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Pedagogia 
 
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL 
 
Objetivos: Partindo do eixo temático do semestre que trata de “Temas Atuais em 
Educação”, propomos aos alunos discutir tais temas partindo de um texto sobre o 
diagnóstico da “Escola Paulo Freire”. 
 
Orientações: Você deverá ler com atenção o texto a seguir e responder com 
qualidade a cada pergunta vinculada a um eixo do semestre. Para cada pergunta 
utilize de 5 a 10 linhas. 
 
Texto: Diagnóstico da Escola “Paulo Freire” 
 
A escola “Paulo Freire” é uma escola pública com sede na zona urbana de um 
município com cerca de 200.000 habitantes. Está situada em um bairro periférico e 
atende a uma comunidade bastante diversificada. A escola teve um IDEB de 4,2, 
bastante baixo em relação a média do município, que foi de 5,0, o que tem 
preocupado muito os gestores e docentes da escola. 
A escola atende cerca de 600 alunos, divididos em 16 turmas que variam de 
30 a 35 alunos por turma. Os alunos são provenientes dos bairros próximos e de um 
assentamento urbano, situado a cerca de 500 metros da escola. A escola é bem 
assistida em termos de merenda escolar, tem várias famílias participando do 
Programa Bolsa Família, mas também tem alunos cujos pais têm emprego fixo, 
automóvel como meio de locomoção e outros bens. A escola funciona em três 
turnos, contemplando seis turmas no turno da manhã, sendo três turmas de quarto 
ano e três turmas de quinto ano; oito turmas no turno da tarde, contemplando três de 
primeiro ano, três de segundo ano e duas de terceiro ano do ensino fundamental de 
nove anos; e cinco turmas no turno noturno de Educação de Jovens e Adultos, 
sendo uma de alfabetização, uma de cada ano do ensino fundamental I. 
Disciplinas: Educação de Jovens e Adultos, Processos 
Escolares de Inclusão, Língua Brasileira de Sinais – 
LIBRAS, Projeto de Ensino em Educação e 
Seminário VIII. 
Semestre:
8º 
 
 
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No mesmo terreno da escola e sob a responsabilidade do diretor da escola P. 
D. C está um centro de Educação Infantil com um berçário que atende 12 crianças e 
outras cinco turmas que atende crianças de 2 a 5 anos, divididas por idade. 
Em termos de infraestrutura, a escola possui uma boa biblioteca com cerca de 
mais de 1000 títulos, uma cozinha industrial com capacidade para fornecer duas 
refeições por aluno em cada período, um setor de suporte técnico com uma 
variedade de materiais como mapas, filmes em DVD e VHS divididos em filmes de 
caráter didático produzidos pelo MEC e pela Secretaria Estadual de Educação e 
filmes de caráter comercial. Há uma infinidade de jogos matemáticos, dominós 
diversos, alfabeto móvel, bonecos de borracha com as várias partes do organismo 
humano que montam e desmontam, projetores de slides com slides de ciências e 
geografia, retroprojetor, datashow, 8 computadores disponíveis aos professores, 
aparelhos de DVD e televisores em cada sala de aula. Televisores estes aos quais 
se pode acoplar aparelhos com arquivos de computador (Pen Drive). Possui uma 
sala de laboratório de informática com 25 computadores, ligados à internet. A escola 
ainda possui refeitório, duas quadras descobertas e uma coberta, todas bastante 
danificadas por ações de vandalismo. A escola possui também sala de artes e 
outras duas salas destinadas ao reforço escolar de alunos com dificuldades do 
quarto e quinto ano, que são atendidos no contra turno da escolaridade, com 
capacidade para 12 alunos cada uma. 
Em termos de pessoal, a escola possui 12 professores efetivos para a 
Educação Infantil, 20 professores efetivos para o Ensino Fundamental e mais seis 
professores temporários que ocupam duas das três turmas de primeiro ano, uma 
turma de segundo ano, uma turma de quarto ano e as duas turmas de EJA. Todos 
os professores têm curso superior de licenciatura e mais de 70% tem pós-graduação 
em nível de especialização, sendo três professores já com formação em nível de 
mestrado. 
Os professores são admitidos por concurso público de provas e títulos e, 
quando há necessidade, os professores efetivos se candidatam às vagas de 
professores temporários, sendo classificados por tempo de serviço e pela nota que 
tiraram na última avaliação institucional. De acordo com sua classificação escolhem 
dentre as vagas e escolas disponíveis. Os vencimentos dos professores temporários 
 
