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A CONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA 
DO PROFESSOR DE DANÇA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA[1: Artigo apresentado ao Curso de Especialização em Dança e Ginástica de Academia, do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai - Faculdades IDEAU, sob orientação da Prof. Me Dânia Barro.]
Alane Jaine Strada [2: Licenciada em Educação Física, Pós-Graduanda no Curso de Especialização em Dança e Ginástica de Academia. E-mail: alane.js@hotmail.com]
 Darlise Cristina Carraro[3: Licenciada em Educação Física. Pós-Graduanda no Curso de Especialização em Dança e Ginástica de Academia. E-mail: darlly_ccrro@hotmail.com]
RESUMO: O objetivo deste estudo é identificar os fatores que influenciam a prática pedagógica do professor de Educação Física no desenvolvimento da dança na escola. A pesquisa caracterizou-se como estudo bibliográfico realizado na base de dados Scielo - Scientific Electronic Library Online, a partir dos descritores: dança, prática pedagógica e Educação Física, no período de 2010 a 2017. Do total de trinta e oito artigos pesquisados foram selecionados cinco artigos, tendo em vista os critérios de inclusão. A partir da análise de conteúdos foram definidas três categorias de análise: pressupostos da prática pedagógica do professor com relação à dança; dificuldades no trabalho com dança na Educação Física escolar, e desafios para promover a dança na escola. Os fatores que influenciam a forma como a prática pedagógica é construída relacionam-se à questões de falta de identidade da dança como conteúdo da Educação Física, pouca importância dada à dança e inadequação do currículo, da proposta político-pedagógica e do planejamento escolar. Além disso, a imagem que a escola e o professor têm da dança, geralmente relacionada apenas às festividades, e a falta de uma aproximação do professor com esse conteúdo desde a formação inicial, prejudicam a forma como ela é trabalhada. Outras dificuldades dizem respeito a aspectos relacionados a preconceito, questões de gênero, sexismo, problemas de ordem curricular, didático-pedagógica, de formação docente e de desmotivação por parte dos alunos. Visando superar os desafios, evidencia-se a necessidade de um esforço conjunto e interdisciplinar para que a dança seja considerada conteúdo fundamental na escola. A efetiva inclusão no currículo e no planejamento anual, o desenvolvimento de aulas atraentes aos alunos, com metodologias e estratégias de ensino diversificadas, e o enfoque na dimensão atitudinal e não apenas procedimental das atividades com a dança, são alternativas que podem contribuir para a construção da prática pedagógica relacionada a esse conteúdo.
PALAVRAS-CHAVE: Dança. Educação Física. Prática Pedagógica. Professor.
ABSTRACT: The objective of this study is to identify the factors that influence the pedagogical practice of Physical Education teachers in the development of dance in school. The research was characterized as a bibliographic study carried out in the database Scielo - Scientific Electronic Library Online, from the descriptors: dance, pedagogical practice and Physical Education, from 2010 to 2017. Of the total of thirty eight articles surveyed were selected five articles, in view of the inclusion criteria. From the content analysis, three categories of analysis were defined: the presuppositions of the pedagogical practice of the teacher in relation to dance; Difficulties in working with dance in School Physical Education, and challenges to promote dance in school. The factors influencing the way in which the pedagogical practice is constructed are related to questions of lack of dance identity as Physical Education content, little importance given to dance and inadequacy of the curriculum, political-pedagogical proposal and school planning. In addition, the school and teacher's image of dance, usually only related to festivities, and the lack of an approximation of the teacher with this content since the initial formation, undermine the way in which it is worked. Other difficulties relate to aspects related to prejudice, gender issues, sexism, problems of curricular, didactic-pedagogical, teacher training and demotivation by the students. Aiming to overcome the challenges, it is evident the need of a joint and interdisciplinary effort so that the dance is considered fundamental content in the school. Effective inclusion in the curriculum and in the annual planning, the development of classes that are attractive to students, with diverse teaching methods and strategies, and the focus on the attitudinal and not only procedural aspects of dance activities are alternatives that can contribute to the construction Pedagogical practice related to this content.
KEYWORDS: Dance. Physical Education. Pedagogical Practice. Teacher.
1 INTRODUÇÃO
	A dança constitui-se numa linguagem que, segundo Gariba e Franzoni (2007) deve ser ensinada, aprendida e vivenciada uma vez que favorece o desenvolvimento de aspectos cognitivos, éticos e estéticos, contribuindo qualitativamente para questões relativas à socialização e expressão. 
