Buscar

BIBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA - 20. Provérbios (+ introdução à literatura sapiencial)


Prévia do material em texto

Introdução à 
LITERATURA SAPIENCIAL 
Os livros de Jó, Provérbios e Eclesiastes formam a literatura 
sapiencial da Bíblia. A literatura sapiencial tem uma abordagem ca-
racterística, além de uma gama própria de assuntos, o que faz dela 
uma seção distinta de estudo. Nesses livros, o termo "sabedoria" e 
os seus sinônimos, tais como "entendimento", ocorrem com muito 
mais freqüência do que em outras partes da Bíblia. Esses livros po-
dem ser distinguidos dos Profetas e dos textos históricos do Antigo 
Testamento pela forma como a verdade é neles revelada. A exem-
plo dos historiadores, os escritores sapienciais baseiam-se na ob-
servação e no estudo. No entanto, eles fazem um maior uso da 
introspecção e da meditação do que os historiadores. Diferente 
dos historiadores, os sábios não discutem a história de Israel. Eles 
falam pouco ou nada sobre Moisés, a Lei, os reis, a geografia ou a 
política. Ao invés disso. os escritores sapienciais falam da condição 
humana como tal. em seus aspectos permanentes. Eles trazem até 
ela a perspectiva da majestade divina e da providência governado-
ra, refletindo sobre a questão de como a criatura deve pensar sobre 
o Criador. Estes escritores dão atenção especial ao problema do 
sofrimento humano. 
A literatura sapiencial assemelha-se à profecia no uso da poe-
sia e na expressão de verdades profundas. Mas, em seu papel 
como mensageiros de Deus, os profetas transmitem mensagens 
divinas dirigidas a situações específicas. Eles também predizem o 
futuro. Os sábios observavam o mundo ao seu redor e, sob a dire-
ção do Espírito, tiravam conclusões sobre a natureza humana e so-
bre como viver uma vida agradável a Deus. 
Outras seções poéticas da Bíblia, como os Salmos (SI 8.3-4). 
podem tratar de temas semelhantes aos encontrados na literatura 
sapiencial; e tais seções são comumente consideradas como repre-
sentantes da presença ou influência da tradição sapiencial. Na ver-
dade, a sabedoria é um tipo de tradição ou cultura humana. Não é 
encontrada somente em Israel. mas também em outras civilizações. 
Uma parte constitutiva de toda sabedoria, além da sua filosofia, é a 
orientação prática e o ensinamento sobre como viver. Contudo, a sa-
bedoria da Bíblia é peculiar, porque, em todos os seus caminhos atra-
vés das alturas ou das profundezas da experiência humana. ela 
deposita a sua confiança no Deus de Abraão, o Pai de Jesus Cristo. A 
sabedoria tem a sua fonte e começo no "temor do SENHOR" (Pv 
9.1 O), tanto em suas idéias bem como em seus métodos e sua ética. 
Em sua revelação através dos sábios, o Espírito de Deus abarca 
desde provérbios simples e domésticos. passando pela terminologia 
enigmática e, freqüentemente, difícil de Eclesiastes, chegando até 
as palavras misteriosas e sublimes de Jó. Diz-se com freqüência que 
as parábolas de Jesus estão associadas à tradição sapiencial. Essa 
associação mostra que a origem proverbial, humilde e aparentemen-
te humana de boa parte da literatura sapiencial não é um obstáculo a 
que se perceba a sua inspiração divina. Ao contrário, é a sabedoria 
multiforme de Deus que é revelada na literatura sapiencial. 
, 
PROVERBIOS 
de Salomão 
··n: Autor O Livro de Provérbios constitui-se numa 
li . . coleção de ditos sábios procedentes de uma série de 
;,, ~. . autores. O nome de Salomão aparece em 1.1; 10.1; 
- "· '·'· 25.1. O cap. 30 é atribuído a Agur, e o cap. 31, a Le-
muel. Que Salomão foi uma personalidade-chave no movimento 
sapiencial e que escreveu muitos provérbios fica claro em 1 Rs 
4.29-34. A influência geral de Salomão sobre o Livro de Provérbios 
é considerável, e a sua autoria direta de boa parte do material não 
precisa ser questionada. No entanto, a afirmação em 1.1 ("Provér-
bios de Salomão") não precisa ser entendida muito além do papel 
de liderança exercido pelo rei na compilação do livro. O título saio-
mônico pode referir-se tanto à marca do caráter de Salomão sobre 
a literatura sapiencial bem como à sua autoria direta. Sendo óbvio 
que ele não escreveu o livro inteiro tal qual o temos, 1.1-7 indica 
que a obra não é uma coleção acidental. mas uma construção pro-
posital com determinados objetivos. 
· ~ Data e Ocasião º' ''"'""" do '°""'" 
1 / " .. · ~ literário ou do conteúdo de Provérbios, nada no livro 
, ~~ · demanda uma datação posterior à queda de Jeru-
1 -"'~-=- salém e ao exílio babilônico do século VI a.C A obra 
toda harmoniza-se com aquele período, embora seja impossível 
afirmar quando o livro alcançou a sua forma atual. Partes dele são 
do tempo do rei Ezequias (25 1). 
A- 1 Características e Temas o Livro de 1 1 Provérbios apresenta dois formatos principais do gê-! 1 nero sapiencial. Nos caps. 1 -9, há um bom número 
de construções mais longas semelhantes à "instru-
ção" de determinada literatura egípcia antiga. Alguma dependên-
cia na forma e no conteúdo não deveria nos surpreender, dadas as 
preocupações comuns da literatura de sabedoria em todas as cul-
turas. Se a forma desenvolveu-se em escolas para a elite (como no 
Egito) ou em casa (como foi, provavelmente, o caso em Israel). o 
seu conteúdo consiste da sabedoria para a vida tal qual era ensina-
, Esboço de Provérbios 
1. Prólogo: o propósito do livro ( 1.1-7) 
li. Instruções da Sabedoria ( 1.8-9.18) 
A. Recomendação.da Sabedoria (1.8-9) 
B. Admoestação contra a violência ( 1.10-19) 
C. Recompensas da Sabedoria (1.20-33) 
D. Sabedoria como um dom divino e uma tarefa humana 
(cap. 2) 
E. A disciplina do Senhor (3.1-12) 
F. Hino à Sabedoria (3.13-20) 
G. Orientação para a vida (3.21-26) 
da aos jovens por uma pessoa mais idosa. A instrução geralmente 
começa com um vocativo ("Filho meu"). seguido de exortações e 
mandamentos com explicações de apoio e encorajamentos. 
O outro formato principal em Provérbios é o dito proverbial 
contido numa máxima de uma só sentença, encontrado especial-
mente em 10.1-22.16 e 25.1-29.27. Esses ditos são freqüen-
temente apresentados em paralelismo, no qual a segunda linha 
estabelece um contraste direto com a primeira, ou então a segun-
da linha desenvolve a idéia contida na primeira. O uso do paralelis-
mo de contraste é típico na comparação da sabedoria com a 
loucura e da justiça com a iniqüidade. 
Outra forma proeminente é o provérbio numérico (6.16-19; 
30.15-16, 18-19). o qual, especialmente com relação aos ditos 
contidos numa máxima duma só sentença, aparentemente favore-
ce a percepção da ordem nas questões complexas e nas experiên-
cias de vida. Ao agrupar e comparar tais questões e experiências, a 
obtenção e avaliação do conhecimento se desenvolve de tal forma 
que nos é possível aprender qual é a vida correta e como buscá-la. 
Para uma discussão adicional das características, temas e for-
mas poéticas de Provérbios, veja as introduções à Literatura Sapien-
cial e à Poesia Hebraica. Provérbios, à semelhança da Lei de Moisés, 
traz o testemunho de Cristo, retratando a sua pessoa e obra. A Lei 
apresenta a justiça e a santidade de Cristo, o grande descendente de 
Abraão que herdaria as bênçãos da aliança de Deus e as mediaria a 
todas as nações (GI 3.14). Provérbios e os outros livros sapienciais 
apresentam a sabedoria e o discernimento de Cristo. De acordo com 
o Novo Testamento, Jesus Cristo é a sabedoria de Deus encarnada 
(1Co 1.14,30; CI 2.2-3). 
O Livro de Provérbios não toca em muitos dos mais proemi-
nentes temas religiosos do Antigo Testamento. Mas, lidando com 
o que, muitas vezes, considera-se como as áreas mais mundanas 
da vida, Provérbios ensina-nos que toda a vida deve ser vivida para 
a glória do soberano Criador. Há uma ordem moral para toda a cria-
ção, e as violações dessa ordem apenas conduzem a conseqüênci-
as adversas. 
H. Preceitos sobre os relacionamentos humanos 
(3.27-35) 
1. Recomendação da Sabedoria (cap. 4) 
J. Admoestação contra o adultério (cap. 5) 
L. Instruções preventivas(6.1-19) 
M. Outras admoestações contra o adultério 
(6.20--7.27) 
N. Vocação e excelência da Sabedoria (cap. 8) 
D. Competição entre a Sabedoria e a loucura (cap. 9) 
Ili. Provérbios de Salomão (10.1-22.16) 
___ I 
PROVÉRBIOS 1 726 
IV. Instruções dos sábios (22.17-24.22) 
V. Outras máximas dos sábios (24.23-34) 
VI. Outros provérbios de Salomão, copiados pelos homens 
de Ezequias (caps. 25-29) 
Uso dos provérbios 
1 ªProvérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel. 
2 Para aprender a sabedoria e o ensino; 
para 1 entender as palavras de inteligência; 
3 para obter o ensino do bom proceder, 
a justiça, o juízo e a eqüidade; 
4para dar aos bsimples prudência 
e aos jovens, conhecimento e bom siso. 
s couça o sábio e cresça em prudência; 
e o instruído adquira habilidade 
6 para entender provérbios e parábolas, 
as palavras e d enigmas dos sábios. 
VII. As palavras de Agur (cap. 30) 
VIII. A$ pEJlavras do rei Lemuel (cap. 31) 
A.O bom rei (31.1-9) 
B. A boa esposa (31.10-31) 
7 eQ temor do SENHOR é o princípio do saber, 
mas os loucos desprezam 
a sabedoria e o ensino. 
Contra as seduções dos pecadores 
BfFilho meu, ouve o ensino de teu pai 
e não deixes a instrução de tua mãe. 
9 Porque serão gdiadema de graça 
para a tua cabeça 
e colares, para o teu pescoço. 
to Filho meu, se os pecadores 
querem seduzir-te, 
hnão o consintas . 
• C;PÍTULO 1 1-:;-1Rs432~Pv 10-;-2;~;c 12 9 - ;1c~~preen~er:d1s;;mr ~ bPv-94-S c~-99- 6dNm12;S~2~n8~3 
7eJó2828;Sl111.10;Pv9.10;1533;[Ec12.13) 8/Pv4.1 9&322 tOhGn39.7-10;Dt13.8;Sl50.18;[Ef5.11) 
•1.1 Provérbios. A palavra hebraica correspondente a "provérbios" tem uma 
série de significados. mas geralmente é aplicada a um aforismo ou máxima 
dentro de um contexto de sabedoria. O prólogo (1.1-7) aplica-se ao livro inteiro e 
à variedade de ditos de sabedoria que ele contém, todos eles classificados 
genericamente como "provérbios" 
Salomão. Embora Salomão tenha escrito muitos provérbios ( 1Rs 4.32). as 
palavras de outros sábios que não eram de Salomão estão aparentemente 
incluídas sob esse título (p ex .. Agur. 30.1; e Lemuel, 31.1) Até mesmo nos 
materiais atribuídos a Salomão. algo que não foi de uma autoria direta pode ter 
sido incluído. As raízes das tradições proverbiais na experiência popular tornam 
improvável que Salomão tenha sido o originador exclusivo de todos os provérbios 
que ele deixou registrados por escrito (Introdução: Autor). 
