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Imagine a seguinte situação: Maria é segurada do INSS e recebe um benefício no valor de 3 salários mínimos. Em um determinado mês, a autarquia, por equívoco, depositou 4 salários mínimos na conta da beneficiária. Verificado o erro, Maria foi chamada à agência do INSS. Nessa ocasião, foi solicitada que ela devolvesse os valores percebidos, pedido este recusado pela segurada. Nesse caso, qual deve ser o procedimento do INSS para reaver o valor pago indevidamente? Tendo em vista que Maria recebeu 1 salário mínimo a mais, considerado verba alimenticia, e ter recebido de boa fé o valor nao precisará ser devolvido. Visando o Princípio da Irrepetibilidade dos Alimentos, que veda a devolução dos alimentos já prestados, e completado pela doutrina que uma vez os alimentos pagos, não poderão ser restituídos. O Superior Tribunal de Justiça, já sentenciou e entende ilegal o INSS querer descontar valores nos beneficios dos autores se recebidos de boa-fé. Portanto não pode o INSS querer descontar o valor no próximo pagamento de Maria. Segue a Jurisprudência do STJ sobre o assunto: RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. PRESCRIÇÃO E TRANSAÇÃO EXTRAJUDICIAL. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. ASSISTIDO. VALORES RECEBIDOS INDEVIDAMENTE. NORMA DO REGULAMENTO. MÁ APLICAÇÃO. ERRO DA ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. CORREÇÃO DO ATO. DEVOLUÇÃO DAS VERBAS. DESNECESSIDADE. CARÁTER ALIMENTAR. BOA-FÉ DO BENEFICIÁRIO. APARÊNCIA DE LEGALIDADE E DEFINITIVIDADE DO PAGAMENTO. [...]. 4.Os valores recebidos de boa-fé pelo assistido, quando pagos indevidamente pela entidade de previdência complementar em razão de interpretação equivocada ou de má aplicação de norma do regulamento, não estão sujeitos à devolução, pois cria-se falsa expectativa de que tais verbas alimentares eram legítimas, possuindo o contrato de previdência privada tanto natureza civil quanto previdenciária.
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