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Prévia do material em texto

Antônio Neves de Mesquita 
 
Provérbios 
 
 
 
APRECIAÇÃO DEVIDA 
 UMA PALAVRA 
1 - INTRODUÇÃO 
2 - TÍTULO E PLANO DO LIVRO 
3 - TREZE CONSELHOS A RESPEITO DA SABEDORIA (1:8-9:18) 
4 - O PRIMEIRO LIVRO DOS PROVÉRBIOS DE SALOMÃO (10:1-22:16) 
5 - O LIVRO DOS SÁBIOS (22:17-24:22) 
6 - O SEGUNDO LIVRO DOS PROVÉRBIOS DE SALOMÃO (25:1-29:27) 
7 - AS PALAVRAS DE AGUR (30:1-33) 
 
8 - AS PALAVRAS DE LEMUEL (31:1-9) 
9 - A ESPOSA PERFEITA (31:10-31) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 1.1. QUEM ESCREVEU PROVÉRBIOS? 
 1.2. A ÉPOCA DE SALOMÃO 
 1.3. A SABEDORIA DOS ANTIGOS 
 1.3.1. Os Homens de Ezequias 
 1.3.2. Agur, Filho de Jaqué 
 1.3.3. Provérbios do Rei Lemuel 
 1.4. A FUNÇÃO DO LIVRO DE PROVÉRBIOS EM ISRAEL 
 1.5. JESUS E O ENSINO DOS PROVÉRBIOS 
 1.6. COMPOSIÇÃO DO LIVRO DE PROVÉRBIOS 
 
1.7. DATA DO LIVRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 - TREZE CONSELHOS A RESPEITO DA SABEDORIA (1:8-9:18) 
 3.1. EVITA AS MAS COMPANHIAS (1:8-33) 
 3.1.1. Conselho de pai (1:8-19) 
 3.1.2. A Sabedoria clama nas ruas (1:20-23) 
 3.1.3 A Sabedoria reage (vv. 24-32) 
 3.2. BUSCA A SABEDORIA (2:1-22) 
 3.2.1. Filho meu, se aceitares as minhas palavras... (2:1-8) 
 3.2.2 Os benefícios da sabedoria (2:9-19) 
 
3.2.3 Cuidado com a mulher adúltera (vv. 16-18) 
 3.2.4 Uma volta depois do desvio (2:20-22) 
 3.3. CONFIANÇA E OBEDIÊNCIA (3:1-10) 
 3.3.1 A Sabedoria chama o filho à ordem (3:1-4) 
 3.3.2 Confiança no Senhor (3:5-10) 
 3.4. DELEITA-TE NA DISCIPLINA DO SENHOR (3:11-20) 
 3.4.1 O deleite na lei do Senhor, o tema desta seção (3:11-15) 
 3.4.2 Algumas conseqüências da sabedoria (3:16-20) 
 
3.5. OS EFEITOS DA SABEDORIA (3:21-35) 
 3.5.1 A sabedoria e a segurança da vida (3:20-29) 
 3.5.2 Algumas normas ditadas pela Sabedoria (3:30-35) 
 3.6. ADVERTÊNCIA AOS FILHOS (4:1-9) 
 3.7. ABOMINA O MAL 
 3.7.1. Os alunos são conclamados a ficarem firmes nas lições aprendidas 
 (4:10-13). 
 3.7.2 Cuidado com as estradas dos perversos (4:14-19) 
 
3.8. APEGA-TE AO QUE É BOM (4:20-27) 
 3.8.1 O apelo do pai ao filho (vv. 20-22) 
 3.8.2 Guarda o teu coração... (vv. 22-27) 
 3.9. VIGIA AS RELAÇÕES ENTRE OS SEXOS (5:1-23; 6: 24-27; Jó 31:1) 
 3.9.1 Um apelo de pai para filho (vv. 1-6) 
 3.9.2 Um apelo repetido (vv. 7-14) 
 3.9.3 Uma instrução a respeito da alegria de viver bem (vv. 15-20) 
 
3.9.4 Outra vez a admoestação (5:21-23) 
 3.10. GRANDES PRINCÍPIOS PARA A VIDA (6:1-19) 
 3.10.1 Ficar como fiador do companheiro (6:1-5) 
 3.10.2 Olha, ó preguiçoso (6:6-11) 
 3.10.3 O homem de Bolial (6:12-15) 
 3.10.4 As sete coisas que Deus aborrece são de Belial (6:16-19) 
 3.11. O SÉTIMO MANDAMENTO (6:20-35) 
 3.11.1 Conselho para a vida (6:20-22) 
 
3.11.2 Uma recomendação solene (6:23-31) 
 3.11.3 Uma recomendação solene (6:32-35) 
 3.12. O PERIGO DO ADULTÉRIO (7:1-27) 
 3.12.1 Filho meu, guarda as minhas palavras (7:1-9) 
 3.12.2 Um que cal na rede (7:10-23) 
 3.12.3 Agora, filho meu, aprende a lição (7:24-27) 
 3.13. A SUPREMA SABEDORIA (8:1-36) 
 3.13.1 A Sabedoria fala entro os homens (8:1-21). 
 
3.13.2 A Sabedoria mora com Deus. Ela é o mesmo Deus (8: 22-36) 
 (1) A Sabedoria como arquiteto de Deus (8:22-31). 
 (2) Uma reafirmação doutrinária textual. 
 (3) Ouçamos a Sabedoria - Fala aos filhos (8:32-36). 
 3.14. SUMARIO DOS TREZE CONSELHOS (9:1-18) 
 3.14.1 As sete colunas da Sabedoria (9:1-12) 
 3.14.2 A festa da loucura (vv. 13-18) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 - O PRIMEIRO LIVRO DOS PROVÉRBIOS DE SALOMÃO (10:1-22:16) 
 4.1. AS DIFERENÇAS ENTRE UMA VIDA MA E UMA VIDA BOA (1 0:1 -32) 
 4.1.1 O consolo da família (w. 1-3) 
 4.1.2 Olha o trabalho (10:4, 5) 
 4.1.3 A bênção sobre a cabeça do justo (10:6-11) 
 4.1.4 o amor e o ódio (w. 12-14) 
 4.1.5 A riqueza e a pobreza (v. 15) 
 4.1.6 A vida e a vida (vv. 16 e 17) 
 
4.1.7 Cuidado com a fala (vv. 18-21) 
 4.1.8 A bênção do Senhor (v. 22) 
 4.1.9 Uma volta a uma doutrina velha (vv. 23-26) 
 4.1.10 Um resumo de doutrina (vv. 27-32) 
 4.2. ALGUNS ASPECTOS DA INIQUIDADE (11:1-31) 
 4.2.1 Indícios de mau comércio (11:1-3) 
 4.2.2 A justiça o a Iniqüidade (vv. 4-8) 
 4.2.3 A supremacia do bem (vv. 9-13) 
 