	A Educação Física (EF) tem como missão trabalhar as manifestações da cultura corporal de movimento que envolve brincadeiras e jogos, danças, esportes, ginásticas, lutas e práticas corporais de aventura. Especialmente as danças, caracterizam-se por movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções específicas, muitas vezes também integradas a coreografias. Podem ser realizadas de forma individual, em duplas ou em grupos, envolvendo práticas corporais rítmico-expressivas desenvolvidas em codificações particulares, historicamente constituídas, que permitem identificar movimentos e ritmos musicais peculiares, sendo manifestações centradas na sociabilidade e na diversão (BRASIL, 2016). 
	Apesar da dança fazer parte do rol de conteúdos do componente curricular EF, historicamente, tem-se dado pouco ou nenhum espaço a ela nas aulas por diversos fatores, como a ênfase no esporte, o preconceito e sexismo que fazem parte da relação dos alunos com a dança, falta de formação adequada dos professores, entre outros. Essas dificuldades têm marcado o modo como a dança é vivenciada por parte dos alunos. 
	Por isso, cabe uma discussão acerca do papel do professor de EF no planejamento e desenvolvimento da dança, ou seja, como ele deve conduzir o processo de construção de sua prática pedagógica para que esse conteúdo tenha maior espaço e visibilidade nas aulas, contribuindo para a formação dos alunos. Assim, pretende-se responder a seguinte questão: Quais os principais pressupostos que influenciam a prática pedagógica do professor de EF para tematizar a dança no contexto escolar?
Nessa perspectiva, este estudo traz uma discussão acerca das características da dança e sua relevância no processo de ensino, auxiliando na compreensão dos problemas que envolvem esse conteúdo e de que forma superá-los a fim de melhorar a prática pedagógica e a formação crítico reflexiva dos alunos. Cumpre salientar que a dança é um conteúdo que pode levantar debates importantes e que levam o aluno a reflexões acerca da sociedade, de seu movimento e de sua expressão, pois pode envolver uma série de fatores sociais como machismo/sexismo, preconceitos com determinados tipos de dança e aspectos regionais, entre outros.
	As discussões trazidas no estudo poderão suscitar subsídios teóricos relevantes sobre o tema, facilitando o entendimento das peculiaridades, dos desafios e da missão dos professores de EF para que repensem a construção de sua prática pedagógica e possam dar maior espaço à dança como conteúdo fundamental. Conforme Ehrenberg e Gallardo (2005) a dança é capaz de inserir o seu aluno ao mundo em que vive de forma crítica e reconhecendo-se como agente de possível transformação, mas, para tal é necessário não apenas contemplar este conteúdo e sim identificá-lo, vivenciá-lo e interpretá-lo corporalmente. 
	Desse modo, o objetivo principal deste estudo é identificar os fatores que influenciam a prática pedagógica do professor de EFno desenvolvimento da dança na escola. Além disso, busca-se verificar as dificuldades que envolvem a vivência da dança na escola; e destacar o papel do professor e os desafios a serem superados para promover a dança em sua prática pedagógica.
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
	A EF tem se consolidado como um componente curricular voltado à tematizar as práticas corporais na escola, concebendo-as como um conjunto de práticas sociais centradas no movimento, organizadas por uma lógica específica, e que constituem produtos culturais vinculados com o lazer/entretenimento e/ou o cuidado com o corpo e a saúde (BRASIL, 2016). No rol dessas práticas corporais encontra-se a dança, caracterizada como uma forma de movimento humano que envolve a expressão gestual e facial, envolvendo ritmo, estética e emoção (GARCIA; HASS, 2006). 
	Conforme a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2016), as danças constituem-se de movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções específicas, muitas vezes também integradas a coreografias. Podem ser realizadas de forma individual, em duplas ou em grupos, desenvolvendo codificações particulares, historicamente e/ou culturalmente constituídas, que permitem identificar movimentos e ritmos musicais peculiares. Ainda sobre as características da dança, Teixeira (2008, p. 3) orienta:
No âmbito educativo escolar, a dança é pedagógica e ensina tanto quanto os esportes, jogos e brincadeiras. A dança é um meio de aprendizagem praticamente ilimitado, está ligada à estética e à plástica por ser processo performativo, trabalha com sensações, sentimentos. Seja ela clássica (balé), popular (dança de rua), folclórica (chula, fandango, forró...), a dança traz forte estímulo às percepções sensoriais, tendo em vista que ritmo, sonoridade, visão e expressão são capacidades levadas ao extremo nessa prática corpórea. 
