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Estados Limites de Serviço em vigas de concreto armado Disciplina: Concreto Estrutural I Prof. Daniel de Lima Araújo Escola de Engenharia Civil - UFG ESTADO LIMITE DE DEFORMAÇÃO EXCESSIVA (ELS-DEF) Critérios para deslocamentos limites � Aceitabilidade sensorial � Pode causar sensações desagradáveis aos usuários. � Comportamento da estrutura em serviço � Impedir a utilização adequada da construção. � Efeitos em elementos não estruturais � Efeitos em elementos estruturais � Afeta o comportamento do elemento estrutural, provocando afastamento em relação às hipóteses de cálculo adotadas. Limites para os deslocamentos – aceitabilidade sensorial Razões da limitação Exemplos Deslocamento limite Deslocamento a considerar Visual Deslocamentos em elementos estruturais visíveis L/250 Deslocamento total Outros Vibrações que podem ser sentidas no piso L/350 Deslocamentos devidos a carga acidental Razões da limitação Exemplos Deslocamento Limite Deslocamento a considerar Superfícies que devem drenar água Coberturas e varandas L/250 1) Deslocamento total Pavimentos que devem permanecer planos Ginásios e pistas de boliche L/350 + contraflecha 2) Deslocamento total L/600 Deslocamento incremental após a construção do piso Elementos que suportam equipamentos sensíveis Laboratórios de medidas de grande precisão De acordo com recomendação do fabricante Deslocamentos que ocorram após nivelamento do aparelho 1)As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto compensado por contraflechas, de modo a não se ter acúmulo de água. 2) Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela especificação de contraflechas. Entretanto, a atuação isolada da contraflecha não pode ocasionar um desvio do plano maior que L/350. Limites para os deslocamentos – comportamento da estrutura em serviço Razões da limitação Exemplos Deslocamento limite Deslocamento a considerar Paredes Alvenaria, caixilhos e revestimentos L/5003) ou 10mm ou θ=0,0017 rad4) Deslocamento ocorridos após construção da parede Divisórias leves e caixilhos telescópicos L/2503) ou 25mm Deslocamento ocorridos após instalação da divisória Movimento lateral de edifícios H/1700 ou Hi/8505) entre pavimentos6) Deslocamento provocado pela ação do vento para combinação freqüente (ψ1=0,30) Movimentos térmicos verticais L/4007) ou 15mm Deslocamento provocado por diferença de temperatura Movimentos térmicos horizontais Hi/500 Deslocamento relativo provocado por diferença de temperatura Limites para os deslocamentos Razões da limitação Exemplos Deslocamento limite Deslocamento a considerar Forros Revestimentos colados L/350 Deslocamento ocorrido após construção do forro Revestimentos pendurados ou com juntas L/175 Deslocamento ocorrido após construção do forro Ponte Rolante Desalinhamento dos trilhos H/400 Deslocamento provocado pelas ações decorrentes da frenação 3) O vão L deve ser tomado na direção na qual a parede ou a divisória se desenvolve. 4) Rotação nos elementos que suportam paredes. 5) H é a altura total do edifício e Hi o desnível entre dois pavimentos vizinhos. 6) Esse limite aplica-se ao deslocamento lateral entre dois pavimentos consecutivos, devido à atuação de ações horizontais. Não se devem incluir os deslocamentos devidos a deformações axiais nos pilares. O limite também se aplica para o deslocamento vertical relativo das extremidades de lintéis conectados a duas paredes de contraventamento, quando Hi representa o comprimento do lintel. 7) O valor L refere-se à distância entre o pilar externo e o primeiro pilar interno. Limites para os deslocamentos Observações � Todos os valores limites de deslocamentos supõem elementos de vão L suportados em ambas as extremidades por apoios que não se movem. � Para o caso de elementos de superfície, os limites prescritos consideram que o valor L é o menor vão, exceto em casos de verificação de paredes e divisórias, onde interessa a direção na qual a parede ou divisória se desenvolve, limitando-se este valor a duas vezes o vão menor. � O deslocamento total será obtido a partir da combinação das ações características ponderadas por