4.2.4 Um louvor ao bom senso (v. 14) 
 4.2.5 Cuidado com as fianças (v. 15) 
 4.2.6 Dois provérbios Isolados (vv. 16 e 17) 
 4.2.7 Uma variedade de doutrinas (vv. 17-21) 
 4.2.8 Uma mulher bela, mas sem valor (v. 22) 
 4.2.9 O desejo dos justos tende somente para o bem... (v. 23) 
 4.2.10 A bênção sobro os liberais (vv. 24-26) 
 4.2.11 Recompensas e castigos (vv. 27-30) 
 
4.3. OS CONTRASTES NA CONDUTA (12:1-28) 
 4.3.1 Os contrastes (vv. 1 e 2) 
 4.3.2 A perversidade nada constrói (vv. 3 e 4) 
 4.3.3 A perversidade não compensa (vv.. 5-9) 
 4.3.4 O justo o laborioso (vv. 10-12) 
 4.3.5 Recompensas a punições (vv. 13-16). 
 4.3.6 Outros contrastes (vv. 17-21) 
 4.3.7 Mais contrastes sobro a verdade (vv. 22-24) 
 
4.3.8 Sejamos simpáticos uns nos outros (vv. 26-28) 
 4.4. UM VIVER DISCIPLINADO (13:1-25) 
 4.4.1 A disciplina começa em casa (vv. 1-3) 
 4.4.2 A disciplina o o trabalho (vv. 4-8) 
 4.4.3 Outro contraste (vv. 9-13) 
 4.4.4 Contrastes entro sabedoria e estultícia (vv. 14-16) 
 4.4.5 Aceito a disciplina (vv. 17-22) 
 4.4.6 Outros contrastes (vv. 23-25) 
 
4.5. ANDAR NO CAMINHO CERTO (14:1-35) 
 4.5.1 A mulher o a sua tarefa (v. 1) 
 4.5.2 É bom sempre dizer a verdade (vv. 5-9) 
 4.5.3 Uma série de ensino sobre juízo e sua ausêncla (vv.11-19) 
 4.5.4 O pobre a o rico (vv. 20-24) 
 4.5.5 O testemunho falso o o temor do Senhor (vv. 25-29) 
 4.5.6 Serenidade o paciência (vv. 30-32) 
 4.5.7 Prudência e justiça... (vv. 33-35) 
 
4.6. OS CAMINHOS DA VIDA E OS SEGREDOS DE UM CORAÇÃO SINCERO 
 (15:1-35) 
 4.6.1 Os olhos do Senhor estão sobre toda a terra e sobre todos os homens 
 (II Crôn. 16:9; Prov. 15:1-7) 
 4.6.2 Os sacrifícios devem ser puros (vv. 8-10) 
 4.6.3 Os perigos do descaminho (vv. 10-14) 
 4.6.4 É melhor ficar contente que zangado (vv. 15-17) 
 4.6.5 Olha a vereda da vida (vv. 18-24) 
 
4.6.6 O Senhor continua com os justos (vv. 25-29) 
 4.6.7 O temor do Senhor e a disciplina são o remédio da vida (vv. 30-33) 
 4.7. O SENHOR VIGIA A VIDA (16:1-33) 
 4.7.1 Os planos humanos o a direção divina (vv. 1-9) 
 4.7.2 A Justiça que Deus requer (vv. 10 e 11) 
 4.7.3 Cuidado com a impiedade (vv. 12-15) 
 4.7.4 Exortações para se adquirir a sabedoria (vv. 16-21) 
 
4.7.5 As conseqüências da depravação (vv. 27-30) 
 4.7.6 Há recompensa para os bons (vv. 31-33) 
 4.8. BONS E MAUS CONVIVEM NESTE MUNDO (17:1-28) 
 4.8.1 A sabedoria da vida vale mais do que o ouro (vv. 1-5) 
 4.8.2 Preceitos úteis no vida prática (vv. 6-12) 
 4.8.3 O conflito com os perversos (vv. 13-16) 
 4.8.4 O valor de uma conduta sadia (vv. 17-20) 
 
4.8.5 Há fatos que alegram (vv. 21-28) 
 4.9. HÁ PERIGOS E BÊNÇÃOS NO VIVER (18:1-24) 
 4.9.1 Uma série de normas para a conduta dos indivíduos e povos (vv. 1-8) 
 4.9.2 Desta série de conceitos, passa o texto ao trato dos justos (vv. 9-1 2) 
 4.9.3 A resposta na hora corta (vv. 13-16) 
 4.9.4 Diversas manifestações de sabedoria (vv.17-24) 
 4.10. O CARÁTER E A PESSOA (19:1-29) 
 
4.10.1 Diversos assuntos em catálogo - os pobres (19:1-7) 
 4.10.2 O entendimento na vida é a coisa mais suave possível (vv. 8-1 0) 
 4.10.3 Outros assuntos correlatos (vv. 11-14) 
 4.10.4 Dar aos pobres é emprestar a Deus (vv. 15-18) 
 4.10.5 Fazer tudo com cuidado (vv. 19-22) 
 4.10.6 Temamos ao Senhor (vv. 23-27) 
 4.10.7 Os testemunhos falsos (vv. 28 e 29) 
 
4.11. PRECEITOS E ADMOESTAÇÕES (20:1-30) 
 4.11.1 Cumpro o teu dever (vv. 1-5)4.11.2 Há muitos propósitos bons (vv. 6-10) 
 4.11.3 Diversos preceitos (vv. 12-17) 
 4.11.4 É bom fazer planos (vv. 18-27) 
 4.12. A VIDA REAL E A LEI DE DEUS (21:1-31) 
 4.12.1 A má esposa o seus conseqüentes (vv. 9-15) 
 4.12.2 Boas normas são desejáveis para a vida (vv. 16-23) 
 
4.13. CAUSAS E EFEITOS NA CONDUTA HUMANA (22:1-16) 
 4.13.1 O valor de um bom nome (vv. 1-6) 
 4.13.2 Conselhos úteis na vida (vv. 7-12) 
 4.13.3 Coitado do preguiçoso (vv. 13-16) 
 