A dança, em suas diversas modalidades (danças de salão, danças teatrais, danças artísticas - ballet, folclórica, moderna, contemporânea, etc.), podem gerar benefícios ao processo de formação dos alunos, trazendo o aprimoramento da consciência corporal aliado à cultura (MARQUES, 1997).
	Nesse sentido, Brasileiro (2003) evidencia que a dança oferece possibilidades de compreensão e apresentação das práticas culturais de movimento, proporcionando o encontro do homem com a história, com o presente e o futuro. Considerada uma manifestação artística, ela é capaz de potencializar a criatividade ao unir movimento, expressividade, criatividade e emoção. Por isso, conforme Silva et al. (2012) a dança é uma das formas mais adequadas e divertidas para ensinar na escola todo o potencial de expressão do corpo. O ensino da dança inclui o conhecimento e a aprendizagem do:
Equilíbrio entre a instrumentalização e a liberação do gesto espontâneo (nem só técnica, nem só movimento pelo movimento; contextualizar a instrumentalização sempre que for conveniente, não só para apresentações) percepção do seu ritmo próprio; percepção do ritmo grupal; desenvolvimento da noção espaço/tempo vinculada ao estímulo musical e ao silêncio com relação a si mesmo e ao outro; compreensão do processo expressivo relacionando o código individual de cada um com o coletivo (mímicas individuais, representações de cenas do cotidiano em grupo, danças individuais, pequenos desenhos coreográficos em grupo); percepção dos limites corporais na vivência dos movimentos fluidos e alongados, criando oportunidade de transcender as limitações (BRASIL, 1998, p. 98).
No âmbito da EF escolar, a dança pode promover para os alunos o contato com diversos conhecimentos e experiências corporais, tais como: aspectos do movimento (consciência corporal e condicionamento físico); saberes interdisciplinares por meio de disciplinas que contextualizem a dança (história, estética, apreciação e crítica, sociologia, antropologia, música, assim como saberes de anatomia, fisiologia e cinesiologia) e possibilidades de vivenciar a dança em si (repertórios, improvisação e composição coreográfica) (MARQUES, 1997). Essas características mostram o quanto a dança é um conteúdo relevante no processo de ensino, podendo ser trabalhada de forma interdisciplinar e trazendo benefícios a formação do aluno.
	Importante salientar que cada prática corporal propicia ao sujeito o acesso a uma dimensão de conhecimentos e de experiências à qual ele não teria de outro modo (BRASIL, 2016). Por isso a necessidade de se trabalhar na EF cada uma dessas práticas, sob pena de tornar o processo de ensino incompleto. Desse modo:
A dança na escola não deve priorizar a execução de movimentos corretos e perfeitos dentro de um padrão técnico imposto, gerando a competitividade entre os alunos. Deve partir do pressuposto de que o movimento é uma forma de expressão e comunicação do aluno, objetivando torná-lo um cidadão crítico, participativo e responsável, capaz de expressar-se em variadas linguagens, desenvolvendo a autoexpressão e aprendendo a pensar em termos de movimento (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2014, p. 507).
	Contudo, a dança além de se deparar com problemas formação inicial dos professores, predominância dos esportes, falta de diversificação de conteúdos, falta de aprofundamento metodológico e conceitual, ainda não conseguiu proporcionar equivalência de enfoque nas diversas possibilidades dos conteúdos da EF (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2014). 
Essas dificuldades marcam a prática pedagógica do professor e fazem com que a dança fique num segundo plano no planejamento e nas atividades desenvolvidas pela EF. Cruz e Coffani (2015) destacam que geralmente as propostas pedagógicas que envolvem o ensino de dança e que trabalhem seus aspectos criativos, imprevisíveis e indeterminados, são regidos por uma didática tradicional, sendo que os educadores permanecem desenvolvendo um ensino “garantido” (sabemos onde vamos chegar), “conhecido” (já temos experiências de muitos anos na área), e “determinado e pré-planejado” (não haverá surpresas).
	Conforme Rocha e Rodrigues (2007), em muitos contextos escolares a dança não é considerada um processo sistematizado para o desenvolvimento do ritmo e do movimento, sendo substituída por treinamentos para festas e comemorações, com a finalidade de apresentação. Essa forma de trabalhar a dança na escola faz com que ela perca sua potencialidade, uma vez que sua prática é muito maior do que simplesmente o espetáculo, tendo condições de auxiliar na construção do conhecimento acerca de aspectos culturais, sociais e de movimento.
