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Avaliação de RX em clinica odontologicas

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PROGRAMA PARA AVALIAÇÃO E CONTROLE DA
UTILIZAÇÃO DE RAIOS X EM CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS
O. D. Barbosa, P. M. Gewehr
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial (CPGEI)
Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR)
Av. 7 de Setembro, 3165 - 80.230-901 - Curitiba - PR - Brasil
Fone (+55) (41) 310-4692, Fax (+55) (41) 310-4683
otilia@cpgei.cefetpr.br,
RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa
diagnóstico e um programa aplicativo baseados na
Portaria n.º 453 do Ministério da Saúde do Brasil de 1º
de junho de 1998 que trata da utilização de raios X
odontológicos em medicina e odontologia.
A pesquisa diagnóstico foi realizada para avaliar quais
requisitos da Portaria estavam sendo atendidos nos
consultórios odontológicos do Sul do país e quais as
dúvidas e dificuldades mais freqüentes.
O aplicativo foi desenvolvido para que os cirurgiões-
dentistas possam registrar informações sobre os
equipamentos, os pacientes e os próprios profissionais e
avaliar se seus consultórios estão atendendo os
requisitos da Portaria.
Para ilustrar a utilização do programa, alguns testes de
desempenho de equipamento de raios X foram
realizados de acordo com a Portaria e alguns
formulários do programa são apresentadas. Um sítio
para a Internet foi também construído com o intuito de
fornecer informações atualizadas aos profissionais.
Palavras chave: Controle em Radiologia, Supervisão
por Software, Radiologia Odontológica
1. INTRODUÇÃO
Por ser uma técnica relativamente de baixo custo, os
raios X ainda são uma das ferramentas mais utilizadas
no auxílio ao diagnóstico. As mais variadas
especialidades da odontologia, como a Endodontia,
Implantologia e Periodontia, fazem uso dos raios X
para diagnósticos mais precisos e detalhados, que
atingem uma profundidade que um exame visual não
conseguiria atingir.
Para o cirurgião-dentista, faz parte do protocolo diário
em sua clínica ter, de qualquer paciente, além da
história e exame clínico, radiografias de todos os
dentes. O emprego do exame radiográfico tem lugar no
planejamento de qualquer manobra clínica pré, trans e
pós-operatória. As radiografias tiradas em diferentes
datas dão a retrospectiva do caso e a evolução ou
estagnação da doença. Esta história será tanto mais
rica quanto mais informações forem obtidas [5].
A aplicação dos raios X com o intuito de descobrir,
confirmar, localizar, definir, classificar uma lesão e
possibilitar um diagnóstico precoce no campo da
odontologia e medicina, torna o exame radiográfico um
método muito utilizado, a ponto de ser a causa mais
importante de exposição humana à radiação de fontes
artificiais [4].
A radiografia é sem dúvida uma ferramenta valiosa no
diagnóstico em odontologia, se os exames forem
realizados com indicações corretas, executados
propriamente e se a informação for cuidadosamente
interpretada [1]. Entretanto, diversos trabalhos têm
mostrado o desempenho ineficiente de equipamentos de
raios X odontológicos no Brasil, o que causa
principalmente imagens de baixa qualidade diagnóstica
e altas doses de radiação por exame.
Com o objetivo de exigir cuidados com o
funcionamento dos equipamentos e com procedimentos
radiológicos, o Ministério da Saúde apresentou em
1997 uma consulta pública através da Secretaria
Nacional de Vigilância Sanitária. A pesquisa foi
intitulada Diretrizes de Proteção Radiológica em
Diagnóstico Médico e Odontológico e em 1998 a
Portaria n.º 453 [3] foi publicada, com o mesmo título
utilizado na consulta pública.
A Portaria considera a crescente demanda na utilização
das radiações ionizantes na Medicina e Odontologia no
país, os riscos inerentes ao uso das radiações ionizantes
e a necessidade de se estabelecer uma política de
proteção radiológica na área de radiodiagnóstico. Essa
Portaria preocupa-se com a necessidade de garantir a
qualidade nos serviços de radiodiagnóstico prestados à
população, assim como assegurar os requisitos mínimos
de proteção radiológica aos profissionais da área de
saúde [3]. A Portaria, entretanto, não define
procedimentos práticos para a implantação dos
requisitos necessários.
