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Resumo Direito Civil

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FACULDADE DE DIREITO DO VALE DO RIO DOCE – FADIVALE
Reconhecida pela Lei 74.922 de 21/11/1974
__________________________________________________________________________________
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL
 1º período Prof. Luciano Souto 2018.1 
5º RESUMO - PESSOA JURÍDICA 
PESSOA JURÍDICA
Pessoa jurídica “é o ente a que a ordem jurídica atribui personalidade distinta daquela de seus membros ou instituidores, sendo o termo personalidade aí compreendido na sua acepção de aptidão para ser titular de direitos e obrigações.”�
Podem ser conceituadas como sendo “conjuntos de pessoas ou de bens arrecadados que adquirem personalidade jurídica própria por uma ficção legal.”�
Pessoa jurídica “é a soma de esforços humanos (corporação) ou patrimoniais (fundação) tendente a uma finalidade lícita, específica e constituída na forma da lei.”�
 	
A pessoa jurídica� “consiste num conjunto de pessoas ou de bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, para a consecução de fins comuns. Pode-se afirmar que pessoas jurídicas são entidades a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações.”� 
A razão de ser da pessoa jurídica está na necessidade ou conveniência de os indivíduos unirem esforços e utilizarem recursos coletivos para a realização de objetivos comuns, que transcendem as possibilidades individuais. Essa constatação motivou a organização de pessoas e bens, com o reconhecimento do direito, que atribui personalidade ao grupo, distinta da de cada um de seus membros, passando este a atuar na vida jurídica com personalidade própria. 
A pessoa jurídica pode classificar-se quanto à nacionalidade, à sua estrutura interna e a função
Nacionalidade: dividem-se em nacional e estrangeira. É nacional a sociedade organizada conforme a lei brasileira e que tenha no país a sede de sua administração (CC, art 1.126; CF/88, art 176, § 1º e 222). Será estrangeira a pessoa jurídica que tenha adquiro personalidade jurídica por ordenamento jurídico estrangeiro. 
Estrutura interna: Quanto à estrutura interna a pessoa jurídica pode ser Corporação e fundação. A Corporação caracteriza-se pelo seu aspecto eminentemente pessoal. Constitui um conjunto de pessoas, reunidas para melhor consecução de seus objetivos. Na fundação, o aspecto dominante é o material: compõe-se de um patrimônio personalizado, destinado a um determinado fim. 
As corporações visam a realização de fins internos, estabelecidos pelos sócios. Os seus objetivos são voltados para o interesse e o bem-estar de seus membros, visando atingir fins internos e comuns. Já as fundações, ao contrário, tem objetivos externos estabelecidos pelo instituidor. Nas corporações também existe patrimônio, mas é elemento secundário, apenas para a realização de um fim. Nas fundações o patrimônio é elemento essencial. 
As corporações dividem-se em associações� e sociedades�. 
Quanto a função ou a órbita de sua atuação: as pessoas jurídicas dividem-se em de direito público e de direito privado. As de direito público podem ser de direito público externo e de direito público interno. As de direito privado são as corporações (associações, sociedades simples e empresárias) e as fundações. (CC, art. 44)
As pessoas jurídicas podem ser: (art. 40, CC)
de direito público (interno ou externo)
de direito privado 
São pessoas jurídicas de direito público interno: (Art. 41, CC) 
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias�-�, inclusive as associações públicas�;           
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.� 
 
São pessoas jurídicas de direito público externo (Art. 42, CC)
I - os Estados estrangeiros 
II - todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.� 
Pessoas jurídicas de direito privado: (Art. 44)
I - as associações; (mais de 1 pessoa, sem lucro)
II - as sociedades�; (mais de uma pessoa, com lucro)
III - as fundações.� (1 pessoa, sem lucro)
IV - as organizações religiosas�;        
V - os partidos políticos�.        
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELIs).    (1 pessoa, com lucro)
.         
Tem fins econômicos: sociedades
Não tem fins econômicos: associações e fundações� 
A principal diferença entre sociedades e associações é que as associações não visam lucro.
	Questão cobrada em concurso público: (Procurador Judicial – Serra Negra/SP). Assinale a alternativa incorreta, nos termos do art. 41 do CC. São pessoas de direito público interno:
A União
Os Municípios
As autarquias, inclusive associações públicas
A Santa Sé 
Algumas espécies de pessoas jurídicas necessitam de autorização estatal para funcionamento, como as instituições financeiras e os planos de saúde, embora esta não seja a regra geral. 
A melhor doutrina entende que a teoria da realidade técnica é a que melhor explica o tratamento dispensado à pessoa jurídica por nosso ordenamento. Por ela, a pessoa jurídica tem existência e atuação social real, muito embora a sua personalidade seja criada pela técnica jurídica. 
A análise do art. 45 do CC permite afirmar que a personificação da pessoa jurídica é, de fato, construção da técnica jurídica, podendo, inclusive, operar-se a suspensão legal de seus efeitos, por meio da desconsideração, em situações excepcionais admitidas por lei. 
REQUISITOS PARA A CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Por diversas razões, inclusive de natureza social e antropológica, o homem tende a agrupar-se, para garantir a subsistência e realizar seus propósitos. O grupo, assim, recebe do ordenamento personalidade jurídica, viabilizando a sua atuação autônoma e funcional, com vistas à realização de seus objetivos.
