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Resumo pessoa natural

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FACULDADE DE DIREITO DO VALE DO RIO DOCE – FADIVALE
Reconhecida pela Lei 74.922 de 21/11/1974
__________________________________________________________________________________
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL
1º período Prof. Luciano Souto 2018.1
4º RESUMO
PESSOA NATURAL – 2ª PARTE
(EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL
REGISTROS E AVERBAÇÕES
DIREITOS DA PERSONALIDADE
AUSENCIA)
	
1. EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL (arts. 6º-8º, CC)
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.�
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Prevê o art. O do CC. que a existência da pessoa natural termina com a morte. 
A morte pode ser real (art.6º, CC) ou presumida (art.7º, CC)
 Morte
Real Presumida (ou ficta) Presumida (ou ficta)
Art. 6º, CC (sem decretação de ausência) (com decretação de ausência) 
 (Art. 7º, CC) (Art. 22, CC)
Morte real: ocorre com o diagnóstico de paralisação da atividade encefálica (paralisação das ondas cerebrais), conforme previsto no art. 3º da Lei nº 9.434/97, que dispõe sobre o transporte de órgãos.
A personalidade civil da pessoa natural se inicia com o nascimento com vida (funcionamento do aparelho cardiorrespiratório) e termina com a paralisação das ondas cerebrais (morte encefálica). 
 
“Ocorre a morte no momento da paralisação da atividade cerebral, circulatória e respiratória da pessoa�.
A morte gera a extinção do poder familiar, a dissolução do vínculo matrimonial, a abertura da sucessão, a extinção da obrigação de pagar alimentos, etc. 
É provada, em regra, através da certidão de óbito. 
Comoriência (morte simultânea) (art. 8º, CC): é o fenômeno configurado quando dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se a morte de algum deles precedeu aos outros. Nessa hipótese, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
O principal efeito da comoriência é que um não herda do outro. Não há, pois, transferência de bens e direitos entre comorientes. Ex.: Se um casal morre simultaneamente em acidente de veículo sem deixar descentes ou ascendentes, um não herda do outro, de forma que os colaterais da mulher ficarão com sua herança, enquanto que os colaterais do marido ficarão com sua herança. Se for provado que um faleceu antes do outro, o que viveu um pouco mais ficaria com a herança do outro, e, por sua morte, transmitiria aos seus colaterais. Outro exemplo pode ser inferido através da análise do julgado cuja ementa será transcrita em nota de rodapé.� 
	Questão cobrada em concurso. TJ/CE Analista judiciário - Área Judiciária - Junho/2014
Uma família viajava de navio do Brasil para a Europa e, no curso da viagem, o navio naufragou, tendo morrido os quatro integrantes dessa família. Não foi possível identificar o integrante da família que morreu primeiro. Robson era o mais velho, Marcos, o mais novo, e João, maior de sessenta e cinco anos de idade. Rogério estava doente, em estágio terminal de sua vida. Nessa situação hipotética, com base no disposto no Código Civil, dada a impossibilidade de constatar quem morreu primeiro, presume-se que
Rogério morreu primeiro, por estar em estágio terminal da vida.
João morreu primeiro, por ser maior de sessenta e cinco anos de idade.
Robson morreu primeiro, por ser o mais velho.
todos morreram simultaneamente
Marcos morreu primeiro
Principais efeitos jurídicos da morte:
Direito civil:
Abertura da sucessão (art. 1.784, CC) 
Dissolução da sociedade conjugal (art. 1.571, I, CC) 
Extinção do poder familiar (art. 1.635, I, CC) 
Cessação do dever de prestar alimentos (art. 1.700, CC) 
Transferência do contrato de locação (art. 577, CC) 
Direito penal:
Extinção da punibilidade
Processo civil:
Suspensão do processo. 
Morte presumida (sem declaração de ausência) (art. 7º, CC) 
 
É chamada presumida ou ficta em virtude da impossibilidade de localização do cadáver. 
O reconhecimento da morte presumida pode ocorrer com declaração de ausência�-� ou sem declaração de ausência 
Poderá ser declarada a morte presumida sem declaração de ausência, em ação declaratória de morte presumida, hipótese em que o objetivo é ver declarada a morte de alguém, nas seguintes situações: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida�;
II - se alguém, desaparecido em campanha� ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. (art. 7º, parágrafo único, CC)
Pode também ser provada a morte através de justificação de óbito (art. 88� da Lei nº 6.015/73, Lei de Registros Públicos), procedimento judicial que permitirá o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame, não sendo possível, portanto, a declaração da morte por um médico e, posteriormente, o registro do óbito. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha militar, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro e os fatos convençam da ocorrência do óbito.
2. REGISTROS E AVERBAÇÕES (arts. 9º e 10, CC) 
 
Art. 9o Serão registrados em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judicia, p. is ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
	“O registro civil é a perpetuação, mediante anotação por agente autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dos fatos jurídicos de maior relevância em suas vidas, para fins de autenticidade, segurança e eficácia.”�
	A Lei nº 6.015/73 dispõe especificamente sobre os registros públicos. 
	Os atos sujeitos a registro estão previstos no art. 9º do CC:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa�;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
 