•1.2-4 Referência explícita ao propósito que há por detrás desta coletânea, a 
qual sugere alguma espécie de uso educacional formal que estava sendo feito de 
tal material, embora não seja forte a evidência a favor da existência de escolas de 
sabedoria em Israel. 
•1.2 a sabedoria. O propósito do Livro de Provérbios é guiar o leitor à sabedoria, 
vocábulo.com muitas nuances. Está relacionado com o intelecto e com o controle 
do comportamento humano. É uma maneira de pensar sobre a realidade que 
capacita alguém a seguir o que é bom na vida. Através da sabedoria, Deus revela 
quais são os valores da vida e como podem ser alcançados. 
o ensino. Esta palavra sugere a disciplina moral e intelectual. Com freqüência in-
dica o aprendizado da sabedoria. 
palavras de inteligência. Ou seja, discernimento. a capacidade de ler entre 
linhas e fazer distinções corretas. 
•1.3 a justiça, o juízo e a eqüidade. Esses termos podem ser usados em 
contextos religiosos e éticos, bem como nos negócios temporais. Às vezes, a 
sabedoria bíblica parece interessar-se por assuntos deste mundo, mas sempre o 
faz dentro do arcabouço do desígnio divino para a ordem criada. 
•1.4 aos simples. Estas palavras fazem paralelismo, no mesmo versículo, com 
"aos iovens". Referem-se a algum jovem sem tutor e inexperiente, não àqueles 
destituídos de capacidades intelectuais. A sabedoria é uma questão de piedade 
prática. 
prudência. Ou seja, a perspicácia 
bom siso. Estas palavras sugerem tomar decisões corretas com entendimento. 
•1.5 cresça em prudllncia. A sabedoria estava insntucionalizada na cultura antiga 
na qual o sábio convocava as pessoas para aumentar a sabedoria delas. Sucessivas 
gerações deveriam aprender das gerações anteriores (v. 8). Note a típica estrutura 
paralela deste versículo, na qual frases quase sinônimas são reunidas. 
habilidade. A palavra hebraica, usada somente em Provérbios e em Já. significa 
guiar. orientar ou dirigir. Ela realça a importância dos corretos pensamentos e a 
experiência na tomada de decisões. 
•1.6 Estes diferentes termos podem ser usados como sinônimos, como em Hc 
2 6, mas é provável que aqui sejam formas distintas de ditos de sabedoria, tendo 
como característica comum um enigma que desafia o intelecto (1.1, nota). 
parábolas. As parábolas de Jesus são um tanto diferentes daquilo que se vê em 
Provérbios. embora mostrem a influência da literatura de sabedoria. Temos aqui, 
provavelmente, um amplo mas identificável tipo de literatura de sabedoria. A 
palavra é usada para a indicação do enigma de Sansão (Jz 14.12-19). de uma 
alegoria (Ez 17.2) e das declarações usadas para testar Salomão (1 As 10.1) 
•1. 7 O temor do SENHOR. Esta idéia é o princípio controlador de Provérbios e é 
uma antiga e decisiva contribuição israelita para a inquirição humana pelo conhe-
cimento e pelo entendimento. O temor do Senhor é a única base do verdadeiro 
conhecimento. Esse "temor" não consiste em um terror desconfiado de Deus. 
mas, antes. é a admiração reverente e a resposta em adoração da fé ao Deus que 
se revela como Criador, Salvador e Juiz. Embora o relacionamento pactuai de 
Israel com Deus receba pouco clara atenção em Provérbios, o uso do nome divino 
estreitamente associado com a aliança, o SENHOR (hebr. Javé, Êx 3.15; 6.3 e no-
tas), é significativo. Isso indica que a aliança redentora de Deus com seu povo e a 
revelação especial que a acompanha são fundamentais para a verdadeira sabe-
doria. Em Deuteronômio, "temor do Senhor" significa viver segundo as estipula-
ções da aliança, em grata resposta à graça remidora de Deus (Dt 6.2,24). O 
templo erigido por Salomão mais tarde tornou-se a expressão visivel do relacio-
namento pactuai de Israel com o Senhor. que, novamente, é descrito como o "te-
mor do Senhor" (1Rs 840.43) Há um elo importante através de Salomão e do 
templo entre a sabedoria bíblica e a teologia da aliança, encontradas em outras 
partes no Antigo Testamento. 
é o princípio do saber. Ver também 24-6; 9 1 O; 15.33; Já 28.28; SI 111.1 O O 
hebraico significa o ponto de partida do conhecimento como o seu princípio 
básico e normatj~o._E_ssa última possibilidade está em foco aqui. Enquanto que. 
em sua graça comum, Deus capacita os incrédulos a saberem muito sobre o 
mundo. somente o temor do Senhor capacita o indivíduo a sabei o que alguma 
coisa significa em última análise. Dependendo desse entendimento, a sabedoria 
persegue a tarefa de refletir sobre a experiência humana. Ver "A Sabedoria e a 
Vontade de Deus", em Dn 2.20. 
•1.8-9 A forma de instrução da literatura de sabedoria, no antigo Oriente 
Próximo, começa tipicamente com uma chamada para que se preste atenção. Pai 
e mãe estavam ambos envolvidos na instrução do lar. 
•1.8 o ensino. Ver a nota em 3.1. 
•1.9 diadema de graça ... colares. Essas metáforas retratam o efeito da 
sabedoria no embelezamento da vida do indivíduo. 
727 PROVÉRBIOS 1 
l l Se disserem: \fem conosco, 
1embosquemo-nos para derramar sangue, 
espreitemos, ainda que sem motivo, os inocentes; 
12 traguemo-los vivos, como 2o abismo, 
e inteiros, icomo os que descem à cova; 
13 acharemos toda sorte de 3bens preciosos; 
encheremos de 4despojos a nossa casa; 
14 lança a tua sorte entre nós; 
teremos todos uma só bolsa. 
JS Filho meu, 1não te ponhas a caminho com eles; 
m guarda das suas veredas os pés; 
16 nporque os seus pés correm para o mal 
e se apressam a derramar sangue.17 Pois 5debalde se estende a rede 
à vista de qualquer 6 ave. 
18 Estes se emboscam contra o seu próprio sangue 
e a sua própria vida espreitam. 
19 ºTal é a sorte de todo ganancioso; 
e este espírito de ganância 
tira a vida de quem o possui. 
Clama a Sabedoria 
20 PGrita 7na rua a Sabedoria, 
nas praças, levanta a voz; 
21 sdo alto dos muros clama, 
à entrada das portas e nas cidades profere as suas palavras: 
22 Até quando, ó 9néscios, amareis a / necedade? 
E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? 
E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento? 
23 Atentai para a minha repreensão; 
eis que a derramarei copiosamente 
para vós outros o meu espírito 
e vos farei saber as minhas palavras. 
24 rMas, porque clamei, e vós recusastes; 
porque estendi a mão, e não houve quem atendesse; 
2s antes, 5 rejeitastes todo o meu conselho 
e não quisestes a minha repreensão; 
26 1também eu me rirei na vossa desventura, 
e, em vindo o vosso terror, eu zombarei, 
27 em "vindo o vosso terror como a tempestade, 
em vindo a vossa perdição como o redemoinho, 
quando vos chegar o aperto e a angústia. 
28 vEntão, me invocarão, mas eu não responderei; 
procurar-me-ão, porém não me hão de achar. 
29 Porquanto xaborreceram o conhecimento 
e não zpreferiram o temor do SENHOR; 
30 ªnão quiseram o meu conselho 
e desprezaram toda a minha repreensão. 
A ~t-iPv 1~2; Jr 52;~1;-/ SI~~ 1 2-~a s~p;ura.-Heb~Sheo~ 13-;Lit~riq=~a;;;;,::s-;;; 4~ e;ó/io 15 1SI1.1; Pv 4.14 m SI 
119.101 16 n Pv 6.17-18; [Is 59.7]; Rm 3.15 17 Sem vão ô Lit. senhor da asa 19 ºPv 15.27; [1Tm 6 10] 20 PPv 8.1; 9.3; [Jo 7.37] 
7 de fora 21 8Conforme LXX, S, T; V a cabeça das multidões 22 9/ngênuos 1 ingenuidade 23 q Is 32.15; JI 2.28; [Jo 7.39] 24 ris 
65 12; 66.4; Jr 7.13; Zc 7.11 25 ss1107.11; Lc 7.30 26 ISI 2.4 27 u [Pv 1024-25] 28 v1sm 8.18; Já 27.9; 35.12; SI 18.41; Is 1.15; 
Jr 11.11, 14.12; Ez 8.18; Mq 3.4; Zc 7.13; [Tg 43] 29 XJó 21.14; Pv 1.22 zs1119.173 30 a SI 81.11; Pv 1.25 
•1.10-19 Estes versículos compõem outra unidade na forma da instrução. É 
possível que essa forma tenha sido um instrumento de ensino na educação mais 
formal, aquela efetuada fora do lar, na qual os sábios ensinavam os seus alunos. 
As cláusulas condicionais ou frases com um "se" (vs. 10-11) indicam as situa-
ções às quais se aplicam essa sabedoria. A ordem do v. 15 é apoiada pelas razões 
dadas nos vs. 16-19 
•1.12 o abismo. O reino da morte é descrito aqui como pronto para tragar as 
suas vítimas. Em outros lugares, esse termo poético denota uma dimensão onde 
a corrupção é o pai e o verme é a mãe [Já 17.13-14). um domínio dotado de 
portas [Is 38.1 O). Trata-se da terra de onde não há retorno [Já 7.9), do silêncio (SI 
94 17), das trevas (SI 143.3) e do esquecimento [SI 88.11-12). Ver 9.18, nota; Is 
14.9-11, nota. 
•1.13 bens preciosos. Provérbios não proíbe e.nem desencoraja as riquezas -
somente o uso do mal para obtê-las. Entretanto, a riqueza suprema é a própria 
sabedoria (2.4; 3.13-16; Já 28 12-19) 
•1.15 Filho meu. Depois de uma extensa oração condicional [vs. 10-14). é 
repetida a conclamação que reforça a ordem de se evitarem pessoas más 
•1.16 Este versículo é quase idêntico a Is 59.7, sendo parcialmente citado em 
Rm 3.15. 
•1.17 debalde ... ave. Esta declaração é introduzida para fortalecer as razões do 
conselho do autor. O seu significado aparente é que até uma ave evitará uma ar-
madilha, uma vez que tome conhecimento dela. Aqueles que estão sendo tenta-
dos deveriam fazer a mesma coisa. 
•1.19 Tal insensatez é contrária à verdadeira ordem do mundo, que, embora decaído, 
continua sob o governo soberano de Deus. Essa expressão de inevitável retribuição 
está alicerçada sobre a ordem observável das causas e conseqüências. Aparentes 
interrupções desse padrão levaram outros escritores bíblicos a voltar a sua atenção 
para o problema dos ímpios prósperos e dos justos sofredores [Já; SI 73). 
•1.20 A sabedoria é retratada como se fosse um pregador ao ar livre, semelhan-
te ao cone/amador de Is 55. Personificada como se fosse uma mulher, a sabedoria 
convida os simples a se arrependerem de sua insensatez e a buscarem a sabedo-
ria, antes que se torne tarde demais. Personificações da sabedoria também 
podem ser encontradas em 3.14-18; 8.1-36; 9.1-12. 
•1.21 portas. O portão da cidade era o fórum público de conselho e julgamento 
IDt 22 15; 25.7; Rt 4.1, 11; 2Sm 19 8). Este é o local apropriado para a figura da 
sabedoria chamar as pessoas a atenderem os seus conselhos. 