5 - O LIVRO DOS SÁBIOS (22:17-24:22) 
 5.1 O QUE CONVÉM SABER DA VIDA (22:17-23:11) 
 5.1.1 Coisas que o aluno deve evitar (vv. 22-29) 
 5.1.2 Sequem-se outros conselhos úteis (23:1-11) 
 5.2. O QUE DEVEMOS PROCURAR NA VIDA (23:12-25) 
 5.2.1 Atenção para o ensino o a disciplina (vv. 12-18) 
 5.2.2 Filho meu, sê sábio (vv. 19-25) 
 5.3. O CUIDADO COM AS ARMADILHAS DA VIDA (23:26-24:2) 
 
5.4. CURRÍCULO SOBRE A SABEDORIA (24:3-22) 
 5.4.1 Efeitos da sabedoria (vv. 3-7) 
 5.4.2 Os efeitos do saber continuam (vv. 18-20) 
 5.5. FIM DO LIVRO DOS SÁBIOS (24:23-34) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 - O SEGUNDO LIVRO DOS PROVÉRBIOS DE SALOMÃO (25:1-29:27) 
 6.1. COMPARAÇÕES INSTRUTIVAS PARA A VIDA (25:1-28) 
 6.1.1. Os caminhos de Deus (vv. 1-7) 
 6.1.2 O litígio (vv. 8-10) 
 6.1.3 Outras comparações (vv. 11-17). 
 6.1.4 Ainda os símiles (vv. 18-23) 
 6.1.5 Que coisas melhores poderá haver? (vv. 24-28) 
 6.2. UMA CIDADE GOVERNADA POR TOLOS (26:1-28) 
 
6.3. ENSINOS SOBRE RELAÇÕES ENTRE INDIVÍDUOS (27:1-27) 
 6.3.1 O valor de um amigo (vv. 5-11) 
 6.3.2 Algumas observações interessantes (vv. 12-16) 
 6.3.3 Comparações importantes (vv. 17-22) 
 6.3.4 - Um tratado sobro a vida pastoril (vv. 23-27). 
 6.4. PROVÉRBIOS ANTITÉTICOS SOBRE A PUREZA DA RELIGIÃO (28:1-28) 
 6.4.1 Fidelidade à lei de Deus (v. 1-8) 
 
6.4.2 Só a justiça é louvada (vv. 9-12) 
 6.4.3 Sinceridade na religião o conduta (vv. 13-20) 
 6.5. DEUS E A SOCIEDADE HUMANA (29:1-27) 
 6.5.1 O homem justo é o alvo desta seção (vv. 1-10) 
 6.5.2 Os efeitos de um mau governo (vv. 11-17) 
 6.5.3 Guardar a lei é certeza de felicidade (vv. 18-27) 
 
 
 
 
7 - AS PALAVRAS DE AGUR (30:1-33) 
 7.1. O CONHECIMENTO (30:1-4) 
 7.2. A PALAVRA DE DEUS É PURA (30:5 e 6) 
 7.3. UMA GRANDE ORAÇÃO (30:7-9) 
 7.4. FIDELIDADE PARA COM OS OUTROS (30:10) 
 7.5. QUATRO CLASSES DE PESSOAS (30:11-14) 
 7.6. QUATRO COISAS INSACIÁVEIS (30:15 e 16) 
 7.7. O FILHO TURBULENTO E MAU (30:17) 
 7.8. QUATRO COISAS MARAVILHOSAS (30:18 e 19) 
 
7.9. UMA COISA AINDA MAIS ENIGMÁTICA (30:20) 
 7.10. QUATRO COISAS INDESEJÁVEIS (30:21-23) 
 7.11. QUATRO PEQUENAS COISAS, CUJOS ENSINOS SÃO MUI GRANDES 
 (30:24-28) 
 7.12. QUATRO SERES ALTANEIROS (30:29-31) 
 7.13. UMA ADMOESTAÇÃO FINAL (30:32 e 33) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 - A ESPOSA PERFEITA (31:10-31) 
 9.1. MULHER VIRTUOSA, QUEM A ACHARA? (31:10 e 11) 
 9.2. ESSA MULHER É INDUSTRIOSA (31:12 e 13) 
 9.3. É UMA BOA COMERCIANTE (31:13) 
 9.4. ELA É COMO O NAVIO MERCANTE, QUE DE LONGE TRAZ MANTIMENTO (31:14 e 
15) 
 9.5. ELA COMPRA E VENDE (31:16-18) 
 9.6. NÃO DORME A NOITE TODA (31:19-22) 
 9.7. TEM UM MARIDO FELIZ (31:23) 
 
9.8. É MULHER DILIGENTE E LOUVADA POR TODOS (31:24-28) 
 9.9. ESSA MULHER É UM EXEMPLO A SER SEGUIDO E IMITADO (31:29-31) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devo à Prof.a Waldemira Almeida de Mesquita a paciência de ler o manuscrito, palavra por 
palavra, vírgula por vírgula e, sempre que necessário, procurar no dicionário para qualquer 
dúvida semântica. Um trabalho de paciência beneditina. O leitor pode receber este livro com 
a maior segurança no que tange a pureza e segurança da língua; os senões doutrinários e 
exogéticos são de minha responsabilidade. 
A Prof.a Waldemira, pois, os agradecimentos muito sinceros do 
 
Autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UMA PALAVRA 
 
Apresentando aos meus leitores um Estudo sobre Provérbios, tenho a presunção de oferecer 
alguma coisa de alta valia, não tanto quanto aos comentários, porque estes são de um pastor 
aposentado das lides eclesiásticas, mas, sim, pelo fato de estar tentando colocar a maravilhosa 
coleção de ditos clássicos mais à mão do povo. Uma tentativa de vulgarização de um livro 
quase ignorado. Esta é a minha despretensiosa contribuição. 
Convém dizer que, a bem da verdade, não se trata de um comentário, pois isso levaria o livro a 
proporções tais, que o tornariam inacessível à bolsa do povo. O que se pode chamar de 
comentário é apenas um ligeiro desdobramento do ensino proverbial, oferecendo umas tantas 
ampliações, e, vez por outra, uma opinião pessoal, tudo dentro de um escopo adrede 
determinado, pois nunca desejei escrever algo que não estivesse à altura da capacidade do 
leitor médio. Os que conhecem os meus livros já sabem que este é o meu ideal desde que me 
iniciei nas letras há mais de 40 anos. Escrevo para o povo. 
 