O Provimento nº 52�, de 14 de março de 2016, da Corregedoria Nacional de Justiça autoriza o registro automático, sem necessidade de permissão judicial, de nascimento dos filhos de casais heterossexuais e homoafetivos nascidos por meio de técnicas de reprodução assistida, como fertilizaçãoin vitro e gestação por substituição (barriga de aluguel). Nesse último caso, não constará no registro civil da criança o nome da gestante. 
O art. 10 do CC, por sua vez, menciona hipóteses em que será feita averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
	A averbação é qualquer anotação feita à margem do registro, para indicar as alterações ocorridas no estado jurídico do registrado. 
3. DIREITOS DA PERSONALIDADE (arts. 11-21, CC)
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta�, ou colateral até o quarto grau.�-�
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico�, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.          (Vide ADI 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.�
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.         (Vide ADI 4815)
        Certas prerrogativas individuais, inerentes à pessoa humana e a ela ligados de forma perpétua e permanente foram reconhecidas pela doutrina e pelo ordenamento jurídico e protegidas pela jurisprudência. Tratam-se dos direitos da personalidade, cuja existência é proclamada pelo direito natural, destacando-se, dentre outros, o direito à vida, à liberdade, ao nome, ao próprio corpo, à imagem, à honra. 
Os direitos da personalidade têm como objetivo resguardar a dignidade humana.�, que constitui um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. 
A Constituição Federal expressa: Art. 5, X: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Diferentemente do CC/1916, O CC/2002 dedicou capítulo específico aos direitos da personalidade (arts. 11 a 21)
	Para Cristiano Chaves de Farias, “são direitos da personalidade os direitos subjetivos reconhecidos à pessoa para a garantia de sua dignidade, vale dizer, para a tutela dos seus aspectos físicos, psíquicos e intelectuais, dentre outros não mensuráveis economicamente, porque dizem respeito à própria condição de pessoa, ou seja, ao que lhe é significativamente mais íntimo.”� 
Os direitos da personalidade representam o conjunto de garantias destinadas à preservação dos modos de ser do indivíduo. Francisco Amaral define os direitos da personalidade como “direitos subjetivos que tem por objeto os bens e valores essenciais da pessoa, no seu aspecto físico, moral e intelectual.” �
Os direitos da personalidade são os direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio vivo ou morto, partes separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica, artística e literária); e a sua integridade moral (honra, imagem, recato, segredo profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e social).� 
“Direitos da personalidade são direitos subjetivos que tem por objeto os bens e valores essenciais da pessoa, no seu aspecto físico, moral e intelectual.”�
Ter personalidade é dispor de direitos a ela inerentes, titularizando relações jurídicas na busca da tutela mínima, básica e fundamental. Conforme expressa o Enunciado nº 274, da Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal, “Os direitos da personalidade, regulados de maneira não exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, inc. III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana).”
        Os direitos de personalidade são inerentes à pessoa humana, estando a ela ligados de maneira perpétua, não podendo sofrer limitação voluntária.
Características dos direitos da personalidade
        Os direitos da personalidade são:
a) personalíssimos. Inerentes à própria pessoa. 
b) Intransmissíveis (art. 11, CC) Não podem ser doados, transmitidos a outra pessoa. Não podem os seus titulares deles dispor
Obs.: A pretensão ou direito de exigir a reparação pecuniária em caso de ofensa aos direitos da personalidade transmite-se aos sucessores, nos termos do art. 943, CC�, pela natureza patrimonial da indenização.� 
c) Irrenunciáveis (art. 11, CC) Inabdicáveis. A pessoa não pode abrir mão deles. 
Por serem intransmissíveis e irrenunciáveis, são considerados indisponíveis. 
d) absolutos. No sentido de que são integrais, irrestritos, não podendo, em regra, seu exercício sofrer limitação voluntária. (Art. 11, CC) 
O absolutismo dos direitos da personalidade, na concepção de Carlos Roberto Gonçalves�, decorrem de 2 aspectos: 
sua oponibilidade erga omnes, no sentido de que impõe a todos um dever de respeito. 
Tem caráter geral, por ser inerente a toda pessoa humana. 
Alguns atributos da personalidade, contudo, admitem cessão de seu uso como a imagem que pode ser explorada comercialmente, mediante retribuição pecuniária (ex.: adaptação de obra para novela, uso da imagem para promoção de empresas em comerciais). O que não se admite é a alienação do direito a terceiros. 
O exercício dos direitos da personalidade poderão sofrer limitação voluntária, desde que haja previsão legal (art. 11, CC) (Ex.: lei de direitos autorais, Lei nº 9.610/98) 
O Enunciado 4 da Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal assim prevê: “O exercício dos direitos da personalidade podem sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.” 
“Nesta senda, sempre que se fala em disposição, esta há de ser voluntária, específica e temporária, tendo que ser observados os seus limites, sob pena de responsabilidade civil.”�-� 
e) ilimitados. Os direitos da personalidadenão se restringem àqueles expressamente consignados em lei. “[...] malgrado o Código Civil, nos arts. 11 a 21 tenha se referido expressamente apenas a alguns. Reputa-se tal rol meramente exemplificativo, pois não esgota o seu elenco, visto ser impossível imaginar-se um numerus clausus nesse campo.”� 
f) Imprescritíveis. Não se extinguem pelo uso, nem pelo decurso do tempo, nem pela inércia da pretensão de defendê-los. 
Obs.: Embora o dano moral consista na lesão a um interesse que visa a satisfação de um bem jurídico extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade como a ida, a honra, a intimidade, a imagem, etc, a pretensão à sua reparação está sujeita aos prazos prescricionais estabelecidos em lei, já que a reparação, em si, tem caráter patrimonial.� 
g) impenhoráveis. Não podem ser apreendidos judicialmente para satisfação de créditos em processo de execução. A penhora� acontece quando o devedor dispõe de bens em seu patrimônio que podem ser alienados judicialmente para pagamento ao credor. 
h) inexpropriáveis. Não podem ser alienados. Não podem ser desvinculados da pessoa. Não são suscetíveis de desapropriação, por se ligarem à pessoa humana de modo indestacável. Eles nascem e se extinguem com as pessoas, das quais são inseparáveis.
i) extrapatrimoniais: Não trazem, em sua essência, conteúdo econômico. São portanto, desprovidos de valor econômico inerente. A eventual reparação por violação a direito da personalidade, todavia, terá conteúdo econômico. 
 
j) vitalícios. Acompanham a pessoa por toda vida. Mesmo após a morte, poderiam ser usados como fundamento para pleitear ação proposta pelos herdeiros. (lesão indireta, reflexa, oblíqua ou ricochete)� 
Período de existência dos direitos da personalidade:
Existem desde a concepção até a morte da pessoa. Todavia, mesmo após a morte alguns direitos são resguardados, como o respeito ao morto, o respeito à sua memória, direito autoral. 
Legitimidade para ajuizamento de ação visando resguardar direitos da personalidade. 
Enquanto em vida, os direitos da personalidade podem ser exigidos pelo seu titular. 
Após o falecimento, a legitimidade é dos sucessores.
Tutela processual preventiva ou repressiva: possibilidade de pedido liminar de tutela de urgência (art. 300, caput e § 2º, CPC, Lei nº 13.105/15) 
É possível recorrer ao judiciário contra lesão (dano já ocorrido) ou ameaça (dano prestes a acontecer) 
Poderão ser pleiteadas liminarmente as medidas judiciais cabíveis a fim de resguardar direitos da personalidade, desde que existam elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Na forma de tutela inibitória, é possível pleitear liminarmente que sejam adotadas medidas judiciais tendentes a impedir um dano, sob pena de multa (astreintes)�. 
Ex.: pedido de cancelamento de inscrição indevida do nome de pessoa no SPC ou SERASA; suspender protesto indevido de título de crédito; impedir ou suspender publicação de fotografia ou áudio com conotação vexatória ou ofensiva da imagem da pessoa em rede social; etc. 
	