A formação da pessoa jurídica exige: 
Em geral, uma pluralidade de pessoas ou de bens
uma finalidade específica, 
um ato constitutivo 
registro no órgão competente
São quatro os requisitos para a Constituição da pessoa jurídica: 
vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta da de seus membros). Materializa-se no ato de constituição, que deve ser escrito. Em geral, são necessárias duas ou mais pessoas com vontades convergentes ligadas por uma intenção comum. 
elaboração do ato constitutivo (estatuto ou contrato social). O ato constitutivo é um negócio jurídico através do qual se expressa a vontade criadora de um ser distinto de seus instituidores.� 
Trata-se de requisito formal exigido pela lei. Denomina-se estatuto, em se tratando de associações que não tem fins lucrativos. Será contrato social, no caso de sociedades. Será escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações. 
registro do ato constitutivo no órgão competente. O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 45). Antes do registro não passará de mera sociedade de fato ou sociedade não personificada. Serão levados a registro no “Registro Civil das pessoas jurídicas”, estatutos (associações, organizações religiosas, fundações de direito privado) e contratos sociais (sociedades simples). Haverá registro na Junta Comercial de contrato social (sociedades empresárias) e de estatutos (cooperativas, sociedades anônimas). 
liceidade de seu objetivo.� Trata-se de requisito indispensável para a formação da pessoa jurídica. O objetivo deve ser determinado e possível. 
Nas sociedades, em geral, civis ou comerciais, o objetivo é o lucro pelo exercício da atividade. 
As fundações não têm fim lucrativo. Os fins só podem ser, conforme disposto no art. 62, parágrafo único, do CC: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação;IV – saúde;   V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;  VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas;
Nas associações, de fins não econômicos (art. 53, CC), os objetivos colimados são de natureza cultural, educacional, esportiva, religiosa, filantrópica, recreativa, moral e etc. 
A existência das pessoas jurídicas de direito público decorre, todavia, de outros fatores, como a lei e o ato administrativo, bem como de fatos históricos, de previsão constitucional e de tratados internacionais, sendo regidos pelo direito público, e não pelo Código Civil. 
COMEÇO DA EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA 
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. (Art. 45, CC).
O contrato social é a convenção por meio da qual duas ou mais pessoas se obrigam reciprocamente a conjugar esforços, contribuindo, com bens ou serviços, para a consecução de fim comum mediante o exercício de atividade econômica, e a partilhar entre si os resultados. 
A declaração de vontade pode revestir-se de forma pública ou particular (art 997, CC), exceto no caso das fundações, que só podem ser criadas por escritura pública ou testamento (art 62, CC)
Registros:
do contrato social de uma sociedade: na Junta Comercial, que mantém o registro público de empresas mercantis
os estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de direito privado são registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, como dispõem os artigos 1150 do Código Civil e 114 e seguintes da Lei dos Registros Públicos (lei nº 6015/73)
As sociedade simples de advogados serão registradas na OAB - Ordem dos Advogados do Brasil
Conteúdo do registro da PJ (Art. 46, CC):
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
Sem o registro de seu ato constitutivo a pessoa jurídica será considerada irregular mera Associação ou sociedade de fato sem personalidade jurídica ou seja mera relação contratual disciplinada pelo estatuto ou contrato social.
Efetivado o registro, porém, a pessoa jurídica começa a existir legalmente passando a ter aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações e a desfrutar de capacidade patrimonial com vida própria e patrimônio que não se confunde com o de seus membros. 
Prazo decadencial para se pleitear a anulação do registro de pessoa jurídica de direito privado (art. 45, parágrafo único, CC). Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Proteção da personalidade jurídica: O Art 52 do Código Civil dispõe que a proteção aos direitos da personalidade aplica-se às pessoas jurídicas. Elas tem, portanto, direito ao nome, à boa reputação, à própria existência, bem como o de ser proprietária de bens, de contratar e de adquirir bens por sucessão causa mortis. 
Possibilidade de nomeação judicial de administrador provisório: Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. (art. 49, CC) 
 
ESPÉCIES DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
O art. 44 do CC prevê cinco espécies de pessoa jurídica de direito privado. São elas:
A) associações;
B) sociedades;
C) fundações.
D) organizações religiosas;        
E) partidos políticos.        
F) empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELIs).    
ASSOCIAÇÕES: 
Definição normativa: (Art. 53, CC): Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
“São entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de realizarem atividades com fins não econômicos (finalidade ideal não lucrativa, social), organizados mediante estatutos.”�
São exemplos de associações em Governador Valadares: Associações de bairros, Ascanavi, Avadma, etc. 
Na associação não há sócios, mas sim, associados. 
Associações são pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas que reúnem seus esforços para a realização de fins não econômicos. 
A CF/88 garante a liberdade de associação para fins lícitos (CF, art 5º, XVII)�
Não há entre os membros da associação direitos e obrigações recíprocos, nem intenção de dividir resultados, sendo os objetivos altruísticos, científicos, artísticos, beneficentes, religiosos, educativos, culturais, políticos, esportivos ou recreativos. 
São entidades formadas pela união de indivíduos com o propósito de realizarem fins não econômicos. Note-se que, pelo fato de não perseguir escopo lucrativo, a associação não está impedida de gerar renda, porém os seus membros não pretendem partilhar lucros ou dividendos, como ocorre entre os sócios nas sociedades civis e empresárias. A receita gerada deve ser revertida em benefício da própria associação visando à melhoria de sua atividade.