 
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são calculados de acordo com os dias trabalhados, não obedecendo às leis que 
regulamentam o sistema de horas extras. Os diretores são eleitos pela comunidade 
interna e externa da escola dentre o quadro docente efetivo. Não há limites para 
reeleições, podendo um mesmo diretor ficar no cargo quantas vezes for eleito. 
A escola possui um Projeto Político Pedagógico, que foi escrito pela 
coordenadora, e contempla as dificuldades, os objetivos, a concepção que 
fundamenta as ações e as propostas pedagógicas de cada disciplina. No entanto, o 
projeto não contempla ações para melhorias dos problemas. 
Em termos pedagógicos a escola apresenta muitos problemas: muitos alunos 
do segundo ano ainda estão chegando ao final do ano nos níveis pré-silábico e 
silábico de escrita; os alunos do quarto e do quinto ano desconhecem mapas, muitos 
não conseguem formular um texto com o mínimo de coerência e coesão textual, os 
professores em geral trabalham de forma tradicional, com aulas expositivas, sem 
atividades que levem os alunos a um processo de reflexão e construção do 
conhecimento. Em Língua Portuguesa os procedimentos que prevalecem são leitura 
e interpretação de textos desvinculados da realidade dos alunos, cuja exploração se 
dá por meio de perguntas e respostas. Em Matemática os professores passam 
sempre os mesmos exercícios “leia e escreva os numerais”, “decomponha os 
numerais”, “arme e efetue” e “problemas” que apresentam situações simples em que 
o aluno tem apenas que identificar e aplicar o algoritmo solicitado para chegar à 
resposta. Em Ciências, História e Geografia as aulas se resumem a ler os textos dos 
livros com uma breve explicação da professora, seguida de resposta aos 
questionários que estão no livro. Muitas vezes, as professoras entregam folhas 
avulsas aos alunos para que nelas coloquem as respostas e fiquem valendo como 
instrumentos de avaliação. Dizem que este procedimento é para não perderem 
tempo com estes conteúdos, pois para elas “o importante é que os alunos saibam 
Português e Matemática”. Arte e educação aparece em alguns raros momentos e 
somente em atividades de desenhar (muitas vezes para ocupar o tempo das 
crianças). Educação Física é dada na forma de competições de futebol para os 
meninos e “Bola-queimada” para as meninas, nas quais a intervenção do professor é 
para manter a ordem apenas. Mesmo assim os alunos gostam muito. Os 
professores, com algumas exceções, não apresentam a prática do planejamento. O 
 
 
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principal problema apontado pelos professores é a indisciplina de alguns alunos, a 
baixa participação dos pais na escola e também alguns alunos que apresentam 
problemas de aprendizagem. Estes são, em geral, deixados de lado nas salas de 
aula. Há também alunos de inclusão, com deficiência visual, auditiva e física, aos 
quais os professores dizem não saber como trabalhar e como atendê-los em suas 
necessidades educativas. Os professores alegam que eles não conseguem 
acompanhar a turma e acabam ficando ainda mais excluídos na sala de aula e na 
escola. 
Na Educação Infantil, a realidade parece ser um tanto diferente, tanto que 
muitos pais, quando seus filhos completam a fase da Educação Infantil os mudam 
de escola. As professoras trabalham em duas com
as crianças menores e com as 
crianças maiores trabalham a professora regente e uma professora auxiliar que se 
divide entre três turmas. As professoras estão sempre criando atividades novas que 
levem as crianças à reflexão, à construção do conhecimento, usam o portfólio como 
forma de avaliação, apresentam planejamento que é acompanhado pela 
coordenadora da escola que acumula a função de direção também. As crianças são 
estimuladas ao conhecimento das letras desde os dois anos de idade e as turmas de 
cinco anos apresentam, em geral, crianças que já sabem ler palavras familiares e 
crianças que já conhecem todo o alfabeto, crianças que estão no nível pré-silábico 2, 
crianças no nível silábico e no nível intermediário. Há uma satisfação dos pais com o 
trabalho da Educação Infantil. 
Na EJA, os professores são temporários e, por isso, há uma rotatividade 
muito grande de professores. Em termos de metodologia muitos professores utilizam 
as mesmas atividades que usaram em turmas de crianças com os adultos. Os 
professores, por ficarem pouco tempo, conhecem pouco da realidade dos alunos e 
as atividades resumem-se a muitas cópias da lousa. Segundo as professoras, as 
turmas começaram com quase quarenta alunos e hoje tem menos de vinte em cada 
uma, sendo a evasão o principal problema apontado por elas. Há muitos alunos que 
aparentemente apresentam algum tipo de deficiência e por terem reprovado muitos 
anos a mesma série foram encaminhados para a EJA. 
 