Uma vez ocorrido o dano, caberá sua integral reparação através de ação de indenização. (arts. 186� e 927�, CC; art. 5º, X, CF/88) 
Direitos da personalidade de pessoa falecida: 
Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer as medidas necessárias a fim de garantir que cesse a ameaça, ou a lesão a direito da personalidade, bem como reclamar perdas e danos ou outras sanções previstas em lei, o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta�, ou colateral até o quarto grau do falecido.� (art. 12, parágrafo único. CC)
Enunciado nº 400 da Jornada de Direito Civil: “Os parágrafos únicos dos arts. 12 e 20 asseguram legitimidade, por direito próprio, aos parentes, cônjuge ou companheiro para a tutela contra lesão perpetrada post mortem.” 
      Tendo em vista o disposto no art. 226, § 3º da CF/88, o Enunciado 275 da IV Jornada de Direito Civil realizada pelo Conselho da Justiça federal assim consignou: “O rol dos legitimados de que tratam os artigos 12, parágrafo único e 20, parágrafo único, do Código Civil, também compreende o companheiro.”
Por serem intransmissíveis, irrenunciáveis e inalienáveis, os direitos da personalidade são considerados direitos indisponíveis. 
Alguns exemplos de direitos da personalidade:
intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas�-�
Alimentos, planejamento familiar, leite materno, meio ambiente ecológico, velhice digna, culto religioso, liberdade de pensamento, segredo profissional, identidade pessoal.� 
vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio vivo ou morto, partes separadas do corpo vivo ou morto; liberdade de pensamento, autoria científica, artística e literária; honra, imagem, recato, segredo profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e social.�
Vida, Corpo, nome, imagem, vida privada�
Classificação:� 
Pilar da interidade física: tutela ao corpo vivo, tutela ao corpo morto, autonomia do paciente
Pilar da integridade psíquica ou moral: imagem, privacidade, honra, nome
Pilar da integridade intelectual: direitos autorais e propriedade intelectual (patentes, marcas, desenhos industriais)
Obs.: Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. (Art. 52, CC).
Quadro comparativo entre direitos obrigacionais e direitos da personalidade:� 
	Direitos obrigacionais
	Direitos da personalidade
	Patrimoniais
	Extrapatrimoniais
	Inter partes
	Erga omnes
	Prescritíveis
	Imprescritíveis
	Transmissíveis
	Intransmissíveis
	Disponíveis
	Indisponíveis
	Penhoráveis
	Impenhoráveis
	Compensáveis
	Incompensáveis
	Transacionáveis
	Intransacionáveis
	Renunciáveis
	Irrenunciáveis
	Cessíveis
	Incessíveis
	Relativos
	Absolutos
Disciplina no Código Civil sobre os direitos da personalidade
        O Código Civil trata dos direitos da personalidade ao disciplinar:
Atos de disposição do próprio corpo (arts. 13 e 14)
Direito à não submissão a tratamento médico de risco (art. 15) 
Direito ao nome e ao pseudônimo (art. 16 a 19)
Proteção à palavra e à imagem (art. 20) 
Proteção á intimidade (art. 21) 
Atos de disposição do próprio corpo (arts. 13 e 14)
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.�
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico�, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
A vida e a integridade física são protegidos pela CF/88(art. 1º, III e 5º, III), pelo Código Civil (arts. 12 a 15; 186 e 948 a 951) e pelo Código penal, que, nos arts. 121 a 128, pune quatro tipos de crimes contra a vida (homicídio; induzimento, instigação ou auxílio a suicídio; infanticídio e aborto) e no art. 129, o crime de lesões corporais. 
O direito ao próprio corpo abrange tanto sua integralidade como partes dele destacáveis e sobre as quais exerce o direito de disposição. 
O Código Civil prevê (art. 13) que, salvo por exigência médica, não é permitido ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
O ato de disposição do próprio corpo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida na  Lei 9.434, de 04 de fevereiro de 1997� dispõe especificamente sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante. 
O art. 9o da Lei nº 9.434/97 assim prevê: 
É permitida à pessoa juridicamente capaz disporgratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. 
[...]        
§ 3º Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos�, de partes de órgãos�, tecidos� ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora.
§ 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada.�
Autorização para doação de órgãos após a morte: É válida, com objetivo científico, ou altruístico�, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Será necessário autorização expressa da pessoa,� sendo que o ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. (art. 14, CC) 
Conforme prevê o art. 3º da Lei nº 9.434/97, a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. (Art. 4o  Lei nº 9.434/97). 
Essa regra do art. 4º da Lei nº 9.434/97, todavia, somente será aplicada na hipótese de silêncio da pessoa enquanto em vida, pois, se houver manifestação expressa, tanto favorável quanto contrária, será respeitada, pois se trata de ato personalíssimo do disponente. 
Nesse sentido o Enunciado nº 277 da Jornada de Direito Civil: “O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador.” 
Merecem destaque outros dois Enunciados da Jornada de Direito Civil: 
Enunciado nº 401: “Não contraria os bons costumes a cessão gratuita de direitos de uso de material biológico para fins de pesquisa científica, desde que a manifestação de vontade tenha sido livre, esclarecida e puder ser revogada a qualquer tempo, conforme as normas éticas que regem a pesquisa científica e o respeito aos direitos fundamentais.”
Enunciado nº 532: “É permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos exclusivamente científicos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil.” 
É expressamente vedada pela Constituição Federal a comercialização de órgãos (art. 199, §4º - CF). �
O transplante de órgãos após a morte, regulado pela Lei nº 9.434/97, apresenta os seguintes requisitos:
Gratuidade
Não pode ser escolhido o beneficiário
É necessário que tenha ocorrido a morte encefálica. 
Direito à não submissão a tratamento médico de risco (art. 15) 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Trata-se do livre consentimento informado. 
A regra supramencionada obriga os médicos, nos casos mais graves, a não atuarem sem prévia autorização do paciente, que tem a prerrogativa de se recusar a submeter-se a um tratamento perigoso, sob pena do médico  responder pelo ato praticado e seu resultado.
Na impossibilidade de o doente manifestar sua vontade, deve-se obter a autorização escrita, para o tratamento médico ou a intervenção cirurgica de risco, do cônjuge ou parente próximo. 
Em casos de emergência, que exigem a imediata intervenção médica e não houver tempo hábil para ouvir o paciente ou algum parente, como na hipótese de parada cardíaca, o médico deverá realizar o procedimento, independentemente de autorização. A propósito, o Código penal não considera crime de constrangimento ilegal “a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida”� 
	