	A desmistificação da dança como espetáculo folclórico e contemplativo é necessário para romper com os significados equivocados que foram construídos sobre essa prática corporal. É necessário entendê-la como conhecimento significativo nas ações corpóreas, podendo ser exploradas no repertório popular, folclórico, clássico, contemporâneo etc., na improvisação e na composição coreográfica criativa (BRASILEIRO, 2002).
	Além do foco nas comemorações e apresentações a dança como conteúdo da EF possui desafios relacionados ao sexismo. Há ainda muito preconceito com relação à prática da dança, envolvendo a questão da masculinidade e da feminilidade. Muitos acreditam que a dança é “coisa de mulher” e isso gera discriminação em torno desse conteúdo. Essa concepção negligencia todas as possibilidades que a dança pode trazer aos alunos, envolvendo dinâmicas de movimento que trabalham o delicado e o bruto, o forte e o fraco, o leve e o pesado, entre outras, valorizando as experiências corporais independente da orientação sexual e do gênero da pessoa (CRUZ; COFFANI, 2015).
	Além disso, a prática pedagógica da dança sofre limitações com relação à falta de planejamento por parte do professor, pois ocorrem incoerências relacionadas aos objetivos e conteúdos específicos de dança para as aulas, incompreensão da dança enquanto área de conhecimento, a pouca ou nenhuma experiência/vivência com dança na escola, predominância das modalidades esportivas no ensino da EF entre outros (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2010). Ainda conformeesses autores, a prática pedagógica também é influenciada pela forma como os professores receberam as informações, conhecimentos e orientações acerca da dança em seu processo de formação acadêmica: 
Ainda não se vê a inclusão e a aplicação eficaz da dança no âmbito escolar, principalmente pelos professores de EF, que poderiam explorar este conteúdo privilegiando todos os aspectos do desenvolvimento humano [...], relegando o trabalho com a dança na escola somente a festas comemorativas [...] ensinando a dança nas escolas sem que tenham tido experiências teórico-práticas suficientes e a grande maioria só vivenciou práticas dançantes durante sua formação inicial, continuando com o modelo esportivo em suas aulas de EF (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2010, p. 496).
	Nessa perspectiva, destacam-se os desafios que devem ser superados pelos professores para que a prática pedagógica da dança cumpra seu papel. Cruz e Coffani (2015) ressaltam que a postura do professor deve ser diferente, pois sua missão é de ser sujeito responsável pela formação dos alunos, sendo que não podem restringir sua prática pedagógica ao ensino de modalidades esportivas clássicas. Ademais, devem romper com as dificuldades resultantes da formação acadêmica inicial, construindo novos conhecimentos sobre atividades rítmicas e expressivas capazes de melhorar as atividades desenvolvidas junto aos alunos, durante o ano letivo.
	Desse modo, Teixeira (2008), considera que a renovação pedagógica é fundamental quando se fala em dança na EF. Cabe privilegiar a inserção corporal, uma educação que assuma a corporeidade humana e formule novos paradigmas, abandonando o mecanicismo tradicional. O educador precisa assumir uma nova postura, atuando de forma consciente na busca de uma prática pedagógica mais coerente com a realidade. Nesse sentido, o ensino e vivência da dança na escola deve levar o indivíduo a desenvolver a sua capacidade criativa na descoberta pessoal de suas habilidades. Esta prática pode contribuir na formação de cidadãos críticos, autônomos e conscientes.
Portanto, o ideal no ensino da dança, segundo Marques (2007) apud Cruz e Coffani (2015) é que a escola assuma outro papel, o de não “soltar” ou de “reproduzir”, mas de “instrumentalizar” e de “construir” conhecimentos em/por meio da dança com os alunos, pois é uma forma de conhecimento essencial para a educação do ser social.
3 METODOLOGIA
Este estudo caracterizou-se como pesquisa bibliográfica. Este tipo de pesquisa é aquela desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (DIEHL; TATIM, 2004).
O levantamento bibliográfico foi realizado a partir de uma busca em publicações científicas indexadas na base de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), com os seguintes descritores: dança/dance, prática pedagógica/pedagogical practice, Educação Física/ Physical Education. Os critérios de inclusão das publicações foram: período de 2010 a 2017, no idioma português e inglês, e cujo texto tivesse relação com a temática, objeto deste estudo.
A análise dos dados foi realizada a partir de análise de conteúdo. Conforme Moraes (1999) esse tipo de análise é usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos, conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, com a finalidade de reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados. 