O estatuto social das associações deverá observar, para a sua validade, os requisitos indicados no art. 54 do CC. Trata-se de um conteúdo mínimo que poderá ser, eventualmente, ampliado. 
Os requisitos do estatuto das associações são os seguintes: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Peculiaridades: 
Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. (Art. 53, parágrafo único, CC).
É permitido ao associado retirar-se a qualquer tempo, sem necessidade de justificar o pedido, pois ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado (CF/88, art. 5º, XX). Pode o estatuto impor certas condições para retirada, como o cumprimento de obrigações sociais eventualmente assumidas, mas não poderá obrigar o associado a permanecer filiado à entidade.
Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. (Art. 55, CC).
A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Havendo autorização estatutária, o titular de quota ou fração ideal do patrimônio poderá transmitir, por ato inter vivos ou mortis causa, os seus direitos a um terceiro (adquirente ou herdeiro), que passará à condição de associado. (Art. 56, CC).
A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Mesmo não cuidando o estatuto de especificar as condutas que entende passíveis de exclusão do associado, a assembléia geral, especialmente convocada, poderáapreciar a existência de motivos graves, e, em deliberação fundamentada e por maioria absoluta dos presentes, decidir pela aplicação da sanção.(Art. 57, CC)
A assembléia geral é o órgão máximo das associações. Ela possui poderes deliberativos e o art. 59 do CC estabeleceu-lhe competências absolutas de destituir os adminitradores e de alterar o estatuto. 
Extinção da Associação e destinação patrimonial: ocorrendo a dissolução da associação, o patrimônio líquido, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. Na falta dessas, os bens remanescentes serão devolvidos à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União (art. 61, § 2º do CC).
SOCIEDADES: 
São as pessoas jurídicas de direito privado formadas pela união de pessoas que exercem atividade econômica visando a partilha de lucros. 
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.� 
Dependendo do tipo de atividade realizada, as sociedades podem ser simples ou empresárias. 
As sociedades simples “São pessoas jurídicas que, embora persigam proveito econômico, não empreendem atividade empresarial, prestando serviços, usualmente técnicos ou científicos.”� São constituídas, em geral, por profissionais que atuam em uma mesma área ou por prestadores de serviços técnicos, clínicas médicas e dentárias, escritórios de advocacia, instituições de ensino, etc e tem fim econômico ou lucrativo. São registradas no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. 
As sociedades empresárias também visam lucro, mas distingue-se da sociedade simples porque tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário, sujeito ao registro previsto no art 967 do CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966, CC). São registradas na Junta Comercial. 
Quanto aos advogados, prevê a Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB) que os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral (art. 15). A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. (art. 15 § 1o ) 
FUNDAÇÕES: 
A fundação é espécie de pessoa jurídica que se forma pela afetação de determinados bens a certos fins preestabelecidos pelo seu instituidor. 
São entidades resultantes de uma afetação patrimonial, por testamento ou escritura pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual se destina.  Exemplos: Fundação Ayrton Senna, fundação Roberto Marinho, fundação Xuxa Meneghel, Fundação Percival Farquhar (Univale) 
Constituem um acervo de bens que recebe personalidade jurídica para realização de fins determinados, de interesse público, de modo permanente e estável.� 
Decorrem da vontade de uma pessoa, o instituidor, e seus fins são de natureza religiosa, moral, cultural ou assistencial. As Fundações exercem, em via de regra, atividades filantrópicas e assistenciais de interesse público. 
As Fundações podem ser particulares e públicas. As públicas são instituídas pelo Estado, pertencendo os seus bens ao patrimônio público, com destinação especial, regendo-se por normas próprias de direito administrativo. As Fundações particulares são reguladas pelo Código Civil (arts. 62-69)
A fundação compõe-se de dois elementos: o patrimônio e o fim. Este é estabelecido pelo instituidor e não pode ser lucrativo mas, social, de interesse público (art 62, CC)
Como é criada a fundação: Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. (Art. 62, CC).
Finalidades específicas da fundação: (art. 62, parágrafo único, CC)�:
 I – assistência social;       
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;   
III – educação;       
IV – saúde;         
V – segurança alimentar e nutricional;    
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;        
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;     
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;    
IX – atividades religiosas; 
Para a criação de uma fundação, há uma série ordenada de etapas que devem ser observadas, a saber:
 
1) Afetação de bens livres por meio do ato de dotação patrimonial. Compreende a reserva ou destinação de bens livres, com indicação dos fins a que se destinam e a maneira de administrá-los. 
2) Instituição por escritura pública (ato inter vivos) ou testamento (causa mortis); 
3) Elaboração dos estatutos (Há duas formas de instituição da fundação: a direta, quando o próprio instituidor o faz, pessoalmente; ou a fiduciária, quando confia a terceiro a organização da entidade).