coeficientes. � Deslocamentos excessivos podem ser parcialmente compensados por contraflechas. Avaliação da flecha imediata � Valor da rigidez (EI)? � Pela NBR 6118:2003, no item 17.3.2.1.1, a rigidez equivalente é dada pela expressão: Estádio I Estádio II Estádio I Mr Mr M < Mr M < MrM > Mr Comportamento em serviço de uma viga biapoiada. ( ) ocsTF 3 a r o 3 a r cseq IEIM M1I M MEEI ≤ −+ = Avaliação da flecha imediata Onde, Io - é a inércia da seção bruta de concreto (desconsiderando-se a armadura); IF - é a inércia da seção fissurada de concreto no estádio II, com cs s e E E =α ; Ecs - é o módulo de elasticidade secante do concreto; Ma - é o momento fletor na seção crítica do vão considerado, momento máximo no vão para as vigas biapoiadas ou contínuas e momento no apoio para balanços, para as combinações de ações consideradas na avaliações. t octm r y IfM α= Onde, Mr - é o momento de fissuração da peça; α - 1,2 (seção T ou duplo T) ou 1,5 (seção retamgular); fct,m - é a resistência média à tração do concreto; yt - é a distância do centro de gravidade da seção bruta à fibra mais tracionada. Valor médio para vigas hiperestáticas Para uma viga com uma extremidade contínua 1150850 ,eqmv,eqméd,eq I,I,I += Para uma viga com duas extremidades contínuas ( )21150700 ,eq,eqmv,eqméd,eq II,I,I ++= Onde, Ieq,méd - é a inércia equivalente no meio do vão; Ieq,q e Ieq,2 - são as inércias equivalentes nas duas extremidades do vão. O deslocamento nas vigas contínuas pode ser calculado pela expressão, ( )[ ]21 2 10 48 5 MM,M IE l meio méd,eqc ++=∆ Obs: essa recomendação foi retirada na versão final da NBR 6118:2003. Avaliação da flecha diferida no tempo t εεεεct εεεεc c ∞ εεεεc t ∞ εεεεc i εεεεc c (t) Evolução da deformação com o tempo. t εεεεc t εεεεc i 3 ∆∆∆∆ εεεεc i 1 εεεεc i 2 εεεεc c 1 εεεεc c 2 εεεεc c 3 28 dias 1 ano descarregamento 2 anos recarregamento Ensaio de carga – descarga recarga, para análise da deformação lenta. Avaliação da flecha diferida no tempo � Usar combinação quase permanente em edificações � Fator de fluência ( ) ( ) ( ) foo ttt α∆+∆=∆ Onde, ∆(t) - é o deslocamento no tempo t; ∆ (to) - é o deslocamento inicial no instante to; αf - é o fator de fluência. ' f ρ ξ α 501+ ∆ = Onde, db 'As ' =ρ Avaliação da flecha diferida no tempo ∆ξ = ξ(t) – ξ(to): variação do coeficiente de duração da carga ( ) ( ) mesestpara mesestpara ,t t,,t ,t 70 70 02 9960680 320 ≥ ≤ = = ξ ξ ou da tabela, com t dado em meses. Coeficiente função da duração da carga (t) 0 0,5 1 2 5 10 20 40 70 ξ(t) 0 0,54 0,68 0,84 1,12 1,36 1,64 1,89 2 Parcelas da carga de longa duração aplicadas em idades diferentes: i oii o P tP. t Σ Σ = sendo Pi as parcelas de carga, e toi a idade (em meses) em que se aplicou cada parcela i. Características geométricas de seções no estádio I (seção bruta) Grandezas Seção retangular Seção em “T”Área da seção geométrica hbA wg = ( ) hbhbbA wfwfg +−= Centro de gravidade 2 hyg = ( ) g 2 w 2f wf g A 2 hb 2 h bb y +− = Momento de inércia à flexão 12 3hbI g = ( ) ( ) 2 233 221212 −+ −−++ − = hyhb h yhbbhb hbb I gw f gfwf wfwf g Características geométricas de seções no estádio II (seção retangular) Grandezas Seção retangular Posição da linha neutra −+= 1 2 1 s w w s hf An db b An y Momento de inércia à flexão ( )23 3 hfs hf hf ydAn yb I −+= Características geométricas de seções no estádio II (seção em “T”) Grandezas Seção em “T” Posição da linha neutra raiz da equação: ( )[ ]( ) 02 2 2 2 =−−− +−+ dAnhbb yAnhbbyb sfwf hfsfwfhfw Momento de inércia à flexão ( ) ( ) ( )2hfs 2 f hffwf 3 hfw3fwf hf ydAn 2 h yhbb 3 yb 12 hbb I −+ −−++ − = EXEMPLO DE VERIFICAÇÃO DE UMA VIGA AO ELS-DEF ESTADO LIMITE DE FISSURAÇÃO (ELS-W) Estado limite de fissuração � Por que limitar as fissuras? � Estados limites do concreto armado e protendido � Estado Limite de descompressão (ELS-D): protensão total � Estado Limite de formação de fissuras (ELS-F): protensão limitada � Estado Limite de abertura de fissuras (ELS-W): protensão parcial e concreto armado Estado limite de fissuração Classes de agressividade ambiental (NBR 6118:2003). Classe de agressividade ambiental Agressividade Risco de deterioração da