Questão polêmica: Autonomia do paciente em ponderação com o direito à vida: uma pessoa pode recusar-se a receber sangue alheio por motivo de convicção filosófica ou religiosa? O TJSP decidiu que, embora o direito de culto seja assegurado constitucionalmente, não é dado a alguém dispor da própria vida, de preferir a morte a receber transfusão de sangue. “O risco de que se ponha em xeque direito dessa ordem, que é intangível e interessa também ao Estado, e sem o qual os demais como é intuitivo, não têm como subsistir”� 
A resolução nº 1.021/80 do Conselho Federal de medicina e os arts. 46 e 56 do Código de ética Médica autorizam os médicos a realizar transfusão de sangue em seus pacientes, independentemente de consentimento, se houver iminente risco de morte. 
Enunciado nº 403 da Jornada de Direito Civil: “O Direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante.”
Enunciado nº 533 da Jornada de Direito Civil: “O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos.”�
“A convicção religiosa só deve ser considerada se tal perigo, na hipótese, não for iminente e houver outros meios de salvar a vida do doente.”� 
“A garantia à vida é plena, irrestrita, posto que dela defluem as demais, até mesmo contra a vontade do titular, pois é contrário ao interesse social que alguém disponha da própria vida.”� 
	Outra questão polêmica: Poderia o paciente optar pela suspensão de procedimentos médicos que poderiam prolongar sua vida? 
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.805/2006: Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal.�
Direito ao nome e ao pseudônimo (art. 16 a 19)
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Todo indivíduo tem o direito à identidade pessoal, de ser reconhecidoem sociedade por denominação própria. 
O nome é um dos principais elementos individualizadores da pessoa natural, juntamente com o estado (que indica a sua posição na família e na sociedade política) e o domicílio (sua sede jurídica) 
“O nome é a identificação social. Designação de alguém perante a sociedade. A forma que a pessoa é individualizada.”� 
“Nome é a designação ou sinal exterior pelo qual a pessoa identifica-se no seio da família e da sociedade.”� 
Nome “é a designação pela qual se identificam e distinguem as pessoas naturais, nas relações concernentes ao aspecto civil da sua vida jurídica.”� 
O direito ao nome abrange também o direito de usá-lo e de defendê-lo contra usurpação, como nos casos de direito autoral, e contra exposição ao ridículo. 
Eventuais ações judiciais relativas ao nome podem ter dois objetivos:
Retificação
Contestação, para que terceiro não o use ou não o exponha ao ridículo. 
O pseudônimo (ou codinome) adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome (art. 19, CC). 
Pseudônimo é o nome fictício adotado para identificação de alguém, especialmente no universo artístico (cantores, atores, escritores). 
Natureza jurídica do nome: direito da personalidade (art. 16, CC). 
Elementos do nome: O nome completo compõe-se de dois elementos: 
Prenome: (antigamente denominado nome de batismo). É o nome próprio de cada pessoa e serve para distinguir membros da mesma família. (José, Maria, João Carlos, etc). Prenome pode ser escolhido livremente pelos pais. 
Sobrenome: também denominado nome de família, apelido familiar ou patronímico. É o sinal que identifica a procedência da pessoa, indicando sua filiação. Não é escolhido livremente pelos pais, devendo ser obedecida a procedência familiar, incluindo-se o sobrenome do pai, da mãe ou de ambos. 
	Curiosidade: O art. 55, parágrafo único, da Lei de registros Públicos, lei nº 6.015/73, assim prevê: “Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz competente.” A recusa deve estender-se aas combinações de todo o nome, quando esdrúxulas ou ridículas. 
Ex. de alguns nomes completo extravagantes, extraídos dos arquivos do antigo INPS e divulgados pela imprensa e aqui retirados da obra de Carlos Roberto Gonçalves�: “Antônio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado, Céu Azul do Sol Poente, Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco, João da Mesma data, João Cara de José, Casou de calças Curtas, Joaquim Pinto Molhadinho, Lança Perfume Rodometálico da Silva, Manuelina Terebentina Capitulina de Jesus do Amor Divino, Neide Navinda Navolta Pereira, Remédio Amargo, Restos Mortais de Catarina, Rolando pela Escada Abaixo, Um Dois Três de Olivira Quatro, Vitória Carne e Osso” 
Em alguns casos usa-se o agnome, sinal que distingue pessoas pertencentes a uma mesma família que tem o mesmo nome. Ex.: Júnior, Neto, Sobrinho. Também costumam ser usados axiônimos em referencia ao nome, que compreendem expressões anteriores ao prenome designando uma forma de tratamento cortês de alguém, como Senhor, Vossa Excelência, Ministro, Desembargador, Senador, etc. 
Retificação de prenome: 
Prevê a Lei de Registros Públicos que o prenome será definitivo. A lei admite, em alguns casos, sua alteração:
 por apelidos públicos notórios�-�-�.  (art. 58, caput, Lei 6.015/73) 
em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público. (Art. 58, parágrafo único, Lei 6.015/73) 
quando o prenome for suscetível de expor ao ridículo o seu portador (art. 55, parágrafo único, Lei 6.015/73)�-� 
quando contiver erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção; (Art. 110, I, da Lei nº .6.015/73, com redação dada pela Lei nº 13.484, de 2017). 
Em um ano após a aquisição da maioridade. (Art. Art. 56, Lei 6.015/73)� 
Em caso de adoção (art. 47, § 5o , Lei nº 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente) �
Alteração de nome no registro civil sem mudança de sexo (Conforme decidiu o STF dia 01/03/2018, no julgamento da ADI 4275) 
	