Em síntese, a Portaria n° 453 exige que:
- Os serviços de radiologia façam o controle dos
equipamentos e das radiações de forma
metrologicamente correta, e que o paciente e o
profissional envolvido recebam uma dose de radiação
de magnitude conhecida e;
- Os serviços mantenham um sistema de registro de
todos os procedimentos realizados de forma mais
completa possível e de maneira que possam ser
investigados.
A Portaria n.º 453 do Ministério da Saúde determina a
obrigatoriedade de um programa de controle de
qualidade em radiodiagnóstico. O programa deve ser
implementado com os objetivos de: realizar testes de
constância para verificar as características técnicas e
requisitos de desempenho dos equipamentos de raios X
e; evitar que os equipamentos sejam operados fora das
condições exigidas pelo regulamento, entre outros.
Xioma Rojas
Memorias II Congreso Latinoamericano de Ingeniería Biomédica, Habana 2001, Mayo 23 al 25, 2001, La Habana, Cuba
Xioma Rojas
950-7132-57-5 (c) 2001, Sociedad Cubana de Bioingeniería, artículo 00371
2. MEDODOLOGIA
Com a finalidade de se obter subsídios e um diagnóstico
prático para a implementação de um programa de
controle, como sugerido pela Portaria do Ministério da
Saúde, foi realizada uma pesquisa diagnóstico aplicada
a 100 cirurgiões-dentistas dos estados do Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul [2]. A pesquisa foi
realizada para avaliar de forma objetiva e simplificada
quais requisitos da Portaria estão sendo atendidos pelos
cirurgiões-dentistas e quais as dúvidas e dificuldades
mais freqüentes entre os profissionais.
Através da análise dos formulários preenchidos, pôde-
se avaliar a situação dos consultórios e chegar a
algumas conclusões visando a implementação do
programa.
Na atualidade, muitos dos requisitos da Portaria n.º 453
para adequação e implantação de serviços de raios X
em consultórios odontológicos não estão sendo exigidos
pelas autoridades sanitárias. Verificou-se, com os
resultados da pesquisa, que existem deficiências de
conhecimentos quanto a procedimentos para proteção
do paciente e do profissional.
Assim, com o objetivo de se melhorar esses aspectos e
de contribuir para o aprimoramento dos serviços de
saúde, desenvolveu-se um programa abrangente para
avaliar e controlar o funcionamento dos serviços de
radiodiagnóstico em clínicas odontológicas, de acordo
com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da
Saúde, além de auxiliar os profissionais, informando e
ajudando na adequação dos consultórios aos requisitos
da Portaria.
3. RESULTADOS
Entre os resultados da pesquisa diagnóstico [2], alguns
merecem ser destacados, como apresentado a seguir.
Por exemplo, constatou-se que a maior parte dos
cirurgiões-dentistas possui avental plumbífero para
proteção do paciente, mas 58% não possui o protetor de
tireóide. Uma minoria (3%) não possui esses
equipamentos de proteção, que devem ser utilizados
durante os procedimentos radiográficos diminuindo a
exposição desnecessária do paciente.
Entre os entrevistados, 62% utilizam a técnica do
paralelismo, 64% utilizam posicionadores e 83%
utilizam prendedores de filme e de bite-wing para que o
paciente não precise segurar o filme durante a
realização do exame, conforme sugerido pela Portaria
em seu item 5.8. Porém, mais de 60% deles utilizam a
técnica da visualização para a revelação do filme. Esse
procedimento pode levar a um aumento do fog ou véu e
demonstra a falta de conhecimento e cuidado do
profissional.
Uma grande parte dos cirurgiões-dentistas (42%) já
receberam visitas da autoridade sanitária, porém a
maioria deles recebeu apenas uma visita realizada
quando da solicitação de abertura do consultório
odontológico. Apenas 10% recebem visitas periódicas
das autoridadessanitárias e 40% dos entrevistados
nunca tiveram seus equipamentos vistoriados pela
Vigilância Sanitária, nem realizaram levantamentos
radiométricos. Muitos dos cirurgiões-dentistas
desconhecem onde encontrar profissionais ou empresas
que realizam consultorias e levantamentos
radiométricos e evitam procurar a Vigilância Sanitária
receando talvez possíveis sanções.
