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(14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 1 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL CURSO DE ORATÓRIA “Educar é se doar para construir... É integrar a arte da comunicação e do relacionamento.” João Elias PROPOSIÇÃO DE VALOR PARA EDUCAR: SERVIR; CONHECIMENTO; COMPROMETIMENTO – PROPÓSITO; SENSIBILIDADE; RELACIONAMENTO; COMUNICAÇÃO. BASE PARA FALAR EM PÚBLICO 1º BE – Base emocional: Se preparar emocionalmente, trabalhando o seu interior para a empreitada junto ao seu público. Se aceitar como orador, eliminando todas as possibilidades de fracasso e direcionar as palavras para ajudar e agregar valor ao seu auditório. Mentalizando a positividade, o sucesso, pense em coisas boas, alegres, situações que o fizeram muito feliz. 2º DA – Dominar o assunto Não basta somente estar tranquilo para falar em público; é preciso dominar o assunto. Ao mesmo tempo, pouco ajuda ser um profundo conhecedor da matéria a ser apresentada e se encontrar totalmente descontrolado emocionalmente, ansioso, nervoso, afobado, totalmente intranquilo. Esse desequilíbrio emocional prejudicará totalmente a performance do orador. 3º BE – Base estrutural Estar tranquilo emocionalmente e dominar o assunto são partes imprescindíveis para uma boa apresentação, mas é necessário trabalhar a estratégia, a estrutura da apresentação. Devemos lembrar que mais importante do que o conteúdo é a forma, o como será apresentado. Portanto, para obter êxito é preciso construir a fala e incluir uma maneira capaz de envolver o público, levando-o a participação. (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 2 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL 4º CDI – Confiança, determinação e interesse pelo auditório Contemplando as três primeiras etapas, você terá caminhado rumo ao sucesso da sua apresentação. Porém, para alicerçar seu discurso saiba que é preciso ter confiança em si mesmo. A confiança em si mesmo gera a confiança do auditório, levando-o a acreditar que você está preparado e que é a pessoa ideal para transmitir tal discurso. Afinal de contas, a sua palestra só terá sentido se houver uma plateia disposta a ouvi-lo. 5º Naturalidade Lembre-se de que você é um palestrante, um orador e não um ator. Não crie um personagem para ser representado. Seja você mesmo, do jeito que as pessoas lhe conhecem. Fale com naturalidade, tranquilidade. Converse com o auditório. O público quer alguém que fale com ele e não alguém que fale para ele. Seguindo esses 5 pontos e tendo uma disciplina de treino para se preparar bem para o momento da apresentação, certamente você terá êxito. CONHECIMENTO Para comunicar o que se conhece é preciso usar adequadamente as ferramentas de comunicação e ter plena consciência de que o conhecimento só tem sentido quando o foco é o outro. Conhecimento = produto. Finalidade: satisfazer plenamente o cliente. Da parte do professor, orador, palestrante, pregador, é a capacidade de atender plenamente a necessidade de conhecimento do cliente, que pode ser os alunos, um interlocutor ou uma plateia. SPC = SATISFAÇÃO PLENA DO CLIENTE (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 3 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ORATÓRIA Entende-se por oratória como sendo a “arte de falar ao público”. RETÓRICA “Arte que dirige e desenvolve as nossas disposições naturais de eloquência. É arte porque se trata de um método, de um conjunto de regras determinadas, que postas em prática, podem dar-nos a habilidade de falar com elegância”. (A Arte de Falar em Público – Silveira Bueno) Eloquência: “Faculdade natural de operar sobre o espírito, o coração e a vontade por meio da palavra. É uma faculdade natural, não adquirida, porque a eloquência é um dom do berço”. (A Arte de Falar em Público – Silveira Bueno) “Eloquência é a espontaneidade, a sinceridade, a liberdade em ação”. Assim definiu o grande orador brasileiro, o