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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Jurisdição é um direito fundamental do cidadão da qual não se pode abrir mão. Não se nega o caráter de poder-dever estatal. A ação É A INVOCAÇÃO necessária pra obtenção desse direito fundamental (jurisdição) e decorre do princípio da necessidade do processo em relação a pena, pois como visto não há pena sem processo anterior. LOGO – AÇÃO, JURISDIÇÃO E PROCESSO formam o núcleo de direitos fundamentais que impedem a aplicação imediata e legítima da pena.
A COMPETÊNCIA ao mesmo tempo em que limita o poder, cria condições de eficácia para a garantia da jurisdição (juiz natural e imparcial)
A JURISDIÇÃO PENAL ORDINÁRIA se articula em uma multiplicidade de órgãos, devendo se verificar a repartição de tarefas judiciárias.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO PENAL
Princípio da Inércia do Julgador – a inércia da jurisdição significa que o poder somente poderá ser exercido pelo juiz mediante prévia invocação. Vedada está a atuação ex officio do juiz. A jurisdição somente se põe em marcha quando houver uma prévia invocação – declaração petitória – feita por parte legitima. No que tange ao processo penal, a jurisdição somente pode ser exercida quando houver o exercício da pretensão acusatória, através da denúncia ou queixa-crime (se a iniciativa da ação penal for privada);
Revogado está o art. 26 do CPP, pois não existe mais processo penal iniciado por meio de prisão em flagrante ou mesmo portaria;
Princípio da Imparcialidade – O juiz deverá ser equidistante ao apreciar a lide penal, e se impor como diretor da lide. 
Princípio do Juiz Natural – Trata-se de um verdadeiro pressuposto para sua própria existência. Fundado no estado democrático de direito. Consiste no direito de cada cidadão tem de saber, de antemão, a autoridade que irá processá-lo e qual o juiz ou tribunal que irá julgá-lo, caso pratique uma conduta definida como crime no ordenamento jurídico-penal. O nascimento da garantia do juiz natural dá-se no momento da prática do delito e não no início do processo. Não se podem manipular os critérios de competência e tampouco definir posteriormente ao fato qual será o juiz da causa. Elementar que essa definição posterior afetaria, também, a garantia da imparcialidade do julgador. Seria o mesmo que criar TRIBUNAIS DE EXCEÇÃO (post factum)
Princípio da Indeclinabilidade da Jurisdição – O juiz natural jamais poderá declinar ou delegar a outro o exercício da sua jurisdição, até porque existe uma exclusividade desse poder, de modo a excluir a de todas as demais. 
A COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PENAL – a competência é um conjunto de regras que asseguram a eficácia da garantia da jurisdição e, especialmente, do juiz natural. Delimitando a jurisdição condiciona seu exercício
COMO REGRA, um juiz ou tribunal somente pode julgar um caso penal quando for competente em razão da matéria, pessoa e lugar. A competência em razão da matéria e pessoa é ABSOLUTA, ao passo que o critério local do crime SERIA RELATIVO.
Logo, a violação das regras de competência para MATÉRIA e PESSOA, por ser ABSOLUTA jamais se convalida (não há preclusão ou prorrogação de competência) e pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou tribunal, em qualquer fase do processo. 
Predomina a noção civilista na doutrina de que a competência em razão do lugar é RELATIVA. Desde a mera leitura do CPP, defendem que a incompetência em razão do lugar do crime deve ser arguida pelo réu no primeiro momento em que falar ao processo, sob pena de preclusão e prorrogação da competência do juiz (prorrogatio fori). O julgador que inicialmente era incompetente em razão do lugar, adquire competência pela preclusão da via impugnativa. Somente o réu pode alegar a incompetência em razão do lugar, pois o MInistério Público, ao eleger o local onde ofereceu a denúncia, fez sua opção, e, portanto, preclusa a via para ele. 
Desde logo advertimos que não existe nenhuma hierarquia ou ordem entre os incisos abaixo, e qualquer tentativa de extrair uma regra de aplicação a partir daí, esbarrará em trantas exceções que a regra se diluirá.:
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I - o lugar da infração: 
II - o domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração; 
IV - a distribuição; 
V - a conexão ou continência; 
VI - a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
Preferimos definir a competência a partir de três perguntas básicas, CONSIDERANDO a existência de...
1.- Justiças Especiais:
1.1 Justiça Militar
1.1.1 Justiça Militar Federal (Exército, Marinha, Aeronáutica)
1.1.2 Justiça Militar Estadual (PMERJ e CBMERJ)
1.2 Justiça Eleitoral
2 Justiças Comuns
2.1 Justiça Comum Federal
2.2 Justiça Comum Estadual
1ª) QUAL É A JUSTIÇA E ÓRGÃO COMPETENTE? Aqui se discutem os critérios relativos a MATÉRIA e PESSOA
Sempre para definição da JUSTIÇA competente, deve-se considerar a matéria em julgamento e começar a análise pela esfera mais restrita das Justiças Especiais (começando pela Justiça Militar Federal, depois, Estadual, e, por fim, a Eleitoral) para, por exclusão, chegar às JUSTIÇAS COMUNS (primeiro a Federal) para só então chegar à Justiça mais residual de todas a JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. Assim, um crime somente será de competência da Justiça Comum Estadual quando não for de competência de nenhuma das anteriores). 
Definida a JUSTIÇA, deve-se analisar ainda em qual será o nível da jurisdição que terá atuação originária, pois pode ocorrer que, por exemplo, em virtude do cargo que o réu ocupe, o processo já nasça no Tribunal de Justiça, no Superior Tribunal de Justiça ou mesmo no Supremo Tribunal Federal. 
Assim, para encontrar o órgão julgador, devemos considerar a existência dos seguintes níveis de jurisdição (JUSTIÇA COMUM)
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ
	
 TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DOS ESTADOS
(Segundo Grau de Justiça Federal) (Segundo Grau da Justiça Estadual)
Órgãos de 1º Grau da Justiça Federal Órgãos de 1º grau da Justiça Estadual
 Tribunal do Júri Tribunal do Júri
 Juiz Federal Juizes de Direito
 Juizados Especiais Criminais Juizados Especiais Criminais 
Algumas questões:
Um soldado do exército Brasileiro servindo no Batalhão Logistico do Gericinó subtrai do quartel um fuzil... Qual é a Justiça competente?
Um Juiz de Direito da 1ª. Vara Civel da Comarca de Mambucaba, comete peculato furto ao subtrair do gabinete de seu colega um laptop de última geração...
A presidente de uma seção eleitoral no dia das eleições políticas não se importando com a obstrução à votação, resolve abrir a seção duas horas depois como castigo a eleitores mal educados que estavam tumultuando a fila...
Um homem cometeu contravenção penal na cidade de Belford Roxo do Oeste (delito de menor potencial ofensivo)...
O gari DOROTEU matou seu colega de trabalho por causa de um carrinho velho de lixo...
O juiz trabalhista ALCINO da 24ª. Vara do Trabalho no Rio de Janeiro da 2ª. Região foi passar as férias na Bahia e lá estuprou a adolescente TABATA, de 15 anos de idade...
O Desembargador Federal Honório Justos cometeu PECULATO quando foi presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª. Região...
O sargento PM CIRINO, vulgo sargento matarrindo, foi preso porque cometeu FURTO de fuzil para abastecer o morro do Vidigal...

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