•1.22 ó néscios. Ver a nota sobre o texto; também o v. 4, nota. Houve um de-
senvolvimento no pensamento. Em questão não está meramente a obtenção de 
mais discernimento, mas uma escolha deliberada entre dois caminhos. A sabe-
doria e a insensatez, a retidão e a iniqüidade, aparecem em constante oposição 
em Provérbios como as duas únicas opções na vida [cf. Mt 7.24-27). 
escarnecedores. O significado preciso dessa palavra. usada principalmente em 
Provérbios, é difícil de determinar. O escarnecedor ou zombador é uma pessoa 
que resiste à disciplina dos sábios 19.7-8; 13.1; 14.6; 2111 ). 
loucos, Pessoas embotadas, a quem não se pode ensinar. 
o conhecimento. Ver 1.7. Na literatura de sabedoria, "conhecimento" é, com 
freqüência, um sinônimo para sabedoria. 
•1.23 o meu espírito. Provérbios reconhece a sabedoria tanto como uma dádi-
va divina quanto como uma tarefa humana. O primeiro desses aspectos é visto 
em 1.7, onde o temor do Senhor cresce da graça de Deus na redenção. A reden-
ção envolve uma renovação da mente, bem como a regeneração da alma (Rm 
12.1-2; 1Co 1.18---26) 
•1.24 vós recusastes. A rejeição ao evangelho da sabedoria tem seus parale-
los na rejeição da graça de Deus por parte de Israel. 
•1.25 o meu conselho. Aqui a sabedoria fala caril toda a autoridade. Sendo o 
conselho de Deus, seu conselho e orientação não estão abertos ao debate [2.6; 
8.14) 
•1.28 eu não responderei. A verdadeira sabedoria é um aspecto da graça sal-
vadora de Deus e pode-se chegar a um ponto sem retorno. para aqueles que are-
jeitam. Essa verdade reforça a urgência da mensagem. Ninguém pode esperar o 
favor de Deus ao mesmo tempo em que despreza as dádivas que ele oferece [Dt 
1.45; 1 Sm 28.6; SI 18.41 ). 
•1 .29 o conhecimento, Essa palavra é um sinônimo de sabedoria e é explicada 
aqui pela frase paralela que a acompanha, "o temor do Senhor". A sabedoria des-
l 
1 
..4 
PROVÉRBIOS 1, 2 728 
31 Portanto, bcomerão do fruto do seu procedimento 
e dos seus próprios conselhos se fartarão. 
32 Os néscios são mortos por 2 seu desvio, 
e aos loucos a sua impressão 
de bem-estar os leva à perdição. 
33 Mas o que me der ouvidos habitará cseguro, 
dtranqüilo3 e sem temor do mal. 
A excelência da sabedoria 
2. Filho meu, se aceitares as minhas palavras e ªesconderes contigo os meus mandamentos, 
2 para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido 
e para inclinares o coração ao entendimento, 
3 e, se clamares por inteligência, 
e por entendimento alçares a voz, 
4 bse buscares a sabedoria como a prata 
e como a tesouros escondidos a procurares, 
se então, entenderás o temor do SENHOR 
e acharás o conhecimento de Deus. 
6 dPorque o SENHOR dá a sabedoria, 
e da sua boca vem a inteligência e o entendimento. 
7 Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; 
é e escudo para os que caminham na sinceridade, 
8 guarda as veredas do juízo 
e !conserva o caminho dos seus santos. 
9 Então, entenderás justiça, juízo 
e eqüidade, todas as boas veredas. 
10 Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, 
e o conhecimento será agradável à tua alma. 
11 O bom siso te guardará, 
e Ra inteligência te conservará; 
12 para te livrar do caminho do mal 
e do homem que diz coisas perversas; 
13 dos que deixam as veredas da retidão, 
para handarem pelos caminhos das trevas; 
14 'que se alegram de fazer o mal,folgam com as perversidades dos maus, 
IS 'seguem veredas tortuosas 
e se desviam nos seus caminhos; 
16 para te livrar 1da mulher adúltera, 
da estrangeira, mque lisonjeia com palavras, 
11 a qual deixa o amigo da sua mocidade 
e se esquece da aliança do seu Deus; 
18 porque "a sua casa se 1inclina para a morte, 
e as suas veredas, para o reino 
das sombras da morte; 
• 31 b:Jó-;-8; ~~ 5~223; 2;; I~ 1~~J~~; 3;~ 2s:i r~eld: 33 CPv324W d; 11~7 ~u seguro - -- - -
CAPITUL02 1 ª[Pv4.21] 4b[Pv3.14] SC(Tg15-6] ód1Rs3.9,12;[Jó32.8;Tg1.5] 7e[Sl84.11];Pv305 8/[1Sm2.9];SI 
66.9 11 g Pv 4.6; 6.22 13 h SI 82.5; Pv 4.19; [Jo 3.19-20] 14 IPv 1O23; Jr 11 15; [Rm 1.32] 15 iSI 125.5; [Pv 21.8] 16 IPv 5.20; 
6.24; 7.5 m Pv 5.3 18 n Pv 7.27 I desmorona 
cedo alto (Tg 3.17), como uma dádiva divina na revelação redentora. Isso é ver-
dade mesmo que ela deva ser desejada e que devamos nos esforçar para obtê-la 
(2.4-6; Hb 5.7-8; Tg 151 
•1.31 fruto. A relação entre feitos e resultados é observável na relação natural 
entre causa e efeito. A figura aqui não é de prazer após uma refeição completa, 
mas o desgosto por ter comido muito. 
•1.32 desvio. Indiferença ou negligência voluntária. 
aos loucos a sua impressão de bem-estar. A ignorante auto-satisfação dos 
que se não deixam ensinar voluntariamente, que não vêem necessidade de 
aprender qualquer coisa da parte de alguém. 
•1.33 Este versículo está em contraste direto com o v. 32. A sabedoria traz vida e 
segurança. Rejeitar a sabedoria é rejeitar tudo quanto promove a vida. 
•2.1-22 Embora a esta instrução faltem os imperativos usuais, a sua força 
enfática é indicada pelo assunto abordado - a sabedoria que livra da morte. Os 
resultados para quem aceita a sabedoria são o conhecimento de Deus e as 
bênçãos da vida (vs. 5.9.211. Esses dois aspectos da sabedoria - o dom divino e 
a tarefa humana - são vistos claramente (p. ex, vs. 4,61. 
•2.2 o coração. A base da razão e da vontade. A moderna distinção popular en-
tre conhecimento do coração e conhecimento da mente não tem aplicação aqui. 
O contraste usuardo Antigo Testamento é entre a obediência formal ou externa, à 
qual falta um verdadeiro assentimento da vontade, e a disposição, a obediência 
de todo o coração. 
•2.3 se clamares ... alçares a voz. Em contraste com a falta de resposta ao 
convite da sabedoria encontrado em 1.20-23. 
•2.4 tesouros escondidos. Note a figura semelhante usada por Jesus em Mt 
13.44. 
•2.5 então, entenderás o temor do SENHOR. Ern 1.7, o temor do Senhor é o 
princípio do saber e aqui é o alvo. Não há nenhuma discrepância, visto que o saber 
é tanto uma dádiva quanto é uma tarefa. Deus dá conhecimento de si mesmo na 
revelação redentora. Começando nesse ponto, a pessoa sábia assume a tarefa 
de aprender mais sabedoria e de conhecer a Deus, sempre movendo-se na 
direção do alvo de conhecer mais ao Senhor, de modo mais perfeito, sendo 
moldado à imagem de seu Filho. 
•2.6 o SENHOR dá a sabedoria. Sem importar o quanto estejamos engajados 
na tarefa de buscar o saber através de nossa experiência humana no mundo, a 
fonte de toda a verdade é Deus. Ele deve prover a sabedoria necessária para a 
devida interpretação da realidade (3.51 
da sua boca. Embora suas ênfases sejam diferentes, tanto Deuteronômio como 
Provérbios reconhecem que o alicerce subjacente do conhecimento é a Palavra 
de Deus (Dt 8.31. Antes mesmo de o pecado ter entrado no mundo, Adão e Eva 
precisaram da Palavra de Deus a fim de conhecerem a si mesmos e o seu relacio-
namento com a criação (Gn 1 28-301 
•2.7 O caráter de Deus, que os sábios chegam a conhecer (v. 51. é a base da 
moralidade. Padrões de integridade e justiça são expressões da sabedoria. 
•2.8 seus santos. Estes são as pessoas que mostram que possuem o temor do 
Senhor, imitando o seu amor pactuai. 
•2.9 todas as boas veredas. A literatura de sabedoria é importante para nossa 
compreensão da orientação de Deus em nossa vida. Aponta para a tarefa de 
obtermos sabedoria, para que possamos tomar decisões responsáveis e 
coerentes com nossa situação legal de aliança como povo de Deus ( 1 Pe 2 9) 
•2.11 O bom siso. Ou "preparação". 
•2.12 Um correto discernimento moral nos salvará daqueles que desprezam a 
sabedoria. 
coisas perversas. Palavras de rebelião que transtornam a verdade. 
•2.16 mulher adúltera. D adultério é um desvio radical da ordem divina quanto 
aos relacionamentos humanos (5 1-23; 6.20-29; 7 1-27). O termo hebraico 
significa uma mulher "estrangeira" ou "estranha". Nesse contexto, indica uma 
mulher estranha ao relacionamento marital apropriado, uma prostituta ou 
adúltera. 
•2.17 o amigo da sua mocidade. Ou seja, o seu marido 
aliança do seu Deus. Se essa "mulher adúltera" não é israelita (v 16, nota), 
então, "aliança" p~de ser a cerimônia de casamento testemunhada por algum 
deus estrangeiro. E mais provável, porém, que a mulher seja uma israelita que 
transgride os requisitos da aliança do Sinai, particularmente o mandamento con-
tra o adultério (Êx 20.14). 
•2.18 a morte. Na literatura de sabedoria, "vida" não é mera existência, mas 
uma maneira caracterizada por verdadeiros relacionamentos que se conformam 
ao desígnio de Deus. A "morte" não é somente o fim da vida física, mas uma 
19 todos os que se dirigem a essa mulher não voltarão 
e não 2 atinarão com as veredas da vida, 
20 Assim, andarás pelo caminho dos homens de bem 
e guardarás as veredas dos justos, 
21 Porque os retos habitarão a ºterra, 
e os íntegros permanecerão nela. 
22 Mas os perversos serão 3eliminados da terra, 
e os aleivosos serão dela desarraigados. 
Exortações da Sabedoria a obedecer ao SENHOR 
3 Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e ªo teu coração guarde os meus mandamentos; 
2 porque eles aumentarão os teus dias 
e bte acrescentarão anos de vida e paz, 
3 Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; 
e ata-as ao pescoço; 
descreve-as na tábua do teu coração 
4 e e acharás graça e boa compreensão 
diante de Deus e dos homens. 
.....~~~~ 
729 PROVÉRBIOS 2, 3 
S!Confia no SENHOR de todo o teu coração 
ge não te estribes no teu próprio entendimento. 
6 hReconhece-o em todos os teus caminhos, 
e ele / endireitará as tuas veredas. 
7 Não sejas sábio aos teus próprios iolhos; 
teme ao SENHOR e aparta-te do mal; 
8 será isto saúde para o teu 2 corpo 
e i refrigério3 , para os teus ossos. 
9 1Honra ao SENHOR com os teus bens 
e com as primícias de toda a tua renda; 
10 e mse encherão fartamente os teus celeiros, 
e transbordarão de vinho os teus lagares. 
11 nFilho meu, não rejeites 
a disciplina do SENHOR, 
nem te enfades da sua repreensão. 