insuperável Ruy Barbosa. “O orador se faz e o poeta nasce” (A Arte de Falar em Público – Silveira Bueno) “Comover é mudar a disposição da vontade de um auditório para que ele experimente os mesmos sentimentos e emoções que o orador sente e tenta comunicar-lhe. Não é digno do nome de orador qualquer que fale em público, mas só aquele que, com a palavra, consegue a dupla finalidade da oratória: convencer e comover”. (A Arte de Falar em Público – Silveira Bueno) Portanto, aquele que se propõe a falar precisa ser ético, correto e bem intencionado, não podendo se utilizar do poder da palavra como ferramenta manipulativa, de guerra, mas sim de construção, de ajuda ao próximo, de integração entre as pessoas, de solidariedade. Sabemos que nem todos utilizam a palavra para fins nobres, infelizmente, mas devemos atentar para o que diz o evangelista João: “O verbo era a verdadeira Luz, que vindo ao mundo, ilumina todo homem... e o Verbo se fez carne”. (Cf. Jo 1,9.14) “Com as palavras, nós governamos os homens”. (Disraeli) Medos do ser humano: De acordo com alguns estudos o medo de falar em público ocupa um lugar de destaque. Vejamos a pesquisa realizada pelo jornal Sunday Times, com três mil americanos: 1º lugar – Medo de falar em público 2º lugar – Medo de altura / medo de insetos 3º lugar – Medo de problemas financeiros / medo de doenças / medo de águas profundas 4º lugar – Medo da morte Medos: do ridículo; de errar; de esquecer; da crítica; do riso, humilhação, de que os outros sabem mais e estão mais preparados, etc. (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 4 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL O orador se apresenta inseguro quando: a. Não tem experiência ou prática em falar em público; b. Não conhece o assunto; c. Não conhece a si mesmo. DOMINE O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO O medo não desaparecerá por completo, como num passe de mágica. Mas você poderá dominá-lo, transformando-o em parceiro. Com empenho, força de vontade e determinação será possível reduzir e controlar o medo. Faça do medo um parceiro; Projete mentalmente o sucesso, a vitória; Compre a si mesmo; Não encare o medo como uma fragilidade; O medo nem sempre é percebido pela plateia; Bloqueie mentalmente os motivos do medo; Faça um relaxamento. EXERCÍCIO 1 Escolher um tema de sua preferência e desenvolvê-lo para ser apresentado aos colegas, baseando nos pensamentos sugeridos: AMOR – Cícero: “Nada é difícil para quem ama”. BELEZA – Campoamor: “A beleza só está nos olhos de quem a vê”. EGOÍSMO – Santo Agostinho: “Se os egoístas compreendessem as vantagens que tem o ser homem de bem, seriam homens de bem por egoísmo”. ELOQUÊNCIA – kotzebue: “Quem sabe falar é capaz de fazer calar todos os canhões do mundo”. FILHOS – Petit Senn: “Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo”. MOCIDADE – Napoleão: “Cada hora perdida na mocidade é uma probabilidade de desgraça para o futuro”. MENTIRA – Lutero: “A mentira é como a bola de neve, quanto mais rola maior se torna”. TRABALHO – Aristóteles: “O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”. VIDA – Pe. Antonio Vieira: “A vida é uma lâmpada acesa; vidro e fogo. Vidro, que com um assopro se faz; fogo, que com um assopro se apaga”. (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.brCurso de Oratória - FSP Prof. João Elias 5 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL QUALIDADES DO ORADOR Não basta apenas perder o medo de falar em público; é preciso dominar o medo e agregar, à arte de falar, as técnicas capazes de dar brilho necessário à fala e, sobretudo para que se possa atingir o objetivo a que o orador se propõe. Para atingir o objetivo proposto, é preciso dominar o medo, conhecer muito bem o assunto e desenvolver alguns atributos que irão favorecer a qualidade da comunicação. PILARES PARA UM BOM ORADOR Aparência; Criatividade; Sensibilidade; Inspiração; Voz; Volume e velocidade; Expressão