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A DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA REFLEXÃO SOBRE SEU DESENVOLVIMENTO NAS PRÁRICAS PEDAGÓGICAS Priscila Costa dos Santos RESUMO: O presente artigo parte das inquietações sobre o ensino da dança na Educação Física escolar, com o objetivo de verificar se os professores de Educação Física da cidade de Cacequi trabalham a dança no contexto escolar no ensino fundamental, quais os conteúdos e como o ocorre o ensino da dança nesse espaço. No decorrer do texto, explana-se sobre o planejamento do professor e a necessidade de uma articulação da dança com os demais conteúdos e disciplinas. Para melhor entendimento do trabalho, delinearam-se tópicos importantes para a formação profissional no sentido de articular a teoria com a prática de Educação Física, utilizando autores que apontam o papel da educação física como disciplina interdisciplinar. Mostra que a EF não se resume a exercícios físicos e esportes, mas que engloba uma variedade de atividades necessárias ao desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos e dentre elas a dança, sendo esta considerada a arte do movimento. Como resultados, embora predomine os esportes nas aulas de Educação Física, a dança precisa ser ensinada, uma vez que pode trazer benefícios importantes para a saúde física e mental do ser humano. Palavras-chave: Educação Física; Dança na Escola; Ensino-aprendizagem. INTRODUÇÃO O desafio que hoje se coloca frente à educação em relação à formação de professores, tem muitos nomes e muitas faces, isto é, busca-se um perfil profissional baseado em competências e em reflexões que se aproximem da realidade dos alunos. Nesse sentido, desenvolver um ser humano criativo na condição de aluno, para que o mesmo se constitua como cidadão, são atitudes de um processo do qual participam diversos atores em diversas profissões e, no centro está o professor. Diante disso, surgiram questionamentos como: Os professores de EF da cidade de Cacequi trabalham a dança no contexto escolar? Como ocorre o ensino dança nesse espaço? Nesse sentido, é preciso pensar na formação continuada do professor e na valorização da prática pedagógica da EF escolar, trazendo uma contextualização de saberes inerentes à prática do professor. O docente não pode se acomodar, mesmo que só com a formação inicial desenvolva um trabalho dinâmico, competente, é preciso estar em constante atualização, desenvolvendo atividades de forma lúdica, que motive os alunos a desenvolverem capacidades e habilidades através do movimento. Isto implica em atividades físicas diversificadas incluindo a dança, não como reprodução de movimentos, mas compreendendo a intenção de cada gesto. Nesse sentido, através das observações realizadas nas escolas de Cacequi, durante o período de pesquisa, verificou-se que a maioria dos professores dessa área trabalha com a dança apenas em datas comemorativas como: festa junina, dia das mães, natal, entre outras. Assim, surgiu a necessidade de buscar um conhecimento mais amplo sobre a dança na escola com o objetivo de contribuir com os professores, mostrando aos mesmos que a dança é importante para o desenvolvimento dos alunos. Este trabalho enfatiza a relevância da EF no contexto escolar, focando principalmente a dança como uma ação que contribui com o trabalho docente comprometido com o desenvolvimento integral dos alunos. Entendendo que a mesma faz parte da cultura corporal de movimento e precisa ser oportunizada aos alunos. Ao utilizar a dança como expressão de movimento tem-se a possibilidade de conhecer melhor o aluno, pois o movimento corporal traduz-se em diferentes linguagens. Nesse sentido, a dança pode ser uma ferramenta para o professor desenvolver nos alunos a capacidade de saber lidar com suas necessidades, desejos, expectativas, além de auxiliar no seu desenvolvimento individual e social. Assim, o professor, atento ao papel da dança nas aulas de EF, em particular no ensino fundamental, tem possibilidade de explorar a criatividade dos alunos. A metodologia utilizada para este estudo partiu de uma pesquisa bibliográfica, revisando várias literaturas, buscando investigar como os professores concebem a dança como instrumento de aprendizagem e a sua contribuição para um ensino de qualidade, reconhecendo o papel de mediador nessa qualidade, articulando a teoria com a prática, utilizando diferentes estilos de dança. REFERENCIAL TEÓRICO Em um primeiro momento, será apresentada a dança no contexto da EF. Na sequencia, "o dançar" como metodologia de aprendizagem, contextualizando e sistematizando a dança no currículo de EF. Posteriormente, será feita uma análise crítica da dança na EF escolar: uma reflexão necessária à formação do professor. Finalizando, apontam-se algumas considerações obtidas no final dos estudos. A DANÇA NA ESCOLA A dança acompanha a evolução do homem desde os primórdios, passando de ritual para manifestação social, e segue em constante evolução de acordo com os movimentos sociais e as transformações das sociedades construídas pelas interações e relações humanas. É considerada a mais