Há provérbios cujo sentido escapa à observação do comentarista; adágios antigos, calcados 
dentro de uma sistemática coloquial, são de apreciação difícil. Não são muitos desse tipo. 
Outros, vários, relacionam-se com a vida hebraica ou provincial, com aplicações duvidosas ao 
nosso modo de pensar ocidental. De modo geral, há muito a lucrar nos ensinos que Salomão e 
seus cooperadores nos oferecem, mesmo descontando o que se deve atribuir a um 
pensamento oriental. 
O Livro dos Provérbios, feitos os descontos aqui referidos, tem uma mensagem para todos os 
tempos e todas as pessoas. É um repositório de sabedoria incalculável; bastaria dizer o que já é 
bem conhecido: Salomão, o seu principal autor e mesmo o total inspirador, foi o homem mais 
sábio da história humana, pois antes dele e depois dele nenhum outro se levantou com 
tamanhas credenciais. "Era mais sábio que todos os homens, mais sábio que Etã, do que 
Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol. Era mais sábio que todos os do Oriente e do que toda a 
sabedoria do Egito" (I Reis 4:30,31). Esta sabedoria lhe foi dada por Deus, ao declarar: " ... 
antes de ti não houve teu igual e nem depois de ti o haverá (I Reis 3:12). já então não há 
qualquer dúvida sobre a sabedoria de Salomão e os Provérbios são o que se poderia chamar a 
sabedoria cristalizada. O Livro dos Provérbios nem carece de interpretação; eles se 
interpretam por si. 
 
A primeira parte do livro, que trata da Sabedoria e sua origem, vale por tudo quanto se possa 
dizer ou imaginar. Conforme a interpretação geral, é o próprio Cristo quem fala. Ele é a 
Sabedoria em pessoa. O capítulo 8 é a cristalização desse saber. Isso por si só recomenda o 
Um, e este autor, se outras vantagens não provierem deste Estudo, senão a vulgarização dos 
primeiros capítulos, já se sente compensado das horas longas que gastou nesta obra. Os que 
conhecem o meu livro sobre Doutrina da Trindade no Velho Testamento, já sabem que eu 
adoro Jesus Cristo na sua sabedoria dos primeiros capítulos de Provérbios. Assim, se aprouve a 
Jesus oferecer uma introdução a este livro, como a que temos nos referidos oito capítulos, é 
porque o livro vale por uma revelação da sabedoria divina, transposta para os domínios 
humanos. 
 
Os jovens que desejam uma vida feliz e equilibrada, que almejam um manual que os instrua 
sobre os perigos da prostituição, têm aqui uma resposta. Os que pretendem casar e saber 
escolher uma companheira, têm aqui o conselho. O rico e o pobre, o sábio e o de menos 
saber, todos podem encontrar no Livro em estudo a norma de conduta e equilíbrio para a 
vivência na família humana. Se eu tivesse recursos, mandaria fazer uma publicação do tipo de 
livro de bolso e ofereceria um exemplar a cada rapaz e a cada moça da minha terra. Falo com 
sinceridade. Assim, ponho este Estudo popular na mão dos leitores, com a oração a Deus para 
que sejamproveitosos os momentos que gastarem na sua apreciação. 
 
Não posso esquecer a valiosa cooperação que a minha esposa-secretária me deu, até mesmo 
em consultas feitas, no preparo do livro. A ela ,o agradecimento meu e de todos os que amam 
a Bíblia. 
 
Rio de janeiro, setembro de 1972 
 
Antônio N. de Mesquita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
1.1. QUEM ESCREVEU PROVÉRBIOS.? 
 
O livro começa com a declaração: Provérbios de Salomão, filho de Davi, Rei de Israel (1:1). 
Está então declarado que o autor foi Salomão? Nem tanto assim, porque em diversos lugares 
se afirma que há seções que não foram escritas por Salomão, como 22:17, onde se aconselha, 
se deve ouvir as palavras dos sábios. Em 24:23 ainda se declara: são também estes provérbios 
dos sábios. Em 25:1 afirma-se os provérbios seguintes serem de Salomão, mas escritos pelos 
homens de Ezequias. O capítulo 30 introduz uma seção atribuída a Agur, filho de Jaqué, de 
Massã. O capítulo 31 diz o seguinte: Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lho ensinou 
sua mão. Os rabinos ensinam que Ezequias e seus homens escreveram Isaías, Provérbios, 
Cantares e Eclesiastes.1 Isso não significa que estes homens tenham escrito esses livros, mas, 
sim, que os editaram ou puseram em ordem. Sabemos que o livro de Isaías não está na forma 
em que as profecias foram apresentadas ao povo, nem mesmo as de Jeremias, pois há muitas 
que foram proferidas depois de outras registradas, isto é, não estão na ordem cronológica em 
que foram ditas. Houve, então, compiladores das obras clássicas dos judeus, e, quando 
fizeram esta compilação, não se detiveram em colocar as obras na sequência em que foram 
escritas. 
 
Então, quem escreveu Provérbios? Salomão escreveu muitos, e até o Eclesiastes concorda 
com isso quando diz: e, atentando e esquadrinhando, compôs muitos provérbios, isto é, o 
Pregador Salomão (Ecl. 12:9; veja I Reis 4:32). Parece, então, que Salomão escreveu muitos 
provérbios, talvez muitos mais do que atualmente temos, embora isso não signifique que 
tenha composto o Livro dos Provérbios. Dá-se-lhe o nome porque ele foi, sem dúvida, o maior 
produtor, mas não propriamente o organizador do livro. Isso, todavia, não tira ao livro 
qualquer dos seus valores, pois o que interessa é a doutrina, e não o livro como tal. Um 
grande número de livros do Velho Testamento chegou às nossas mãos sem sabermos quem os 
teria escrito. Quem escreveu Josué, Juizes, Rute, Samuel, Reis e Crônicas? Não se sabe; e tudo 
o que se diz ou se escreve não passa de suposição. Nem por isso esses livros têm menos valia 
para nós. O que nos interessa é saber que foram aceitos como inspirados e reunidos à sagrada 
coleção, independente de quem teriam sido os seus autores. Antigamente não havia o que 
atualmente se chama de "direitos autorais", isto é, um homem ou mulher escreve um livro e 
ninguém pode dar-lhe outra autoria; é um direito reconhecido pelas leis modernas. Não era 
assim noutros tempos. lsaías escreveu as suas profecias; outro depois as reuniu em forma de 
um rolo (livro), e assim passaram à posteridade. Salomão proferiu muitos provérbios e teria 
escrito mesmo muitos que andariam disperses, como ditos oficiais, o que era normal entre os 
sábios antigos. Depois alguém colecionou estes provérbios e lhes deu a forma de livro (rolo); e 
foi assim que passaram de geração à geração. Haverá qualquer prejuízo em admitirmos que 
Salomão não preparou este livro? De modo algum. Vale tanto tendo sido compilado por 
outrem, como se por ele mesmo. 
 