	Notícias STF�
Quinta-feira, 01 de março de 2018
STF reconhece a transgêneros possibilidade de alteração de registro civil sem mudança de sexo
O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu ser possível a alteração de nome e gênero no assento de registro civil mesmo sem a realização de procedimento cirúrgico de redesignação de sexo. A decisão ocorreu no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4275, encerrado na sessão plenária realizada na tarde desta quinta-feira (1º).
A ação foi ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a fim de que fosse dada interpretação conforme a Constituição Federal ao artigo 58 da Lei 6.015/1973, que dispõe sobre os registros públicos, no sentido de ser possível a alteração de prenome e gênero no registro civil mediante averbação no registro original, independentemente de cirurgia de transgenitalização.
Todos os ministros da Corte reconheceram o direito, e a maioria entendeu que, para a alteração, não é necessária autorização judicial. Votaram nesse sentido os ministros Edson Fachin, Luiz Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Celso de Mello e a presidente da Corte, Cármen Lúcia. Ficaram vencidos, nesse ponto, o ministro Marco Aurélio (relator), que considerou necessário procedimento de jurisdição voluntária (em que não há litigio) e, em menor extensão, os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, que exigiam autorização judicial para a alteração.
Na sessão de ontem (27), seis ministros apresentaram seus votos, entre eles o relator. Hoje, outros quatro ministros se pronunciaram, estando impedido o ministro Dias Toffoli.
Votos
O ministro Ricardo Lewandowski concordou com o posicionamento do relator, ministro Marco Aurélio. Ele também se ateve ao vocábulo “transexual”, contido na petição inicial, sem ampliar a decisão aos transgêneros.
Lewandowski considerou que deve ser exigida a manifestação do Poder Judiciário para fazer alteração nos assentos cartorários. De acordo com ele, cabe ao julgador, “à luz do caso concreto e vedada qualquer forma de abordagem patologizante da questão”, verificar se estão preenchidos os requisitos da mudança, valendo-se, por exemplo, de depoimentos de testemunhas que conheçam a pessoa e possam falar sobre a autoidentificação ou, ainda, declarações de psicólogos e médicos. No entanto, eliminou toda e qualquer exigência temporal ou realização de perícias por profissionais. “A pessoa poderá se dirigir ao juízo e, mediante qualquer meio de prova, pleitear a alteração do seu registro”.
No início de seu voto, o ministro Celso de Mello afirmou que, com este julgamento, o Brasil dá mais um passo significativo contra a discriminação e o tratamento excludente que tem marginalizado grupos, como a comunidade dos transgêneros. “É imperioso acolher novos valores e consagrar uma nova concepção de direito fundada em uma nova visão de mundo, superando os desafios impostos pela necessidade de mudança de paradigmas em ordem a viabilizar, até mesmo como política de Estado, a instauração e a consolidação de uma ordem jurídica genuinamente inclusiva”, salientou, acrescentando que o regime democrático não admite opressão da minoria por grupos majoritários.
O decano da Corte avaliou que a questão da prévia autorização judicial encontra solução na própria lei dos registros públicos, uma vez que, se surgir situação objetiva que possa eventualmente caracterizar prática fraudulenta ou abusiva, caberá ao oficial do registro civil das pessoas naturais a instauração do processo administrativo de dúvida.
O ministro Gilmar Mendesse aliou ao voto do ministro Alexandre de Moraes para reconhecer os direitos dos transgêneros de alterarem o registro civil desde que haja ordem judicial e que essa alteração seja averbada à margem no seu assentamento de nascimento, resguardado o sigilo quanto à modificação. “Com base nos princípios da igualdade, da liberdade, da não discriminação por razão de orientação sexual ou identificação de gênero, esta Corte tem dever de proteção às minorias discriminadas”, destacou.
A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, considerou que o julgamento “marca mais um passo na caminhada pela efetivação material do princípio da igualdade, no sentido da não discriminação e do não preconceito”. Ela baseou seu voto no direito à honra, à imagem, à vida privada , nos princípios constitucionais da igualdade material, da liberdade, da dignidade e no direito de ser diferente, entre outros. “Cada ser humano é único, mas os padrões se impõem”, afirmou. “O Estado há que registrar o que a pessoa é, e não o que acha que cada um de nós deveria ser, segundo a sua conveniência”.
A ministra julgou procedente a ação para dar à lei dos registros interpretação conforme a Constituição Federal e pactos internacionais que tratam dos direitos fundamentais, a fim de reconhecer aos transgêneros que desejarem o direito à alteração de nome e gênero no assento de registro civil, independentemente da cirurgia. Para ela, são desnecessários a autorização judicial e os requisitos propostos.
Retificação de sobrenome: 
Poderá ser alterado em casos excepcionais. Seguem alguns exemplos: 
quando o nome for suscetível de expor ao ridículo o seu portador (por analogia, art. 55, parágrafo único, Lei 6.015/73) 
quando contiver erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção; (Art. 110, I, da Lei nº .6.015/73, com redação dada pela Lei nº 13.484, de 2017). 
Em um ano após a aquisição da maioridade. (Art. Art. 56, Lei 6.015/73)� 
Quando determinado por sentença judicial (Art. 57. Lei 6.015/73)�  
Em caso de adoção (art. 47, § 5o , Lei nº 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente) �
No casamento (ambos podem acrescentar o sobrenome do outro) (Art. 1.565, § 1º, CC) 
Divórcio (art. 1.571, § 2o - se for essa a vontade do cônjuge)
Reconhecimento de filho (art. 1.607, CC) 
União estável (por analogia, Art. 1.565, § 1º, CC e art. 57, § 2º da lei 6.015/73)� 
A requerimento do enteado ou enteada (art. 57 § 8o Lei 6.015/73)�
Proteção à palavra e à imagem (Conforme previsto no art. 20, CC) 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.   (Vide ADI 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.�
Entende-se por imagem as características identificadoras de cada pessoa, compreendendo não só as fisionômicas (imagem retrato, sua fotografia, seu pôster) mas também o timbre sonoro identificador� e suas qualidades sociais (imagem positiva ou negativa diante da sociedade) . 
A proteção à imagem da pessoa natural deve incluir todo o conjunto de características que permitem sua identificação no meio social, abrangendo as noções de:
Imagem-retrato: representação da pessoa por suas características fisionômicas que determinam seu aspecto visual
Imagem-atributo: a reputação da pessoa, a forma como ela se apresenta e se comporta em sociedade 
Imagem-voz: relaciona-se ao timbre sonoro que permite identificar a pessoa 
“Imagem é a representação pela pintura, escultura, fotografia, filme, etc, de qualquer objeto e, inclusive, da pessoa humana, destacando-se, nesta, o interesse primordial que apresenta o rosto.”� 
A Lei nº 9.610�, de 19 de fevereiro de 1998 disciplina toda a matéria relativa a direitos autorais. 
Nos termos do art. 20 do CC, a pessoa pode requerer a proibição de: 
divulgação de escritos,
transmissão da palavra, o
a publicação, a exposição ou a utilização da imagem da pessoa
 
O pedido de proibição referido no art. 20 do CC poderá ser feito quando a divulgação, transmissão ou publicação: 
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade da pessoa;
se destinarem a fins comerciais.   
 
A proibição a que se refere o art. 20 do CC não se aplica quando a divulgação, transmissão ou publicação: 
 