Por fim, mais de 60% dos entrevistados não conhecem
o conteúdo da Portaria e não sabem como obtê-la, e
apenas 10% dos profissionais receberam informações a
respeito das modificações necessárias exigidas pelo
regulamento em publicações periódicas de odontologia.
A partir do suporte obtido com o estudo da Portaria e de
normas relacionadas e com os dados da pesquisa
diagnóstico elaborou-se o programa de controle
desenvolvido com recursos de informática e
denominado RadOdonto. O RadOdonto foi construído
utilizando-se o Microsoft Access e o Microsoft Excel.
A figura 1 mostra a estrutura do menu com as opções:
Editar, com funções conhecidas pelos usuários de
programas; Pacientes, que permite o acesso ao cadastro
de pacientes e ao histórico de exames realizados pelo
paciente; Tabelas, Empresas/Instituições; Vigilância
Sanitária, que apresenta questionários para a avaliação
do consultório e a Portaria em forma de hipertexto;
Controle Metrológico, para o registro de informações
sobre os equipamentos e da dosimetria das pessoas
expostas ocupacionalmente; Relatórios e ajuda (?).
Menu Principal
Editar
Desfazer
Recortar
Copiar
Colar
Pacientes
Pacientes
Assentamentos
Tabelas
Cidades
Equipamentos
Corpo Clínico
Usuários
Exames
Regiões
Empresas/
Instituições
Vigilância
Sanitária
Portaria 453
Requisitos Gerais
Req. Específicos
Controle
Metrológico
Caixa Reveladora
Equipamento
Dosimetria
Relatórios
Histórico de Pacientes
Empresas/Instituições
Requisitos Gerais
Req. Específicos
Caixa Reveladora
Aval. Equipamentos
Dosimetria
?
Fig. 1 - Menu principal do programa com suas opções.
O programa desenvolvido permite que o cirurgião-
dentista realize os assentamentos requeridos pela
Portaria n.º 453 referentes aos pacientes e aos
profissionais que trabalham no consultório. O programa
também permite que o profissional avalie se as
características e procedimentos do consultório estão de
acordo com os requisitos do regulamento. Essa
avaliação é realizada através de questionários incluídos
no aplicativo e dos relatórios gerados a partir das
respostas. Se houver dúvidas sobre as questões é
possível consultar o regulamento no formato de
hipertexto, dentro do programa. A figura 2 mostra um
dos questionários contidos no programa, com a escolha
fictícia do item Não sei como resposta.
Caso o cirurgião-dentista conclua, com o auxílio do
aplicativo, que algo não está de acordo com o
regulamento em seu consultório, o programa auxilia o
profissional a encontrar empresas prestadoras de
serviços. O aplicativo também permite o registro de
avaliações técnicas e dosimétricas realizadas por
empresas especializadas no equipamento de raios X e
caixa reveladora. É possível obter-se os resultados dos
cálculos de erro imediatamente após a digitação dos
valores medidos nos equipamentos, possibilitando a
tomada imediata de ações corretivas. A figura 3 mostra
o formulário para registro de algumas dessas
informações juntamente com os resultados das medidas
realizadas em um consultório odontológico, a título de
exemplo.
4. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
Inicialmente, a pesquisa diagnóstico mostrou uma
realidade existente na radiologia odontológica, onde as
autoridades sanitárias ainda não estão exigindo todos os
requisitos da Portaria, os profissionais ainda
desconhecem todas suas obrigações e continuam tendo
pouco acesso às informações. Pôde-se identificar,
durante a realização das entrevistas, a dificuldade por
parte dos profissionais em encontrar informações sobre
a Portaria n.º 453 e sobre procedimentos de proteção
radiológica. Assim, também como contribuição deste
trabalho, surgiu a idéia da construção de um sítio para
Internet com informações atualizadas e decidiu-se pela
sua implementação no endereço
http://www.cpgei.cefetpr.br/~otilia.
O aplicativo desenvolvido permite o assentamento das
informações e a emissão de relatórios requeridos pelo
Ministério da Saúde formatados para atender à Portaria.