Corporal; Credibilidade; VOZ: A oratória se baseia na voz, como a música no som, como a pintura na cor. Quem não tiver voz perfeita, jamais conseguirá ser orador. Mas seja como for, qualquer tipo de voz é suscetível de melhorias, de aperfeiçoamento, dependendo tudo dos exercícios e da força de vontade de quem pretende dedicar-se à oratória. DICÇÃO A boa dicção é responsável pela clareza da mensagem. É a pronúncia correta que aumentará significativamente a credibilidade do orador. Qualquer descuido poderá provocar pronúncias prejudicadas, vejamos: COSTUMA-SE DIZER: NO LUGAR DE: Pegá Pegar Trazê Trazer Jardinero Jardineiro Carrocero Carroceiro Previlégio Privilégio “Ino” ou “Vino” “Indo” ou “Vindo” Pcisa Precisa Pograma Programa Poblema Problema Tamém Também Cardeneta Caderneta Areoporto Aeroporto Largatixa Lagartixa (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 6 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Ter boa dicção é pronunciar bem as palavras. É a sua mais perfeita articulação. A boa dicção torna a palavra fácil de ser compreendida. Cabe ao orador cuidar da dicção, pois é ela, na comunicação, uma das partes que merece maior atenção, sobretudo àqueles que esperam alcançar sucesso na arte de falar em público. DICAS: Para se chegar a uma boa dicção, de forma fácil e prática, um caminho é adquirir o hábito da leitura pausada e em voz alta, onde as tônicas não podem ser ignoradas. Procure ler em voz alta e de preferência com um obstáculo (lápis, dedo) na boca e articule corretamente cada palavra. Exercite diariamente, durante uns cinco minutos, lendo textos de jornais, revistas e livros e utilize um gravador para acompanhar sua evolução na pronunciação das palavras. VOLUME E VELOCIDADE A frase abaixo deverá ser pronunciada acentuando a velocidade, dando sentido ao que se quer transmitir: Pedrinho pegou sua bicicleta e saiu rápido como um foguete. A frase abaixo deverá ser pronunciada devagar, dando sentido ao que se quer transmitir: Pedrinho, lentamente, pegou sua bicicleta e, calmamente, pedalava observando a natureza. As frases abaixo deverão ser pronunciadas dando o devido destaque (negrito) ao significado da frase, alternando simultaneamente a velocidade e o volume. As crianças hoje vieram de perua escolar para a aula. As crianças hoje vieram de perua escolar para a aula. As crianças hoje vieram de perua escolar para a aula. As crianças hoje vieram de perua escolar para a aula. As crianças hoje vieram de perua escolar para a aula. As crianças hoje vieram de perua escolar para a aula. Exemplo de alteração do significado da frase. Eu acredito no potencial deste profissional... Eu acredito no potencial deste profissional... Eu acredito no potencial deste profissional... PAUSA A pausa é essencial para dar qualidade à fala, dar ênfase, indicar o fim ou o início de um raciocínio, valorizar as informações ou criar expectativa para o que ainda será dito. A pausa oferece uma oportunidade para que os ouvintes reflitam e assimilem melhor a mensagem. Exemplos: Indicar o fim ou o início de uma mensagem: “O que fizemos até agora é tudo o que poderia ter sido feito. (pausa) No entanto,...” (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 7 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Criar expectativa: “Este produto tem um diferencial em relação aos da concorrência. Nosso produto agregará valor ao seu negócio. O que tem este produto de especial?... (pausa)... Vou esclarecer em detalhes... (pausa)...” VOCABULÁRIO O vocabulário sempre será da maior importância no processo de comunicação, não apenas àqueles que pretendem falar em público, mas a todos que desejam transmitir bem sua mensagem. Na carreira profissional, por exemplo, alguém que tenha uma boa formação acadêmica, é competente no que faz, mas no momento em que precisa expor suas ideias lhe faltam palavras, dará a impressão que o seu conhecimento está aquém do que demonstra no dia- a-dia. Neste exato momento a credibilidade