O Prof. E.J. Young elaborou profundamente um trabalho em que chega à conclusão de que o 
Livro dos Provérbios como o temos atualmente deve vir da época pós-exílica.2 Esta é a 
posição humilde deste escritor. Os Provérbios e muitos outros escritos andariam disperses, 
como seria o caso dos livros de Esdras, Neemias e outros. Então os mestres de Israel teriam 
sentido a necessidade, levados pelo Espírito Santo, o Guardião das sagradas "letras, de 
coligirem e porem em forma de rolos esta história. Esta é uma das razões por que tantos fatos 
da história se encontram um tanto fora da cronologia, pois os colecionadores ou escritores dos 
livros não teriam tido a preocupação de fazer os seus registros obedecendo rigorosamente à 
ordem quando ditos fatos ocorreram. Esta opinião é também corroborada em outros termos 
por H.H. Rowley. 3 Os atuais rolos, descritos na linguagem canônica como Ketuyhlm, escritos 
denominados hagiógrafos pelos autores da Septuaginta, sempre fizeram parte da sagrada 
coleção, pois em 185 (?) a.C. o autor do Eclesiástico (não Eclesiastes) já os incluía no rol dos 
livros sagrados, ao todo 22 ou 24, segundo o número de letras do alfabeto hebraico. Se 
Lamentações de Jeremias for contado separado do livro do mesmo autor, e Rute de Juízes, 
teremos 22; porém, se os contarmos conjuntamente, teremos 24. Josefo, na sua contenda 
contra Apião, um escritor grego, alega que os judeus não tinham uma fábula de livros sem 
nexo como os gregos, mas apenas 22. Portanto, os livros que temos foram preparados ou por 
seus autores ou por seus amanuenses, muito antes de 185 a.C. A Septuaginta inclui apenas e 
justamente os livros que constam do Cânone hebraico, divididos em três seções: Lei, Profetas e 
hagiógrafos; e esta obra é dada como de 285 a.C., mais ou menos. Não temos, na sagrada 
coleção, qualquer livro do período grego, como pretendem alguns críticos. Todos os livros 
estavam catalogados muito antes deste período (333 a.C.). 
 
 
1 Tratado Baba Batra, 15. 
2 E. J. Young, An Introduction to the Old Testament, p. 328. 
3 H. H. Rowley (editor), The Old Testament and Modern Study, P. 212-216. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 2. A ÉPOCA DE SALOMÃO 
 
Salomão foi o maior sábio da antigüidade. Disto não temos qualquer dúvida, pois é o que as 
Sagradas Escrituras nos informam. Andava nos caminhos do Senhor e amava ao Senhor (I Reis 
3:3, 9, 12), e por isso Deus o encheu de saber. Esta sabedoria foi devidamente testada no caso 
das duas mulheres que disputavam a maternidade de uma criança (I Reis 3:16-28). A sua 
sabedoria provinha de Deus, era sabedoria profusa como a areia do mar (I Reis 4:29). A sua 
sabedoria excedia a de todos os sábios do Oriente, incluindo os egípcios, conhecidos como os 
mais cultos entre os povos antigos (I Reis 4:30); e entre esses sábios são mencionados alguns 
dos mais famosos, como Etã, Hemã, Calcol e Darda, filho de Maol. A sua fama atingiu os 
limites de todo o Oriente, e todos vinham a ele para o ouvir. Até a famosa rainha da Arábia, 
por nós conhecida pelo nome de Rainha de Sabá, veio das longínquas areias escaldantes, com 
os seus camelos carregados de especiarias para presentear Salomão e ouvir o seu saber, ao 
final exclamando: Eu, contudo, não cria naquelas palavras (que tinha ouvido a respeito de 
Salomão) até que vim e vi com os meus próprios olhos. Eis que não me contaram a metade... 
(I Reis 10:6-8). Esta mulher, pelo que sabemos atualmente da sua então desconhecida terra, 
era uma das mais cultas do mundo, e até a famosa Hatshepsut, mãe adotiva de Moisés, 
mandou as suas naus à Arábia, a terra da Rainha de Sabá. Pela sua laconicidade, os sagrados 
escritos não nos contam as coisas como se passaram; dizem apenas o suficiente, embora 
queiramos mais. Salomão compôs três mil provérbios o foram os seus cânticos mil e cinco. 
Discorreu sobre todas as plantas (botânico), desde o cedro do Líbano até o hissopo, que brota 
do muro; também falou dos animais (zoólogo), e das aves, dos répteis e dos peixes (I Reis 4:32, 
33). De todos os povos vinha gente a ouvir a sabedoria de Salomão (I Reis 4:34). Este notável 
homem foi o primeiro cientista do mundo antes que houvesse ciência no sentido moderno. 
Falar sobre as plantas, sobre os animais e até sobre os peixes do mar é qualquer coisa de que 
os reis daqueles tempos se maravilhavam(I Reis 4:34). Portanto, não temos qualquer dúvida 
sobre a capacidade de Salomão de escrever um livro como o de Provérbios. Lamentamos, sim, 
que não tenham sido preservados os outros conhecimentos de que nos fala o Livro de Reis. 
Além dos seus conhecimentos da natureza, era psicólogo e decifrador de enigmas (I Reis 10:1). 
Quais seriam estas perguntas cabalísticas, não se diz, mas podemos conjeturar que esta 
mulher veio mesmo disposta a pôr à prova o que tinha ouvido. e teria mesmo consultado os 
sábios do seu reino, para que lhe dessem enigmas para ela apresentar ao sábio Salomão. 
 
Portanto, concluímos esta seção afirmando que Salomão poderia ter escrito o Livro dos 
Provérbios e muito mais do que isso. Não é, pois, a questão de seu poder e saber, mas de 
outras razões, que não estão ao nosso alcance explicar. 
 