Perguntas 
 
 
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1 A escola Paulo Freire trabalha com alunos de inclusão, sendo que os professores 
colocaram que existe uma grande dificuldade em trabalhar com esse público. 
Sabemos que a dificuldade existe e que todos os que trabalham com crianças em 
processo de inclusão são cotidianamente confrontados com questões relacionadas 
ao seu desenvolvimento. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente os 
reconhece como sujeitos de pleno direito postula sua “condição peculiar” de 
“pessoas em desenvolvimento” (CIRINO, 2001, p. 15). Assumir a diversidade no 
currículo escolar implica compreender que o processo de formação humana se 
realiza em um contexto histórico, social, cultural e político, e os alunos que 
apresentam necessidades educacionais requerem atenção individualizada, para que 
a inclusão se efetive no espaço escolar. Nesse sentido, trabalhe as medidas 
necessárias para que o processo de inclusão se efetive na escola Paulo Freire. 
 
2 Foi solicitado à equipe gestora da escola “Paulo Freire”, que a partir desse 
semestre também seja ofertado à população a Educação de Jovens e Adultos. Em 
termos pedagógicos a escola apresenta muitos problemas. Dentre eles destacamos 
que muitos alunos da Educação Básica, estão chegando ao final do ano nos níveis 
pré-silábico e silábico de escrita. Os alunos do quarto e do quinto ano desconhecem 
mapas, muitos não conseguem formular um texto com o mínimo de coerência e 
coesão textual. Os professores em geral trabalham de forma tradicional, com aulas 
expositivas, sem muitas atividades que possibilitem aos alunos um processo de 
reflexão e construção de seu próprio conhecimento. Seguindo esse contexto, qual 
deve ser a postura do professor que irá assumir a turma de Educação de Jovens e 
Adultos, no que se refere à legislação que trata sobre EJA, identidade do aluno da 
EJA, Experiência do aluno da EJA, Metodologia em sala de aula? 
 
3 No diagnóstico da escola “Paulo Freire” foram apresentados vários problemas no 
âmbito do ensino aprendizagem, inclusão, infraestrutura, dentre outros. Sabemos da 
necessidade do envolvimento dos agentes do processo educativo: família, 
comunidade, escola, professores, funcionários e alunos, além da equipe diretiva e 
pedagógica. Nesse sentido, torna-se necessário repensar o Projeto Político 
 
 
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Pedagógico, como um instrumento essencial para a superação desses problemas. 
Assim, explique como o Projeto Político Pedagógico – PPP pode auxiliar na 
superação das dificuldades relatadas no texto. 
 
4 Os estudos atuais de formação continuada de professores defendem que há 
necessidade de se contemplar a realidade do professor e discutir a formação a partir 
do seu contexto de trabalho, ou seja, o espaço escolar. Sabemos da importância da 
formação continuada no processo de superação das dificuldades relatadas no texto. 
Nesse sentido, explique como a formação continuada pode contribuir para a 
melhoria do processo de ensino e aprendizagem na Escola Paulo Freire. 
 
Um excelente trabalho! 
Professores do Semestre