desse profissional será automaticamente prejudicada por possuir um vocabulário pobre. Possuir um vocabulário ativo e amplo dará segurança, clareza e facilidade para transmitir as ideias e representará uma grande contribuição para a credibilidade e imagem do orador. Desde que adequado ao meio, o vocabulário, ajuda também, para conseguir o reconhecimento, e admiração dos ouvintes. Vícios É comum pessoas fazerem uso dos vícios, expressões indevidas, ao comunicar uma mensagem. O uso indevido compromete a mensagem. Deve o orador se esforçar para eliminá-los por completo, mas exige muita determinação, uma vez que o hábito do vício é incorporado e passa a fazer parte do cotidiano, sem que a pessoa perceba que, usualmente, recorre a este recurso indevido e pobre na comunicação. FIGURAS DE RETÓRICA O objetivo da figura de retórica é dar mais vida à comunicação. Na verdade, funciona como um embelezamento, dá mais força e vivacidade, mais nobreza ao pensamento. No entanto, embora o uso da figura de retórica, ajuda a enriquecer a mensagem transmitida, é oportuno dizer que o exagero poderá fazer efeito contrário, de tal forma que o orador precisará usá-las com equilíbrio e prudência. EXPRESSÃO CORPORAL A linguagem corporal é extremamente importante para a comunicação. Sempre que falta a palavra pronunciada, os gestos ocupam papel de destaque. Foi assim no cinema mudo, onde o principal meio de comunicação na tela era a expressão corporal. Na oratória, a comunicação pode ser levada ao público com qualidade quando os gestos correspondem à mensagem e são usados corretamente. No entanto, o uso de gestos inapropriados compromete todo o processo de comunicação. O psicólogo Albert Mehrabian, constatou em estudo que, ao transmitir uma mensagem, a palavra tem influência de 7%, a voz 38 % e a expressão corporal 55%. Portanto é de fundamental importância para a qualidade da comunicação que o orador dê especial atenção aos movimentos do corpo. (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 8 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Gestos inconvenientes Falar com as mãos nos bolsos; Com as mãos nas costas; Com os braços ou as mãos cruzadas; Apoiado sobre a mesa; Apoiado sobre a haste do microfone ou sobre a tribuna; Segurando objetos; Fazendo gestos abaixo da linha da cintura ou acima da linha da cabeça; Olhando para cima ou para baixo; Olhando somente para uma pessoa; Movimentando apenas um braço; Descansando o corpo sobre uma perna Tendo postura humilde ou arrogante; Movimentando-se de maneira desordenada; Coçando-se; Segurando ou mexendo na roupa e acessórios; “A nossa alma rende-se muito mais pelos olhos do que pelos ouvidos”.Pe. Vieira CREDIBILIDADE A credibilidade é um dos fatores fundamentais para que o orador conquiste sua plateia. Na verdade, em todas as atividades, a credibilidade exerce um papel preponderante para que a pessoa seja reconhecida e admirada. Porém, não basta apenas que o orador acredite que tenha credibilidade; é preciso que os outros acreditem nele. Pode parecer absurdo, mas a verdade não basta apenas ser verdadeira, ela tem que parecer verdadeira. Neste aspecto, é importante se esforçar para não perder a naturalidade, cuidar da imagem e dominar o assunto. NATURALIDADE Seja você mesmo! Não queira copiar outros oradores ou incorporar maneiras de se expressar que possam dar uma conotação de artificialismo. O público quer autenticidade, coerência e espontaneidade. As técnicas são importantes para dar ao orador condições de melhor esquematizar o discurso e conduzi-lo ao sucesso, mas jamais perder a naturalidade. Fale com o coração do que você conhece e se dirija à plateia como se estivesse se dirigindo ao seu grupo de amigos para lhes falar algo muito importante. Se você perder a naturalidade, por mais capaz que seja, e por mais interessante que seja o assunto, dificilmente conseguirá obter êxito junto aos ouvintes. “Concentradas em seus sentimentos, as pessoas