Para este estudo, a partir da análise do material bibliográfico selecionado foram construídas categorias de análise, com base nos objetivos do estudo. A categorização é um procedimento de agrupar dados considerando a parte comum existente entre eles (MORAES, 1999).
A partir da pesquisa foram encontrados, inicialmente, 38 artigos. Considerando os critérios de inclusão foram incluídos 5 artigos (Quadro 1).
	Ano
	Autores
	Título
	Objetivo
	Metodologia
	2015
	- Irlla Karla dos 
Santos Diniz
- Suraya Cristina Darido
	Análise do conteúdo dança nas propostas curriculares estaduais de EF do Brasil
	Analisar como o conteúdo da dança é tratado nas Propostas Curriculares Estaduais de EF no Ensino Fundamental
	Pesquisa 
documental
	2014
	- Nilza Coqueiro Pires de Sousa
- Dagmar Aparecida Cynthia França Hunger
- Sandro Caramaschi
	O ensino da dança na escola na ótica dos professores de EF e de Arte
	Analisar o conteúdo referente à dança e como ele se apresenta nas aulas de EF e de Arte e o papel dos professores. 
	Estudo descritivo de natureza qualitativa e quantitativa
	2013
	- Bárbara Coiro Spessato 
- Nadia Cristina Valentini
	Estratégias de ensino nas aulas de dança: demonstração, dicas verbais e imagem mental
	Discutir práticas para de implementar o uso de estratégias para o ensino da dança.
	Pesquisa bibliográfica
	2011
	- Edmara Cristina Bonetti Buogo
- Larissa Michelle Lara
	Análise da dança como conteúdo estruturante da EF nas diretrizes curriculares da Educação
Básica do Paraná
	Discutir a dança como conteúdo estruturante nas diretrizes curriculares da educação básica do Paraná, e na prática pedagógica do professor.
	Pesquisa 
documental
	2011
	- Rodrigo Massami Shibukawa
- Adriana Coutinho de A. Guimarães
- Zênite Machado
- Amanda Soares
	Motivos da prática de dança de salão
nas aulas de EF escolar
	Analisar os motivos da prática da dança de salão nas aulas de EF de escolas particulares.
	Estudo de corte transversal
Quadro 1 - Artigos selecionados para a construção do artigo
Fonte: Dados da Pesquisa (2017)
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
	Considerando os objetivos deste estudo, destacam-se três categorias de análise emergidas a partir dos artigos selecionados:
4.1 Pressupostos da prática pedagógica do professor com relação à dança
	A construção da prática pedagógica da dança pelo professor de EF na escola passa por uma série de fatores que influenciam diretamente na forma como ele desenvolve esse conteúdo. Consideram-se pressupostos aqueles argumentos que podem estar relacionados ao modo como se constrói a prática da dança nas aulas de EF escolar.
	Um dos fatores encontrados diz respeito aos diversos termos que representam a dança nos currículos, propostas curriculares e referenciais que discutem esse conteúdo. Diniz e Darido (2015) destacam que apesar da dança ser um dos conteúdos bases da EF, o mesmo aparece com diferentes nomenclaturas: dança, ritmos e expressividade corporal, corpo linguagem/corpo-expressão, atividades rítmicas e expressivas, práticas corporais expressivas, entre outros. 
Essa constatação demonstra que não há consenso com relação à própria identidade da dança nos currículos de EF, o que pode inviabilizar o seu efetivo reconhecimento como um dos conteúdos dessa área do conhecimento.
	Outro fator relevante para a construção da prática pedagógica do professor, diz respeito a presença ou não da dança nas diretrizes curriculares da escola, bem como lacunas no Projeto Político-Pedagógico (PPP) que prejudiquem a vivência dessa prática na sala de aula. 
O PPP é uma construção coletiva, visto como uma reflexão do cotidiano escolar. A dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica. Assim, o currículo é um dos elementos do PPP, referindo-se à organização do conhecimento escolar. É a partir dele que todas as atividades são planejadas e desenvolvidas, sendo que problemas na forma como os conteúdos são organizados, geram problemas na forma como eles são colocados em prática junto aos alunos (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2014).
	É nesse sentido que a “seleção e organização dos conteúdos e a própria denominação da dança exigem esforços no sentido de sua consolidação” (DINIZ; DARIDO, 2015, p. 353), devendo gerar intencionalidades explícitas com relação à prática da dança escolar.