forem autorizadas
forem necessárias à administração da justiça 
forem necessárias à manutenção da ordem pública
Quanto à ADI 4815, julgada em 2015 pelo STF� 
	Notícias STF�
Quarta-feira, 10 de junho de 2015
STF afasta exigência prévia de autorização para biografias
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4815 e declarou inexigível a autorização prévia para a publicação de biografias. Seguindo o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, a decisão dá interpretação conforme a Constituição da República aos artigos 20 e 21 do Código Civil, em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença de pessoa biografada, relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas).
Na ADI 4815, a Associação Nacional dos Editores de Livros (ANEL) sustentava que os artigos 20 e 21 do Código Civil conteriam regras incompatíveis com a liberdade de expressão e de informação. O tema foi objeto de audiência pública convocada pela relatora em novembro de 2013, com a participação de 17 expositores.
Confira, abaixo, os principais pontos dos votos proferidos.
Relatora
A ministra Cármen Lúcia destacou que a Constituição prevê, nos casos de violação da privacidade, da intimidade, da honra e da imagem, a reparação indenizatória, e proíbe “toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. Assim, uma regra infraconstitucional (o Código Civil) não pode abolir o direito de expressão e criação de obras literárias. “Não é proibindo, recolhendo obras ou impedindo sua circulação, calando-se a palavra e amordaçando a história que se consegue cumprir a Constituição”, afirmou. “A norma infraconstitucional não pode amesquinhar preceitos constitucionais, impondo restrições ao exercício de liberdades”.
Ministro Luís Roberto Barroso
O ministro destacou que o caso envolve uma tensão entre a liberdade de expressão e o direito à informação, de um lado, e os direitos da personalidade (privacidade, imagem e honra), do outro – e, no caso, o Código Civil ponderou essa tensão em desfavor da liberdade de expressão, que tem posição preferencial dentro do sistema constitucional. Essa posição decorre tanto do texto constitucional como pelo histórico brasileiro de censura a jornais, revistas e obras artísticas, que perdurou até a última ditadura militar. Barroso ressaltou, porém, que os direitos do biografado não ficarão desprotegidos: qualquer sanção pelo uso abusivo da liberdade de expressão deverá dar preferência aos mecanismos de reparação a posteriori, como a retificação, o direito de resposta, a indenização e até mesmo, em último caso, a responsabilização penal.
Ministra Rosa Weber
A ministra Rosa Weber manifestou seu entendimento de que controlar as biografias implica tentar controlar ou apagar a história, e a autorização prévia constitui uma forma de censura, incompatível com o estado democrático de direito. “A biografia é sempre uma versão, e sobre uma vida pode haver várias versões”, afirmou, citando depoimento da audiência pública sobreo tema.
Ministro Luiz Fux
O ministro destacou que a notoriedade do biografado é adquirida pela comunhão de sentimentos públicos de admiração e enaltecimento do trabalho, constituindo um fato histórico que revela a importância de informar e ser informado. Em seu entendimento, são poucas as pessoas biografadas, e, na medida em que cresce a notoriedade, reduz-se a esfera da privacidade da pessoa. No caso das biografias, é necessária uma proteção intensa à liberdade de informação, como direito fundamental.
Ministro Dias Toffoli
Para o ministro, obrigar uma pessoa a obter previamente autorização para lançar uma obra pode levar à obstrução de estudo e análise de História. “A Corte está afastando a ideia de censura, que, no Estado Democrático de Direito, é inaceitável”, afirmou. O ministro ponderou, no entanto, que a decisão tomada no julgamento não autoriza o pleno uso da imagem das pessoas de maneira absoluta por quem quer que seja. “Há a possibilidade, sim, de intervenção judicial no que diz respeito aos abusos, às inverdades manifestas, aos prejuízos que ocorram a uma dada pessoa”, assinalou.
Ministro Gilmar Mendes
Segundo o ministro, fazer com que a publicação de biografia dependa de prévia autorização traz sério dano para a liberdade de comunicação. Ele destacou também a necessidade de se assentar, caso o biografado entenda que seus direitos foram violados publicação de obra não autorizadas, a reparação poderá ser efetivada de outras formas além da indenização, tais como a publicação de ressalva ou nova edição com correção.
Ministro Marco Aurélio
O ministro destacou que há, nas gerações atuais, interesse na preservação da memória do país. “E biografia, em última análise, quer dizer memória”, assinalou. “Biografia, independentemente de autorização, é memória do país. É algo que direciona a busca de dias melhores nessa sofrida República”, afirmou. Por fim, o ministro salientou que, havendo conflito entre o interesse individual e o coletivo, deve-se dar primazia ao segundo.
Ministro Celso de Mello
O decano do STF afirmou que a garantia fundamental da liberdade de expressão é um direito contramajoritário, ou seja, o fato de uma ideia ser considerada errada por particulares ou pelas autoridades públicas não é argumento bastante para que sua veiculação seja condicionada à prévia autorização. O ministro assinalou que a Constituição Federal veda qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística. Mas ressaltou que a incitação ao ódio público contra qualquer pessoa, grupo social ou confessional não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. “Não devemos retroceder nesse processo de conquista das liberdades democráticas. O peso da censura, ninguém o suporta”, afirmou o ministro.
Ministro Ricardo Lewandowski
O presidente do STF afirmou que o Tribunal vive um momento histórico ao reafirmar a tese de que não é possível que haja censura ou se exija autorização prévia para a produção e publicação de biografias. O ministro observou que a regra estabelecida com o julgamento é de que a censura prévia está afastada, com plena liberdade de expressão artística, científica, histórica e literária, desde que não se ofendam os direitos constitucionais dos biografados.
Proteção à intimidade (art. 21) 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.         (Vide ADI 4815)
Resguarda a privacidade, a proteção à vida privada, que visa resguardar o direito das pessoas de intromissões indevidas em seu lar, em sua família, em sua correspondência, em sua economia. Exemplos: sigilo bancário, inviolabilidade de domicílio, sigilo de correspondência, inviolabilidade de informações do Whats app, etc. 
Enunciado nº 404, da Jornada de Direito Civil: “A tutela da privacidade da pessoa humana compreende os controles espacial, contextual e temporal dos próprios dados, sendo necessário seu expresso consentimento para tratamento de informações que versem especialmente o estado de saúde, a condição sexual, a origem racial ou étnica, as convicções religiosas, filosóficas e políticas.” 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL
Os principais elementos individualizadores da pessoa natural são:
nome�: designação que a distingue das demais pesoas e a indentifica no seio da sociedade
o estado da pessoa: indica a sua posição na família e na sociedade política
o domicílio�: sede jurídica da pessoa. 
Estado da pessoa natural: “É o conjunto de características e qualidades que identificam a pessoa nos seus aspectos individual, familiar e político.”� 
“É a qualificação da pessoa a partir de suas projeções. Traduz o modo de individualizar cada pessoa.”� 
O estado da pessoa é um reflexo de sua própria personalidade. “É a situação jurídica resultante de certas qualidades inerentes à pessoa.”� 
O estado da pessoa se apresenta em três aspectos: individual familiar e político:
Estado individual (características físicas): é o modo de ser da pessoa quanto à idade (maior ou menor), sexo (homem ou mulher), cor, capacidade (pessoa sã, deficiente mental). São características que dizem respeito a aspectos ou particularidades da constituição orgânica da pessoa que podem exercer influência sobre sua capacidade civil. 
Estado familiar: é o que indica sua situação na família, em relação ao matrimônio (solteiro ou casado, viúvo, divorciado) e ao parentesco (pai, filho, irmão, sogro, cunhado.
Estado político: a qualidade que advém da posição do indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional ou estrangeiro. 
“Tais atributos, por sua íntima relação com a personalidade, são indisponíveis, indivisíveis e imprescritíveis. As ações relacionadas são denominadas ações de estado”�
 
O estado da pessoa, como preleciona Maria Helena Diniz: “recebe proteção jurídica de ações de estado, que tem por escopo criar, modificar ou extinguir um estado, constituindo um novo, sendo, por isso, personalíssimas, intransmissíveis, e imprescritíveis, requerendo, sempre, a intervenção estatal. É o que se dá com a interdição, divórcio, anulação de casamento, etc. que resultam de sentença judicial.” 
4. AUSÊNCIA (arts. 22-39, CC)
	O que é ausência:
	É o reconhecimento de que alguém desapareceu de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens (art. 22, CC). 
	O objetivo principal é preservar os bens do ausente, impedindo que se deteriorem ou pereçam (arts. 22 a 25, CC). Prolongando-se a ausência e crescendo as possibilidades de que haja falecido, a proteção legal volta-se para os herdeiros, cujos interesses passam a ser considerados. (arts. 25 a 38, CC). 
	Quando os parentes requerem apenas a declaração de ausência para que possam providenciar a abertura da sucessão provisória e, depois, a definitiva (art. 22, CC), não estão pretendendo que se declare a morte do ausente, mas que se declare que ele está desaparecido e não deixou representante para cuidar dos seus bens. 
	Legitimidade para o pedido: 
	Qualquer interessado ou o Ministério Público (art. 22, CC) 
	Consideram-se interessados (art. 27, CC):
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Quando pode ser declarada a ausência: 
Quando uma pessoa desaparecer do seu domicílio sem dela haja notícia e que não tenha deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens
Quando a pessoa se ausentar e deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Quem será o curador do ausente
1º) Ocônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência (art. 25, CC)�
2º) pais (art. 25 § 1o , CC) (Na falta do cônjuge)
3º) descendentes. (art. 25 § 1o , CC) (Na falta do cônjuge ou dos pais)
4º) curador dativo (Alguém escolhido e nomeado pelo juiz) (art. 25 § 3o , CC) (Na falta do cônjuge, dos pais ou de descendentes)
A declaração de ausência compreende 3 etapas:� 
1ª fase: curadoria dos bens do ausente (arrecadação dos bens do ausente): 
O objetivo é a arrecadação dos bens do ausente e a nomeação de um curador, que será o responsável pela arrecadação e proteção dos bens. 
Pode ser iniciado o procedimento a qualquer tempo após o desaparecimento. A lei não prevê prazo mínimo após o desaparecimento. 
 