que estão dizendo a verdade falam com o coração, que é incapaz de compor precisamente o raciocínio linear de um cérebro laborioso. E ao ouvir o que é expresso pelo coração, o ouvinte também é levado a ouvir com o coração”. Gerry Spence – Advogado americano “Como argumentar e vencer sempre” (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 9 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL IMAGEM A imagem é o que as pessoas vêem em nós e como nos percebem. Poderá nos destruir, prejudicando todas as nossas ações, como nos projetar, fortalecendo a credibilidade e a visibilidade. É muito importante cuidar da imagem, sobretudo para o orador, uma vez que antes dos ouvintes comprarem (aceitarem) a mensagem é de fundamental importância que comprem (aceitem) a pessoa do comunicador e nesse sentido a imagem é relevante. “Sabem, padres pregadores, por que fazem pouco abalo os nossos sermões? Porque não pregamos aos olhos, pregamos só aos ouvidos. Por que convertia o Batista tantos pecadores? Porque assim como as suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos olhos”. (Pe. Vieira – Sermão da Sexagésima) DOMÍNIO SOBRE O ASSUNTO Não basta apenas dominar o medo de falar em público ou ser uma pessoa bastante espontânea no processo de comunicação. O que se pretende transmitir tem uma razão direta com os ouvintes, que é a aceitação da mensagem, o convencimento e a autoridade para provocar mudanças. Primeiro, por respeito à plateia, o orador não poderá, em hipótese alguma, desprestigiar a presença dos seus ouvintes, o tempo empregado para ouvi-lo, a locomoção, investimento e, sobretudo a expectativa despertada em cima da mensagem a ser comunicada. Segundo, o orador jamais poderá correr o risco de prejudicar a sua própria imagem. Só ele tem a responsabilidade de administrar sua performance e qualquer descuido poderá manchar a credibilidade. Portanto, dominar o assunto é seguramente o alicerce da boa comunicação. Sem conhecimento do assunto não se dominam os ouvintes e pior, a plateia, ao perceber o despreparo do orador, torna-se imediatamente uma adversária. É preciso estudar a matéria, ler, pesquisar, falar com pessoas que conhecem o assunto, para enriquecer com mais informações e, principalmente, agregar a experiência adquirida na carreira profissional e demais fontes de aprendizado ou experiências que possam oferecer segurança para transmitir a mensagem com a qualidade esperada pelos ouvintes. Pela sua imagem e credibilidade é preferível recusar convites para falar em público se você não tiver certeza de que domina com segurança o assunto. Não corra o risco de ser ridicularizado. EXERCÍCIO Aproveitar os esquemas dos discursos abaixo para uma rápida apresentação, conforme o tema de sua preferência. TEMA 1: A tristeza. A ideia central do discurso funda-se neste pensamento: “Se na terra existir um inferno, pode-se encontrá-lo no coração de um homem triste”. TEMA 2: A amizade A ideia central é este pensamento de Kant: “A amizade é como um bom café: uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primitivo sabor”. (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 10 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL O DISCURSO E SUAS PARTES Introdução Preparação – Exposição Confirmação – Assunto Central Conclusão REAÇÕES DO AUDITÓRIO O auditório sempre tomará uma posição reativa em relação ao orador, podendo se comportar distintamente: - Passivo; - Neutro; - Ativo: favorável ou desfavorável INTRODUÇÃO É na introdução que o orador habilmente deverá despertar o interesse dos ouvintes pela sua pessoa e pelo tema a ser apresentado. Se obtiver êxito na introdução, conquistando de forma simpática a plateia, terá meio caminho andado e condições de chegar ao sucesso. No entanto, se a introdução não for rigorosamente elaborada, treinada e convincente, no sentido de criar uma expectativa com relação à comunicação que será feita, poderá o orador apenas exercer a falação, mas