 
 
 
1.3. A SABEDORIA DOS ANTIGOS 
 
Que sabemos da sabedoria dos antigos? Muito pouco ou quase nada. A sabedoria dos 
egípcios, com os seus sábios (magos), decifradores de sonhos (Gên. 41:8); os caldeus, que 
tanto trabalho deram a Daniel (Dan. 2:1-49; 5:1-27). Até os edomitas, conforme Obadias 8, um 
povo relativamente humilde. Que sabemos da ereção das pirâmides egípcias, especialmente a 
de Queops com o seu telescópio no vértice, para estudo das estrelas e dos astros; de 
Ptolomeu, o cartógrafo e astrólogo ou astrônomo, geógrafo e que mais? Os grandes poemas 
que nos vieram dos gregos famosos como Homero e outros. Repetimos: Que conhecemos dos 
sábios antigos? Conforme já dissemos, muito pouco ou quase nada. No entanto, Salomão a 
todos sobrepujou, porque a sua sabedoria foi dada diretamente por Deus. Tudo quanto uma 
cabeça humana podia receber Salomão alcançou. Digamos que Salomão foi o maior, mas não 
o único. Jeremias (18:18) menciona os sábios que tentavam disputar a sabedoria do profeta, e 
o mesmo profeta chegou a ficar assombrado com eles. O mesmo Jeremias se desdobra em 
esforço para conter os sábios dos seus dias, que pretendiam rivalizar com os profetas de Deus. 
Isaías confessa (is. 29:14) que Deus ia fazer coisas tais que os sábios ficariam confusos. 
Portanto, a sabedoria não era um patrimônio dos antigos povos, mas também dos israelitas. O 
Livro dos Provérbios se refere, outrossim, a alguns sábios que compuseram algumas partes 
deste livro, como se vê em 22:17; 24:22-34, ou pelo menos eram contados como os sábios 
daquele tempo. O verso 5 do primeiro capítulo contém um conselho aos sábios, para 
crescerem em sabedoria e prudência. Poderíamos admitir que muitos destes provérbios 
seriam produto destes sábios, que proliferavam em Israel. Especialmente a época de Salomão 
daria ensejo a que surgissem muitos sábios, tentando imitá-lo ou mesmo como subproduto de 
uma época de exaltada sabedoria. Em tempos de estultícia, parece que todos se tornam 
estultos, como, em época de sabedoria, todos se tornam sábios. Podemos até admitir que 
muitos destes provérbios venham de datas pré-salomônicas, como uma espécie de antologia 
filosófica, em que alguém se teria incumbido de colecionar ditos e frases, que andariam de 
boca em boca, como alguns que temos em nossos dias, como costumamos dizer: "Fulano 
disse; fulano escreveu." Admitiríamos então que o Livro dos Provérbios não será apenas um 
repositório da época de Salomão, mas de muito antes e muito depois. Se chamássemos a isso 
o LIVRO DA SABEDORIA HEBRAICA, não exageraríamos. Isto nos é demonstrado em alguns 
tópicos do mesmo Livro dos Provérbios. 
 
 
 
 
 
 
 
1.3.1. Os Homens de Ezequias 
 
Lendo em II Crônicas (29:25-30) entendemos que Ezequias promoveu intensa reafirmação 
religiosa e artística, quando foram revividas as palavras de Davi e Salomão pela voz de Gade, o 
vidente do rei Davi. Deve ter sido um momento de grande alegria em Judá, com respeito ao 
avivamento das coisas antigas, em que o passado se uniria ao presente, para dar o brilho que, 
em poucas palavras, o sagrado escritor nos revela. Pois todo este avivamento nos é 
transmitido de um modo novo em Provérbios 25-29. Como se vê dos textos sagrados, 
Ezequias fez muito mais do que nos diz II Crônicas, pois os trabalhos do seu grupo aparecem 
de forma muito mais sensível em Provérbios. Ezequias viveu 195 anos depois de Salomão, e 
235 depois de Davi; portanto, diversas gerações mais tarde. Porém os ecos dos tempos 
gloriosos, tanto de Davi como de Salomão, estavam ecoando ainda nos seus dias. Podemos, 
pois, ver que a sabedoria não estava morta, e de tempos em tempos era revivida. Acredita A. 
Bentzen4 que os salmos de Davi e Salomão teriam sobrevivido em forma oral e Ezequias teria 
tido o impulso de reuni-los em volume, como se encontram, em parte, pelo menos, nos 
capítulos 25-29. A sabedoria dos profetas e poetas era cuidadosamente guardada em Israel; e 
o nosso livro deve representar não apenas a cultura de Salomão, mas de muitos outros ilustres 
varões. 
 
 
4 A. Bentzen, Introduction to the Old Testament, Vol. II, p. 173, Copenhague. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3.2. Agur, Filho de Jaqué 
 
Não se sabe quem foi Agur, e, se traduzíssemos a palavra por "Oráculo", como aparece em 
30:1, então poderíamos ligá-la a oráculos de outras terras, como no caso de "Massá", uma 
tribo árabe descendente de Abraão por meio de lsmael (Gên. 25:14). Se pudéssemos manter 
essa ligação com um passado tão remoto, então concluiríamos que o veio literário, que 
desponta em Israel com tanto brilho, era comum também entre outros povos. 
Israel, por sua posição política e social, englobou muita coisa que pertencia a outros povos, 
adaptando e moldando esta contribuição de acordo com o sentimento nacional e o culto a 
Jeová. Seja quem for que tenha sido este Agur, não resta dúvida, ligar-se-ia a essa tribo de 
Massá. Era um poeta estrangeiro, louvando a Deus com a sua inteligência nativa. Quando 
estudarmos os seus provérbios, notaremos o estilo e qualidades próprias da sua terra tanto 
quanto possível. 
 
1.3.3. Provérbios do Rei Lemuel 
 
Quem foi esse rei, não sabemos. Sua mãe aparece como a produtora de alguns provérbios. A 
minha enciclopédia dá Lemuel como pseudônimo de Salomão, o que bem poderia ser. Em tal 
caso, a mãe de Salomão teria sido uma professa, ou, pelo menos, uma literata. Havia sido 
mulher de um capitão hitita, e os hititas foram um povo de renomada cultura, que agora está 
sendo devidamente apurada. Seria então Bate-Seba, mulher de Urias, mãe de Salomão, a 
autora de tantos lindos provérbios? O texto (Prov. 31:1) diz que Lemuel era também de 
Massá, a mesma terra de Agur. Se aceitarmos esta declaração como coisa real, então Lemuel 
não é pseudônimo de Salomão. Quanta coisa obscura, historicamente pelo menos! Fica para 
melhor explicação a origem desses personagens, Agur, Lemuel e sua mãe, que gostaríamos, 
fossem apenas pseudônimos do grande Salomão e sua mãe Bate-Seba, incluindo, já se vê, o 
profeta Agur. Um homem como Salomão poderia ser conhecido por diversos nomes, mesmo 
que este costume não fosse geral nos seus dias. Talvez o significado do nome Lemuel, "Amado 
de Jeová", nos ajude a compreender que deveria ser um personagem de Israel, e não um 
massaíta. 
 