Ajuizada a ação declaratória de ausência, o juiz nomeará um curador para o ausente, determinando seus poderes e obrigações (art. 24, CC). 
Nesta fase, o legislador se preocupa com a proteção dos bens do ausente. A curadoria tem, em regra, duração de 1 ano. Caso o ausente tenha deixado procurador, o prazo passa a ser de 3 anos. Essa fase se encerra: 
a) pela confirmação da morte do ausente; 
b) pelo seu retorno ou aparecimento do seu procurador ou de quem o represente, 
c) pela abertura da sucessão provisória.
	Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 1 (um) ano, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, durante 1 (um) ano, reproduzida de 2 (dois) em 2 (dois) meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens (Art. 745, lei nº 13.105/15) .  
Efeitos da sentença: arrecadação dos bens do ausente e a nomeação de um curador
2ª fase: sucessão provisória: 
O objetivo é a abertura da sucessão provisória.
 
Poderá ser requerida (art. 26, CC):
1 ano após a arrecadação dos bens do ausente ou, 
3 anos após a arrecadação dos bens do ausente se ele deixou representante ou procurador.
Nesta fase os herdeiros podem entrar na posse dos bens do ausente, porém, deverão prestar caução (garantia da restituição deles, em caso de retorno do ausente). A garantia se dará mediante penhora ou hipoteca equivalente aos quinhões respectivos (art. 30, CC). Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. (art. 30 § 2o , CC) 
Essa fase durará, em regra, 10 anos (contados do trânsito em julgado da decisão que abre a sucessão provisória). 
O prazo se reduz para 5 anos, se o ausente tiver mais de 80 anos e de mais de 5 anos datarem suas últimas notícias. 
Cessará a sucessão provisória pelo comparecimento do ausente.
A sucessão provisória será convertida em definitiva: 
pela confirmação de morte do ausente, 
10 anos após o transito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória;
Quando o ausente tiver 80 anos e houver 5 anos das suas últimas notícias. (arts. 37-38, CC) 
Com a declaração de ausência já se considera a “morte presumida”, porém, o efeito é restrito aos bens, não produzindo efeitos de ordem pessoal (ex.: a esposa do ausente continua com ele casada) 
Efeitos da sentença que determinar a abertura da sucessão provisória (art. 28, CC):
Após 180 dias de sua publicação: permitirá a abertura da sucessão provisória 
Após o trânsito em julgado: permitirá a abertura do testamento, se houver, e início do inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
Após 10 anos, poderá ocorrer a sucessão definitiva. (Art. 37, CC) Ou após 5 anos, se o ausente tiver mais de 80 anos e de mais de 5 anos datarem suas últimas notícias. (Art. 38, CC)
Consequência quanto aos frutos e rendimentos dos bens em relação aos sucessores (art. 33) 
 O descendente, ascendente ou cônjuge: fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem
outros sucessores: deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. (art. 33, parágrafo único, CC) 
Se o ausente aparecer, ou se restar provada sua existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão as vantagens dos sucessores nela imitidos (Art. 36, CC)
3ª fase: Sucessão definitiva: 
Nesta que é a última fase, os herdeiros podem solicitar o levantamento das garantias prestadas, adquirindo assim, o domínio dos bens deixados. 
Poderá ocorrer:
10 anos após o transito em julgado da sentença que determinou a abertura da sucessão provisória. (art. 37, CC) 
Se o ausente tiver mais de 80 anos e de mais de 5 anos datarem suas últimas notícias. (art. 38, CC) 
Em síntese:
	Fase 
	Tempo de duração
	Vínculo com os bens 
	Curadoria dos bens 
	1-3 anos 
	Curador é mero administrador 
	Sucessão provisória 
	10 anos 
	Possuidor provisório. Se o ausente retornar, a ele serão devolvidos os bens, no estado em que os deixou. 
	Sucessão definitiva 
	10 anos 
	Os herdeiros receberão os bens a título de propriedade resolúvel, pois se o herdeiro retornar, receberá os bens no estado em que se acharem. 
Obs.: Se o retorno do ausente ocorre após o prazo de dez anos da abertura da sucessão definitiva, o entendimento doutrinário é no sentido de que o ausente nada recebe. “Passados dez anos da sucessão definitiva, perdem o ausente e seus ascendentes ou descendentes, que não aparecerem, o direito aos bens que foram entregues aos herdeiros e interessados.”� 
Consequências do eventual (e muito improvável) retorno do ausente:
 