4) Aprovação dos estatutos (É o órgão do Ministério Público que deverá aprovar os estatutos da fundação, com recurso ao juiz competente, em caso de divergência);
5) Realização do registro civil. É feito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas (CC, art. 1.150). É indispensável pois, só com ele começa a fundação a ter existência legal. (CC, art 45)
Extinção da fundação: ocorrerá nas seguintes situações (art. 69, CC)
Quando se tornar ilícito o seu objeto (art. 765, CPC/15)�
Quando se tornar impossível a sua manutenção (art. 765, CPC/15);� 
Quando se tornar inútil a finalidade a que visa a fundação;� 
Quando ocorrer o vencimento do prazo de sua existência.� 
Destinação do patrimônio da fundação, na hipótese de extinção: (art. 69, CC) poderá ser determinada a incorporação patrimonial no ato constitutivo (escritura pública ou testamento) ou no estatuto. Não sendo prevista a destinação, o juiz designará outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante, para que o patrimônio seja incorporado. 
Peculiaridades: 
Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados (normalmente destinados á fundação através de testamento) serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. (Art. 63, CC).
Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente (Ministério Público), com recurso ao juiz.. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. (Art. 65, CC).
. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. (art. 66. CC) 
Condições para alteração no estatuto da fundação: (art. 67, CC) 
 
I – que a reforma seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;�
II – que a reforma não contrarie ou desvirtue a finalidade da fundação;
III – que a reforma seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
PARTIDOS POLÍTICOS: 
São entidades com liberdade de criação, tendo autonomia para definir sua estruturainterna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidária.
Tem natureza própria. Seus fins são políticos, não se caracterizando pelo fim econômico ou não. Não podem ser considerados associações ou sociedades, nem fundações, porque não tem fim cultural, assistencial, moral ou religioso. 
A CF/88 apresenta normas gerais quanto aos partidos políticos (art. 17, CF/88).
O § 3º do art. 44 do CC estabelece que os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme lei específica, a saber, a Lei n. 9.096/95.
Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. (art. 17, § 2º, CF/88) 
ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS: 
A organização religiosa é uma pessoa jurídica de direito privado constituída por pessoas físicas ou jurídicas que professam uma religião segundo seus ditames religiosos e sob a perspectiva de uma fé, na vivência do culto divino, de um carisma, de uma ideologia, de uma filosofia de vida que lhes forneça o fundamento para suas iniciativas religiosas, educacionais, assistenciais e outras. Elas são resultado da confissão e vivência da fé de seus membros ou integrantes. Na perspectiva religiosa, a fé deve ser vista como um dom, uma dádiva da bondade de Deus concedida ao homem.�
A Entidade religiosa tem fins pastorais evangélicos e envolve a complexa questão da fé, sendo destinada ao culto e adoração. Não possuem as características de associações, já que o objetivo das associações é a satisfação de interesses e necessidades terrenos, materiais. 
Como exemplos deste tipo de organização podem ser citados: Igrejas, Dioceses, Congregações, Institutos de Vida Consagrada, Institutos de Vida Apostólica e outras. A Igreja Católica, por meio de suas Dioceses, Arquidioceses, Prelazias e Mitras, possui o reconhecimento de sua personalidade jurídica pelo decreto nº 119-A, de 7 de dezembro de 1890, e pelo acordo firmado entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, em 13 de novembro de 2008, em Roma. Este acordo foi aprovado pelo Congresso Nacional e regulamentado pelo decreto federal nº 7.107, de 11 de fevereiro de 2010, em conformidade com as normas de Direito Constitucional, Direito Canônico, Direito Civil, Direito Tributário e as demais normas do Direito.�
O § 1º. do art. 44 do CC garante-lhes liberdade de criação, organização, estruturação interna, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos. 
EIRELIS (EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA) 
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) é uma categoria empresarial que permite a constituição de uma empresa com apenas um sócio: o próprio empresário�
Essa modalidade foi criada em 2011 e surgiu com o propósito de acabar com a figura do sócio “fictício”, prática comum em empresas registradas como sociedade limitada, que antes só poderiam ser constituídas por, no mínimo, duas pessoas, e agora podem ser abertas com um único sócio.�
A Eireli permite a separação entre o patrimônio empresarial e privado. Ou seja, caso o negócio contraia dívidas, apenas o patrimônio social da empresa será utilizado para quitá-las, exceto em casos de fraude.� 
“A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado.” (ENUNCIADO nº 469, do Conselho da Justiça Federal). 
“O patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica.” (ENUNCIADO nº 470, do Conselho da Justiça Federal).
“Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro competente, para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta de arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos configura irregularidade superveniente.” (ENUNCIADO nº 471, do Conselho da Justiça Federal).
RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. (art. 43, CC)
A responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público está prevista na CF/88, art. 37§ 6º: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público é objetiva, ou seja, elas respondem independentemente de culpa, porém, ela será exonerada da obrigação de indenizar, se provar culpa exclusiva da vítima, força maior� ou fato exclusivo de terceiro. 
O STF já decidiu que a atividade administrativa a que alude o artigo 37 parágrafo 6º da Constituição Federal abrange tanto a conduta comissiva como a omissiva. No último caso, desde que a omissão seja a causa direta e imediata do dano. Um dos julgamentos refere-se acidente ocorrido nas dependências de escola municipal, por omissão da administração em evitar que uma criança, durante o recreio, atingisse o olho de outra, acarretando a perda total do globo ocular direito. Em outro caso, relatado pelo Ministro Moreira Alves, a mesma corte de justiça manteve esse entendimento, afirmando que não ofende o artigo 37 parágrafo 6º da Constituição Federal acórdão que reconhece o direito de indenizar a mãe do preso assassinado dentro da própria cela por outro detento. O Estado, com base nesse entendimento, foi responsabilizado objetivamente pela omissão no serviço de vigilância dos presos.� 
Eventual ação de indenização deve ser proposta dentro do prazo prescricional de 3 anos (CC, art. 206, § 3º, V) 
RESPONSABILIZAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
Toda pessoa jurídica de direito privado tendo ou não fins lucrativos, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e os seus fins (corporações ou fundações) 
No âmbito civil, a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser contratual e extracontratual, sendo que, para esse fim, é equiparada à pessoa natural.