antiga das artes e como uma das primeiras manifestações sociais do homem. Historicamente, o homem se comunicava através da dança, do movimento do corpo, construía sua cultura, desenvolvia e criava valores demonstrando sentimentos. (SILVA; ANTUNES, 2008, p.111). O nosso dia-a-dia nos mostra que somos influenciados pelos fatores externos que nos rodeiam e adaptáveis ao ambiente em que vivemos. Mesmo com todas as riquezas culturais herdadas com o passar dos anos, a dança não se limita a repetir formas tradicionais e acadêmicas, com o que de certa forma se estagnaria, ela se transforma de acordo com as ideias estéticas de cada tempo e lugar, incorporando as inovações técnicas, rítmicas, visuais, expressivas e estéticas, com linguagens e possibilidades expressivas semelhantes. (CAPRI; FINCK, 2007, p. 119). Nesse sentido, embora a dança seja integrante da cultura corporal, muito pouco aparece como sendo conteúdo de Educação Física a ser desenvolvido nas escolas. (FERNANDES, 2011, p. 01) Talvez isso ocorra, por parte da própria escola, pois os professores de EF ainda concebem a dança como mero lazer e não como uma atividade de desenvolvimento dos aspectos culturais da sociedade. (SILVA, 2010, p. 15). O professor de EF precisa entender que a dança, no contexto educativo, é pedagógica e é uma arte universal de valor cultural que favorece o desenvolvimento biopsicossocial. O que se observa nas escolas, através do contato direto com os alunos, é que a dança, muitas vezes, está presente apenas como uma atividade extracurricular e em momentos festivos. Percebe-se assim, a falta de uma articulação entre o papel da EF para o desenvolvimento global do aluno, o que implica na formação do professor, principalmente dos anos iniciais, pois muitas escolas não possuem profissional habilitado na área de EF. A vivência da dança no contexto escolar depende e interage com os objetivos, as estratégias e as intenções tanto da escola quanto do próprio professor. Isto colabora significativamente na educação, podendo representar uma das atividades culturais que possibilita ao aluno tornar-se ativo, autoconfiante e participante da construção da sua própria história e da sua sociedade, capaz de compreender a sua realidade e transformá-la. A dança [...] procura em princípio o desenvolvimento da consciência de si mesmo que permitirá ao sujeito estar ciente do que se pode fazer, o que se quer fazer para o que podemos expressar no movimento, nos permitindo perceber, experimentar, entender e comunicar o que queremos de cada ação. Enfim, um dançar que sensibilize para a criatividade e reflexão. (SILVA; ANTUNES; 2008, p. 112). Para vivenciar a dança nas aulas de EF é preciso sistematizar o ensino da mesma, possibilitandomeios de o aluno se apropriar da prática da dança e dos diferentes movimentos. O professor tem de ter capacidade de incorporar a dança no seu planejamento e não somente reproduzir o que vivência, isto é, precisa agir sobre esse conhecimento. Compreende-se assim, que a dança se insere no universo cultural, uma vez que expressa significado através do movimento e, no que se refere à EF, é clara a necessidade de contribuir para que sua prática atue no sentido de transformação e não de reprodução de movimentos (SOARES et.al.1999). AS POSSIBILIDADES DO DANÇAR NA PRÁTICA EDUCATIVA Refletir sobre da EF, perceber que ainda há muito que superar em relação à concepção que se tem da dança, EF e educação. Isto implica em rever a própria formação do profissional de EF. Nesse sentido, revendo o processo histórico da área, a dança não se relacionava co a EF, não atendia aos objetivos do planejamento, isto é: a dança tem sido considerada supérflua, por um lado, porque não abarca, com a racionalidade do saber necessário, a produção na sociedade industrial, por outro lado, porque não instrumentaliza o fazer necessário a ser mão-de-obra barata, nessa mesma sociedade (isto do ponto de vista dos que estão a determinar o que é e para quem é a escola, no sistema social (FIOMONCINI; SARAIVA, 2003, p. 95). Entendeu-se assim, que a dança, no contexto social e educacional do século passado, não trazia benefícios econômicos e por isso não estava coerente com os conteúdos necessários para isso, apenas servia como a busca de talentos esportivos. Hoje, os diferentes tipos de dança possibilita uma variedade de experimentação corporal, oportunizando o desenvolvimento de diversas habilidades inerentes à formação do aluno como ser completo. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96 de 20/12/1996, a EF passou a ser um componente curricular. Essa mesma Lei preconiza em seu Art. 26:§ 3º que: “a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se às faixas etárias e as condições da população escolar [...]”. (BRASIL, 1998, p. 11). