à lei , mas entende que as leis não são absolutas. Podem ser mudadas se todos concordarem. 
Nos casos em que a lei não se pronuncia, o que é certo ou errado é decidido pela opinião pessoal ou por um acordo entre pessoas. Neste estágio, impera a moralidade do contrato social e da lei, democraticamente aceitos.
Moralidade pós-convencional 
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Estágio 5: Exemplo: O marido deveria ter roubado o remédio? Por quê?
Sim. Se ele deixasse sua mulher morrer, seria por causa do sentimento, e não uma coisa racional. Ele perderia o auto-respeito e provavelmente o respeito dos outros também.
Não. Se ele violasse a lei, ele perderia o respeito dos outros e o de si próprio por ter-se deixado levar pelas emoções e esquecido o ponto de vista menos imediato.
Neste estágio, a preocupação é com o respeito da comunidade e de si próprio e não mais com a cadeia. 
Moralidade pós-convencional 
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Estágio 6: aqui o certo e o errado são decididos pela consciência de cada um, baseada em princípios éticos, abstratos, gerais e universais. Os princípios éticos referem-se à justiça, igualdade e dignidadede todos os seres humanos. Esses valores e princípios morais tem validade e aplicação independentes da autoridade. 
Moralidade pós-convencional 
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Estágio 6: Exemplo: O marido deveria ter roubado o remédio? Por quê?
Sim. Se ele não roubasse o remédio e deixasse sua mulher morrer, ele sempre se condenaria por isso depois. Ele não seria acusado e ter-se-ia mantido fiel à lei externa; mas ele não teria satisfeito seus próprios padrões de consciência. Roubando o remédio, Heinz estava obedecendo um princípio universal: o valor da vida humana é maior que o da propriedade. Mas, ao mesmo tempo, ele deveria reconhecer que cometeu um ato de desobediência civil e deveria aceitar a punição por furto.
Não. Se ele roubasse o remédio, mesmo que ele não fosse acusado por outras pessoas, ele poderia condenar-se a si próprio por ter violado seus padrões de honestidade.
Moralidade pós-convencional 
*
Os resultados das pesquisas realizadas por Kohlberg, com cinqüenta pessoas de diferentes culturas, entre 10 e 16 anos, durante vinte anos, observando seus julgamentos morais em intervalos de três anos, apresentaram vários pontos importantes:
A sequência é invariante. Os estágios ocorrem em ordem, isto é, o comportamento moral desenvolve-se dos estágios mais baixos para os mais altos, e nenhum estágio pode ser pulado.
Embora as pessoas não possam pular estágios, elas entendem e preferem o julgamento moral que corresponde a um estágio além do nível em que estão. 
Resultados de pesquisas
*
De modo geral, os estágios de desenvolvimento moral tendem a atrasar-se um pouco em relação aos estágios de desenvolvimento cognitivo. Assim, as pessoas não podem fazer julgamentos morais no estágio 5 ou 6, se sua estrutura cognitiva não lhes possibilitar pensamento abstrato e operações formais. Crianças entre 7 e 11 anos, que conforme Piaget estão no estágio do pensamento concreto, farão julgamentos no segundo e no terceiro estágios de desenvolvimento moral, pois poderão entender claramente punição física (estágio 2) ou desaprovação severa por parte de sua família (estágio 3). Um outro modo pelo qual o processo de desenvolvimento moral se mostra paralelo ao processo de desenvolvimento cognitivo foi o fato de ambos dependerem da interação. Pela teoria de Kohlberg, o desenvolvimento moral é determinado pela interação entre as crianças e entre estas e os adultos: pais e professores. 
Resultados de pesquisas
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De modo geral, observou-se que as crianças menores de 9 anos estão no nível pré-convencional (ou pré-moral), nos estágios 1 e 2. Dos 9 aos 15 anos, a maioria está nos estágios 3 e 4, ou seja, no nível convencional. Após os 16 anos, muitas pessoas já atingem os estágios 5 e 6, isto é , o nível pós-convencional. Mas nem todos – sejam adolescentes sejam adultos – o conseguem, pois o desenvolvimento não é automático. Sem ter vivido situações de participação responsável numa variedade de papéis sociais, as pessoas permanecerão nos níveis mais baixos da sequência.