Na órbita contratual, essa responsabilidade, de caráter patrimonial, emerge do art. 389, CC: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.” 
Também o Código de Defesa do Consumidor responsabiliza, de forma objetiva, as pessoas jurídicas pelo fato e por vício do produto e do serviço (Art. 12 e seguintes e art. 18 e seguintes, Lei nº 8.078/90)
No campo extracontratual, a responsabilidade delitual ou aquiliana, provém dos artigos 186�, 187� e 927�, bem como dos artigos 932, III� e 933� do CC, que reprimem a prática de atos ilícitos e estabelecem para o seu autor a obrigação de reparar o prejuízo causado, impondo a todos, indiretamente, o dever de não lesar a outrem. 
Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. (Art. 47, CC).
Há outros casos de responsabilidade objetiva em nosso diploma civil, podendo ser lembrados os previstos nos artigos 929, 930, 936, 937, 938, 939 e 940, CC, bem como o parágrafo único do artigo 927, que trata da obrigação de reparar o dano independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Inúmeras leis esparsas também sancionam a responsabilidade objetiva: a lei de Acidentes do Trabalho, o Código Brasileiro da Aeronáutica,a lei nº 6.938/81, que cuida dos danos causados ao meio ambiente, o Código de Defesa do Consumidor e outras.
Indenização por erro judiciário: a responsabilidade do Estado em decorrência de erro judiciário é expressamente reconhecida no artigo 5º, LXXV, da Constituição Federal: “O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.” 
Eventual ação de indenização deve ser proposta dentro do prazo prescricional de 3 anos (CC, art. 206, § 3º, V) 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Esse procedimento permite que o juiz, em casos de fraude e de má-fé, desconsiderar o princípio de que as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros e os efeitos dessa autonomia, para atingir e vincular os bens particulares dos sócios à satisfação das dívidas da sociedade. 
O art. 50 do CC prevê a desconsideração, a qual pode ser entendida como um mecanismo que pretende a supressão temporária da personalidade jurídica da sociedade, em caso de fraude, abuso, ou simples desvio de função, objetivando a satisfação do terceiro lesado junto ao patrimônio dos próprios sócios, que passam a ter responsabilidade pessoal pelo ilícito causado. Norma de teor semelhante existe também no CDC no art. 28� e na Lei nº 9.605/98�, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
Prevê o art. 50 do Cc: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade�, ou pela confusão patrimonial�, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.” 
Atenção: O Código de Processo Civil de 2015 criou o “Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica”� O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. (art. 134, Lei nº 13.105/15)
É possível a desconsideração da personalidade jurídica “inversa”�, para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros.art. 133, § 2o , lei nº 13.105/15) 
Ao acolher o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, o que o juiz faz é reconhecer a responsabilidade patrimonial e, dessa forma, liberar os meios executivos sobre o patrimônio da pessoa que não figura como devedor originário. 
 Entes despersonalizados:
Nem todo grupo social constituído para a consecução de fim comum é dotado de personalidade
Dentre os diversos grupos despersonalizados destacam-se:
a) A família - a mais importante entidade não personificada. O agrupamento familiar caracterizado pelo conjunto de pessoas e pela massa comum de bens não constitui uma pessoa jurídica.� 
b) Massa falida – Se refere ao acervo patrimonial que pertencia à empresa declarada judicialmente falida. É com a sentença declaratória de falência que surge a massa falida. 
c) Espólio – consiste no patrimônio deixado pelo de cujus e compreensivo do conjunto de direitos e obrigações. O fato jurídico que faz surgir é o evento morte e a sua extinção se opera com o fato jurídico da partilha de bens entre os herdeiros. Entre esses dois momentos – morte e partilha – impõe-se administração do acervo de direitos e obrigações, cuja titularidade é exercida pela figura do inventariante.
d) Herança jacente e vacante – constituem o conjunto de bens deixado pelo de cujus enquanto não entregue a sucessor devidamente habilitado. Quando se abre à sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento e não há conhecimento da existência de algum herdeiro diz-se que a herança jacente (art 1819, CC). Elas não tem personalidade jurídica. O CC no art. 1819 prevê a hipótese de alguém vir a falecer, deixando acervo de bens sem, todavia, testamento ou herdeiro legítimo notoriamente conhecido. A situação configura o instituto da herança jacente. Os bens permanecerão nesta condição até a sua entrega aos herdeiros que vierem a se habilitar ou à declaração de sua vacância. Serão declarados vacantes os bens da herança jacente se promovida arrecadação e praticadas todas as exigências legais não aparecerem herdeiros ou se todos os chamados a suceder a elas renunciarem (CC, arts 1820 e 1823). Ocorrendo a vacância, o patrimônio deverá ser incorporado aos bens da União, do Estado ou do Distrito Federal. 
e) Condomínio – trata-se de propriedade comum ou copropriedade de determinada coisa, cabendo a cada condômino uma parte ideal. Não tem personalidade jurídica. 
f) sociedades e associações sem personalidade jurídica, denominadas sociedades e associações de fato ou irregulares - serão representados em juízo ativa e passivamente “pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens” (CPC, art.75, IX). São entidades já criadas e em funcionamento que, no entanto, não tem existência legal por falta de registro no órgão competente ou por falta de autorização legal (CC, art. 986). 