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), de 1997, os quais tratam das atividades rítmicas e expressivas e nestas inclui-se a dança, abriu espaço para se trabalhar a prática corporal na EF, integrando o aluno na cultura corporal do movimento. Segundo os PCNs (1997, p. 28) “é tarefa da Educação Física escolar, portanto, garantir o acesso dos alunos às práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo pessoal de exercê-las e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las criticamente”. Retomo, nesse sentido, a formação do professor dos anos iniciais do ensino fundamental, visto que o mesmo não tem formação específica para trabalhar a EF, mas desenvolve um trabalho globalizado, tendo tido aulas mais específicas durante o curso de magistério. Isto leva a refletir que, “as aulas deste curso foram mais embasadas do que aquelas vivenciadas na formação acadêmica, no que diz respeito à preparação para a docência em Educação Física”. (FIORIO, LYRA, 2012, p. 07). DANÇAR COMO METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM Ao ingressar na escola a criança traz um conhecimento restrito a respeito do seu corpo, pois o mesmo ainda não foi despertado. Se analisarmos o desenvolvimento infantil, verifica- se que a criança nasce, desenvolve-se e cresce vivenciando experiências através do seu corpo, sendo este o meio de ação para explorar e conhecer o espaço em que vive e interagir com as demais pessoas e, nesse sentido, é necessário que a mesma seja estimulada para ampliar esse conhecimento. Assim, em todas as fases do desenvolvimento, o corpo tem uma grande importância como forma de expressar emoções. Por isso, como já foi citado, antes de falar, o homem já dançava para se comunicar. Segundo Fernandes (2009) ”a dança ligada à música foi a primeira manifestação humana, tanto que na pré-história foi uma forma de comunicação, religião, divertimento e conhecimento”, sendo assim, a dança tem conotação educacional, isto significa que é possível educar através dos diversos movimentos e ritmos. Acredita-se assim, que a dança pode ser sim uma forma de educação, pois segundo Steinhilber (2000, p. 8): “Uma criança que participa de aulas de dança [...] se adapta aos colegas e encontram mais facilidade no processo de alfabetização”. No sentido de movimento Ferreira (2005, p. 59), afirma que “a aprendizagem dos movimentos complexos da dança e de outros esportes faz com que cresçam mais conexões entre neurônios, aprimorando a memória; assim, ficamos mais aptos a processar informações e aprender”. O professor (e aqui se trata não só o de Educação Física, mas o unidocente) precisa entender que a criança necessita de experiências que aprimorem sua criatividade, com atividades que favoreçam a sensação de alegria e, a partir disso retratar e canalizar seu humor e temperamento através de movimentos livres, explorando e permitindo o afloramento de suas fantasias numa corporeidade plena e consciente. Ter a dança como metodologia de aprendizagem educacional é estar preocupado em deixar fluir as emoções, os anseios e os desejos dos alunos por meio de movimentos que permitam o despertar para o mundo, numa relação consigo e com os outros. Nesse sentido, Oliveira (2001, p. 96) é importante que as pessoas se movimentem tendo consciência de todos os gestos. Precisam estar pensando e sentindo o que realizam. É necessário que tenham a 'sensação de si mesmos', proporcionada pelo nosso sentido cinestésico [...] normalmente desprezado. Caso contrário, estaremos diante da 'deseducação física. É preciso estar consciente de que através da dança a criança passa a ter domínio sobre seu corpo, desenvolve suas possibilidades de movimentação, descobre novos espaços, supera limitações e adquire condições para enfrentar novos desafios, e o professor deve utilizar a dança e não apenas como lazer e brincadeiras para preencher horário, isto, é precisa dar um sentido pedagógico à mesma, com objetivos claros sobre o que deseja alcançar com essa atividade. Todos sabem que as exigências educacionais atuais e as leis da educação preconizam uma educação global, isto é, uma aprendizagem que desenvolva todos os aspectos inerentes ao ser humano. Enfatiza-se neste contexto, que usar a dança na sala de aula, não visa apenas a vivência do corpo ou a diminuição de tensões, mas, na medida em que favorece a criatividade, traz contribuições para uma aprendizagem de qualidade, lúdica, competente, a qual se integra à outras disciplinas. Através da música, da dança, o aluno passa a compreender a si mesmo, o seu entorno, expressando seus desejos de modo mais natural. O aprendizado da dança precisa integrar o conhecimento intelectual e a criatividade do aluno a fim de desenvolver os necessários pilares da educação, que segundo (DELORS, 2000) são: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver junto e aprender a ser. Nesse sentido, o aluno deve ser preparado para participar da vida social e esportiva, e isto significa não somente adquirir uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar através de uma reflexão crítica. A necessidade hoje é levar o professor a entender que a dança não deve priorizar a execução de movimentos corretos e perfeitos, mas partir do pressuposto de que o movimento é uma forma de expressão e comunicação do aluno e tem como objetivo torná-lo um cidadão crítico, participativo e responsável, capaz de desenvolver a sua autoexpressão e aprender a pensar em movimentos, pois