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CONSERVAÇÃO PESCADO Professora: Rosa Maria de Deus Disciplina: TPA Universidade de Brasília Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS Objetivos Inibir ou retardar o desenvolvimento microbiano e enzimático. Proteger e destruir os microrganismos. Prolongar o tempo de prateleira. Melhorar ou manter as características higiênicas e organolépticas. Aumentar o número de produtos disponíveis para a alimentação. PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS Métodos Químicos Cura, defumação, salga Métodos físicos Calor Pasteurização, esterilização Frio, Refrigeração, Congelação, Ultracongelação Fatores importantes para a conservação Temperatura (calor, frio) Oxigênio Adição de conservantes (sal, açúcar) Adição de gases, defumação Irradiação Desidratação Entre outros. CONSERVAÇÃO PELO USO DE PRODUTOS QUÍMICOS Sal–atua principalmente, diminuindo a quantidade de água no produto e inibido o desenvolvimento microbiano. Açúcar–o açúcar adicionado a alimentos fermentados age como preservativo. Nitrito–possui propriedades bacteriostáticas. Além do efeito preservativo, ele confere à carne curada, sua cor característica. Antioxidantes–retardam o aparecimento de alterações oxidativas nos alimentos. Estabilizantes –mantêm as características físicas das emulsões e suspensões. Pescado Composição pescado Componentes principais: Água, ptns e Lipídeos 75 a 80% água 15 a 24 % proteínas 2 a 36 % lipídeos Vitaminas A eD Minerais Ca e P Pescado Rendimento - depende do pescado e do tipo de corte parte comestível 47 a 60 % Valor nutritivo alto Fácil deterioração (autólise) enzimas do trato digestivo atacam paredes de órgãos formação substâncias com odor desagradável amolecimento da carne Contaminação: superfície do corpo, guelras e intestinos Achromobacter, Micrococcus, Flavobacterium, Pseudomonas Proteólise formação de trimetilamina – ação de enzimas microbianas Oxidação de gorduras Abate Água com gelo - choque térmico Descabeçamento Evisceração Filetagem A B C D E F A) Inteiro eviscerado B) Tronco C) Postas D) Filé E) Borboleta F) Espalmado Tipos de cortes Máquinas para corte de cabeça Pescado tipos PESCADO FRESCO – pescado dado ao consumo sem ter sofrido qualquer processo de conservação a não ser a ação do gelo PESCADO RESFRIADO – pescado devidamente acondicionado em gelo e mantido em temperatura entre - 0,50C a – 20C PESCADO CONGELADO – pescado tratado por processos adequados de conservação em temperaturas Fluxograma obtenção de filé Métodos de conservação Salga Etapas do Processamento Recepção Classificação Inspeção Pesagem Descamação Decapitação / evisceração / lavagem Peixes inteiros ou cortes Industrialização Controle de qualidade do pescado Características organolépticas (análise subjetiva) Análises físico-químicas e microbiológicas Métodos de conservação Esterilização (enlatados) Congelamento Reestruturação Salga Salga A salga é um dos mais tradicionais processos de conservação de alimentos. Sua aplicação em pescado vem desde as civilizações do antigo Egito e da Mesopotâmia, há 4.000 anos. Atualmente, este processo tem ampla aplicabilidade em diversos países, inclusive nos que se encontram em desenvolvimento, principalmente por razões econômicas, devido ao baixo custo de produção ou para atender o hábito do consumo. Salga O processo de salga baseia-se no princípio da desidratação osmótica. Os tecidos do peixe vivo atuam como membranas semipermeáveis e após a morte do animal, estas se tornam permeáveis, permitindo assim, a entrada do sal por difusão, à medida que ocorre a desidratação dos tecidos. Na salga, ocorre a remoção de água dos tecidos e a sua parcial substituição por sal, visando diminuir ou até mesmo impedir a decomposição do pescado, seja por autólise, seja pela ação dos microrganismos (OGAWA; MAIA, 1999). Salga O processo de salga aumenta o poder de conservação do pescado, havendo inibição da atividade enzimática, tanto de enzimas próprias do pescado como as produzidas por bactérias. Há uma redução no desenvolvimento de microrganismos aeróbicos, em face da diminuição da solubilidade do oxigênio na salmoura, ou pela desinfecção direta do produto com íons Cl- (Cloro). Porém, o princípio consiste na retirada de umidade do músculo do pescado paralelamente a entrada de sal Salga Seca adição de camadas de peixe e camadas de sal salmoura natural formada durante o processo é descartada a relação peso