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
As pessoas jurídicas nascem, desenvolvem, se modificam e se extinguem.
O começo da existência legal das pessoas jurídicas de direito privado se dá com o registro do ato constitutivo no órgão competente (CC, art 45), mas o seu término pode decorrer de diversas causas, especificadas nos artigos 54, VI, segunda parte, 69, 1.028, II e 1033 e seguintes CC. 
O ato de dissolução pode assumir formas distintas, conforme a natureza e a origem correspondentes às modalidades de extinção. 
O fim da pessoa jurídica poderá ocorrer por causas diversas, mas em qualquer hipótese a personalidade subsistirá até que se ultime a liquidação e se proceda a anotação devida (art. 51, CC). A dissolução deverá ser averbada no registro respectivo (art. 51, § 1o , CC) e, uma vez encerrada a liquidação, seguir-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. (art. 51, § 3o , CC). O cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no registro, portanto, não se promove quando ela é dissolvida, mas depois de encerrada a sua liquidação. Somente após o encerramento da liquidação promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
 
A dissolução das pessoas poderá ser:
a) Convencional – Por deliberação de seus membros. A mesma liberdade que permitiu aos sócios a criação da pessoa jurídica pode levá-los à extinção desta. Para tanto devem ser observadas as normas previstas no estatuto ou contrato social.
b) legal - hipóteses de extinção previstas em lei, como a decretação de falência ou a morte dos sócios (art. 1.028, CC). Ocorrendo o fato jurídico morte dos membros de uma sociedade, e não prevendo o seu ato constitutivo o prosseguimento das atividades por intermédio dos herdeiros, o resultado será a extinção da pessoa jurídica.
c) Administrativa – Ocorre quando a autorização para o funcionamento da pessoa jurídica é cassada (CC, art. 1.033, V), seja por infração à disposição de ordem pública ou prática de atos contrários aos fins declarados no seu estatuto (art. 1.125, CC), seja por se tornar ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade (art. 69, primeira parte, CC). 
d) Judicial – A iniciativa para a dissolução da pessoa jurídica, em primeiro lugar, é dos administradores. Ocorrerá diante de decisão judicial que deliberar pela dissolução, isso quando se configurar algum dos casos de dissolução previsto em lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade se desvia dos fins para que se constituiu, mas continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo.� 
Dispositivos legais correspondentes: 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II- os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;           (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado�,, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;        (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos.        (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.        (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.           (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.          (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.          (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;          (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.          (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.           (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Parágrafo único.       (Revogado pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores;         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
II – alterar o estatuto.         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.         (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.           (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associaçãotiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
CAPÍTULO III
DAS FUNDAÇÕES
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:        (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
I – assistência social;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
III – educação;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IV – saúde;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
X – (VETADO).        (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.  (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.        (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
� SCHREIBER, Anderson. Manual de Direito Civil contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 155. 
� TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 154
� FIGUEIREDO, Luciano; FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil: parte geral.5 ed. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 176
� Cada país adota uma denominação para essas entidades. Na França e na Suíça chamam-se pessoas morais. Em Portugal, pessoas coletivas. Na Argentina são chamadas de antes de existência ideal. No Brasil, na Alemanha, na Espanha e na Itália, dentre outros países, preferiu se a expressão pessoas jurídicas. Inúmeras outras designações, porém, são lembradas pelos autores, como pessoas civis, místicas, abstratas, compostas, universidade de bens e de pessoas e etc. 
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: parte geral. v.1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 224 
� As associações não tem fins lucrativos, mas, religiosos, morais, culturais, assistenciais, desportivos ou recreativos. 
� As sociedades tem fim econômico e visam lucro, que deve ser distribuído entre os sócios. São constituídas, em geral, por profissionais de uma mesma área. 
� Autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas por lei específica (Art. 37, XIX, da Constituição Federal), que dispõem de patrimônio próprio e realizam atividades típicas de Estado de forma descentralizada. Ex.: INSS, SAAE de Gov. Valadares, IPREM. 
� Os conselhos profissionais têm a natureza jurídica de pessoa jurídica de direito público, de acordo com o entendimento do STF (ADIn nº 1.717/DF). Já no tocante à OAB,é considerada “autarquia de regime especial” pelo STF (RE nº 266.689, j. em 17/8/2004) e pelo STJ (REsp nº 572.080, j. em 15/9/2005).
� Associações públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas a partir da celebração de um consórcio público por entidades federativas. Ex: Entidade criada a partir de um consórcio público entre União, Estado de Minas Gerais e o Município de Governador Valadares para despoluir o Rio Doce. 
� Como demais entidades de caráter público criadas por lei enquadram-se as Fundações públicas (Ex.: Funai, Funasa, IBGE, Funarte e Fundação Biblioteca Nacional) e as agências reguladoras (ANATEL, ANEEL, ANAC, ANTT, ANVISA, ANS, ANA, etc), estas últimas com natureza de autarquias especiais. 