estrutura I Fraca Insignificante II média Pequeno III forte Grande IV muito forte Elevado Essas classes podem ser determinadas de forma simplificada em função das condições de exposição. Quando o risco de contaminação por cloretos for alto, o trecho da estrutura correspondente deve ser enquadrado na classe IV. Classes de agressividade ambiental em função das condições de exposição (NBR 6118:2003). Macro-clima Micro-clima Ambientes internos Ambientes externos e obras em geral Seco (1) UR ≤≤≤≤ 65% Úmido ou ciclos (2) de molhagem e secagem Seco (3) UR ≤≤≤≤ 65% Úmido ou ciclos de molhagem e secagem Rural I I I II Urbana I II I II Marinha II III ----- III Industrial II III II III Industrial (4) III IV IV IV Respingos de maré ----- ----- ----- IV Submersa ≥ 3m ----- ----- ----- I Solo ----- ----- não agressivo I úmido e agressivo II, III ou IV 1) Salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de aptos. residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura. 2) Vestiários, banheiros, cozinhas, lavanderias industriais e garagens. 3) Obras em regiões secas, como o nordeste do país, partes protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos. 4) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas. Estado limite de fissuração � Limites de abertura de fissuras para o concreto armado no caso de edifícios usuais (NBR 6118:2003, item 13.4.2) � Classe de agressividade I: wmáx = 0,4 mm � Classes de agressividade II e III: wmáx = 0,3 mm � Classe de agressividade IV: wmáx = 0,2 mm � Esses valores são iguais ou superiores aos prescritos pela NBR 6118:1978. � 0,1 mm para peças não protegidas, em meio agressivo � 0,2 mm para peças não protegidas, em meio não agressivo � 0,3 mm para peças protegidas Estado limite de fissuração � Controle de fissuração por meio da limitação da abertura estimada das fissuras (NBR 6118:2003, item 17.3.3) ≤7,5 φi ≤ 7,5 φi φi φj Armadura de pele tracionada da viga LN Concreto de envolvimento da armadura Estado limite de fissuração � A abertura de fissuras w para cada parte i da região de envolvimento é dada pelo menor valor obtido aplicando-se as seguintes expressões: + 454 E5,12 risi si 1 i ρ σ η φ m,ct si si si 1 i f 3 E5,12 σσ η φ Estado limite de fissuração Onde, φi é o diâmetro da barra que protege a região de envolvimento i considerada; η1 é o coeficiente de conformação superficial da barra; ρri é a taxa geométrica de armadura em relação à área da região de envolvimento Acri; σsi é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura φi considerada (cálculo no Estádio II com 15 E E c s e ==α ); Esi é o módulo de elasticidade do aço da barra φi considerada; fct,m é a resistência média do concreto à tração direta. Estado limite de fissuração Coeficientes de conformação superficial das barras (NBR6118:2003). Tipo de barra ηηηη1 Barra lisa 1,0 Barra entalhada 1,4 Barra nervurada 2,25 Estado limite de fissuração � Observações: � Usar combinação frequente de ações: � Vigas com h < 1,20 m: considera-se atendida a condição de abertura de fissuras em toda a pele tracionada se a abertura de fissuras calculada na região das barras mais tracionadas for verificada e se existir armadura lateral mínima de 0,10% de Ac,alma. � Em vigas com h < 60 cm não é necessária armadura de pele. ∑ ∑ = = Ψ+Ψ+= m 1i n 2j k,qjj2k,1qj1k,gid FFFF Estado limite de fissuração � Observações: � Pela NBR 6118/1978: Acri = 0,25 bh para peças de seção retangular ou T submetidas à flexão simples. � Metodologia para garantir o atendimento ao ELS-W: � Mesma seção e mesma área de aço: empregar bitolas mais finas (maior superfície de contato) � Mesma bitola e mesmo esforço: aumentar a taxa de armadura. Estado limite de fissuração � Controle de fissuração sem a verificação da abertura de fissuras Valores máximos de diâmetro e espaçamento para concreto armado (NBR 6118:2003). Tensão na barra Valores máximos Concreto sem armaduras ativas σs (MPa)* φφφφmáx (mm) smáx (cm) 160 32 30 200 25 25 240 16 20 280 12,5 15 320 10 10 360 8 6 * A tensão σs deve ser determinada no estádio II EXEMPLO DE VERIFICAÇÃO DE UMA VIGA AO ELS-W
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