	O nível de importância que a escola dá à dança é outro pressuposto que afeta a construção da prática pedagógica do professor. Geralmente a dança na escola é trabalhada visando apenas um produtofinal, ou seja, objetiva a apresentação em si sem a preocupação com os meios de construção, com a aquisição do conhecimento e, nem tampouco, com a interação dos sujeitos envolvidos no processo. Desse modo, a dança é considerada apenas objeto da manifestação cultural tendo em vista algum tipo de evento ou festividade (BUOGO; LARA, 2011).
	Assim, ocorre uma relação mecanizada do professor com a dança e da dança com o aluno. “Sem uma reflexão sobre o ensino da dança, ela se torna uma ação desprovida de propósitos, uma educação vazia de sentido, significados e objetivos” (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2014, p. 507).
Além do modo como a escola vê a dança, a visão que o professor possui interfere positiva ou negativamente sobre seu trabalho com esse conteúdo. “É necessário que o docente acredite na importância desses conhecimentos no conjunto de saberes definidos para a composição do processo de ensino e aprendizagem” (DINIZ; DARIDO, 2015, p. 354). Por isso, o professor precisa formar uma identidade com a dança, da mesma forma que ocorre com outros conteúdos, como o esporte, por exemplo. Sem essa aproximação não há como vencer as barreiras que prejudicam a prática da dança escolar com vistas à aspectos formativos e de desenvolvimento dos alunos.
	Além do pressuposto da imagem da dança construída pelo professor, outro fator são os conhecimentos que ele construiu, o modo como ele vivenciou a dança na escola e como a universidade trabalhou a disciplina de dança ao longo do seu processo de formação inicial.
	Historicamente a dança é trabalhada apenas com a finalidade de apresentação, e isso pode ter feito parte da trajetória de grande parte dos professores de EF. Além disso, a construção de conhecimentos sobre dança recebido na graduação nem sempre contribui efetivamente, pois podem não estar conseguindo dar subsídios suficientes para que esses professores se sintam aptos para aplicar esse conteúdo em suas aulas (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2014).
4.2 Dificuldades no trabalho com dança na Educação Física escolar
	A prática da dança nas aulas de EF apresenta uma série de dificuldades. Apesar da dança fazer parte do cotidiano dos educandos fora do contexto escolar, na escola, existe ainda muita resistência e inúmeras barreiras que desvirtuam as propostas pedagógicas e as finalidades educativas desse conteúdo (BUOGO; LARA, 2011).
	Além do preconceito e de aspectos relacionados às questões de gênero, existem problemas de ordem curricular, didático-pedagógica, de formação docente e de desmotivação por parte dos alunos. Cumpre salientar que muitos dos problemas apresentados no cotidiano escolar com relação à prática da dança nas aulas de EF estão relacionados com os pressupostos elencados na categoria anterior.
	É comum a resistência por parte dos meninos em participar de aulas de dança, mantendo uma visão sexista de que a dança faz parte do universo feminino. Para eles essas aulas podem ser vistas como obrigação. Já as meninas conseguem associar melhor a dança como atividade física, voltada à expressividade e de caráter prazeroso (SHIBUKAWA et al., 2011).
	Com relação às questões curriculares, destaca-se que a dança nem sempre está presente nos planejamentos anuais, ou muitas vezes é adaptada pelo professor como um conteúdo flexível, utilizado de forma esporádica e sem critérios rigorosos quanto aos seus objetivos de ensino. Há orientações metodológicas insuficientes para explicitar “o que” e “como” tratar pedagogicamente o conteúdo de dança, dificultando o trabalho do o professor que não conta com subsídios teórico-práticos para orientar, efetivamente, sua ação docente (BUOGO; LARA, 2011). Ao contrário dessa realidade, acredita-se que a dança deve ser um conteúdo valorizado pelos currículos, estando presente no campo escolar mesmo com enfoques, atividades e orientações distintas, de acordo com cada realidade escolar (DINIZ; DARIDO, 2015).
	O problema da formação inadequada do professor é considerado relevante nesse sentido, uma vez que a falta de uma construção de conhecimentos e técnicas didáticas no período acadêmico ou de formação continuada pode prejudicar o modo como ele desenvolve a dança em suas aulas (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2014). Além disso, o não desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo por parte do docente ao longo de sua formação e de sua prática pedagógica diária pode gerar a manutenção de equívocos acerca da vivência desse conteúdo no ambiente escolar. 