� Organismos estrangeiros como a ONU, UNESCO. 
� Art. 44, § 2o , CC: “As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.”
� Fundações constituem um acervo de bens que recebe personalidade para realização de fins determinados. Compõe-se de dois elementos: o patrimônio e o fim (estabelecido pelo instituidor e não lucrativo). 
� Art. 44 § 1o, CC: “São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento”
� Art. 44 § 3o , CC: “Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.”
� Uma ONG – Organização Não Governamental, sempre será uma associação ou fundação, a critério dos seus fundadores. 
� FARIAS, Cristiano Chaves de; et. al. Código Civil para concursos. 3 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2015, p. 116
� Característica do que é lícito; qualidade do que está em conformidade com a lei, com os princípios do Direito; licitude. 
� FIGUEIREDO, Luciano; FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil: parte geral.5 ed. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 219
� Art. 5º, XVII, CF/88 – “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;”
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: parte geral. v.1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 246
� FIGUEIREDO, Luciano; FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil: parte geral.5 ed. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 214
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro:parte geral. v.1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 248
� Enunciado nº 9, do Conselho da Justiça Federal. Ao fazer referencia ao art. 62, parágrafo único, do CC, assim prescreveu: “Deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos.” 
� Ilicitude de seu objeto. Constatada quando a fundação desenvolve e mantém suas atividades em desvio das finalidades lícitas e sociais para as quais ela foi instituída. Exemplos: a) a entidade passa a agir como uma verdadeira empresa comercial, auferindo lucro e colocando no mercado seus produtos e serviços de forma mercantilista; b) a fundação passa a agir em desacordo com suas normas estatutárias, dilapidando seu patrimônio, através da distribuição dos bens de seu acervo patrimonial entre os próprios dirigentes, ou com comportamentos ilegais, como sonegação fiscal ou movimentação de recursos financeiros sem comprovação documental. c) a atividade desempenhada pelo ente fundacional passe a ser tipificada como crime. Exemplo singelo é aquele da existência de uma fundação que tivesse por objeto o amparo de pessoas envolvidas com o denominado “jogo do bicho”, antes da lei penal tratar como contravenção referida atividade. Assim que editada a lei que tipificou o delito, o que, na instituição da entidade era reputado como lícito, deixou de sê-lo. Outro exemplo seria aquele de uma fundação voltada para o abrigo e proteção de moças que se imiscuísse na exploração de prostituição, ou, ainda, de uma fundação de assistência social e menores carentes que se envolvesse no tráfico de órgãos humanos. O que era moral e lícito, no ato de instituição, passou a ser imoral e criminoso com as atitudes adotadas pelos administradores. Ao comando legal supramencionado, compete extirpar tais entidades do mundo jurídico, independentemente das sanções penais a serem aplicadas a seus dirigentes.
( http://www.fundacoes.mppr.mp.br/arquivos/File/extfundleg.pdf)
� Finalidade impossível: aquela que não apresenta nenhuma condição de exeqüibilidade por parte dos administradores do ente fundacional. Pode ser pela falta de condições financeiras ou humanas ou porque tornou-se um fim humanamente irrealizável. Além disso, torna-se impossível a manutenção de uma fundação quando ela fica acéfala ou inativa por um grande período. Não entra em efetivo funcionamento, não presta contas de suas atividades ao Ministério Público, enfim, não cumpre os objetivos pelos quais foi instituída. Há nesses casos uma existência apenas formal, de direito. Os indivíduos querem se aproveitar do instituto fundacional para a obtenção de vantagens, principalmente ilícitas ou imorais, e que, percebendo a impossibilidade de suas indevidas aspirações, simplesmente abandonam as atividades da fundação. Existem também os casos de administradores que não conseguem sustentar o patrimônio ou os rendimentos que permitem a atuação da entidade, levando-a a estado de insolvência, impossibilitando, também assim, a manutenção desta. Impossibilidade de sua mantença Caracteriza-se impossível a mantença de uma fundação quando é caracterizada a sua inviabilidade econômico-financeira ou o estado de insolvência ou acefalia de seus órgãos, sendo essas situações, a seguir definidas, identificadas por meio de uma análise dos demonstrativos contábeis, exame das atas de reunião, bem como por meio do contexto administrativo e operacional da entidade, normalmente através da prestação de contas que anualmente a entidade deve encaminhar ao Ministério Público. a) Inviabilidade econômica: as receitas da entidade são insuficientes para arcar com suas despesas de manutenção e com os custos de execução de suas atividades durante períodos sucessivos; não há perspectiva de aumento de receitas ou de desenvolvimento de novos projetos rentáveis. b) Inviabilidade financeira: não há recursos financeiros disponíveis para arcar com as obrigações da entidade, principalmente as de curto prazo, e não há perspectiva de que a situação se reverta. c) Estado de insolvência: o nível de endividamento da entidade é muito elevado, tornando-se impossível saldar as dívidas sem que haja a descaracterização do patrimônio da entidade. d) Acefalia dos órgãos: os órgãos da fundação encontram-se totalmente paralisados, não atuam, não se reúnem, não deliberam, deixam escoar por meses, senão anos, os prazos estatutários de realização de nova eleição para o provimentos dos cargos de administração. É a situação de abandono ou de estado de paralisia, casos em que o patrimônio certamente estará fadado à deterioração. e) Desaparecimento dos destinatários: é o caso de não existirem beneficiários ou destinatários aos quais a fundação visa a atender. ( http://www.fundacoes.mppr.mp.br/arquivos/File/extfundleg.pdf)
�Finalidade inútil: é aquela que com o decorrer do tempo e da própria evolução social, científica e tecnológica, tornou-se desnecessária, não apresentando-se mais a utilidade antes existente ou não se prestando mais ao objetivo a que se destinava. Exemplo: uma fundação cujo fim é socorrer os membros de uma determinada moléstia em certo lugar, será dissolvida no momento em que morrer o último membro daquela família ou for curado o último desses doentes. ( � HYPERLINK "http://www.fundacoes.mppr.mp.br/arquivos/File/extfundleg.pdf" �http://www.fundacoes.mppr.mp.br/arquivos/File/extfundleg.pdf�). A inutilidade da finalidade pode ocorrer principalmente quando o fim colimado já foi alcançado, como no caso de erradicação de determinada moléstia que a fundação visava combater. Outro exemplo: a finalidade era alfabetizar adultos, porém, não existem adultos remanescentes a serem alfabetizados. 