a vida se constitui em movimentos. Nesse sentido, o movimento, não é somente algo físico, mas um movimento com intenções, construído dentro do contexto vivido pelo homem que o torna concreto no mundo (FEIJÓ, 1996). Entende-seque a dança inserida na EF precisa levar os alunos à experimentar situações de movimento orientados, com objetivos concretos e claros, conteúdos e métodos que possibilite o conhecimento do patrimônio cultural da dança, sendo este, fundamental para que os alunos aprendam a compreender e a refletir sobre sua realidade e tudo aquilo que a constitui: é a arte de ver o mundo. CONTEXTUALIZANDO E SISTEMATIZANDO A DANÇA NO CURRÍCULO DE EDUCAÇÃO FISICA A dança é uma das formas de atividades físicas mais completas, pois está presente no desenvolvimento integral do ser humano, isto é, capacita o mesmo para a sua participação na vida social, cultural e esportiva, resgatando o caráter de sujeito social, histórico e cultural. Através da dança é possível criar situações em que o aluno perceba-se como sujeito ativo na construção do seu conhecimento, com capacidade de analisar, refletir e interpretar o mundo que o rodeia, uma vez que este é permeado por movimentos. No contexto da Educação Física, é preciso ver o movimento como instrumento de desenvolvimento dos aspectos inerentes ao bem estar físico (fortalecimento motor) e mental (sensibilidade e criatividade) dos alunos. De acordo com Roger Dance (s.d.), dançarino e coreógrafo, em seu artigo disponível na Internet, na educação física e na dança existem alguns benefícios em comum como: aumento de flexibilidade, fortalecimento da musculatura, prevenção de problemas posturais, sem contar os efeitos psicossocial, já que possibilita um aumento do convívio social, podendo ajudar a desinibir, além de relaxar, dentre outros. Buscando ampliar os conhecimentos sobre o papel da dança como atividade de Educação Física, corrobora-se com o Coletivo de Autores (1992, p. 41) quando apontam que a Educação Física possui conhecimentos específicos que devem ser tratados com sentido pedagógico e sistematizados no contexto escolar, uma vez que a dança, dentre os diversos conteúdos nesta área, se materializa na expressão corporal como uma linguagem. Segundo Marques (2007, p. 101), a dança na escola tem o compromisso de “ampliar a visão e as vivências corporais dos alunos em sociedade a ponto de torná-lo um sujeito criador- pensante de posse de uma linguagem artística transformadora”. Enfatiza-se, neste sentido, que a dança é um importante patrimônio histórico e cultural da humanidade, e faz parte do contexto dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física e da Arte, isto é, a prática da cultura corporal que deve ser desenvolvida de forma interdisciplinar (BRASIL, 1997; 1998) Nesse sentido, por ser o Brasil um país que tem na cultura uma variedade de expressões significativas, o professor tem a possibilidade de trabalhar diferentes ritmos através da música, danças e festas populares. Assim, a dança não significa apenas uma diversão, mas um meio de, através dela, levar o aluno conhecer os diversos tipos de danças nas diferentes regiões. Segundo os PCNs (1997, p. 51), “a diversidade cultural que caracteriza o país tem na dança uma de suas expressões mais significativas, constituindo um amplo leque de possibilidades de aprendizagem”. Os alunos precisam ter conhecimento sobre essa diversidade cultural e sobre o papel da dança e aqui, trata-se das danças folclóricas, pois são manifestações que representam os costumes e crenças dos povos de cada região, diferenciando-se pelas suas histórias e sua cultura. Percebe-se que o ensino da dança é também o ensino da história dos povos, pois ensinar e experimentar a dança em diferentes momentos é conhecer a sua relação com a história do homem e a sua relação com o mundo. Assim, este trabalho centra-se em estudos conceituais sobre o entendimento da dança como meio de aprendizagem global dos alunos, entendendo o real objetivo da educação Física nos espaços escolares, corroborando com González (2009) quando escreve sobre inventar e reinventar as práticas corporais: o objetivo da Educação Física [...], não é fazer os alunos reproduzirem as práticas corporais como elas aparecem no contexto extraescolar, e sim fazer com que compreendam e sejam capazes de recriá-las. Assim, propor aos alunos a adaptação ou invenção de práticas corporais é uma estratégia que permite ao professor identificar o nível de compreensão que os estudantes têm dos temas. Contudo, é fundamental que essa “invenção” seja pautada pelo professor para que o processo seja coerente com o tema em estudo. (GONZÁLEZ, 2009, p. 91). Assim, a escola deve oportunizar esta aprendizagem, contextualizando e sistematizando o sentido da dança como possibilidade de socialização de conhecimentos, tendo-a como um conteúdo de Educação Física que trabalha a expressão da corporeidade dos alunos. De acordo com Ferreira (2009), a dança na escola precisa ser vista como facilitadora de momentos de prazer, espontaneidade e criatividade, respeitando a individualidade e limitações de cada um, e estimulando