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RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
Apelante: Carlos
Apelada: Justiça Pública
Processo N° xxx. xxx
Egrégio Tribunal Regional Federal,
Colenda Turma,
Douta Procuradoria.
I- DOS FATOS
Consta do processo sobredito que o apelante, funcionário público municipal, estava em sua casa dormindo, na noite de 10 de março do ano passado, quando escutou um barulho na sala de jantar. Alertado pelo ruído, muniu-se de sua arma calibre 38 e, ao descer, viu um indivíduo alto e forte que revirava um armário. Amedrontado, o apelante efetuou um disparo atingindo o ladrão, na altura do peito, que, não resistindo, veio a falecer. Processado por infração ao art. 121 do CP, o apelante foi pronunciado e julgado pelo 1º Tribunal do Júri e, ao final, condenado à pena de 6 anos de reclusão, em regime inicial fechado, em virtude da gravidade do crime, não tendo ocorrido trânsito em julgado.
II- DO DIREITO
Primeiramente, verifica-se que a condenação do apelante pela prática do crime de homicídio se encontra absolutamente divorciada do acervo probatório encontrado nos autos. Ora, pela rápida e perfunctória análise das provas, verifica-se de forma insofismável que o apelante agiu em evidente legítima defesa. Isso porque o apelante repeliu agressão injusta, caracterizada pela invasão de
sua cada no período da noite. Outrossim, tratava-se de agressão atual, contra direito próprio.
Da mesma forma, o apelante repeliu a referida agressão de forma moderada porque perpetrou um único disparo na direção do criminoso. Diante desse cenário, é evidente a figura da legítima defesa prevista nos artigos 23, II e 25, ambos do Código Penal. Esse último dispõe que: “entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.
Portanto, verifica-se que os jurados julgaram de forma absolutamente contrária à prova dos autos, o que justifica a presente apelação, nos termos do artigo 593, III, “d”, do Código de Processo Penal. E não é só! Jamais poderia o magistrado presidente do Tribunal do Júri fixar o regime inicial fechado, como o fez. Para tanto, fundamentou tal questionável decisão no argumento de que “o crime era grave”. Ora, é sabido e consabido por todos que nossos tribunais superiores entendem que a gravidade do crime, em abstrato, não pode justificar a fixação de regime inicial de cumprimento de pena mais rigoroso, de forma a violar o disposto no artigo 33, § 2º, do Código Penal.
O Supremo Tribunal Federal, na sua súmula 718, entende que “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”. Da mesma forma, o Superior Tribunal de Justiça, na sua súmula 440, dispõe que “Fixada à pena base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito”. Diante desse cenário, verifica-se que o magistrado equivocou-se gravidade no momento da condenação, a 6 anos de reclusão, e ainda em regime fechado.
III- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) Que seja submetido a um novo julgamento, com fulcro no art. 593, parágrafo 3°, do CPP.
b) Que seja fixado regime inicial semiaberto, com fulcro no art. 593, parágrafo 1°, do CPP.
Termos em que,
Pede deferimento.
Palmas, 11 de maio de 2018.
Elismaria Clemente Janaina Lopes Kássia Monteiro 
OAB/TO 0007 OAB/TO 0008 OAB/TO 0006
 Laryssa Macedo Leiliane da Mota Luana Caroline Rodrigues
OAB/TO 0004 OAB/TO 0002 OAB/TO 0001
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