� Vencido o prazo de existência estabelecido na escritura pública, a fundação se extingue. Portanto, o vencimento do prazo só é causa extintiva para aquelas fundações que são instituídas com termo ou condição final de existência e, implementado um desses, finda a pessoa jurídica. ( � HYPERLINK "http://www.fundacoes.mppr.mp.br/arquivos/File/extfundleg.pdf" �http://www.fundacoes.mppr.mp.br/arquivos/File/extfundleg.pdf�)
� Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias. (Art. 68, CC).
� http://www.advocaciasergiomonello.com.br/sitesterceiros/adv_sergio_monello2/index.php/noticias/16-as-organizacoes-religiosas-e-o-codigo-civil-brasileiro
� http://www.advocaciasergiomonello.com.br/sitesterceiros/adv_sergio_monello2/index.php/noticias/16-as-organizacoes-religiosas-e-o-codigo-civil-brasileiro
�http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e-uma-eireli,4fe2be300704e410VgnVCM1000003b74010aRCRD
�http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e-uma-eireli,4fe2be300704e410VgnVCM1000003b74010aRCRD
�http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e-uma-eireli,4fe2be300704e410VgnVCM1000003b74010aRCRD
� A força maior decorre de um fato externo, estranho ao serviço. Não se confunde com “caso fortuito”, que provém do seu mau funcionamento, de uma causa interna, inerente ao próprio serviço. Admite-se, por conseguinte, a exclusão da responsabilidade no caso de força maior, subsistindo, entretanto, no caso fortuito, por estar incluído, este último, no risco do serviço. (GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: parte geral. v.1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 272)
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: parte geral. v.1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 276. 
� Art. 186, CC: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
� Art. 187, CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
� Art. 927. Aquele que, por atoilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
� Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
� Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
� Art. 28, CDC, Lei nº 8.078/90. “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.” 
� Art. 4º “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.” 
� É o afastamento do objeto social descrito no ato constitutivo. 
� “Configura-se a confusão patrimonial quando a sociedade paga dívidas do sócio, ou este recebe créditos dela, ou o inverso, não havendo suficiente distinção, no plano patrimonial, entre pessoas, o que se pode verificar pela escrituração contábil ou pela movimentação de contas de depósito bancário. Igualmente constitui confusão, a ensejar a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, a existência de bens de sócio registrados em nome da sociedade, e vice-versa.” (GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: parte geral. v.1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 262)
� Art. 133, CPC/15.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134.  O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135.  Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136.  Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único.  Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137.  Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
� DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA. POSSIBILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA. COMPANHEIRO LESADO PELA CONDUTA DO SÓCIO. ARTIGO ANALISADO: 50 DO CC/02. 1. Ação de dissolução de união estável ajuizada em 14.12.2009, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete
em 08.11.2011. 2. Discute-se se a regra contida no art. 50 do CC/02 autoriza a desconsideração inversa da personalidade jurídica e se o sócio da sociedade empresária pode requerer a desconsideração da personalidade jurídica desta. 3. A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador. 4. É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou companheiro empresário valer-se de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou companheiro direitos oriundos da
sociedade afetiva. 5. Alterar o decidido no acórdão recorrido, quanto à ocorrência de confusão patrimonial e abuso de direito por parte do sócio majoritário, exige o reexame de fatos e provas, o que é vedado em recurso especial pela Súmula 7/STJ. 6. Se as instâncias ordinárias concluem pela existência de manobras arquitetadas para fraudar a partilha, a legitimidade para requerer a
desconsideração só pode ser daquele que foi lesado por essas manobras, ou seja, do outro cônjuge ou companheiro, sendo irrelevante o fato deste ser sócio da empresa. 7. Negado provimento ao recurso especial. (Resp 1.236.916-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/10/2013)
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro: parte geral. v.1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 235
�Art. 1.034, CC. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.
� Ex.: Empresas públicas (ex.: CEF, Correios) e as sociedades de economia mista (ex.: Banco do Brasil). Embora criadas por entes públicos, elas são consideradas de natureza privada. 
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