o desenvolvimento dos alunos deforma integral, consciente de que a mesma oportuniza uma variedade de movimentos. Se a escola tem como objetivo sistematizar conhecimentos, ela precisa estar consciente de que o legado cultural produzido pelo homem ao longo do tempo, também faz parte dessa sistematização e visa à formação humana de maneira crítica para que se constitua como cidadãos. No momento em que se vivencia a dança no contexto escolar, seja em expressões artísticas, recreativas, ou outras, há a oportunidade de enriquecer o trabalho do professor, pois, em conjunto coma Educação Física, complementa a aprendizagem global dos alunos. A dança pode contribuir para a área da educação física na medida em que, através da experiência artística e da apreciação, estimula no individuo os exercícios da imaginação e da criação de formas expressivas despertando a consciência estética, como um conjunto de atitudes mais equilibradas diante do mundo. (BARRETO, 2004, p. 117). Ressalta-se, que a dança vem sendo incluída nos currículos escolares e em outros espaços. Isto ocorre devido aos métodos livres que a EF utiliza, isto é, as brincadeiras e jogos livres, sem a rigidez de normas e regras e, as crianças têm a possibilidade de aprender pela experiência do próprio corpo, agindo livremente nos espaços em que vivem, interagindo com outras pessoas (SANTOS, 2005). Nesse sentido, a escola deve trabalhar de acordo com a cultura local onde a escola está inserida, partindo sempre das vivências vividas pelos alunos, garantindo que os mesmo tenham acesso ao conhecimento e experimentem outras experiências que até então não tinham conhecimento. Os PCNs (1997, 59) afirmam que: “essa diversidade de experiências precisa ser considerada pelo professor quando organiza atividades, toma decisões sobre encaminhamentos individuais e coletivos e avalia procurando ajustar sua prática às reais necessidades de aprendizagem dos alunos.” Isto significa trabalhar de acordo com a realidade dos alunos e da escola, considerando a diversidade existente na sala de aula, buscando integrar e contextualizar atividades físicas criativas que envolva a todos em um trabalho dinâmico. Nesse contexto, o planejamento é um instrumento fundamental para organizar, contextualizar e sistematizar o conteúdo a ser desenvolvido e que inclua atividades físicas que levem o aluno a reconhecer que através da dança é possível adquirir conhecimentos inerentes à sua formação que lhes serão úteis durante a vida, pois, os movimentos e gestos fazem parte do dia-a-dia de todos. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA A formação de professores é um dos campos de conhecimento educacional mais discutido no meio acadêmico e profissional. Em relação a qualidade da educação, em particular a básica, Mello (2007, p. 21) atesta que “a formação de professores não é parte da solução, e sim parte do problema da qualidade da Educação Básica”. Entendoque isto não se aplica apenas para professores unidocentes, mas também para professores de áreas. Pimenta e Lima (2006), afirmam que, para compreender a complexidade do processo de ensino-aprendizagem de todas as disciplinas, o professor deve ter conhecimento teórico e prático que contribua para sua formação, analisando criticamente a elaboração das propostas para uma nova maneira de fazer educação. Nesse sentido, a formação de professores de Educação Física, também apresenta diversos problemas de diferentes ordens, pois, segundo Taffarel et al. (2007) esses problemas englobam os aspectos como: teorias, epistemologia, financeira, estrutural, curricular e política, uma vez que o campo de conhecimento da EF recebe influência de outras áreas tais como a medicina e ciências humanas. Durante o processo de formação profissional compreende-se a importância de refletir sobre a prática e sobre o conhecimento necessário para formação como mediador do desenvolvimento integral do aluno no que se refere ao movimento corporal. Com isso, entende-se que as teorias aprendidas, muitas vezes, não estão coerentes com a realidade que se encontra nas escolas, pois os espaços escolares são diferentes, assim como são diferentes os sujeitos que nela estão inseridos. É nesse sentido que ainda existem falhas no ensino aprendizagem do professor enquanto acadêmico, pois as teorias não traduzem as expectativas do futuro professor, embora as modificações estejam, progressivamente, ocorrendo no campo educacional superior. Assim, corrobora-se com Gama e Terrazzan (2008, p. 18) quando afirma que: alguns pontos de fragilidade, com relação à formação dos professores são mencionados na literatura atual, como, por exemplo, o fato desta ser herdeira de um processo histórico pautado na ideia de que formar é um processo meramente técnico, desligado das perspectivas históricas e psíquicas condicionantes das atitudes e das ações de formação tanto do formador como do formando. Dentro deste contexto, é necessário que o próprio professor busque uma capacitação de qualidade, que reconheça na história da educação, a essência para um ensino qualificado e, em se tratando de uma área que é fundamental para o desenvolvimento de capacidades e habilidades de crianças e jovens, ampliar seus conhecimentos para aperfeiçoar, cada vez mais, sua atuação como professor de EF. ANÁLISE CRÍTICA DA DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA À FORMAÇÃO DO PROFESSOR Dentro do contexto histórico educacional a educação tem privilegiado valores intelectuais em relação a valores corporais, pois como afirma Giffoni (1973, p. 15), os problemas educacionais “[...] quase sempre são considerados pelo lado intelectual, constituindo uma das falhas da educação” e, nesse sentido, Bérge (1988, p. 15) segue na mesma linha usando a metáfora “[...]