nunca a comunicação propriamente dita. Uma vez que sem benevolência da plateia e o seu envolvimento, o que estará ocorrendo na verdade será a emissão de palavras, mas não a comunicação de uma mensagem. Se nesses momentos iniciais o orador alcançou o seu propósito, conseguindo “vender-se” bem, terá praticamente ganho o discurso. Entendamos como “vender-se” bem, a conquista da simpatia, benevolência e a confiança daqueles que irão receber a comunicação. É preciso eleger a arte da fala como uma missão, servindo as pessoas, para isso o orador precisará: Comprar a si mesmo; Comprar a ideia; Comprar o auditório; Comprar o motivo. OBJETIVO DA INTRODUÇÃO É a introdução a parte do discurso, onde o orador tem sob sua responsabilidade o despertar dos ouvintes para sua comunicação. Cícero definiu o exórdio como sendo “A oração que prepara o ânimo do ouvinte para receber o restante do discurso”. (De Oratore-II-19). Portanto, a introdução tem o objetivo de tornar o auditório benévolo, atento e dócil. A benevolência do auditório pode ser conseguida: Pela pessoa do orador: pela sua modéstia, dignidade, delicadeza e competência; Pelo assunto do discurso: mostrando a sua importância e necessidade; (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 11 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Pela pessoa do adversário: respeitando-a, considerando-a de valor, exaltando-lhe as qualidades intelectuais e cívicas; Pelos ouvintes: tocando no mais sensível dos seus sentimentos, dizendo que se trata de um auditório inteligente, patriota, religioso, etc. FONTES DA INTRODUÇÃO Muitos não sabem como começar um discurso. Essa dificuldade prejudica a conquista do auditório e empobrece a autoridade do orador. São várias as circunstâncias que podem ser aproveitadas: Circunstância de pessoa; Circunstância de lugar; Circunstância de tempo. PREPARAÇÃO Serve a preparação para que o orador faça a apresentação pura e simples, com clareza e objetividade, informando ao auditório o objeto do discurso. Neste ponto, o orador deverá ser seguro e preciso, não deixando pairar dúvidas sobre a mensagem. A preparação deverá ser interessante e motivadora, despertando curiosidade e gerandoatenção dos ouvintes. Compõe a preparação: - Proposição; - Narração; - Divisão. PROPOSIÇÃO Indica, de maneira breve e clara, o assunto a ser comunicado. Podemos dizer que é o próprio discurso em miniatura. A proposição é uma continuação da introdução, intimamente ligadas. Sempre que o orador for expor um tema difícil, ou que saiba, antecipadamente, que o auditório estará resistente ou até mesmo contrário às ideias que serão expostas, é aconselhável que não entre direto no assunto, mas aos poucos, fazendo uso da proposição. Qualidades da Proposição: - Unidade; - Clareza; - Breve; - Fecunda; - Entusiástica. A NARRAÇÃO A narração é a exposição testemunhal dos fatos, onde tem o objetivo de favorecer o entendimento dos ouvintes, comovendo e convencendo-os com bases no conteúdo principal do discurso. Para tanto, deverá observar a existência de verossimilhança, na apresentação das informações, sejam elas decorrentes de pesquisas, elementos históricos, descobertas científicas ou situações que tenham uma ligação direta com o tema principal que será abordado. O orador, ao narrar os fatos, deverá ter em mente que a plateia atentará para a imagem que faz a seu respeito. Havendo contradição, tanto dos fatos, quanto da pessoa do orador, os ouvintes não acreditarão na mensagem. (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 12 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Pe. Vieira, analisando a forma de pregar dos padres, chama a atenção para o perigo da contradição: “Sabem, padres pregadores, por que fazem pouco abalo os nossos sermões? - Porque não pregamos aos olhos, pregamos só aos ouvido. Por que convertia o Batista tantos pecadores? – Porque assim como as suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos olhos”. A DIVISÃO