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Interações medicamentosas potenciais em pacientes com doença renal crônica
A doença renal crônica representa, atualmente, um importante problema de saúde pública no Brasil. Quase um milhão de brasileiros sofrem de problemas renais e 70% não são diagnosticados. Um dos objetivos mais importantes do tratamento da doença é retardar a progressão da enfermidade, através do tratamento específico das doenças de base que constituem o seu diagnóstico etiológico (Romão Júnior, 2004). A não adesão à terapia farmacológica permanece como uma importante barreira à obtenção dos resultados no tratamento.
 Interações medicamentosas são frequentes na prática clínica e estão diretamente relacionadas a fatores como polifarmácia, idade avançada e deficiência na metabolização e excreção de fármacos. Indivíduos com doença renal crônica comumente utilizam diversas classes de medicamentos, constituindo um importante grupo de risco para Interação. 
Na prática clínica, é comum a associação concomitante de múltiplos fármacos para o tratamento de patologias crônicas. Essas associações podem gerar interações medicamentosas, cujos efeitos podem ser benéficos e até certo ponto esperados, porém, em outros casos, podem gerar resultados indesejáveis, que vão desde a ineficácia do tratamento até eventos adversos graves. É importante destacar que a interação medicamentosa configura-se como uma causa de problema relacionado ao medicamento, que, quando manifestada, tem impactos negativos sobre a morbidade, a mortalidade, o tempo de hospitalização, a qualidade de vida e os custos em saúde.
Apesar da escassez de relatos de interações medicamentosas clinicamente evidentes, o conhecimento das propriedades farmacodinâmicas e farmacocinéticas das diferentes medicações aponta para o risco potencial de sua ocorrência. Ao se avaliar a possibilidade de interação medicamentosa, deve-se atentar para fatores determinantes de sua ocorrência, tais como a natureza química do fármaco, o número de medicamentos utilizados, a idade avançada e a presença de hepatopatias e de nefropatias.
Os rins constituem órgãos essenciais à manutenção da homeostase do corpo humano, com funções regulatórias, excretórias e endócrinas. Dessa forma, a redução progressiva da taxa de filtração glomerular (TFG) e/ou perda das funções renais observadas na doença renal crônica comprometem toda a homeostase do organismo. Os diagnósticos etiológicos da doença renal crônicos mais frequentemente encontrados são a hipertensão arterial sistêmica (HAS), seguida por diabetes mellitus (DM) e alto risco para interações medicamentosas potencialmente graves, por serem predominantemente idosos, hipertensos, diabéticos e por apresentarem dificuldade de excreção renal de fármacos. 
Em analise a um banco de dados de prescrições médicas de indivíduos com doença renal crônica, em tratamento conservador, a coleta de dados é composta de duas fases. Na primeira, consulta-se o prontuário eletrônico de cada paciente, contendo as variáveis demográficas e clínicas; e de prescrições médicas, constituída da variável nome do medicamento, pela Denominação Comum Brasileira (DCB) e Classificação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). Dessa forma, traçado o perfil farmacoterapêutico dos indivíduos atendidos no ambulatório. Na segunda fase, identificam-se as possíveis interações medicamentosas levando em consideração que um software fornece a descrição da interação medicamentosa por dupla de medicamentos, provável mecanismo de interação, documentação publicada no meio científico, efeito, gravidade e sugestão de manejo clínico. 
A análise descritiva dos dados foi feita utilizando-se as frequências, no caso das variáveis categóricas; e médias, medianas, desvios padrão e variância, no caso de variáveis quantitativas. A análise de regressão logística foi aplicada para determinar os fatores associados com as interações medicamentosas potenciais. A análise multivariada foi conduzida entre as variáveis que apresentaram associação significante. Os resultados foram expressos em odds ratio (OR) e o nível de significância adotado foi de 5%. 
Dessas prescrições, foram listados um total 10.023 medicamentos com 289 princípios ativos diferentes. A classe de medicamentos mais prescrita foi constituída de fármacos que atuam no sistema cardiovascular (5.772/57,6%), seguida de medicamentos com ação no trato alimentar e metabólico (1.647/16,4%) e no sangue e órgãos hematopoiéticos (1.088/10,9%). Os dez medicamentos mais prescritos foram: furosemida (8,4%), sinvastatina (7,1%), losartana potássica (7,1%), ácido acetilsalicílico (5,2%), captopril (4,7%), hidroclorotiazida (4,7%), omeprazol (4,5%), maleato de enalapril (4,1%), besilato de anlodipino (3,3%) e nifedipino (3,1%). 
Todavia, cerca de um quinto das interações medicamentosas apresentavam contraindicação formal ou gravidade maior. À análise de Interação medicamentosa de gravidade maior, merece destaque o bloqueio duplo do sistema renina angiotensina, que representou 22% das Interação medicamentosa de gravidade maior, além da prescrição de inibidores do sistema renina angiotensina com inibidor da xantina-oxidase (alopurinol). Os resultados demonstraram que o estágio avançado da doença renal crônica, a obesidade, o diagnóstico de DM e HAS, foram os principais fatores de risco determinantes para ocorrência de Interação medicamentosa.