12 Porque o SENHOR repreende a quem ama, 
ºassim como o pai, ao filho a quem quer bem. 
13 PFeliz o homem que acha sabedoria, 
e o homem que adquire conhecimento; 
~ 192,Litalcançarão 21 ºSl37.3 223destruídos 
CAPITULO 3 1 ªDt 8.1 2 bSI 119.165; Pv 4.10 3 CÊx 13.9; Dt 6.8; Pv 6.21 dpy 7.3; Jr 17.1; [2Co 3.3] 4e1Sm 2.26; Lc 2.52; Rm 
14.18 5 /[SI 37.3,5]; Pv 22.19 gpy 23.4; [Jr 9.23-24] ó h [1Cr28.9]; Pv 16.3; [Fp 4.6; Tg 1.5] 1 aplanará 7 iRm 12.16 8 i Jó 21.24 2Lit 
umbigo 3Lit bebida 9 IÊx 22.29; Dt 26.2; [MI 3.10] 10 mDt 28.8 11 nJó 5.17; SI 94.12; Hb 12.5-6; Ap 3.19 12 ºDt 8.5; Pv 13.24 
13 p Pv 8.32,34-35 
descida irreversível para a desordem da perversidade moral lcf. 5.23, onde 
"morrer" é paralelo a "perdido, cambaleia"). 
•2.19 todos .. , não voltarão. Esta nota de conclusão esclarece quão sério é 
quebrar os padrões que não são meros costumes sociais, mas ordenanças da 
criação divina. 
•2.20-22 A promessa de terra era uma parte básica da aliança que Deus 
estabeleceu com Abraão, Moisés e o povo IGn 13.15, nota; Êx 20.12; Dt 1.8; 
26.1-9). Essas promessas prefiguram a promessa da vida eterna IHb 11 16). O 
aspecto cond·1c·1onal da aliança é refletido aqui IGn 17.2, nota) - os retos e os 
sábios herdam a terra, mas os ímpiossão removidos IDt 28). 
•3.1-12 Estes versículos, provavelmente, formem uma única unidade de 
instrução, com o típico tratamento de "filho meu" repetido no v. 11. A unidade 
contém os imperativos comuns lvs. 1,3,5-7 ,9, 11) e as cláusulas motivadoras lvs. 
2,4,8, 10/. O versículo 12 explica o propósito da disciplina do Senhor, encorajando 
o sábio a seguir o preceito do v. 11. 
•3,1 meus ensinos. A palavra hebraica para "lei" no original, ltorah) tem o 
sentido básico de "instrução" e. na tradição judaica. designa o Pentateuco. A 
instrução de sabedoria, apesar de não ser confundida com os preceitos da lei 
mosaica, tem, por igual modo, autoridade. 
mandamentos. Este vocábulo também se acha na lei. Conforme é típico nos 
paralelismos da poesia hebraica, a segunda metade do versículo repete a idéia da 
primeira metade, clareando-a ou expandindo-a. Essencialmente, este versículo 
significa memorizar os mandamentos e, depois, pô-los em prática. 
•3.2 eles aumentarão os teus dias. A expectação normal é que a sabedoria 
conduzirá a uma longa e próspera vida, que é a bênção de Deus IÊx 20.12). 
paz. No hebraico. shalom. Este termo denota bem-estar geral, a harmonia de 
relacionamento, a integridade e a saúde lv 8). No Antigo Testamento, as bênçãos 
de Deus são vistas. primariamente, em termos desta vida presente. Não era fácil 
reconciliar essa perspectiva com o sofrimentos dos 1ustos ou a prosperidade dos 
ímpios. A revelação que estava por vir com Cristo e. especialmente, a sua 
ressurreição da morte ainda estavam longe, no futuro. 
•3.3 a benignidade e a fidelidade, Essa frase, no hebraico, indica claramente 
que a sabedoria está avançando dentro da estrutura da aliança. A instrução lv. 1) 
é um ensino prático para a vida, baseado no caráter de Deus revelado em sua 
Palavra. 
ata-as ... pescoço. Esta metáfora indica que a sabedoria embelezará a vida do 
indivíduo. 
escreve-as ... teu coração, O sentido é o mesmo que se vê no v. 1. Faze essas 
virtudes parte de ti mesmo, entesourando-as na memória e então conformando a 
elas a tua vontade. 
•3,5 Confia no SENHOR. Depende inteiramente da Palavra do Senhor e de suas 
promessas, reveladas através do sábio 12.6; 16.20). Ver a nota em 1. 7. 
não te estribes no teu ... entendimento. O contraste é entre a percepção da 
realidade que se submete à Palavra reveladq de Deus como a autoridade para 
toda a verdade e uma percepção que supõe que as conjecturas humanas têm 
dessa autoridade. 
•3.6 Reconhece-o. Esta é a expressão prática da mente que se submete a 
Deus e o reconhece. 
ele endireitará as tuas veredas. O Senhor te guiará ao alvo final da vida. Deus 
dá sabedoria e, com ela, a tarefa de se tomarem sábias decisões; estes são os 
dois aspectos da orientação dada pelo ensino da sabedoria. Não há qualquer 
indício de orientação que se desvie do dever de tomar decisões. Mas as decisões 
humanas não invalidam a proteção da providência divina (Gn 50.20-21; SI 
10314) 
•3, 7 sábio aos teus próprios olhos. Esta frase resume a idéia de que a mente 
humana. com seu intelecto e razão, é independentemente capaz de atingir uma 
verdadeira compreensão da realidade, sem precisar da revelação de Deus. 
•3.8 A verdadeira sabedoria afirma a vida das maneiras mais práticas. 
•3.9-1 O Honrar a Deus com o uso correto das coisas materiais exprime gratidão 
pelo seu favor e reconhece que ele controla a ordem natural e os seus processos. 
•3.9 as primícias. A primeira porção da colheita anual era dada aos sacerdotes 
llv 23.10; Nm 18.12-13). 
•3.11 a disciplina. Embora a instrução de Deus requeira o castigo, essa 
correção não tem o propósito de prejudicar ou deixar os filhos de Deus irados. 
Mas. visto que o castigo envolve sofrimento, há a necessidade de um encoraja-
mento específico para não se rebelar contra o castigo. 
•3.12 Hb 12.3-11 explica que a correção de Deus é melhor que a de um pai 
terreno; como comparação, ver Lc 11.11-13. O castigo não é um conteúdo princi-
pal do ensino paternal de Deus; a instrução de Provérbios é designada para as 
pessoas que querem ouvi-la 12.3-5; 4.5-9; 8.11, 17). 
•3.13-20 Esta seção é composta mais como um hino de louvor à sabedoria do 
que como uma parte de instrução lcf. SI 1 ). Mas ver 8.32-36 quanto a uma 
conclusão prática. 
•3.13 Feliz. Este vocábulo não significa meramente um sentimento subjetivo. 
Encontra-se quase exclusivamente nos Salmos e na literatura de sabedoria, 
descrevendo a vida que desfruta da graça e do favor de Deus. 
PROVÉRBIOS 3, 4 730 
14 qporque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, 
e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. 
ts Mais preciosa é do que pérolas, 
e 'tudo o que podes desejar não é comparável a ela. 
ló 50 alongar-se da vida está na sua mão direita, 
na sua esquerda, riquezas e honra. 
17 10s seus caminhos são caminhos deliciosos, 
e todas as suas veredas, paz. 
t8 uÉ árvore de vida para os que a alcançam, 
e felizes são todos os que a 4 retêm. 
19 vo SENHOR com sabedoria fundou a terra, 
com inteligência estabeleceu os céus. 
20 Pelo seu conhecimento os abismos xse rompem, 
e as nuvens destilam orvalho. 
21 Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos; 
guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso; 
22 porque serão vida para a tua alma 
e adorno ao teu pescoço. 
23 zEntão, andarás seguro no teu caminho, 
e não tropeçará o teu pé. 
24 Quando te deitares, não temerás; 
deitar-te-ás, e o teu sono será suave. 
2s ªNão temas o pavor repentino, 
nem a arremetida dos perversos, quando vier. 
26 Porque o SENHOR será a tua segurança 
e guardará os teus pés de serem presos. 
27 bNão te furtes a fazer o bem 5 a quem de direito, 
estando na tua mão o poder de fazê-lo . 
..... ~ 
28 cNão digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; 
então, to darei, se o tens agora contigo. 
29 Não maquines o mal contra o teu próximo, 
pois habita junto de ti confiadamente. 
30 dJamais pleiteies com alguém sem razão, 
se te não houver feito mal. 
31 eNão tenhas inveja do homem violento, 
nem sigas nenhum de seus caminhos; 
32 porque o SENHOR abomina o perverso, 
tmas aos retos trata com intimidade. 
33 g A maldição do SENHOR 
habita na casa do perverso, 
porém ha morada dos justos ele abençoa. 
34 1Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, 
mas dá graça aos humildes. 
35 Os sábios herdarão honra, 
mas os loucos tomam sobre si a ignomínia. 
Exortação paternal 
4 Ouvi, ªfilhos, a instrução do pai e estai atentos para conhecerdes o entendimento; 
2 porque vos dou boa doutrina; 
não deixeis o meu ensino. 
3 Quando eu era filho em companhia de meu pai, 
btenro e único diante de minha mãe, 
4então, ceie me ensinava e me dizia: 
Retenha o teu coração as minhas palavras; 
d guarda os meus mandamentos e vive; 
~ 14 q Jó 28.13 IS 'Mt 13.44 16 5 Pv 8 18; [1Tm 4.81 17 l[Mt 11 29] 18 u Gn 2.9; Pv 1130; 13.12; 15.4; Ap 2.7 4 seguram firme 
19vs1104.24; Pv 8.27 20 xGn 7.11 23 Z[SI 37 24; 9111-12]; Pv 10 9 25 ªSI 91.5;1Pe3.14 27 bRm 137; [GI 6 10] 5Lit aos seus 
proprietários 28 Clv 19 13; Dt 24 15 30 dPv 26 17; [Rm 12 181 31 es1 37 1, Pv 24 1 32/SI 25.14 33 elv 26.14, 16; Dt 11.28; Zc 
5.3-4; MI 2.2 h Jó 8.6; SI 1.3 34 iT g 4.6; 1 Pe 5.5 
CAPITULO 4 ta SI 34.11; Pv 1.8 3b1Cr 29.1 4 ClCr 28 9; Ef 6.4 dPv 7 2 
•3.14-15 Jó 28 descreve a sabedoria como um tesouro. SI 19.10 refere-se 
especificamente à lei revelada. 
•3.16-17 Ver ov. 2 e notas. 
•3.18 árvore de vida. Provavelmente, não tenhamos aqui uma alusão 
especffica à árvore da vida de Gn 2.9, embora o autor conhecesse sobre ela. A 
árvore florescente era uma figura comum na literatura da época para indicar 
bênçãos contínuas. A metáfora é usada novamente em 11.30; 13.12; 15.4. Mais 
importante é o tema da "vida" em Provérbios. "Vida", na Bíblia, está essencial-
mente ligada ao nosso relacionamento com Deus. A interrupção do relaciona-
mento apropriado com Deus, a fonteda vida, conduz à morte IGn 2.17) A 
sabedoria está ligada aos devidos relacionamentos com Deus, com outras 
pessoas e com a natureza. 
•3.19-20 Sabedoria, compreensão e conhecimento pertencem a Deus e 
encontram expressão no ato da criação 18.22-31 ). O escritor aponta para os 
propósitos e os desígnios da criação. A ordem da criação não foi totalmente 
destruída pelo pecado, e a teologia da criação é um aspecto importante da 
literatura de sabedoria. 
•3.21-26 Esta coletânea de ditos está centralizada sobre o tema da orientação 
acerca do caminho da vida. 