A divisão será necessária sempre que a proposição requerer vários objetivos a serem atingidos. Ela funciona como método, orientando para as etapas do discurso, com o propósito de facilitar o entendimento da mensagem. Objetivos da divisão: - Dar mais clareza e ordem ao discurso. - Evitar o tédio, prendendo a atenção do auditório. - Evitar que o orador se perca. ASSUNTO CENTRAL CONFIRMAÇÃO A confirmação é a parte mais importante da peça oratória. É o próprio discurso. Nesta parte, o orador defenderá, com argumentos verdadeiros e convincentes, suas ideias. Confirmará ou justificará seu ponto de vista; é o momento da prova. A confirmação exige disciplina e lógica. Requer ainda, do orador, pleno conhecimento sobre a matéria. Aqui, a somatória dos recursos que sustentam a oratória como: inteligência do orador, estudo, criatividade, entusiasmo, clareza e emoção, serão fundamentais para que a plateia se convença sobre a matéria exposta. A confirmação requer do orador um cuidado especial com relação à plateia, a fim de que consiga atender plenamente a expectativa dos ouvintes. Não basta simplesmente ter um assunto para comunicar; será necessário trabalhar o assunto, conhecer a plateia, seu ambiente, nível social e suas expectativas, de tal forma que o assunto será estruturado para atender a realidade do público. Poderá ainda, ser comunicado dentro de um fim geral ou especificado. Para tanto, é preciso decompô-lo. ESTRUTURAÇÃO DO DISCURSO a) Tema: O que será comunicado? b) Público: A quem comunicará? c) Metas: Porque comunicará? d) Estratégia: Como comunicará? e) Meta do Orador: O que quero com o discurso: f) Auditório: Por que devem me ouvir? g) Vantagem para o auditório: Oferecer soluções, vantagens,... h) Momento: Quando comunicará? i) Espaço: Onde comunicará? j) Tempo: Tempo destinado ao discurso (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 13 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ESQUEMA DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO Apresentação Assunto: Local: Requisitante: Motivo: Data: Objetivo da Palestra Resultados desejados: Análise do Público Dados demográficos: Recursos: Necessidade: Crença: Quantidade estimada: Problemas/Dificuldades: Motivação: Recursos Sala e organização: Recursos motivacionais: Equipamentos: Apoio: Outros: Elaboração: Fonte De Pesquisa Conhecimento: Biblioteca: Internet: Relatórios, estudos, fatos, estatísticas, etc: Entrevistas: Objeções Dificuldades, resistência do público: Possíveis perguntas: Possíveis respostas: (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 14 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL A REFUTAÇÃO A refutação tem por objetivo reafirmar o que foi apresentado pelo orador, defendendo e confirmando seus argumentos em resposta às objeções apresentadas pelo auditório. É natural que durante a exposição do tema ocorram objeções e o orador deverá se antecipar, prevendo, já na elaboração do discurso, quais as objeções poderão ser apresentadas contradizendo suas afirmações. CONCLUSÃO A conclusão não é a parte que mais exige do orador, porém, requer um cuidado todo especial para que possa marcar definitivamente a importância da sua mensagem. Cuidado, inteligência, atenção e habilidade serão importantes para finalizar o discurso. É o ponto alto da mensagem afim de que o objetivo seja atingido. O orador deverá concluir com vibração, entusiasmo, dando ênfase às palavras finais. Recapitulação Recapitular os argumentos apresentados, de forma sucinta. Se possível em uma única expressão. O orador deverá fazer uma espécie de recordação, mas de forma que dê vida, a fim de levar os ouvintes a se convencerem definitivamente sobre a importância da sua fala. Características: a. Brevidade; b. Variedade; c. Clareza; d. Arte; e. Reflexiva; f. Fazer uma citação; g. Apelar para a ação; h. Elogiar o auditório; i. Aproveitar um fato bem-humorado, uma história, circunstância; j. Objetividade. (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 