Resultados de pesquisas
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Existe correspondência entre os estágios de desenvolvimento moral e o comportamento em situações reais. Assim, pelo nível de desenvolvimento moral em que a pessoa foi classificada, podemos predizer seu comportamento. Por exemplo: podemos esperar que todas as pessoas que, no dilema de Heinz, deram respostas nos estágios 1 e 2, sejam capazes de roubar ou enganar, se tiverem ocasião para isso. Esperamos também que, das pessoas que responderam ao dilema nos estágios 5 ou 6, quase nenhuma engane ou roube.
Nos estudos, as pessoas foram observadas em situações- teste nas quais poderiam colar, enganar, furtar, enfim, cometer alguma fraude. Os resultados desses estudos comprovaram existir uma relação direta entre o nível de julgamento moral e o comportamento nos testes. 
Resultados de pesquisas
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Como vimos, Kohlberg afirma que o desenvolvimento do julgamento moral evolui de estágios em que predominam o medo da punição e o valor da recompensa , para o de conformismo ao grupo , até chegar ao da autonomia e de princípios de consciência individuais. 
Depois dos estudos de Kohlberg e de seus colaboradores, os educadores não mais podem pensar nos alunos em termos de ter ou não ter caráter e de que existem alunos “maus”. Devem reconhecer também que exortações morais, e sermões, combinados com sanções positivas e negativas, não têm efeitos duradouros.
Implicações para o educador
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O desenvolvimento moral, dentro de cada estágio, depende de relações interpessoais e da participação ativa em papeis sociais variados.
O desenvolvimento moral processa-se de acordo com uma série de estágios psicológicos. Kohlberg encontrou a mesma sequencia de estágios, tanto em diferentes países e diferentes classes sociais, como em diferentes categorias religiosas. Isso significa que a sequência formal da compreensão e do desenvolvimento do julgamento moral está relacionada com a idade e o estágio do desenvolvimento psicológico.
Implicações para o educador
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Crianças e adolescentes normalmente compreendem julgamentos morais de seu próprio estágio ou de um estágio acima. Mas, em geral, as pessoas não conseguem entender um pensamento que esteja dois ou mais estágios acima do seu nível. Por isso, é inútil fazer crianças decorarem afirmações que soam como as do mais alto nível de desenvolvimento.
Pesquisas recentes indicam que técnicas especiais de ensino em sala de aula podem afetar o nível de maturidade moral dos alunos.
Se os educadores pudessem promover experiências significativas nas idades apropriadas, promoveriam o crescimento e evitariam a estabilização dos julgamentos morais em estágios menos maduros.
Implicações para o educador
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TEORIA DOS ESTÁGIOS MORAIS – Raciocínio moral
Identificou 3 níveis de raciocínio moral, cada nível com dois estágios.
Duas premissas norteiam a sua teoria;
Universalidade de princípios morais (justiça).
Uma hierarquia valorativa dos estágios.
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TEORIA DOS ESTÁGIOS MORAIS – Raciocínio moral
Nível pré convencional
Estágio 2 - Hedonista Individualismo concreto troca instrumental de serviços.
Nível Convencional
Estágio 4 - Consciência do sistema social. A pessoa distingue o ponto de vista societário do acordo moral.
Estágio 1 - Orientação pela punição - “o que não me lesa é permitido” . Moral Heterônoma
Estágio 3 - Moral do “bom garoto”.
Nível pós convencional – 
Estágio 6 – Princípios universais - justiça e dignidade humana.
Estágio 5 - Moralidade baseada em princípios. É imperativo manter os acordos que protegem os direitos individuais e que servem ao bem comum, “o melhor para o maior número de pessoas”.
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“Kohlberg transformou a moralidade em um assunto de pesquisa científica, ao invés de um mero objeto de discurso religioso ou político” (LIND 2000).
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MUITO OBRIGADA!
BOM DIA

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