Foram avaliadas prescrições de 558 renais crônicos em tratamento conservador acompanhados em serviço de nefrologia no período de 1 ano. Interações medicamentosas potenciais foram detectadas em 418 pacientes, correspondendo a 74,9% das prescrições. No entanto, a maioria dos estudos envolve pacientes em estágios avançados da doença e em regime de hemodiálise. Quando se avaliam especificamente as Interações medicamentosas em pacientes ambulatoriais, sua prevalência é reconhecidamente elevada em diversas populações como idosos, indivíduos com doenças crônicas, indivíduos em tratamento oncológico, hepatopatas. Ao resultar de alterações da farmacocinética de medicamentos lipofílicos secundárias ao acúmulo de tecido adiposo, bem como da maior propensão ao uso de polifarmácia nessa população. No entanto, a avaliação desses mecanismos não foi objeto do presente estudo. Não obstante as limitações representadas pela realização do trabalho em um único centro de nefrologia, os resultados do presente estudo são promissores, revelando elevado potencial de interação medicamentosa clinicamente relevante. 
Os dados obtidos abrem a perspectiva para a otimização da terapia medicamentosa em renais crônicos com o objetivo de prevenir a incidência de PRMs. Indivíduos renais crônicos em tratamento conservador apresentam elevado percentual de Interação medicamentosa potencialmente graves. Há controvérsia em relação à potencialização dos efeitos anticoagulantes de alguns medicamentos, devido às discrepâncias entre estudos observacionais e os realizados em pacientes sadios. Nenhuma interação adversa foi confirmada em humanos. A menos que uma interação potencialmente lesiva ocorra é razoável. O fenômeno de interação fármaco-nutriente pode surgir antes ou durante a absorção gastrintestinal, durante a distribuição e armazenamento nos tecidos, no processo de biotransformação ou mesmo durante a excreção. Assim, é de importância fundamental conhecer os fármacos cuja velocidade de absorção e/ou quantidade absorvida podem ser afetadas na presença de alimentos, bem como aqueles que não são afetados. Por outro lado, muitos deles, incluindo antibióticos, antiácidos e laxativos podem causar má absorção de nutrientes. Portanto, o objetivo do presente artigo é apresentar uma revisão dos diversos aspectos envolvidos na interação fármaco-nutriente.
As interações entre nutrientes e fármacos podem alterar a disponibilidade, a ação ou a toxicidade de uma destas substâncias ou de ambas. Elas podem ser físico-químicas, fisiológicas e patofisiológicas. Interações físico-químicas são caracterizadas por complexações entre componentes alimentares e os fármacos. As fisiológicas incluemas modificações induzidas por medicamentos no apetite, digestão, esvaziamento gástrico, biotransformação e clearance renal. As patofisiológicas ocorrem quando os fármacos prejudicam a absorção e/ou inibição do processo metabólico de nutrientes.
O consumo de alimentos com medicamentos pode ter efeito marcante sobre a velocidade e extensão de sua absorção. A administração de medicamentos com as refeições, segundo aqueles que a recomendam, se faz por três razões fundamentais: possibilidade de aumento da sua absorção; redução do efeito irritante de alguns fármacos sobre a mucosa gastrintestinal; e uso como auxiliar no cumprimento da terapia, associando sua ingestão com uma atividade relativamente fixa, como as principais refeições. Os fatores significativamente associados com maior conhecimento sobre os medicamentos foram: sexo feminino; idade até 50 anos; não ser chefe de família; escolaridade maior que o ensino fundamental; diagnóstico de doença renal crônica, há pelo menos 5 anos e acreditar já ter sofrido reação adversa a algum medicamento prescrito.
O presente trabalho sugere que os pacientes têm pouca informação sobre as reações adversas que os medicamentos podem lhes causar, possivelmente porque os profissionais de saúde envolvidos na assistência são receosos quanto a fornecer estas informações e assim desencorajar os indivíduos a aderir ao tratamento, o que demanda a um tratamento fármaco clinico intenso e colaborativo aliado ao nível de conhecimento sobre o tratamento farmacológico com nível de conhecimento sobre os medicamentos. Destaca-se a importância do farmacêutico, que seja reforçando com o paciente as orientações farmacológicas prescritas pelo medico após a consulta, seja monitorando a potencialidade de interação medicamentosas indesejáveis por meio de recursos e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. É de grande valia que os pacientes recebam cuidados farmacêuticos, pois necessitam de certas orientações para que possam conviver com essa doença da melhor forma possível, ate sua cura ou cuidados paliativos, orientações que consistem no auxilio no tratamento farmacológico, na prática de exercícios físicos ou uma alimentação equilibrada influenciando na rotina e no acompanhamento de um tratamento.

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