	A questão da desmotivação do aluno é vista como um importante problema enfrentando pelos educadores quando o assunto é a dança como conteúdo da EF escolar. Shibukawa et al. (2011) destacam que a motivação pode ter como fonte, razões internas (intrínsecas) ou externas (extrínsecas), cabendo ao professor avaliar quais as melhores estratégias para motivar o aluno para a dança. Conforme o estudo realizado pelos autores, alguns dos motivos apontados pelos alunos para participar da aula de dança são: o divertimento, exercício prazeroso, meio para aprender novas técnicas ou atingir um nível de dança mais elevado, e atividade que contribuir para a melhoria da condição física.
No processo de aprendizagem da dança, para que o aluno aprenda os movimentos e o modelo da dança ele precisa estar automotivado. Contudo, as motivações externas, como encorajamento e incentivos para aprender também são fundamentais e podem contribuir para que a motivação pessoal ocorra (SPESSOTO; VALENTINI, 2013).
Dar permissão para que os alunos demonstrem o movimento e expliquem como se executa; motivá-los a divulgarem suas conquistas; permitir que escolham os movimentos que elas desejam trabalhar e montar uma pequena sequência; dar tempo para improvisação; instigar a criarem brincadeiras e atividades rítmicas que enfatizem habilidades motoras ou sequência de movimentos, são algumas estratégias que podem servir de motivação para os alunos (SPESSOTO; VALENTINI, 2013).
4.3 Desafios para promover a dança na escola
	Ampliar a prática da dança nas aulas de EF é um desafio aos professores e escolas. Apesar de ser conteúdo base dessa área do conhecimento, observa-se que a dança “enfrenta diversos dilemas na construção de sua identidade no contexto escolar” (DINIZ; DARIDO, 2015), o que tem gerado certo distanciamento entre os alunos e sua prática.
Superar essa realidade é uma necessidade, sendo que para isso podem ser adotadas posturas e estratégias com o objetivo de desmistificar a vivência da dança, dando a ela mais espaço no currículo e nas aulas de EF.
Cabe aos professores de EF, professores de outras áreas e à direção da escola, numa ação interdisciplinar, realizarem um esforço conjunto para que os problemas que envolvem a dança, como formação inicial, predominância dos esportes, falta de diversificação de conteúdos, falta de aprofundamento metodológico e conceitual, entre outros, sejam trabalhados e superados, proporcionando a esse conteúdo equivalência de enfoque como os demais, bem como condições de contribuir para a formação, indo além da ideia da dança espetáculo (SOUSA; HUNGER; CARAMASCHI, 2014).
A inclusão efetiva da dança no currículo deve ser uma das primeiras ações, uma vez que “a dificuldade em legitimar a dança como conteúdo estruturante na escola dá-se, também, devido aos currículos soltos, fragmentados e desconexos” (BUOGO; LARA, 2011, p. 874). A organização curricular é importante, devendo a dança ocupar espaço significativo em todos os anos escolares. Para tanto, cabe ao professor superar limites com relação à seleção e distribuição dos conteúdos da dança para cada série, buscando subsidiar essa organização a partir de respaldo teórico (DINIZ; DARIDO, 2015).
Assim, deve-se observar não apenas a presença da dança na grade curricular, mas também no planejamento das aulas podendo tornar sua prática mais coerente ao seguir procedimentos de ensino que tenham objetivos e que busquem trabalhar as diversas dimensões do movimento, da expressão, do ritmo e da cultura incluídos nesse conteúdo.
	Uma sugestão importante para o planejamentoda EF escolar diz respeito a eleição de conteúdos estruturantes, visando o aprofundamento e diálogo com as diferentes manifestações corporais. Esses conteúdos são “saberes – conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os diferentes campos de estudo” (BUOGO; LARA, 2011). A partir da definição da dança como conteúdo estruturante, cabe destacar dos conteúdos básicos e específicos, fazendo-se um diálogo articulado entre eles e dando maior sentido ao processo de ensino.
	Para a concretização do currículo e do planejamento, destaca-se a necessidade de criar estratégias capazes de promover o ensino da dança. Tradicionalmente o professor, em sua prática pedagógica, utiliza-se da descrição e demonstração do movimento, seguidas de tempo de prática, correções gerais para a turma e mais tempo de prática. No entanto, o uso de estratégias facilitadoras do processo de aprendizagem da dança, podem garantir uma maior adesão e motivação por parte do aluno. Dentre essas estratégias destaca-se a demonstração, que fornece informação visual através da aprendizagem observacional; as dicas verbais, que guiam a performance por meio de informações verbais curtas; e a imagem mental, que permite o ensaio mental do movimento (SPESSATO; VALENTINI, 2013).