A pesquisa e comparação dos resultados é realizada de
maneira organizada, criteriosa e rápida, e a
apresentação dos resultados é feita de forma a permitir
uma compreensão imediata dos dados. As informações
registradas no programa permitirão a criação de um
banco de dados com o histórico dos exames de raios X
realizados pelo paciente.
Os questionários para avaliação dos requisitos da
Portaria permitem que o cirurgião-dentista faça uma
avaliação de seu consultório de maneira simplificada.
Ao encontrar dúvidas o profissional pode realizar
consultas à Portaria que está incluída no próprio
programa. O programa também emite relatórios com os
itens que devem ser providenciados e permite que o
cirurgião-dentista analise a necessidade de contratação
de uma empresa para realizar as demais avaliações em
equipamentos.
O cadastro de empresas contido no programa permite
que o cirurgião-dentista encontre os profissionais de
acordo com as suas necessidades. O RadOdonto ainda
permite que o cadastro seja atualizado pelo usuário do
programa aplicativo, acrescentando empresas ou
alterando dados cadastrais, como telefones.
O programa informatizado pode ser modificado e
adaptado, podendo ser personalizado segundo as
necessidades específicas dos consultórios
odontológicos. No momento, o programa não conta
com recursos para o funcionamento administrativo e
financeiro do consultório, nem registra outras
informações sobre o paciente como a anamnese. Porém,
outros módulos podem ser adaptados aos já existentes,
permitindo que o programa realize todo o controle
necessário do consultório.
O aplicativo pode ser utilizado por qualquer
profissional com conhecimentos mínimos de
informática. Procurou-se aplicar no programa a
padronização de formatos e procedimentos com a qual
os usuários do Microsoft Windows estão acostumados a
utilizar em programas aplicativos, facilitando assim sua
utilização. Também procurou-se utilizar conceitos com
conforto, segurança e eficiência durante sua construção,
para permitir que os profissionais pudessem utilizá-lo
da melhor forma possível.
Atualmente está-se procurando distribuir o aplicativo
para alguns cirurgiões-dentistas para haver uma maior
realimentação com críticas e sugestões adicionais.
AGRADECIMENTOS
O. D. Barbosa agradece à CAPES do Ministério da
Educação do Brasil, de cujo programa é bolsista.
REFERÊNCIAS
[1] L. C. Alvares and O. Tavano, "Curso de radiologia em
odontologia", 4 ed. São Paulo : Editora Santos, 1998.
[2] O. D. Barbosa and P. M. Gewehr, "Resultados preliminares
da avaliação de serviços de raios X em consultórios
odontológicos", XVII Congresso Brasileiro de Engenharia
Biomédica (set. 2000 : Florianópolis-SC). p. 414-417.
[3] Brasil, "Portaria 453, de 01 de junho de 1998. Diretrizes de
proteção radiológica e radiodiagnóstico médico e odontológico",
Secretaria da Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde. Brasília,
1998.
[4] ICRP 60. International Commission on Radiological
Protection. "Recommendations of the International Commission
on Radiological Protection", Oxford : Pergamon Press, 1991.
[5] E. Rosenthal, Cem Anos da descoberta dos raios X", São
Paulo : Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo
- IMOSP, 1995.
Fig. 3: Guia Geral do formulário para avaliação do equipamento de raios X.
Fig. 2 - Formulário com o questionário de Requisitos Específicos para Radiologia Odontológica.
PROGRAM FOR THE EVALUATION AND CONTROL OF
THE USE OF X-RAYS IN DENTAL CLINICS
ABSTRACT
This work presents the results ofa radiologic survey and the development of a software according to the
guidelines established by the Brazilian Health Ministry in its Directive 453 of 1998. This directive is
concerning about the use of diagnostic X-rays in medicine and dentistry. The radiologic survey was
developed in the South region of Brazil in order to evaluate the requirements of the guidelines that were being
taken into account in the dental clinics and to identify the more frequent doubts and difficulties of the dentists.
The developed software can be used by dentists to evaluate their clinics, to register information about
equipment and performance tests, patients and the professionals themselves according to the established
guidelines. As an example of the use of the program, some required tests for X-ray equipment according to
the guidelines were carried out and the results are presented. Also, an Internet site was built in order to
provide updated information for the professionals.

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