. O cérebro se empanturra, enquanto o corpo permanece esfomeado”. Porém, esta é uma visão que vem se transformando através da formação dos professores de EF que passam a compreender os valores formativos e criativos da dança, levando à ampliação das ações corporais. Isso significa que a escola muitas vezes desenvolvia valores que se inter-relacionassem com desenvolvimento do corpo, o qual é de suma importância para o crescimento das crianças tanto físico quanto intelectual e social. Nesse sentido, entende-se que o problema ocorre porque a noção de disciplina sempre foi entendida como comportamento, educação, isto é, crianças disciplinadas, quietas, para assim, efetivarem a sua aprendizagem, uma aprendizagem sem movimento. De acordo com as pesquisas realizadas em uma escola pública, observei que o professor desenvolve as aulas de EF através de exercícios e esportes (futebol, Handebol, vôlei, etc.), como se o aluno estivesse sendo preparado apenas para a ginástica e jogos. Acredito que isso impede o desenvolvimento de outras habilidades como a ginástica, a dança, entre outras e, ao avaliar, verificam apenas as aptidões para o equilíbrio e a aquisição de habilidades par o esporte mais conhecido: os jogos. Segundo Pancieri (2003), em seu texto: “Dificuldades da Educação Física Escolar no atual momento histórico”, a escola e seus sujeitos precisam superar essa mentalidade a respeito da EF como mera ferramenta de controle do corpo ou como instrumentalização para outros saberes e habilidades. É preciso ampliar sua contribuição pedagógica através de práticas que desenvolvam o corpo por meio dos movimentos e ritmos da dança. Percebi, durante minhas observações, que geralmente nas aulas de EF, o professor não diz aos alunos os objetivos, a intenção e a natureza dos movimentos, isto é, não explicam os motivos e para que desenvolver atividades físicas e isto serve para a dança. É preciso ter objetivos para se trabalhar o corpo e os movimentos, pois se assim não for, há o impedimento dos alunos expressarem opiniões e de serem criativos. Kunz (2001, p. 31) afirma que: o aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, através da reflexão crítica. Assim, a EF não deve tratar o aluno como simples aprendiz das ações motoras, mas como um ser que se movimenta, interage e pensa, portanto um ser completo, sendo a mesma articulada com as demais disciplinas e áreas. É nesse sentido que a dança, como instrumento pedagógico, deve ser vista como uma possibilidade metodológica para ao desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Porém, o professor deve ter cuidado quanto ao modo de inserir a dança como instrumento de aprendizagem, pois hoje, a dança faz parte de um contexto social amplo e com diversos ritmos e isso, às vezes, pode levar a criança a não aceitar o que a escola oferece e prefere ingressar na modernidade de maneira não muito saudável. Isto não significa que a criança exclua esses ritmos, mas a cada um o professor deve ter um objetivo e mostrar para os alunos como a dança influi na sociedade. Para isso, é necessário um conhecimento teórico sobre os aspectos que envolvem o dançar e relacioná-lo à sua prática pedagógica. A DANÇA COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Para o professor trabalhar a dança no ensino fundamental através da expressão corporal, o mesmo precisa ter clara a ideia de que os movimentos da dança é uma prática pedagógica que leva o aluno a desenvolver a criatividade. A dança proporciona a aprendizagem por meio da imaginação criativa do aluno frente a sua realidade, possibilitando o desenvolvimento de posturas e atitudes. Num sentido mais amplo, a dança dá ao professor a possibilidade e incluir alunos com diferentes necessidades educativas e isto se configura na inclusão, uma vez que os alunos com necessidades educacionais especiais, segundo a Lei, devem estar inclusos em salas regulares. Neste contexto, as atividades de EF, em particular a dança, oportuniza a socialização desses alunos não só no ensino fundamental como nos demais níveis de escolarização. Retoma-se aqui, a formação do professor como fundamental para que o mesmo se organize de maneira eficaz para atender a todos os alunos de maneira igual. Corrobora-se com Carvalho (1998, p. 170) quando o autor afirma que na escola “pressupões, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, interdisciplinarmente”. (CARVALHO, 1998, p. 170). É fato que os professores não se sentem preparados para