•3.21 Ver a nota em 1.4. 
•3.22 Ver as notas nos vs. 2-3. 
•3.23 Uma vez mais, a orientação é vista em termos de se tomarem decisões 
sábias. 
•3.24 Parte da sabedoria é evitar as situações que ameaçam a vida, não pela 
recusa de enfrentar os perigos quando necessário, mas pela busca de relaciona-
mentos corretos e uma existência disciplinada. 
•3.27-35 Esta seção começa com uma série de mandamentos sobre certos abu-
sos nos relacionamentos humanos lvs. 27-31). Estes são seguidos por cláusulas 
que explicam o interesse direto do Senhor na moralidade desses preceitos lvs. 
32-35) 
•3.32 As pessoas desonestas estão alienadas de Deus, mas aquelas que são re-
tas desfrutam de intimidade com o Senhor. 
•3.33 Aqui o típico contraste proverbial entre os 1ustos e os iníquos lcf 10.2-3, 
6-7, 11, 16) está relacionado com as bênçãos e as maldições de Deus. Isso é um 
paralelo com a teologia da aliança de Deuteronômio, onde a fidelidade é recom-
pensada com as bênçãos de Deus IDt 11.26-29; 28 1-19) 
•4. 1-27 Este capítulo naturalmente se divide em três ditos de instrução. cada 
qual começando com as palavras dirigidas geralmente por um pai a seu filho lvs 
1, 10,201. O primeiro dito vê a sabedoria como a mais preciosa aquisição lvs. 1-9), 
o segundo, como a vereda para a verdadeira vida lvs. 10-19), e o terceiro, como o 
caminho para a retidão lvs 20-27) Não há referência direta à religião. As tradi-
ções de sabedoria são compartilhadas por pessoas de diferentes culturas e reli-
giões. Ver as notas em 22 17-24.22. Salomão discutia a sabedoria com 
pessoas provenientes de outras nações 11 Rs 4.29-34; 10.1-7), mostrando como 
certas características da sabedoria eram compartilhadas através de fronteiras na-
cionais e religiosas. Em Israel. o discernimento da sabedoria empírica era usado 
dentro da estrutura do relacionamento da aliança e não pode ser separado de re-
velação especial 11.7 e notas). 
•4.2 doutrina. Ou "ensinamento". O termo hebraico enfatiza a atividade de re-
ceptividade do aprendiz. 
•4.3-4 Os sábios continuam a tradição de sabedoria passando às gerações se-
guintes a sabedoria que aprenderam de seus pais. Idade e eKpmiência não são 
autoridades absolutas, mas são fatores importantes e devem ser tidas em alto 
grau llv 19.32) 
•4.4 vive. Ver as notas em 2.18 e 3.2. 
731 PROVÉRBIOS 4, 5 
5 e adquire a sabedoria, adquire o entendimento 
e não te esqueças 
das palavras da minha boca, nem delas te apartes. 
6 Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; 
fama-a, e ela te protegerá. 
7 go princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; 
sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento. 
s h Estima-a, e ela te exaltará; 
se a abraçares, ela te honrará; 
9 dará à tua cabeça um ;diadema de graça 
e uma coroa de glória te entregará. 
1oouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, 
e se ite multiplicarão os anos de vida_ 
11 No caminho da sabedoria, 1te ensinei 
e pelas veredas da retidão te fiz andar. 
12 Em andando por elas, mnão se embaraçarão 
os teus passos; 
n se correres, não tropeçarás. 
13 Retém a instrução e não a largues; 
guarda-a, porque ela é a tua vida. 
14 ºNão entres na vereda dos perversos, 
nem sigas pelo caminho dos maus. 
15 Evita-o; não passes por ele; 
desvia-te dele e passa de largo; 
16 Ppois não dormem, se não fizerem mal, 
e 1 foge deles o sono, se não fizerem tropeçar alguém; 
17porque comem o pão da impiedade 
e bebem o vinho das violências. 
18 qMas a vereda dos justos 'é como 2a luz da aurora, 
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. 
19 so caminho dos perversos é como a escuridão; 
nem sabem eles em que tropeçam. 
20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; 
aos meus ensinamentos inclina os ouvidos. 
21 Não os deixes apartar-se dos teus olhos; 
guarda-os no mais íntimo do teu coração. 
22 Porque são vida para quem os acha 
e saúde, para o seu corpo. 
23 Sobre tudo o que se deve guardar, 
guarda o coração, 
porque dele procedem as fontes da 1vida. 
24 Desvia de ti 3 a falsidade da boca 
e afasta de ti a perversidade dos lábios. 
25 Os teus olhos olhem direito, 
e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti. 
26 Pondera a vereda de teus "pés, 
e todos os teus caminhos sejam retos. 
27 Não declines nem para a direita 
nem para a esquerda; 
retira o teu pé do mal. 
Advertência contra a lascí11ia 
5 Filho meu, atende a minha sabedoria; à minha inteligência inclina os ouvidos 
2 para que 1 conserves a discrição, 
e os teus lábios ªguardem o conhecimento; 
sePv2.2-3 6/2Ts2.10 UPv3.13-14;Mt13.44 8h1Sm2.30 9iPv3.22 to/Pv3.2 lti1Sm12.23 12mJ618.7;SI 
18.36 n [SI 91.11];Pv3.23 14 ºSI 1.1; Pv 1.15 16 PSI 36.4; Mq 2.1 1 Lit. é-lhes roubado o sono 18 Qls 26.7; Mt 5.14,45; Fp 2.15 '2Sm 
23.4 2 o amanhecer 19 s 1 Sm 2.9; [Jó 18.5-6]; Pv 2.13; [Is 59.9-1 O; Jr 23.12]; Ja 12.35 23 t [Mt 12.34; 15.18-19; Me 7.21; Lc 6.45] 
243abocaenganosa 26UPv5.21;Hb 12.13 
CAPITULO 5 2 a MI 2.7 1 valorizar bom julgamento 
•4.6 Notar a estrutura paralela deste versículo, onde a segunda linha diz quase a 
mesma coisa que a primeira, na entanto, com algum desenvolvimento do pensa-
mento. "Não desampares" torna-se a injunção positiva para "amar". A sabedoria 
é muita mais da que um acúmulo de fatos. Envolve confiança e comprometi-
mento. 
•4. 7 O principio da sabedoria é. Conforme está traduzida, este versículo quer 
dizer: "A sabedoria é de magna importância; não a negligencies". Um outro 
sentida passível é este: "A sabedoria é a primeira interesse" para a aprendiz. A 
sabedoria está pronta, e aquele que quiser aprendê-la pode começar imediata-
mente. 
com tudo o que possuis. Jesus usou uma declaração semelhante sabre cama 
alguém deve buscar a Reina de Deus (Mt 13.45-46). 
•4.9 Ver a nata em 1.9. 
•4.10 Ver a nata em 3.2. 
•4.11 A metáfora da vida cama um caminho ou vereda é comum na sabedoria 
israelita. 
•4.13 ela é a tua vida. A vida não pode existir sem a sabedoria. Na Nava 
Testamento, Crista é chamada de nossa sabedoria (1 Ca 1.30) e de nossa vida (CI 
3.4) 
•4.14 vereda dos·perversos. Tipicamente, a sabedoria contrasta caminhas e 
idéias em aposição (especialmente nas provérbios concisos das caps. 10-22). 
Esse expediente de ensina acentua a vereda da sabedoria apondo várias de seus 
aspectos à vereda da insensatez e da mal. Aqui estão contrastadas as vs. 11-13 
com as vs. 14-17, e a v. 18 com a v. 19. 
•4.16 não dormem. O mal se assemelha a uma droga que causa vício. Aqueles 
que são adeptas dele descobrem que, sem a sua dose diária, eles se tornam 
incapazes de dormir. 
•4.17 comem ... bebem. A iniqüidade e a violência tornam-se seu alimenta 
básica. 
•4, 18-19 Estes versículos usam a figura de uma luz que vai crescendo de intensi-
dade para caracterizar a justiça e uma escuridão impenetrável para a maldade (Ja 
8.12; Ef58-13). 
•4.20-27 Esta instrução contrasta as dais caminhas da sabedoria e da insensa-
tez, mesma sem usar esses vocábulos. A ênfase recai sabre a concentração 
mental e sobre a atenção ao ensina da sabedoria, que conduz à vida. 
•4.21 coração. Ou a mente (2.2, nata). 
•4.22 saúde. Integridade e saúde que abrangem a carpa física (3.8). 
•4.23 dele ... vida. Nossas pensamentos, par sua vez. amoldam a maneira de 
falarmos e de vivermos. Ver Mt 12.35; Me 7.21; Rm 2.29. 
•4.25-27 A sabedoria capacitaa indivíduo a manter-se dentro da vereda da vida, 
sem desviar-se para a lamaçal. 
•5.1·23 Esta passagem deve ser considerada cama uma única unidade. Embora 
as vs. 15-23 são cancebivelmente uma composição distinta, a tema é um desen-
volvimento lógica da que vem antes. A sabedoria aconselha-nos a evitar a adúlte-
ra, destruidora de vidas, e a encontrar satisfação sexual e emocional dentro da 
fidelidade aos laças da matrimônio. 
•5.1-6 Estes versículos descrevem a caráter da adúltera sedutora. Na aparência, 
ela é toda doçura e luz, mas na profunda de seu ser ela emana a odor da morte. 
•5.2 os teus lábios guardem o conhecimento. O sentida pode ser que a pes-
soa deve aprender a manter um discreta silêncio sempre que isso for necessária 
ou, possivelmente, que a pessoa deve ter alga de substância a ser dita (MI 2.7). 
l 
J 
PROVÉRBIOS 5, 6 732 
3 bporque os lábios 2da mulher adúltera 
destilam favos de mel, 
e as suas palavras são cmais suaves do que o azeite; 
4 mas o fim dela é amargoso como o absinto, 
agudo, como a espada de dois gumes. 
s Os seus pés descem à morte; 
dos seus passos conduzem-na ao 3inferno. 
6 Ela não pondera a vereda da vida; 
anda errante nos seus caminhos e não o sabe. 
7 Agora, pois, filho, dá-me ouvidos 
e não te desvies das palavras da minha boca. 
B Afasta o teu caminho da mulher adúltera 
e não te aproximes da porta da sua casa; 
9 para que não dês a outrem 4 a tua honra, 
nem os teus anos, a cruéis; 
JO para que 5 dos teus bens 
não se fartem os estranhos, 
e o fruto do teu trabalho não entre em casa alheia; 
11 e gemas no fim de tua vida, 
quando se consumirem a tua carne e o teu corpo, 
12 e digas: Como aborreci o ensino! 
E desprezou o meu coração a disciplina! 
13 E não escutei a voz dos que me ensinavam, 
nem a meus mestres inclinei os ouvidos! 
14 Quase que me achei em todo mal 
que sucedeu no meio da assembléia 
e da congregação. 
15 Bebe a água da tua própria cisterna 
e das correntes do teu poço. 
16 Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, 
e, pelas praças, os 0 ribeiros de águas? 
11 Sejam para ti somente 
e não para os estranhos contigo. 
18 Seja bendito o teu manancial, 
e alegra-te com ea mulher da tua mocidade, 
19 /corça de amores e gazela graciosa. 
Saciem-te os seus seios em todo o tempo; 
e embriaga-te sempre com as suas carícias. 
20 Por que, filho meu, andarias cego 11 pela estranha 
e abraçarias o peito de outra? 
21 hPorque os caminhos do homem 
estão perante os olhos do SENHOR, 
e ele 7 considera todas as suas veredas. 
22 iQuanto ao perverso, as suas iniqüidades o prenderão, 
e com as cordas do seu pecado será detido. 