A aula de dança na escola pode ser mais atraente ao aluno se o professor utilizar metodologias variadas. A apresentar fotos ou imagens de determinado tipo de dança, pode ser uma técnica importante para que os alunos possam perceber aspectos da execução do movimento. A análise de filmagens de bailarinos profissionais ou de performances; a pesquisa e revistas e jornais que ilustrem o movimento, desafiando os alunos a reproduzi-lo; trazer os pais ou amigos para debates e instruções de dança na escola; integrar turmas convidando os alunos mais velhos para servirem de apoio para os mais jovens, entre outras, são ações relevantes no processo de ensino da dança (SPESSATO; VALENTINI, 2013).
	Outro aspecto relevante para a promoção da dança na EF é a redução do desenvolvimento de ações na dimensão procedimental e mais ações na dimensão atitudinal, tendo em vista que esta dimensão tende a ficar mais implícita, sendo encontrada, muitas vezes, sob a forma de currículo oculto, ou seja, como um tema esporádico e não planejado. Isso significa que não é apenas necessário vivenciar e adquirir algum fundamento básico dentro do conteúdo, mas também valorizar o patrimônio da dança, estando disposto a participar das atividades, cooperando e interagindo com os colegas. Desse modo, é importante que o professor, ao planejar sua aula, supere a perspectiva exclusiva do “o que se deve saber fazer?” apontando para uma concepção renovadora de EF onde o “como se deve ser?” torne-se presente no cotidiano da prática da dança (DINIZ; DARIDO, 2015).
	A promoção da dança nas aulas de EF, além de todos os fatores elencados, exige do professor a construção de uma prática pedagógica permanentemente reflexiva, onde a leitura e a pesquisa também façam parte de seu cotidiano de trabalho. Estratégias de ensino são fundamentais, sendo necessário que se leve em conta o desenvolvimento cognitivo do aluno; a consciência acerca da representatividade da dança para a formação humana; a motivação do aluno em reproduzir e construir movimentos expressivos; e o processo de aprendizagem e metas (SPESSOTO; VALENTINI, 2013).
	Seu desenvolvimento na escola deve ser pensado para além dos benefícios físicos e cognitivos, pois a dança como prática sistematizada é uma modalidade que também poderá contribuir para as questões de cunho social (SHIBUKAWA et al., 2011).
	Enfim, a dança como linguagem corporal e artística, tão importante ao desenvolvimento do ser humano, é uma atividade que precisa ganhar mais espaço nas escolas. Para tanto, pesquisa, reflexão, planejamento e práticas pedagógicas conscientes, são elementos necessários para sua efetividade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	As questões teóricas apresentadas neste estudo trazem uma pequena discussão sobre a problemática que envolve a prática pedagógica do professor com relação à dança nas aulas de EF. 
	Evidenciam-se diversos fatores que podem influenciar o processo de ensino desenvolvido pelo professor, trazendo consequências à forma como a dança é trabalhada no ambiente escolar. Aspectos como distorções de nomenclatura nas diretrizes curriculares, não inclusão do conteúdo na proposta pedagógica e currículo da escola, visão que o professor construiu da dança ao longo de sua vida pessoal, acadêmica e profissional, entre outros.
As dificuldades que envolvem a vivência da dança na escola vão desde problemas culturais, envolvendo discriminação e sexismo com relação ao conteúdo, até desmotivação do aluno para a prática e deficiências do processo de formação inicial docente.
Cabe ao professor grandes desafios curriculares, didáticos e pedagógicos, além de trazer uma nova visão aos alunos sobre a importância da dança e sua representatividade no processo formativo. Superar esses desafios não é tarefa fácil, sendo que o desenvolvimento de estratégias que envolvam um esforço coletivo e interdisciplinar, efetivação da dança no currículo e planejamento, utilização de metodologias variadas, promoção de atividades na dimensão atitudinal em detrimento da ênfase na dimensão procedimental, bem como um olhar atento ao aluno, ou seja, no seu nível de desenvolvimento, nos seus interesses, nas suas motivações com relação à EF, podem ser algumas alternativas relevantes.
Apesar das limitações deste estudo, relacionadas à pesquisa de apenas uma base de dados, não se pretendeu esgotar a discussão acerca do tema, esperando contribuir para estudos futuros que ampliem ainda mais a discussão sobre a construção da prática docente e a importância da dança como conteúdo necessário ao processo de ensino e aprendizagem na EF escolar.
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