atender adequadamente esses alunos assim como os alunos considerados “normais”, pois, às vezes, não sabem como brincarcom os colegas que possuem alguma deficiência. A EF na escola é uma grande área de adaptação desses alunos, seja no ensino fundamental ou médio, pois permite a participação desses alunos em atividades físicas adequadas às suas possibilidades, valorizando cada ação desenvolvida, integrando os alunos num mesmo objetivo. Torna-se essencial que o professor conheça seu aluno em seus aspectos individuais, sociais e familiares a fim de tomar decisões quanto ao seu planejamento, além disso, precisa conhecer os aspectos do desenvolvimento humano: biológico, cognitivo, motor, interação social e afetivo-emocional (CIDADE e FREITAS, 1997). Em se tratando de alunos do ensino fundamental, os jogos e brincadeiras artísticas podem servir para que o professor inicie a familiarização dos alunos com o esporte e com a dança. De acordo com os PCNs (1997, p. 36) apontam que “as situações lúdicas, competitivas ou não, são contextos favoráveis de aprendizagem, pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimentos que solicitam a atenção do aluno na tentativa de executá-los de forma satisfatória”. Isto implica em que os jogos oportunizam a criação de momentos de interação social significativo, motivando o aluno a interessar-se pelas atividades físicas. É importante que o professor conhecer o que está delineado nos Referencial Curricular da Educação Física no RS e compreender o significado desse documento para a prática pedagógica. Assim, Gonzáles (2009) alerta sobre o que representa esse referencial, explicando que, o Referencial Curricular é uma ferramenta pedagógica voltada à orientação dos planos de estudos da Educação Física a serem elaborados na escola. O Referencial Curricular não deve ser confundido com um currículo ‘padrão’ a ser desenvolvido em toda a rede pública estadual de ensino. Este documento, como o próprio nome já diz, é uma referência para auxiliar na articulação entre os planos de estudos da disciplina e os projetos escolares específicos, por isso, precisa estar articulado à realidade local e ao entendimento de Educação Física dos professores. Não se trata, portanto, de uma referência estática, uma camisa de força que amarra o professor a um projeto estranho, alheio, entre outras, às condições de efetiva realização do mesmo. Essas observações estão fundamentadas na ideia de que os professores não são meros aplicadores de conhecimentos produzidos por outros, mas, também produtores de conhecimento no seu fazer cotidiano. Enfatiza-se, nesse sentido, que a EF para o ensino fundamental parte do brincar, o qual não visa somente o prazer e o lazer, mas está ligado ao desenvolvimento físico e da atividade simbólico, uma vez que a aspecto físico abrange as habilidade motoras e sensoriais e pelo sensorial, desenvolvem-se as habilidades linguísticas, cognitivas e sociais. Entende-se assim, o que Cordazzo e Vieira (2008) explicam sobre as brincadeiras de faz-de-conta, através das quais as crianças testam e experimentam os diferentes papéis que existem na sociedade. Com o avanço da idade essa brincadeira vai se declinando e começa a aparecer os jogos de regras inerentes a realidade vivida e vivenciada pelas crianças. Nesse sentido, é importante que os pais, diretores e professores estejam cientes da necessidade de um profissional de EF dentro do ambiente escolar, pois apenas esse profissional possui o conhecimento teórico e prático que permita o desenvolvimento de atividades funcionais e lúdicas de maneira simultânea com a prática de atividades físicas. Com isso, insiste-se na formação do professor e no seu comprometimento com uma educação de qualidade e para todos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após diversos estudos em vários artigos e obras voltadas para a Educação Física, em particular sobre a dança no contexto escolar como prática pedagógicas, verifiquei que os autores pesquisados tratam do assunto de maneira coerente com a atual realidade educacional. Isto significa que a EF precisa estar presente em todos os momentos do aluno, isto é, fazer parte do dia-a-dia de modo criativo, uma vez que o movimento corporal é fundamental para o desenvolvimento integral das habilidades inerentes ao ser humano. Nesse sentido, em seus estudos, Silva e Antunes (2008) confirmaram que não se trata de qualquer movimento corporal, mas daqueles que apresentam significado e sentido dentro de um contexto histórico-cultural. Concordo com as autoras no sentido de ver as atividades físicas como o modo de desenvolver a consciência de si mesmo, do que se pode e o que se quer fazer para expressar-se através do movimento, enfatizando a dança como sensibilidade para criar e refletir sobre o significado da cultura do movimento. Ainda considerando os pensamentos das autoras, compreendi que a utilização da dança com intencionalidade pedagógica tem uma enorme relevância social, porém é um assunto pouco discutido no espaço escolar, uma vez que os professores a preferem em momentos extracurriculares e em eventos realizados pela