de sal por peso de pescado varia de 10% a 40% de sal tempo de cura varia de 2 a 20 dias após a salga o produto pode ser submetido a uma prensagem ou secagem é mais indicada para pescados magros, como o bacalhau e a merluza Salga seca Na salga seca uma quantidade de sal adequada é adicionada ao peixe. Deve haver um contato direto entre o sal e a matéria prima. Os peixes são empilhados de maneira homogênea, entre camadas abundantes de sal seco, para garantir que toda a sua superfície fique em contato com o sal. A salmoura que se forma durante o processo de salga deve ser drenada, é interessante que seja colocado um peso no alto da pilha de pescado para comprimir as camadas, facilitando assim a eliminação de água muscular, como demonstrado na figura a seguir. O método de salga seca apresenta a vantagem de favorecer uma maior desidratação do peixe, sendo então adequado para a obtenção de pescado desidratado (seco e/ou defumado). Todavia, caso este não seja bem manipulado, a penetração de sal se dá de maneira não uniforme. O rendimento deste método é menor do que a salga úmida e a oxidação pode ser maior neste método devido ao maior contato do produto com o oxigênio (MINOZZO; BOSCOLO, 2007). Salga seca A quantidade de sal utilizada vai depender do tipo de produto que se deseja produzir, variando de 30 a 40% de sal por peso de pescado (ex.: 300g de sal/ Kg de pescado). Este tipo de salga é mais indicado para pescados magros como, por exemplo, bacalhau, merluza e tilápia. Geralmente utiliza-se uma mistura contendo 75% de sal grosso e 25% de sal fino. O peixe ou filé deve estar em contato direto com o sal por cerca de 7 dias e posteriormente, se necessário, se faz a secagem do produto no sol ou em secadores artificiais até atingir a umidade de 40% Salga úmida Na salga úmida, a matéria prima é imersa em uma salmoura pré-preparada a uma concentração adequada, agitando algumas vezes. Neste caso a penetração de sal é uniforme e a oxidação dos lipídeos é minimizada devido ao fato da menor solubilidade de oxigênio na salmoura. Este é o método mais utilizado, pois vários processos de conservação incluem a salga úmida como operação preparatória, como no caso da salmoura, e também indicada para peixes gordos. A salmouragem pode durar até 18 dias, e no fim do processo recomenda-se realizar uma prensagem de 24 a 48 horas, sendo que a umidade máxima do produto final deve estar compreendida entre 40 a 45%. Para se obter uma salmoura saturada utiliza-se no mínimo 25% de sal, sendo que este deve ser de ótima qualidade, ou seja, livre de impurezas Salga por prensagem A salga por prensagem é realizada após o emprego da salga mista. O produto é empilhado e prensado mecanicamente. O teor de sal do produto final torna-se mais baixo do quenos outros tipos. Para a sardinha, no Brasil, é realizada a salga úmida seguida de prensagem. Inicialmente, os peixes são descabeçados, eviscerados e lavados, sendo em seguida curados em salmoura por seis dias. Em seguida, as sardinhas são dispostas em caixas retangulares providas de drenos. Aplica-se sobre o produto uma pressão por um período de 24 a 48 horas. Em seguida os blocos de sardinha prensada são acondicionadas em bolsas de polietileno, e estocadas a 28ºC Salga por prensagem Salga Úmida Imersão do peixe em salmoura supersaturada (maior do que 26,5% de sal). Posterior secagem do pescado O processo de oxidação das gorduras é bastante reduzido Mista É um processo combinado dos dois processos anteriores A água perdida pelo pescado não é descartada É retida para formar a salmoura natural de imersão Salga mista A salga mista é um método intermediário onde se procede inicialmente a salga por via seca, em tanques. Em seguida, aproveita-se a água de desidratação para a salga úmida. A preparação de sal pode ser de 1:1, sal grosso:sal fino. Pode-se substituir a salmoura original por outra. Os peixes são colocados entre camadas de sal, até o alto do recipiente, que deverá conter uma tampa, com peso em cima, para prensar os peixes e garantir que a água que sai forme a salmoura necessária para cobrir todas as unidades. É o método mais empregado atualmente nas indústrias de salga, por não exigir recipientes especiais para o preparo da salmoura artificial de imersão. Apenas recipientes, geralmente de alvenaria, são usados, empregando-se um sistema de pesos garantindo que todo pescado permaneça imerso na salmoura formada Pasta de pescado Pasta de pescado – “SURIMI” – carne de peixe moída, lavada, drenada e estabilizada pela adição de crioprotetores (açúcares e sais de fosfato polimerizado). Utilizado como: – matéria-prima na preparação de alimentos tradicionais da cozinha japonesa, como o "kamaboko“ e o "kani kama“ – para a produção de produtos análogos de frutos do mar, como camarão, lagosta, vieira – base para a elaboração de hambúrgueres, bolinhos, empanados CINZAS Cinzas Definição: refere-se ao resíduo inorgânico remanescente após a completa destruição da matriz orgânica do alimento. Determinação do teor de cinzas totais em alimentos Para que ? Para se calcular o valor nutritivo de um alimento. Usado como índice de refinação de açúcares e farinhas Determinação do teor de cinzas totais em alimentos Para que ? Em termos qualitativos resíduos metálicos como Pb e Hg podem ser tóxicos Cinzas Exemplos quantitativos e qualitativos das cinzas em alimentos Cinzas ricas em: Ca - Laticínios, nozes, cereais, peixes P - Laticínios, carnes, cereais, ovos, peixes, legumes Fe - Grãos, frutos do mar, cereais, peixes, ovos e legumes Na - Sal, laticínios, frutas, cereais S - Alimentos ricos em proteínas Zn - Frutos do mar Cinzas Exemplos do teor de cinzas de alguns alimentos Cereais 0.3 a 3.3% Laticínios 0.7 a 6.0% Peixes 1.2 a 3.9% Frutas 0.3 a 2.1% Nozes 1.7 a 3.6% Óleos 0% Açúcares 0 a 1.2% Determinação do teor de cinzas totais em alimentos A análise de cinzas fornece informações prévias sobre o valor nutricional do alimento, no tocante ao seu conteúdo em minerais e é o primeiro passo para análises subsequentes de caracterização destes minerais. O conteúdo de cinzas dos alimentos de origem animal normalmente é constante, já alimentos de origem vegetal tem conteúdos de cinzas bastante variados. Para um melhor preparo de cinzas convém triturar o alimento antes. Determinação do teor de cinzas totais em alimentos CINZA ÚMIDA Adequado para alimentos com alto teor de gordura. Emprega ácidos concentrados em alta temperatura para provocar a destruição da matriz orgânica. É utilizada na determinação de elementos traço que podem ser perdidos na cinza seca. Determinação do teor de cinzas totais em alimentos CINZA ÚMIDA Determinação do teor de cinzas totais em alimentos CINZAS A BAIXA TEMPERATURA Melhor método para preservar o material volátil da amostra. Emprega sofisticados equipamentos que permitem a geração de plasma de oxigênio, material altamente oxidante capaz de destruir toda a matriz orgânica do alimento. Vantagens: método rápido, preserva o material volátil contido na amostra. Desvantagens: método caro Determinação do teor de cinzas totais em alimentos CINZAS POR MICROONDAS Método recentemente desenvolvido. Rápido (até 10x em relação aos métodos convencionais) Determinação do teor de cinzas totais em alimentos CINZA SECA É o procedimento mais utilizado. Emprega o uso de fornos do tipo mufla, operando em temperaturas na faixa de 500-600ºC. Determinação do teor de cinzas totais em alimentos Modelos de Mufla Determinação do teor de cinzas totais em alimentos Observações à cerca da amostra: Peso da amostra = f (expectativa do teor de cinzas) Ex: açúcar 10g, queijos 3g Obs.: Amostra líquida ou úmida - secar antes em estufa Alimentos ricos em voláteis e lipídios - aquecer lentamente para evitar a formação de chama na amostra Alimentos ricos em lipídios - é preciso desengordurar primeiro Açúcares - aquecer inicialmente a 100 ºC e pingar algumas gotas de azeite para evitar a formação de espuma Determinação do teor de cinzas totais em alimentos Observações à cerca do cadinho Quartzo Estável a 1.100ºC Pouco resistentes à álcali Vidro especial com alta proporção de sílica Estável a 900ºC Não resistentes à álcali Porcelana Estável a 1.200ºC Não resistentes à álcali e pode rachar com choque térmico Aço Alta resistência à ácidos e álcalis Platina Altamente resistente Estável a 1.773ºC Determinação do teor de cinzas totais em alimentos Após o preparo de cinzas, estas podem ser utilizadas para análises que visem determinar o conteúdo de minerais específicos. Para análises de minerais que normalmente ocorrem em grande quantidade nos alimentos (Ca, K, Na) é comum o emprego de técnicas de volumetria (método mais barato e rápido). Para análises de elementos que ocorrem em pequenas quantidades empregam-se métodos instrumentais mais sensíveis (espectrometria de absorção atômica). Obrigada!
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