Já antes nos referimos à sabedoria de outros povos, como o Egito e a Babilônia, para não 
mencionarmos povos menores e de pouca influência na vida internacional. Isso nos leva a 
compreender que o Livro dos Provérbios bem pode resumir as culturas israelita e não israelita. 
Tem sido evocada a Sabedoria de Amen-en-Open, do Egito, para mostrar que a sabedoria não 
era patrimônio dos judeus apenas. Os versos 17-24 do capítulo 22 são, por alguns escritores, 
atribuídos a este sábio, devidamente adaptados em Israel. Deve-se notar que a descoberta 
relativamente recente dessa obra egípcia é datada de 600 a.C., mais ou menos, portanto, 
muito posterior a Salomão. Pensam alguns críticos que Amen-en-Open fez empréstimosao 
Livro de Provérbios, o que, se fosse aceito como real, valeria pela divulgação internacional da 
sabedoria israelita. É difícil a qualquer pesquisador acertar essas coisas antigas. Mesmo que a 
obra de Amen-en-Open, escrita em 30 capítulos, seja posterior a Salomão, como parece, nem 
por isso se pode ignorar a contribuição que os sábios deram uns aos outros naqueles distantes 
dias. Não haveria, é certo, o intercâmbio que existe atualmente entre escritores americanos e 
franceses com os brasileiros, porém havia intercâmbio em menor escala, sem qualquer sombra 
de dúvida. A vida de Moisés foi doada aos israelitas, entretanto, logo se espalhou pelo mundo 
inteiro e todos os povos participaram das suas belezas, numa adaptação própria a cada 
localidade. Não havia segredos literários entre os antigos. Por outro lado, admite-se que no 
palácio de Salomão proliferassem sábios de muitas nacionalidades, que trocariam entre si os 
seus "ditos", num intercurso literário muito à moda moderna. Sabemos que todos os povos da 
terra estavam representados em Israel pelos casamentos oficiais que Salomão contraiu, e, com 
estas princesas, vinham as suas damas e também os seus literatos favoritos. Se acreditarmos 
que a mesa de Salomão alimentava 25.000 pessoas, admitimos que muitos dentre elas seriam 
sábios e conselheiros estrangeiros, talvez o que nós conhecemos atualmente como 
embaixadores. Comparadas diversas doutrinas dos sábios egípcios e de outros, verifica-se que 
a doutrina dos sagrados livros canônicos se sobreleva à deles. O intercâmbio existente não 
conseguiu dar aos sábios étnicos aquele sabor de segurança que o Livro dos Provérbios 
denota. O livro já referido, de Amen-en-Open, que parece uma espécie de ressonância de 
Provérbios, e que cita até alguns deles, possui doutrina parecida com Provérbios, sendo, 
entretanto, muito diferente. O capítulo 6, entre outras coisas, diz: "Não te debruces na 
balança, nem falsifiques os pesos, nem causes danos às frações das medidas." Provérbios 
20:10 diz: Dois pesos a duas medidas, uns e outros são abomináveis ao Senhor. Seriam mais 
do que naturais estas diferenças, no caso de uma transação entre um país e outro.5 
 
 
5 Para um estudo completo, veja Ancient Near Texts, Relating to the Old Testament, de James 
Pritchard, Princeton, 1950. Também, The Wisdom of Amen-en-Open, em R. 0. Kevon, 
Filadélfia, 1931, ref. em Novo Comentário do Bíblia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4. A FUNÇÃO DO LIVRO DE PROVÉRBIOS EM ISRAEL 
 
Acredita-se, e com boas razões, que Provérbios e outras seções do Velho Testamento eram 
uma espécie de disciplina, pela qual a nação era guiada e conservada. Efetivamente, um povo 
que se oriente pelos ensinos de Provérbios terá de ser uma nação de sábios e justos. Estes 
preceitos, na sua real aplicação na vida, são uma interpretação do espírito dos profetas, pois, 
enquanto estes procuram manter o povo perto do Senhor, aqueles interpretam a vida nas suas 
relações com Deus e os semelhantes. Uns contrabalançam os outros e dão ao todo aquela 
segurança de vida que nenhum outro povo teve nos séculos passados. Como muito bem disse 
um escritor, a sabedoria não consiste numa contemplação mística do universo e de Deus, mas 
na objetivação pessoal do homem em suas relações com o divino Criador. Mudar os termos 
dessa combinação é o mesmo que arruinar a harmonia que deve existir entre Deus e a 
humanidade. Provérbios não trata apenas das relações do homem com Deus, mas também do 
homem com o homem, da esposa com o marido, dos pais com os filhos e dos filhos com os 
pais. Vê-se logo que esse ensino abrange todos os contornos da vida religiosa, social e 
doméstica; completa o currículo de relações humanas na sua complexidade e na sua conexão 
com Deus. Nada fica fora, e quem desprezar esses ensinos certamente está louco. Tanto 
quanto a religião não é um pragmatismo insosso, mas uma vivência real entre indivíduos e 
Deus, o Livro dos Provérbios é a Bíblia da contextualização dessas relações no círculo 
doméstico. O divórcio entre prática e vida religiosa é que tem arruinado o viver humano, 
como se a vida e a prática não fossem uma só coisa. Em nosso meio social brasileiro, é isso 
que se nota. Um homem é um bom religioso, vai à igreja, recebe água benta e faz as suas 
orações, a seu modo, todavia, durante a semana, rouba, como pode, o seu próximo. A religião 
do domingo não tem reflexo na vida diária da semana. Isso, em verdade, não é religião. É uma 
farsa religiosa. A nossa pregação evangélica pretende fazer a roda voltar ao que era antes e 
unir a religião à prática da vida, pois o contrário é pura hipocrisia, é falsidade. O dito comum: 
"Faça o que eu digo, mas não o que eu faço" é uma estúpida interpretação da natureza da 
religião. A Bíblia não sanciona tal conduta. Por isso todos os religiosos podem ir à igreja e 
praticar tudo mais que for do seu agrado durante a semana. Roubar o próximo e ir à igreja no 
domingo, uma coisa nada tem a ver com a outra. Isso Provérbios condena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5. JESUS E O ENSINO DOS PROVÉRBIOS 
 
Como não poderia deixar de ser, Jesus fez amplo uso dos ensinos de Provérbios na sua 
doutrinação prática. Muitas das suas parábolas estão calcadas em seus ensinos. Por exemplo, 
a parábola dos primeiros lugares, quando convidado para banquetes, está firmemente 
relacionada com Prov. 25:6,7, onde se lê: Não te glories no meio dos reis nem te ponhas no 
meio dos grandes, porque melhor é que te digam: sobe para aqui, do que seres humilhado 
diante do príncipe. A parábola do rico insensato está bem retratada em 27:1. Jesus, na 
conversa com Nicodemos, parece, copiou a palavra de Agur, filho de Jaqué em Prov. 30:4, a 
quando se refere ao povo, dizendo que a sabedoria é justificada por seus filhos, está citando 
Provérbios no seu todo. Se o espaço permitisse, poderíamos alinhar um grande número de 
passagens do Velho Testamento onde Jesus baseou o seu ensino. 
 