escola. Isso implica em um aprofundamento teórico para entender o real significado da dança enquanto conteúdo pedagógico. Outros autores também percebem a importância da dança no contexto da EF como essencial para o desenvolvimento das capacidades e habilidades globais dos alunos, independente do nível de escolarização. Pois o aluno deve ser capacitado para participar na vida social, cultural e esportiva. Isto significa desenvolver a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados através da reflexão crítica. Além disso, a maior parte dos autores pesquisados para a realização desse trabalho converge na ideia de que muitos professores utilizam o esporte como único conteúdo nas aulas de Educação Física, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio, e isso desmotiva os alunos. Por isso, a postura do professor, sua metodologia, seu modo de encarar a EF, contribui para o desinteresse dos alunos. Através deste estudo compreendi a necessidade de uma articulação entre os conhecimentos que o professor possui em relação à EF como disciplina a ser desenvolvida no contexto escolar e a própria formação dos professores. Nesse contexto, os maiores desafios é a conscientização de que a educação física não se resume a exercícios físicos cansativos e sem motivação evidenciados nos momentos de observações e análises sobre a atuação do professor de ensino fundamental. Ao investigar as possibilidades pedagógicas do dançar na escola, entendi a relevância de tratá-lo como um conteúdo significativo para o aluno, pois possibilitou a compreensão histórica e social do universo corporal do aluno, ampliando assim os conhecimentos sobre o desenvolvimento do ser humano através da EF. Constatei que a dança vai além das atividades físicas, pois pode proporcionar diversos benefícios ao desenvolvimento do ser humano, como: flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio, etc., além da socialização e da expressão, auxiliando na formação valores e atitudes. Os professores precisam estar capacitados para trabalhar com novas metodologias que envolvem o movimento do corpo com possibilidades de ampliar o conhecimento e o desenvolvimento intelectual e mental dos alunos. É essencial que o mesmo assuma uma atitude consciente na busca de uma prática mais coerente com a realidade do aluno, onde a dança oportunize o sujeito a desenvolver sua capacidade criativa na descoberta de suas habilidades. Se assim for, o professor estará contribuindo para a formação de cidadãos críticos, autônomos, conscientes de seus atos e responsável por uma transformação social. A dança, se aplicada com consciência pedagógica, possibilita ao aluno a ampliação de suas capacidades de interação social e afetiva, oportunizando a integração entre todos os alunos, colocando em prática a tão discutida inclusão. Levando em conta as considerações obtidas através deobras dos diversos autores que embasaram este trabalho, verificou-se que a dança é tida como a arte de expressão em movimento e destaca na educação dos alunos a sensibilidade, a criatividade e a expressividade, delineando uma nova direção para a ética, à estética e a cultura. Portanto, a dança deve contribuir para resgatar os valores sociais tão necessários no atual contexto da sociedade. Vale lembrar que as diversas manifestações culturais são festejadas através da dança, sendo a mesma um componente fundamental para a alegria da vida. Deixar de oportunizar aos alunos a experiência da dança é deixar uma lacuna tanto no seu processo educativo quanto no seu desenvolvimento pessoal. Com este trabalho foi possível alcançar o objetivo delineado, pois as pesquisas e as observações me possibilitaram entrar em contato direto com o espaço escolar e verificar o quanto é necessário refletir sobre o papel do professor de EF. Reconheci, neste contexto, que a improvisação de atividades de EF que muitas vezes o professor lança mão, pode ser tida como momento de criação através dos movimentos livres, pois neles há uma troca de informações do corpo que dança com o mundo real dos alunos. Trato da improvisação, em particular da dança como movimento corporal, porque acredito que nem a dança nem a educação podem alcançar as mudanças para um mundo melhor. Porém, se o professor está comprometido em buscar estratégias para desenvolver o aluno como cidadão, tem de estar preparado para também improvisar novas maneiras incluir diferentes modalidades da dança como instrumento de ensino e de aprendizagem dos alunos. Ressalto que essas reflexões não são isoladas ou utópicas, mas sustentadas em autores, através dos quais encontrei respaldo para explicar o entendimento adquirido sobre a dança no contexto da EF e como instrumento pedagógico. Saliento que o resultado desta pesquisa é relativo e não tenho a pretensão de suprir lacunas referentes às questões abordadas, mas refletir sobre minha formação como profissional de Educação Física. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO. D. Dança... Ensino, sentidos e possibilidades na escola. São Paulo: Autores associados, 2004. BÈRGE. Y. 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