Se retornar na fase de arrecadação: reassume a titularidade dos bens, pois apenas foi nomeado um administrador. 
Se retornar na sucessão provisória: Terá direito ao patrimônio no estado em que o deixou. Se houver depreciação, poderá levantar os valores dados em garantia (caução). Existindo melhoramentos, o possuidor de boa-fé recebe a caução. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. (art. 33, parágrafo único, CC). Se o ausente aparecer, ou se restar provada sua existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão as vantagens dos sucessores nela imitidos (Art. 36, CC)
Se o ausente regressar nos 10 anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. (art. 39, CC) 
Se, nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, não terá direito aos bens posteriormente, sendo que os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. (Art. 39, parágrafo único, CC).
	Questão curiosa: se o ausente aparecer após a declaração da ausência e a abertura da sucessão definitiva, caso o cônjuge já tenha contraído novo matrimônio�, ele será válido? 
Sim, pois o casamento anterior estará dissolvido. 
O art. 6º, CC assim prevê que a morte presumida do ausente se configura: “quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.” 
A abertura da sucessão definitiva, por sal vez, poderá ocorrer: “Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória” ou ainda“provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.” (arts. 37 e 38, CC)
O art. 1.571, § 1o do CC prevê: “O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.” Se o ausente estiver vivo e aparecer, depois de presumida a sua morte e aberta a sucessão definitiva, com a dissolução da sociedade conjugal, e seu cônjuge houver contraído novo matrimônio, prevalecerá o último. 
Dispositivos legais correspondentes: 
Da Curadoria dos Bens do Ausente
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores� e curadores�.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
Da Sucessão Provisória
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
Da Sucessão Definitiva
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
� Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Parte geral, v. 1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 201
� INVENTÁRIO Comoriência Falecimento no mesmo acidente, do segurado e das beneficiárias (filha e esposa) Determinação de apresentação de novo plano de partilha Insurgência dos filhos do primeiro casamento do segurado, com pedido de partilha por igual do valor do pecúlio entre os filhos Presunção legal de morte simultânea Ausência de prova de premoriência Inexistência de transmissão do valor do pecúlio para as beneficiárias Inadmissibilidade de pagamento do valor do seguro aos sucessores da beneficiária Transmissão do pecúlio apenas aos herdeiros do segurado Inteligência do art. 792 do CC Filhos que devem receber por cabeça, em igualdade de condições aos demais irmãos Decisão reformada.Agravo provido. (TJ-SP - AI: 2523059420118260000 SP 0252305-94.2011.8.26.0000, Relator: João Carlos Saletti, Data de Julgamento: 03/07/2012, 10ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 05/07/2012)
� A morte presumida com decretaçãoda ausência (desaparecimento de uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens ou se deixou representante ou procurador e ele não possa ou queira representá-la- artigos 22 e 23 do CC) se dá quando a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Neste caso, a morte é reconhecida depois de uma sucessão de atos (declaração da ausência e curadoria dos bens, abertura da sucessão provisória e abertura da sucessão definitiva). Somente depois da abertura da sucessão definitiva é que se pode considerar a possibilidade de prática do ato registral que dá publicidade à morte presumida. Há necessidade de declaração judicial.
� O tema será abordado em tópico subsequente. 
� Ex.: acidente aéreo, naufrágio. E ainda alguém que é vítima de extorsão mediante sequestro, nos casos em que, mesmo após o pagamento do resgate, não mais se tem informações acerca do paradeiro da vítima. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, v.1. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 119. 
� Campanha militar, combates em guerra. 
� Art. 88, Lei nº 6.015/73. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame.     
� MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil: parte geral. 38 ed. São Paulo: Saraiva, 2001, v.1, p. 74 
� Esse inciso deve ser considerado à luz do Estatuto da Pessoa com deficiência, Lei nº 13.146/2015, pelo qual são absolutamente incapazes somente os menores de 16 anos, não sujeitos à curatela. 
� Disponível em: http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=3109
� Descendentes e ascendentes: 1º grau: pai e filho; 2º grau: avô e neto; 3º grau: bisavô e bisneto; 4º grau: trisavô e trineto. 
� São parentes em linha colateral ou transversal, até quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra” A contagem de grau segue nesta ordem: 2º grau: irmãos; 3º grau: tios e sobrinhos; 4º grau: sobrinhos-netos, tios-avós e primos.
� Tendo em vista o disposto no art. 226, § 3º da CF/88, o Enunciado 275 da IV Jornada de Direito Civil realizada pelo Conselho da Justiça federal assim consignou: “O rol dos legitimados de que tratam os artigos 12, parágrafo único e 20, parágrafo único, do Código Civil, também compreende o companheiro.” 
� No sentido de “filantropia” 
� Tendo em vista o disposto no art. 226, § 3º da CF/88, o Enunciado 275 da IV Jornada de Direito Civil realizada pelo Conselho da Justiça federal assim consignou: “O rol dos legitimados de que tratam os artigos 12, parágrafo único e 20, parágrafo único, do Código Civil, também compreende o companheiro.”
� Art. 1º, CF/88: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
[...] III - a dignidade da pessoa humana;” 
� FARIAS, Cristiano Chaves de; et. al. Código Civil para concursos. 3 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2015, p. 57 
� AMARAL. Francisco. Direito Civil: introdução. 4ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p. 243. 
� DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito civil brasileiro. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 135 
� AMARAL, Francisco. Direito Civil. Introdução. 5 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 249. 
� Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
� Nesse sentido, decidiu o STJ: “O direito de ação por dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores da vítima” (RSTJ, 71/183)
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Parte geral, v. 1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 195 
� FIGUEIREDO, Luciano; FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil, parte geral. 5 ed. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 250
� Exemplifica-se com o famoso caso Maitê Proença, no qual a atriz fez disposição de sua imagem para a revista Playboy, em 1996 e, por conta do uso indevido das fotos por outro veículo de comunicação, ainda que do mesmo grupo econômico, foi indenizada (REsp. 764.735/RS). Segue a ementa da decisão: CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR USO INDEVIDO DE IMAGEM. PUBLICAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE FOTO INTEGRANTE DE ENSAIO FOTOGRÁFICO CONTRATADO COM REVISTA ESPECIALIZADA. DANO MORAL. FIXAÇÃO EM PATAMAR EXCESSIVO. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE, IN CASU”. 1. A redução do "quantum" indenizatório a título de dano moral é medida excepcional e sujeita a casos específicos em que for constatado abuso, tal como verificado no caso. 2. . In casu, tendo em vista o valor fixado no acórdão recorrido a título de indenização por dano moral em R$(cento e quarenta e três mil quatrocentos reais), em razão das particularidades do caso e à luz dos precedentes citados desta Corte Superior, impõe-se o ajuste da indenização aos parâmetros adotados por este Tribunal (R$ 70.000,00), de modo a garantir à lesado a justa reparação, contudo afastando-se, pois, a possibilidade de enriquecimento indevido, corrigido monetariamente a partir desta decisão e dos juros moratórios nos termos da Súmula 57 desta Corte. 3. O direito à imagem ressalta duplo conteúdo, assegurando tanto o interesse moral quanto o interesse material do indivíduo em relação a ele. (Precedente: STJ, REsp. 267.529, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira; Doutrina: Direito à própria imagem”, Profª. Silma Mendes Berti, Editora Del Rey, 1993, p. 36). 4. Recurso Especial provido. (STJ - REsp: 764735 RS 2005/0110506-4, Relator: Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), Data de Julgamento: 05/11/2009, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/02/2010).
� GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Parte geral, v. 1. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 195
� Exemplo: alguém utiliza indevidamente a imagem de outrem. Para pretensão que objetive o não uso indevido da imagem (tutela inibitória) não há prazo; mas para pretensão de reparação civil, há prazo (tutela repressiva, de caráter reparatório). 
�Art. 831, CPC (Lei nº 13.105/15).  A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
� Exemplo de lesão ricochete no que tange à violação da imagem se encontra no álbum de figurinhas heróis do Tri, no qual foram utilizadas fotos de jogadores já falecidos sem autorização dos herdeiros: CIVIL E PROCESSUAL. ÁLBUM DE FIGURINHAS (HERÓIS DO TRI) SOBRE A CAMPANHA DO BRASIL NAS COPAS DE 1958, 1962 E 1970. USO DE FOTOGRAFIA DE JOGADOR SEM AUTORIZAÇÃO DOS SUCESSORES. DIREITO DE IMAGEM. VIOLAÇÃO. LEI N. 5.988, DE 14.12.1973, ART. 100. EXEGESE. LEGITIMIDADE ATIVA DA VIÚVA MEEIRA E HERDEIROS. CPC, ARTS. 12, V, E 991, I. CONTRARIEDADE INOCORRENTE. I. A viúva e os herdeiros do jogador falecido são parte legitimada ativamente para promoverem ação de indenização pelo uso indevido da imagem do de cujus, se não chegou a ser formalmente constituído espólio ante a inexistência de bens a inventariar. II. Constitui violação ao Direito de Imagem, que não se confunde com o de Arena, a publicação, carente de autorização dos sucessores do de cujus, de fotografia do jogador em álbum de figurinhas alusivo à campanha do tricampeonato mundial de futebol, devida, em conseqüência, a respectiva indenização, ainda que elogiosa a publicação. III. Recurso especial não conhecido. (STJ - REsp: 113963 SP 1996/0073314-7, Relator: Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Data de Julgamento: 20/09/2005, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 10.10.2005 p. 369 RDDP vol. 35 p. 110)
� Exemplo: pedido de afastamento com base na Lei Maria da penha – Lei nº 11.340/2006, visando à proteção da integridade física.
� Art. 186, CC: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito

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