23 'Ele morrerá pela falta de disciplina, 
e, pela sua muita loucura, perdido, cambaleia. 
Advertência contra o se1Vir de fiador 
6 Filho meu, ªse ficaste por 1 fiador do teu companheiro 
e se te 2 empenhaste ao estranho, 
z estás enredado com o que dizem os teus lábios, 
estás preso com as palavras da tua boca. 
·-3 °;Pv~16 ;SI 55-;1 2~-de--:ma~tran;; 5 dPv7.27 3Hebr. Sheof 9 4oteu vigor 10 5L1t.datuaforça 16 ô canais 18 eDt24.5; 
Ec 9.9; MI 2.14 19 /Ct 2.9 20 gpy 2.16 21 h 2Cr 16 9; Já 31.4; 34 21; Pv 15.3; Jr 16.17; 32.19; Os 7.2; Hb 4.13 7Ut. pesa 22 iNm 
32.23; SI 9.5; Pv 131; Is 3.11 23 i Jó 4.21 
CAPÍTULO 6 1 ª Pv 11.15 1 em garantia ou penhor 2 Lit. bateste tua mão como penhor 
•5.3 Em contraste com o v. 2. a sedutora começa com palavras enganosas de 
fascinação. Cf. a doçura do verdadeiro amor em Ct 4.11. 
•5.4 o fim. A frase fala do resultado final para a vítima da sedução. 
amargoso como o absinto. Uma planta especialmente amargosa para o 
paladar, o absinto é usado como uma metáfora para a experiência da aflição (Dt 
2918) 
espada de dois gumes. A suavidade das palavras da adúltera engana (v. 3). e 
as relações ilícitas só conduzem à injúria. 
•5.5 morte. Não se trata somente de uma morte prematura produzida pela vida 
dissoluta. Nesse contexto. "morte" é tudo quanto não promove a "vida" confor-
me ela é definida por Deus. 
inferno. O lugar dos mortos (no hebraico. sheof). A vida desordenada leva à 
morte física. Quanto ao "sheor. ver Is 14.9-11, nota. 
•5.6 anda errante nos seus caminhos. A censura moral aqui é inseparável da 
idéia da sabedoria segundo a qual a insensatez e a iniqüidade envolvem a rejeição 
da ordem e plano de Deus para as coisas. 
•5.7-14 Estes versículos fornecem uma descrição mais detalhada do fruto da 
imoralidade e o preço que ela exige 
•5.8 Afasta ... da mulher adúltera. Os sábios farão uma escolha consciente 
para evitar qualquer contato com a imoralidade, mantendo-se fora do caminho da 
tentação. 
•5.9-11 Aqueles que se engajam na imoralidade pagam um elevado preço por 
ela. 
•5.9 cruéis. Talvez o ultrajado marido da adúltera (634-35) 
•5.,0 l:ste versículo pode referir-se literalmente ao elevado custo de manter 
uma amante (uma "estranha"). Ou a advertência pode ser que a imoralidade 
arrebata as riquezas e a força (ver a nota textual). 
•5.11 Tal dissipação leva o indivíduo a lamentar-se quando ele reflete sobre o 
desperdício e sobre a futilidade da vida que ele tem vivido. 
•5.12-13 A imoralidade sexual resume o caminho da insensatez. que re1eita a 
disciplina da instrução sábia. 
•5.14 assembléia. Está aqui em foco ou a desgraça pública ou o castigo pela 
comunidade da aliança. 
•5.15 Bebe a água ... cisterna. O contexto sugere que temos aqui uma 
metáfora das relações mantais com uma esposa 
•5.16 fontes ... os ribeiros. A figura sugere o desperdício de uma vida pro-
míscua. 
•5.18 manancial. Outra metáfora para a esposa. talvez indicando que ela tem 
tido muitos filhos. 
a mulher da tua mocidade. A esposa que tomaste quando ainda eras jovem. 
•5.19 A linguagem poética deste versículo parece-se com a linguagem do Cânti-
co dos Cânticos de Salomão. A figura de um gracioso animal de rara beleza enfati-
za o prazer físico corno parte integrante das relações maritais. Ver Ct 1.2-3; 4.1-7. 
•5.21-23 Até este ponto, as advertências contra o adultério não têm tido qual-
quer referência à lei de Deus. Exortações semelhantes podem ser encontradas 
em outras tradições de sabedoria. Agora. o escritor explica que as conseqüências 
naturais da insensatez, especialmente da insensatez sexual. são punições orde-
nadas por Deus. 
•5.21 considera. Ou. então. "presta atenção em". Nossa conduta está sob uma 
vigilância constante. O texto não ensina que todo pecado é castigado com uma 
penalidade imediata. Mais precisamente. Deus supeivisiona a ordem criada de tal 
modo que os pecadores são apanhados em sua própria insensatez (vs. 22-23). 
•5.23 morrerá. Ver a nota no v. 5 e em 2.18. 
•6.1 se te empenhaste ao estranho. Tal acordo para garantir o débito de 
outrem não é sábio. pois envolve questões que ultrapassam o controle do fadar 
(11.15; 17.18; 22.26) 
•6.2 enredado. Pedir dinheiro emprestado é uma coisa. mas prover segurança 
para outrem é caminhar para dentro de uma armadilha feita pelo próprio indivíduo. 
733 PROVÉRBIOS 6 
J Agora, pois, faze isto, filho meu, 
e livra-te, pois caíste 
nas mãos do teu companheiro: 
vai, prostra-te e importuna o teu companheiro; 
4 bnão dês sono aos teus olhos, 
nem repouso às tuas pálpebras; 
5 Jivra-te, como a gazela, da mão do caçador 
e, como a ave, da mão do 3passarinheiro. 
Advertência contra a preguiça 
6 cvai ter com a formiga, ó preguiçoso, 
considera os seus caminhos e sê sábio. 
7 Não tendo ela 4 chefe, 
nem oficial, nem comandante, 
a no estio, prepara o seu pão, 
na sega, ajunta o seu mantimento. 
9 dó preguiçoso, até quando ficarás deitado? 
Quando te levantarás do teu sono? 
10 Um pouco para dormir, 
um pouco para tosquenejar, 
um pouco para encruzar os braços em repouso, 
11 e assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, 
e a tua necessidade, como um homem armado . 
Advertência contra a maldade 
12O homem de Belial, o homem vil, 
é o que anda com a perversidade na boca, 
13/acena com os olhos, arranha com os pés 
e faz sinais com os dedos. 
14 No seu coração há perversidade; 
gtodo o tempo maquina o mal; 
handa semeando contendas. 
15 Pelo que a sua destruição virá 1repentinamente; 
subitamente, jserá quebrantado, 
tsem que haja cura. 
16 Seis coisas o SENHOR aborrece, 
5 e a sétima a sua alma abomina: 
17 molhosó altivos, "língua mentirosa, 
ºmãos que derramam sangue inocente, 
18 Pcoração que trama projetos iníquos, 
qpés que se apressam a correr para o mal, 
19 'testemunha falsa que profere mentiras 
e o que ssemeia contendas entre irmãos. 
Advertência contra a mulher adúltera 
20 1Filho meu, guarda o mandamento de teu pai 
e não deixes a instrução de tua mãe; 
• 4 b SI 132.4 5 3 Alguém que captura pássaros com arapuca ou laço 6 e Jó 12. 7 7 4 líder 9 d Pv 24.33-34 11 e Pv 10.4 13 f Jó 15.12; Sl35.19; Pv10.10 14gPv3.29; Mq2.1 hPv6.19 15 iPv24.22; ls30.13; 1Ts5.3jJr 19.11 i2Cr36.16 1650uesetelhesão abomináveis 17 m SI 101.5; Pv 21.4 n SI 120.2; Pv 12.22 o Dt 19.1 O; Pv 28.17; Is 1.15 ó olhar orgulhoso 18 P Gn 6.5; SI 36.4; Pv 24.2; Jr 
18.18; Me 14.1.43-46 Q2Rs 5.20-27; Is 59.7; Rm 3.15 19 'Sl27.12; Pv 19.5,9; Mt 26.59-66 spy 6.14; 1Co1.11-13; [Jd 3-4, 16-19] 20 IEf 6.1 
•6.3 nas mãos. Ao aceitar a responsabilidade pela dívida alheia, você permite 
que outro passe a controlar a sua vida. 
prostra-te. Este não é o momento para o orgulho. 
•6.4 não dês sono. Deve haver um esforço sem descanso para ter o contrato 
anulado. 
•6.5 A figura de criaturas caçadas e apanhadas em armadilhas aumenta o senso 
de urgência. 
•6.6-11 Estes versículos são uma lição objetiva baseada na diligência da formiga. 
A suposição subjacente é não somente que o universo é ordeiro, mas também 
que há pontos de analogia até entre o humilde mundo dos insetos e os seres 
humanos. Os provérbios de Salomão baseados na natureza podem ter traçado 
outras analogias semelhantes 11 As 4.33). 
•6.6 a formiga. Ver 30.25. A diligência da formiga dá a aparência de uma 
atividade prudente. 
preguiçoso. Esse termo sugere uma pessoa ociosa cuja inatividade expressa 
uma atitude de insensatez 110.26; 13.4; 15.19; 19.24; 20.4; 26.16). 
•6.111-11 Este dito proverbial tem sido ligado à declaração anterior lvs. 6-9), a fim 
de prover uma aplicação para ele. O mesmo dito é mais adiante vinculado a uma 
lição objetiva diferente 124.33-34). 
•6.11 pobreza. Provérbios adverte contra atitudes e comportamentos que 
produzem a pobreza. A preguiça é uma das causas da pobreza 110.4-5; 19.15; 
20.13). Embora a diligência e a atividade sejam normalmente associadas à 
prosperidade 112.11; 13.4; 14.23), não pode ser dito que toda pobreza seja o 
resultado da insensatez \14.31; 17.5; 19.1, 17,22; 21.12; 22.22; 28.3, 11 ). 
como um ladrão ... como um homem armado. A comparação não é tanto 
como um gatuno que chega à noite, mas com um assaltante que domina a sua 
vítima< 
•6.12· 15 A forma sugere um dito proverbial que foi expandido para ser aplicado a 
uma situação específica. Uma seqüência de cláusulas descritivas é adicionada ao 
pensamento principal, ou seja, que a pessoa sem valor desperta a discórdia. 
•6.12 O homem de Belial. Tradução literal de uma frase de origem e significado 
incertos. Provavelmente, indique uma pessoa vil e sem valor, dotada de um 
elemento de malevolência ativa. 
•6.13 acena ... arranha ... faz sinais. A pessoa ímpia não fala de modo claro e 
abertamente, mas faz sugestões veladas e sinais que semeiam as sementes da 
desconfiança e da dissensão. 
•6.15 Com a passagem do tempo, essas pessoas se destroem a si mesmas. O 
Antigo Testamento revela que, finalmente, Deus castigará o ímpio \24.19-20) e 
recompensará o justo 123.17-18; 24.15-16), mas não apresenta uma doutrina 
plenamente desenvolvida de punição no pós-vida. A prosperidade dos ímpios era 
um problema contínuo ISI 37.7; 73.3-14). O Novo Testamento indica claramente 
que o justo julgamento de Deus cairá sobre os ímpios, ou nesta vida ou na futura 
[Lc 16.23-24; Ap 14.10-12; 20.15). 