15 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ESQUEMA RETÓRICO (Roteiro do discurso) I N T R O D U Ç Ã O VOCATIVO (Apresentação pessoal): CONQUISTAR A BENEVOLÊNCIA: (O que direi para conquistar ou elogiar os ouvintes – para parabenizar ou destacar aspectos importantes da plateia para que me aceitem. Ser simpático) P R E P A R A Ç Ã O PROPOSIÇÃO (TEMA): (Título ou uma sentença que contribua para o entendimento da minha mensagem – proposta) IMPORTÂNCIA: (Gerar expectativa nos ouvintes. Por que devem me ouvir? O que ganharão ao me ouvir? Apresentar solução para que me ouçam com atenção e envolvimento) DIVISÃO: (Etapas do discurso) a) b) c) A S S U N T O C E N T R A L CONFIRMAÇÃO/ARGUMENTAÇÃO: (Tópicos fortes que devo abordar no meu discurso. Pontos que quero destacar na mensagem – objetivo principal do discurso, centralidade) A: B: C: PALAVRAS-CHAVES DO DISCURSO: (Palavras que evidenciam a prioridade da mensagem. Palavras que quero dar destaque dentro do objetivo proposto) ANTECIPAÇÃO: (Prever possíveis objeções ou perguntas feitas pela plateia) C O N C L U S Ã O REAFIRMAÇÃO: (Breve resumo da parte mais importantedo discurso; o que quero que fique gravado na mente dos ouvintes) CITAÇÃO: (Bíblia, livros, fato bem-humorado, etc.) (AGRADECER: ENCERRAR DE MANEIRA ELEGANTE E BRILHANTE – ELOGIAR/PARABENIZAR) (14) 3882-3595 www.icpcursos.com.br Curso de Oratória - FSP Prof. João Elias 16 INSTITUTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ETAPAS PARA UMA BOA APRESENTAÇÃO ETAPAS DESCRIÇÃO 1º Vocativo Apresentação pessoal: Cumprimentar, dizer o nome, breve currículo. 2º Conquistar a benevolência Ser simpático(a) com a plateia, valorizá-la, reconhecendo seus pontos fortes que, certamente, a sensibilizará. Como apoio, poderá identificar motivos verdadeiros para parabenizá-la, elogiando-a e destacando aspectos importantes relativos a circunstâncias de pessoa, lugar e tempo. Não exagere, utilizando tudo ao mesmo tempo. Seja equilibrado e autêntico. 3º Proposição É chegado o momento de dizer à plateia o que pretende comunicar. De maneira clara e objetiva diga a sua proposta relativa ao tema. Preferencialmente, reduza a uma sentença. 4º Importância Qual a importância da sua palestra para os ouvintes? Identifique motivos que justifiquem a importância do tema, gerando expectativa nos ouvintes. Para facilitar sua elaboração, responda às perguntas: Por que devem me ouvir? O que ganharão ao me ouvir? Que soluções apresentarei? Este é o momento de conquistar a atenção e o envolvimento. 5º Divisão Se necessário, para facilitar o entendimento e acompanhamento da plateia e, ao mesmo tempo ajudá-lo no desenvolvimento do tema, anuncie em quantas partes dividirá sua palestra. 6º Confirmação/ argumentação É neste momento que você ministrará a palestra propriamente dita. Lembre-se de cumprir o que prometeu na proposição, importância e divisão. 7º Palavras- chave Lembre-se de identificar e dizer à plateia as palavras que marcarão a importância do tema. Sobretudo aquilo que você quer que ela leve como mensagem central. 8º Antecipação Lembre-se de se preparar para possíveis objeções da plateia, como respostas para perguntas que poderão surgir no decorrer da sua fala. 9º Reafirmação Ao se aproximar do término da palestra, faça um resumo dos pontos mais importantes que você apresentou, para que a plateia registre em sua memória a centralidade, ou seja, o que foi mais importante no decorrer da sua apresentação. 10º Citação Para dar o brilho final à sua palestra, termine com uma citação, uma metáfora, algo que fortaleça a mensagem comunicada. Utilize a Bíblia, livros, um fato bem humorado, etc. 11º Finalização Encerre de maneira elegante e brilhante.Agradeça a plateia e, de maneira entusiasta, elogie e parabenize a participação de todos. A SUA CONVICÇÃO, ENTUSIASMO E EMOÇÃO SERÁ O COMBUSTÍVEL PARA ENVOLVER A TODOS.
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