•6.16-19 Estes versículos são os primeiros dentre os ditos numéricos de Provér-
bios [cf. 30.15-31). A forma desses ditos sugere uma espécie de enigma com 
uma resposta dada não para se desconsiderar a pergunta, mas para provocar res-
postas adicionais mais apropriadas. A literatura de sabedoria, com freqüência 
alista coisas juntas que são percebidas como tendo algo em comum. Os relacio-
namentos são estabelecidos de maneiras surpreendentes, e o processo de dis-
cernir relacionamentos pacíficos no universo aumenta a sabedoria. Esta unidade 
é bastante distinta da unidade anterior [vs. 12-15), mas, provavelmente. tenha 
sido colocada após ela visando ao desenvolvimento do tema. Enquanto o v. 15 ex-
prime a perspectiva de uma retribuição natural não especificada. o presente dito 
conclui que o Senhor é quem julga [5.21-23, nota). 
•6.16 Seis ... a sétima. O uso de números sucessivos é um expediente comum 
na poesia hebraica [Já 5.19; Am 1.3). 
•6.20-35 Outra advertência contra o adultério [caps. 5; 7; 30.20). A forma desta 
seção é, essencialmente, aquela da instrução, embora com considerável varia-
ção. Algumas elaboradas figuras de linguagem são usadas para aumentar o tom 
de urgência das advertências [vs. 23,26-28,30-31 ). Os vs. 21,23 dependem de Dt 
6.8; SI 119.105, que se referem à Lei. A Lei provê uma clara estrutura para a reve-
lação, mostrando a Israel a resposta apropriada ao relacionamento de aliança de 
Deus com essa nação. A sabedoria opera dentro dessa estrutura para descrever 
os limites da responsabilidade humana. A Lei condena o adultério e prescreve 
uma penalidade.para o mesmo [Êx 20.14; Lv 20.10). A sabedoria compartilha 
dessa oposição.ao adultério- os sábios eram todos homens da aliança - e adi-
ciona suas advertências a respeito do desastre inevitável que tal loucura traz. 
•6.20 Ver 1.8. 
o mandamento. Ver a nota em 3.1. 
PROVÉRBIOS 6, 7 
21 u ata-os perpetuamente ao teu coração, 
pendura-os ao pescoço. 
22 vouando caminhares, isso te guiará; 
quando te deitares, xte guardará; 
quando acordares, falará contigo. 
23 2 Porque o mandamento é lâmpada, 
e a instrução, luz; 
e as repreensões da disciplina 
são o caminho da vida; 
24 ªpara te guardarem da vil mulher 
e das lisonjas da mulher alheia. 
25 bNão cobices no teu coração a sua formosura, 
nem te deixes prender 
com as suas olhadelas. 
2ó cPor uma prostituta o máximo que se paga 
é um pedaço de pão, 
d mas a 7 adúltera e anda à caça de vida preciosa. 
21 Tomará alguém fogo no seio, 
sem que as suas vestes se incendeiem? 
28 Ou andará alguém sobre brasas, 
sem que se queimem os seus pés? 
29 Assim será com o que se chegar 
à mulher do seu próximo; 
não ficará sem castigo 
todo aquele que a tocar. 
30 Não é certo que se despreza o ladrão, 
quando furta para saciar-se, tendo fome? 
31 Pois este, quando encontrado 
/pagará sete vezes tanto; 
entregará todos os bens de sua casa. 
734 
32 O que adultera com uma mulher &está fora de si; 
só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa. 
33 Achará açoites e infâmia, 
e o seu opróbrio nunca se apagará. 
34 Porque ho ciúme excita o furor do marido; 
e não terá compaixão no dia da vingança. 
35 Não se 8contentará com o resgate, 
nem aceitará presentes, ainda que sejam muitos. 
Mais advertências contra a mulher adúltera 
7 Filho meu, guarda as minhas palavras e ªconserva dentro de ti 
os meus mandamentos. 
2 bGuarda os meus mandamentos e vive; 
re a minha lei, como a menina dos teus olhos. 
3 d Ata-os aos dedos, 
escreve-os na tábua do teu coração. 
4 Dize à Sabedoria: Tu és minha irmã; 
e ao Entendimento chama teu parente; 
s epara te guardarem da mulher alheia, 
da estranha que lisonjeia com palavras. 
6 Porque da janela da minha casa, 
porminhas grades, olhando eu, 
7 vi entre os simples, descobri entre os / jovens 
um que era / carecente2 de juízo, 
8 que ia e vinha pela rua junto à esquina 
da mulher estranha 
e seguia o caminho da sua casa, 
9 gà tarde do dia, no crepúsculo, 
na escuridão da noite, nas trevas . 
~-··~-----. 
~ 
21 UPv 3.3 22 V[Pv 323) XPv 211 23_ zs1198; 2Pe 1.19 24 ªPv 2.16 25 bMt5.28 26 CPv 29.3 dGn 39.14eEz13.18 7Esposa 
de outro; lit. esposa de um homem 31 /Ex 22.1-4 32 g Pv 7.7 34 h Pv 274; Ct 8.6 35 8 Litlevantará a face de todo 
CAPÍTULO 7 1 ª Pv 2.1 2 b Lv 18.5; Pv 44; [Is 55.3) e Dt 32.1 O; SI 17.8; Zc 2.8 3 d Dt 6 8; Pv 6.21 5 e Pv 2.16; 5.3 7 /[Pv 6.32; 
9.4, 16) 1 Lit. filhos 2 sem juízo 9 g Jó 24.15 
•6.21 Ver 3.3 e Dt 6.6,8. 
•6.22 Ver as notas em 3.23-24; cf. Dt 6. 7. A sabedoria é abrangente em seus 
efeitos sobre a vida do indivíduo. 
isso te guiará. Ver as notas em 1.5; 2.9 e 3.6. 
•6.23 Em SI 119.105, a mesma metáfora é aplicada à lei como tal. A pessoa 
sábia aceita a /ei revelada e, dependendo da mesma, examina a natureza e as 
experiências da vida. Dessa maneira, a sabedoria suplementa a lei de sua própria 
perspectiva. 
•6.24 Ver as notas em 2.16 e 5.3. 
•6.25 Não cobices. O desejo cobiçoso do coração é o começo da progressão 
da insensatez. A conexão entre o desejo e o ato não é tão rigidamente colocada 
como em Mt 5.28, mas faz-se presente. 
•6.26 um pedaço de pã~. Embora unir-se com prostitutas seja um ato autodes-
trutivo, o adultério é pior. E não somente uma violação do casamento, mas tam-
bém é um ataque direto contra o mesmo. 
•6.27-29 As vívidas e transparentes metáforas enfatizam a loucura do adultério. 
•6.29 não ficará sem castigo. A sabedoria em Provérbios enfatiza os resulta-
dos já esperados da insensatez, mas também, de vez em quando, vai além da 
cadeia natural de ca~sa e efeito. até o propósito e o julgamento abrangentes de 
Deus. 
•6.30-33 A pessoa impulsionada pela fome para roubar ainda está sujeita à lei. 
embora as pessoas possam compreender tal necessidade. Em contraste com 
isso, o adultério não conta com esse fator atenuante e atrai uma total desgraça. A 
lei requeria a restauração de quatro vezes mais para o furto; "sete vezes tanto" 
exagera isso para efeito de ênfase IÊx 22.1). 
•6.34-35 O ciúme do marido ofendido conduz à fúria e a uma vingança sem mi-
sericórdia, que nenhum oferecimento de compensação poderá evitar. As forças 
que impulsionam os relacionamentos humanos estão, com freqüência, no centro 
do pensamento da sabedoria. 
•7.1-27 Este capítulo compõe-se de três partes, possivelmente independentes, 
ligadas pelo tema comum do adultério. A primeira (vs 1-5) e a terceira partes lvs 
24-27) estão sob a forma de instruções, e ambas advertem sobre o envolvimento 
com a adúltera. A seção do meio lvs. 6-23) aparece como uma narrativa dramáti-
ca que funciona como um reforço imaginativo da instrução. 
•7.1 mandamentos. Ver a nota em 3.1. 
•7.2 vive. Ver as notas em 2.18 e 3.2. 
como a menina dos teus olhos. Lit "o homenzinho de teu olho", uma referên-
cia à pupila, onde a imagem do observador é refletida. A pupila admite a entrada 
da luz no olho e deve ser protegida de todo dano lcf. Dt 32.1 O; SI 17.8; Zc 2.8). 
•7.3 Ver 3.3 e notas. Os modos de proceder esboçados nos vs. 1-3 são um as-
pecto do método usado pela sabedoria. As tradições são transmitidas a tim de 
moldar a vida e o caráter. 
•7.4 minha irmã ... teu parente. Alguém devia pensar sobre a sabedoria e o en-
tendimento como parentes chegados. Provavelmente, isso visasse retratar a dese-
jada intimidade com a sabedoria, em lugar de contrastá-la com a adúltera do v. 5. 
•7.7 simples ... carecente de juízo. Ver a nota em 1.4. O jovem era ingênuo e 
sem habilidade na arte de viver. O ensino da sabedoria tem por alvo um tipo assim 
impressionável 11.2-4). 
735 PROVÉRBIOS 7, 8 
10 Eis que a mulher lhe sai ao encontro, 
com vestes de prostituta 
e astuta de coração. 
11 11 É apaixonada e inquieta, 
1cujos pés não param em casa; 
12 ora está nas ruas, ora, nas praças, 
espreitando por todos os cantos. 
13 Aproximou-se dele, e o beijou, 
e de cara 3impudente lhe diz: 
14 Sacrifícios pacíficos tinha eu de oferecer; 
paguei hoje os meus votos. 
15 Por isso, saí ao teu encontro, 
a buscar-te, e te achei. 
16 Já cobri de colchas a minha cama, 
Jde linho fino do Egito, de várias cores; 
17 já perfumei o meu leito com mirra, 
aloés e cinamomo. 
18 Vem, embriaguemo-nos 
com as delícias do amor, até pela manhã; 
gozemos amores. 
19 Porque 4o meu marido não está em casa, 
saiu de viagem para longe. 
20 Levou 5consigo um saquitel de dinheiro; 
só por volta 6 da lua cheia ele tornará para casa. 
21 Seduziu-o 7 com as 1suas muitas palavras, 
111 com as lisonjas dos seus lábios o 8 arrastou. 
22 E ele num instante a segue, 
como o boi que vai ao matadouro; 
V como o cervo que corre para a rede, 
23 até que a flecha lhe atravesse o coração; 
ncomo a ave que se apressa para o laço, 
sem saber que isto 1 lhe custará a vida. 
24 Agora, pois, filho, dá-me ouvidos 
e sê atento às palavras da minha boca; 
25 não se desvie o teu coração para os caminhos dela, 
e não andes perdido nas suas veredas; 
26 porque a muitos feriu e derribou; 
e ºsao muitos os que por ela foram mortos. 
27 P A sua casa é caminho para a 2 sepultura 
e desce para as câmaras da morte. 
A excelência da Sabedoria 
8 Não ªclama, porventura, a Sabedoria, e o Entendimento não faz ouvir a sua voz? 
6 11 h Pv 9.13; 1Tm 5.13 iTt 2.5 13 3 desavergonhada. lit. endurecida 16 ils 19 9; Ez 27.7 19 4Lit. o homem 20 5Lit. em sua mão óno 
dia marcado 21 1 Pv 5.3 rn Si 12.2 7 pela grandiosidade de suas palavras 8 compeliu 22 9 LXX. S e T como um cachorro para as correntes; V 
como um cordeiro .. para as correntes 23 nEc 9.12 l é por sua 26ºNe13.26 27 PPv2.18; 5.5; 9.18; [1Co 6 9-10; Ap 22.15] 2Hebr. Sheol 
CAPÍTULO 8 1apy1.20-21; 9.3; [1Co 124] 
• 7 .1 O A sedução envolve um espetáculo enganador que atrai a vítima. ao mes-
mo tempo em que oculta a intenção real. 
•7.14 Sacrifícios pacíficos. O alimento dessas oferendas religiosas deu opor-
tunidade para a glutonaria (Lv 7.12-18) Ver 17.1. 21.27. 
• 7.15 As palavras são lisonjeadoras, assegurando ao jovem que ele foi especial-
mente escolhido para aquele deleite. 
• 7 .17 Mirra, aloés e cinamomo. Especiarias aromáticas usadas para pertumar 
vestes e leitos. 
• 7 .18 Embriaguemo-nos com as delícias do amor. Esta é a mais fraudulenta 
de todas as propostas. Sugerir que o sexo casual e ilícito possa satisfazer profundos 
anelos por um compromisso mútuo e amoroso é uma mentira destruidora. 
• 7 .19-20 A mulher tinha consciência de que aquela relação ilícita envolvia-os em 
um engano. Eles esperavam inutilmente que poderiam evitar a fúria do marido ci-
umento (6.33-35). 
•7.21 O poder sedutor das palavras é um tema constante (2 16; 5.3; 6.24; 
9.16-17) Em contraposição. está contrastado o poder curador das palavras da 
sabedoria (2 1-6; 3.1-2; 5.1-2; 7.24-25) 
•7.22 Como o boi que vai ao matadouro. O animal mudo não tem consciência 
de seu destino e permite ser levado ao matadouro. 
Como o cervo ... para a rede. A incerteza desta linha não obscurece o sentido 
geral do versículo: o jovem caminha para uma armadilha. 
•7.23 a flecha lhe atravesse o coração. Um ferimento mortal. 
•7.25 O teu coração. Ver a nota em 2.2. 
não andes perdido nas suas veredas. A receita do homem sábio é manter 
seus pensamentos (coração) longe do adultério. e ficar afastado de lugares onde 
haja tal tentação. 
•7.26-27 Um motivo para a prudência consiste em evitar a carnificina que resulta 
da insensatez. 
•7.27 a sepultura ... morte. Ver 1.12; 2.18; 5.5 e notas. 
•8.1-36 Nos caps. 1-7, o porta-voz da sabedoria é um mestre ou sábio. Neste 
A sabedoria faz ouvir a sua voz (8.1) 
A sabedoria é personificada em Provérbios como estando comDeus antes da criação. Ela oferece 
instrução nos caminhos de Deus. Seus beneplácitos são a base da própria vida. 
Origem da Sabedoria Ensinamento da Sabedoria Valor da Sabedoria 
Em Deus (v. 22) Prudência (vs. 5, 12) Rende riquezas e honra 
Desde a eternidade (v. 23) Entendimento (v. 5) (v. 18) 
Antes de todas as coisas Coisas excelentes (v. 6) Maior do que ouro ou prata 
(vs. 23-30) Verdade (v. 7) (v. 19) 
Ódio à impiedade (v. 7) Os sábios são abençoados 
Justiça (v. 8) (vs. 32,34) 
Prudência (v. 12) O sábio encontra vida 
Conhecimento (v. 12) (v. 35) 
Temor do Senhor (v. 13) O sábio obtém o favor de Deus 
(v. 35) 
l 
j 
PROVÉRBIOS 8 736 
2 No cimo 1 das alturas, junto ao caminho, 
nas encruzilhadas das veredas ela se coloca; 
3 junto às portas, à entrada da cidade, 
à entrada das portas está gritando: 
4 A vós outros, ó homens, clamo; 
e a minha voz se dirige aos filhos dos homens. 
s Entendei, ó 2simples, a prudência; 
e vós, néscios, entendei a sabedoria. 
6 Ouvi, pois falarei b coisas excelentes; 
os meus lábios proferirão coisas retas. 
7 Porque a minha boca proclamará a verdade; 
os meus lábios abominam a impiedade. 
8 São justas todas as palavras 
da minha boca; 
não há nelas nenhuma coisa torta, 
nem perversa. 
9 Todas são retas para quem as entende 
e justas, para os que acham o conhecimento. 
10 Aceitai o meu ensino, e não a prata, 
e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. 
li cporque melhor é a sabedoria do que jóias, 
e de tudo o que se deseja 
nada se pode comparar com ela. 
12 Eu, a Sabedoria, habito com a prudência 
e disponho de conhecimentos 
e de conselhos. 
13 dQ temor do SENHOR consiste 
em aborrecer o mal; 
ea soberba, a arrogância, o mau caminho 
e la boca perversa, eu os aborreço. 
14 Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, 
eu sou o Entendimento, gminha é a fortaleza. 
15 hPor meu intermédio, reinam os reis, 
e os príncipes decretam justiça. 
16 Por meu intermédio, governam os príncipes, 
os nobres e todos os juízes 3 da terra. 
17 iEu amo os que me amam; 
ios que me procuram me acham. 
18 1Riquezas e honra estão comigo, 
bens duráveis e justiça. 
19 Melhor é o meu fruto do que o ouro, 
do que o ouro refinado; 
e o meu rendimento, melhor 
do que a prata escolhida. 
20 Ando pelo caminho da justiça, 
no meio das veredas do juízo, 
• zídosmontes S2ingênuos 6bPv22.20 li CJó28.15;Sl19.10;119.127;Pv3.14-15;45,7;16.16 IJdPv3.7;16.6e1Sm22.3; 
[Pv 16.17-18; Is 13.11] 7Pv4.24 14 gEc 77.19; 9.16 15 h2Cr 1.10; Pv 29.4; Dn 2.21; [Mt 28.18]; Rm 13.1 16 3TM, S, Te V de justiça; 
l.XX, 8, alguns mss. e edições da terra 17 11 Sm 2.30; [SI 91 .141: Pv 4.6; [Jo 14.21] i Pv 2.4-5; Jo 7.37; Tg 1.5 18 lpy 3.16; [Mt 6.33 
majestoso poema, a sabedoria é personificada como o mestre supremo que ensi-
na com base em sua própria autoridade. Essa personificação, mais provavelmen-
te, seja um artifício poético para expressar, mais vividamente ainda, a autoridade 
da sabedoria. Embora seja prematuro ver a sabedoria personificada !especial-
mente nos vs. 22-31) como um retrato direto de um ser divino, não há dúvida que 
a revelação de Jesus Cristo como a sabedoria de Deus nos mostra a importância 
de uma sabedoria que é sua própria autoridade absoluta 11 Co 1.24,30; Hb 1.1-4; 
CI 1.15-16; Jo 1.1-18). O poema progride de uma consideração da tarefa humana 
de aprender a sabedoria (vs. 1-11) até os poderosos efeitos da sabedoria neste 
mundo lvs. 12-211 e daí até a origem divina da sabedoria e seu lugar na totalidade 
da criação lvs. 22-31 ). Um apelo final equipara a sabedoria à vida (vs. 32-36). Por 
detrás da sabedoria humana está a sabedoria de Deus, original e não criada, pela 
qual ele estabeleceu todas as coisas criadas e seus próprios relacionamentos 
com Deus e de umas com as outras. Isso significa que a sabedoria humana é váli-
da e afirmadora de vida até onde a mesma ocorre dentro do contexto provido pela 
divina revelação especial (cap. 4, nota). 
•8.1-3 Ver as notas em 1.20-33. 
•8.4 homens. A palavra hebraica nonmalmente aplica-se ao ser humano mascu-
lino mas pode estender-se a toda a humanidade. A sabedoria, no papel de um 
instrutor, dirige-se não a filhos ou a alunos, mas a todas as pessoas. Não existe 
elite de classes nessa questão do aprendizado da sabedoria; ela é para todos. 
•8.5 Ver as notas em Í .4,22. 
•8.6 coisas axcelentes. Coisas valiosas ou magníficas. 
coisas retas. Fica subentendido o elemento moral. 
•8.7 verdade. Esta palavra denota o que é totalmente digno de confiança. É o 
oposto de iniqüidade. Provérbios relaciona a verdade com a sabedoria em vários 
lugares, e aqúi a paraVra da sabedoria é descrita de uma maneira que sugere uma 
origem divina. 
•8.8 juata. Ver a notá no v. 18. 
•8.9 A sabedoria é uma realidade finme Jior si só. É preciso que nos harmonize-
mos com ela a fim de aprendermos dela. Isso é outra maneira de dizer que toda 
verdade é verdade de Deus e que. sem o conhecimento de Deus. não podemos 
conhecer a verdade absoluta. Cf. a sabedoria de Jesus em Mt 13.10-16; Lc 
11.52. 
•8.10-11 A comparação da sabedoria com os mais desejáveis símbolos da 
riqueza é uma maneira de enfatizar o seu valor 12.4; 3.14-15; 8.19-21; Jó 28.17). 
A advertência contra o materialismo crasso é óbvia. 
•8, 12 Ver 1.4, nota. 
•8.13 O temor do SENHOR. Ver 1.7; 2.5; 3.7; 9.1 O e notas. A sabedoria nos re-
lembra que a busca por uma ética baseada exclusivamente na experiência é fútil. 
A educação e a experiênc·1a devem estar edificadas sobre a base da fidelidade e 
da esperança providas pelas promessas da aliança de Deus. Os sistemas éticos 
sem o padrão absoluto do que é certo, bom e verdadeiro, revelado nas Escrituras, 
não podem sobreviver ISI 36.9). 
a soberba ... eu os aborreço. A sabedoria ecoa o ódio que Deus tem pelo mal 
(6.16; Dt 12.31; 16.22; SI 5.5; Is 61.8; Jr 44.4) 
•8.14 conselho. Esta palavra tem o sentido de conselhos derivados da sabedo-
ria e da experiência e também de planos feitos pela deliberação conjunta em um 
processo de ação. A mesma palavra é usada para a mente de Deus a respeito de 
seus próprios planos e propósitos lls 5.19; 1917; 25.1; 28.29). A sabedoria tem 
acesso a esse conselho. 
•B.15-16 A função apropriada para os governantes humanos é definida pela or-
dem da criação de Deus, conforme está revelada na Palavra de Deus (Gn 
1.26-28). Um governo sábio começa pelo temor do Senhor IDt 17.18-20; 1 Rs 
3.6-9; 4.29-34). O Messias govema1ác.\lm sabedoria perfeita (Is 11.1-3/. Ver"Os 
Cristãos e o Governo Civil", em Rm 13.1. 
•8.17 Eu amo os que me amam. Estas afirmativas fazem o contraste com a 
sabedoria sendo escondida dos insensatos (1.28-29). A sabedoria cuida daqueles 
que lhe pertencem (4.6,8-9). 
os que me procuram me acham. Ver 2.4-5; 3.13-15. Isso sugere uma relação 
entre a sabedoria e a graça divina, que o leva a aproximar-se de nós (Is 55.6). O 
próprio Jesus é a revelação final da sabedoria divina 11 Co 1.24,30; CI 2.2-3) e 
possivelmente tenha feito alusão a este versículo em Mt 7.7. 
•8.18 Riquezas e honra. Ver 3.2,16. O princípio do reinado de Salomão foi um 
exemplo dos benefícios materiais e sociais da sabedoria 11 Rs 10.1-9). 
e justiça. Isso significa a obediência à lei de Deus, estendendo-se ao cultivo de 
corretos relacionamentos entre Deus, as pessoas e a criação. Ver Rm 12.18; 1T m 
2.1-4. 
•8.19 Ver a nota nos vs. 1 O e 11. 
737 PROVÉRBIOS 8, 9 
21 para dotar de bens os que me amam 
e lhes encher os tesouros. 
A eternidade da Sabedoria 
22 mQ SENHOR me possuía no início de sua obra, 
antes de suas obras mais antigas. 
23 n Desde a eternidade fui estabelecida, 
desde o princípio, antes do começo da terra. 
24 Antes de haver abismos, eu nasci, 
e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. 
25 ° Antes que os montes fossem firmados, 
antes de haver outeiros, eu nasci. 
26 Ainda ele não tinha

Mais conteúdos dessa disciplina