Naturalmente, Jesus doutrinava alicerçado na sabedoria do povo, tomando por base o que 
conhecia da sua Bíblia. Grande parte do ensino de Jesus foi feito por meio de parábolas, 
justamente o tipo de ensino de Provérbios. A palavra, no hebraico mashal, é traduzida no 
grego por parábola. Quando Jesus falava ao povo, que ouvia e não entendia, estava se 
referindo a um tipo de adivinhação, muito familiar aos hebreus, com o significado de enigma 
(veja Mar. 4:11) que era o seu sistema de ensino a respeito do Reino de Deus. Uma 
interpretação de Provérbios à luz do Novo Testamento compreenderia um estudo a que não 
pudemos dedicar-nos por causa do espaço, e esta Introdução já está ficando longa. Pedro, 
parece, foi o discípulo que mais usou o Livro de Provérbios em suas epístolas, ou por ser o 
apóstolo mais íntimo do Mestre ou por suas possíveis leituras deste grande livro. Confira I 
Ped. 2:17 com Prov. 24:21; I Ped. 3:13 com Prov. 16:7; I Ped. 4:8 com Prov. 10:12; I Ped. 4:18 
com Prov. 11:31, e assim com muitas outras passagens. Paulo, como não poderia deixar de 
ser, também usou Provérbios em suas epístolas como Rom. 12:20 e Prov. 25:21 e segs. Cristo, 
poder e sabedoria de Deus em I Cor. 1:24 e Prov. 8, é uma demonstração de como este livro 
era manuseado pelos apóstolos e primeiros cristãos. 
 
Não devemos surpreender-nos com estas citações, visto como a Sabedoria em Israel era uma 
constante da sua vida, e os Provérbios e Eclesiastes eram grandes livros de toda hora. Se o 
nosso estudo do Novo Testamento levasse em conta o bebedouro da Sabedoria israelita, 
teríamos uma boa base para a exegese bíblica. Infelizmente isso não acontece, pois Provérbios 
é um livro quase ignorado pelos pregadores, que só se servem dele em casos especialíssimos. 
Não pensam assim os melhores comentadores do Velho Testamento, muitos deles, pelo 
menos, que consideram de grande valia este livro. Até que ponto os escritoresdo Novo 
Testamento entenderiam Provérbios, especialmente os capítulos 3-8, onde a Sabedoria 
assume grande papel, ignoramos, mas o certo é que não, desconheciam esse livro. A sua Bíblia 
em grego, para os que hão entenderiam hebraico, e seriam poucos, não esconderia o livro de 
Provérbios. 
1.6. COMPOSIÇÃO DO LIVRO DE PROVÉRBIOS 
 
De modo geral, já dissemos bastante. Resta agora uma breve digressão sobre o tipo de 
composição do livro. Está em forma poética, e consta de ditos e frases, alegorias comuns 
entre o povo e especialmente entre os sábios. O termo mashal deriva-se de uma raiz que 
parece indicar semelhanças, comparações. Portanto, um verso de Provérbios é uma 
comparação com outra verdade, que pode vir no mesmo verso ou, em uma antítese, noutro. 
Em muitos casos, os versos representam uma figura, que o Novo Testamento traduz por 
parábola, da qual Jesus fez largo usa em seus ensinos. Em muitos casos trata-se de máximas, 
aforismos, meios do povo entender e expressar verdades vulgares. Cada verso traz uma lição 
sobre um assunto ou outro, pertinente à vida diária. Há entre todos os povos certos adágios, 
certas frases, que fazem escola e são usados como máximas ou mesmo como doutrina entre o 
povo. Entretanto, é bom advertir o leitor que nem todos os provérbios constam dessas frases; 
todavia, são um resumo da Sabedoria hebraica em que o Cristo personificado nos capítulos 3-
8, especialmente, dá a medida do seu valor ético e moral. Há também alguns discursos em 
ritmo poético, como nos capítulos 1-9 e 30-31. Não discutimos aqui os diversos tipos de 
poesia hebraica, com seus paralelismos, teses e antíteses, por falta de espaço, e mesmo não 
estamos fazendo um estudo da poesia hebraica, cabível em outros estudos. Na Septuaginta o 
livro recebeu nome qualificado de Paroimiai, que, traduzido em português, significaria uma 
boa dieta. O livro pretende ser um gula para o caminhante; então Paroimiai é o meio de levar 
o mesmo caminhante ao bom destino. No hebraico o livro tinha o título de M S U, que se lê 
com vogais ou sem vogais, como Mashal, provérbios em nossa língua. Os publicadores da 
Bíblia hebraica deram-lhe um subtítulo em latim de LIBER PROVERBIORUM, Livros dos 
Provérbios, como passou para as versões latinas. O termo grego Parabolê, parábola, tem 
também o sentido no hebraico de hidhah, "enigma", adivinhação; e foi assim que Jesus o usou 
quando, falando do Reino de Deus a um povo que não o entendia, empregava parábolas, e 
sem parábolas, enigmas, não lhe falava (Mar. 4:33, 34). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.7. DATA DO LIVRO 
 
Jesus Ben Siraque, em cerca de 130 a.C., em seu famoso livro Eclesiasticus (não Eclesiastes), 
livro incluído entre os apócrifos, declara no capítulo 47, verso 17, que Provérbios (também 
Cânticos) era livro de alta devoção entre o povo. Esta informação é muito valiosa por sua 
antigüidade e pela fonte de onde se origina, pois Jesus Ben Siraque é universalmente 
considerado um dos mais admirados escritores daqueles dias. 
Os tradutores da Septuaginta, em 280 a.C., já incluíram Provérbios na sua tradução, ao qual 
deram o nome de Paroimiai Portanto, quase três séculos antes de Cristo, Provérbios era um 
livro acatado e reconhecido como inspirado. 
 
Nunca houve entre os rabinos qualquer discussão quanto à sua canonicidade, e, sim, quanto à 
sua autoria, como aconteceu com Eclesiastes e outros. Portanto, é um livro que sempre foi 
considerado inspirado, e os judeus devem ser reconhecidos como a autoridade máxima nesse 
campo, pois era um livro da sua biblioteca sagrada. A influência que este livro exerceu em 
Israel, a mesmo fora dele, pode ver-se pelas citações de obras egípcias, como no poema de 
Amen-en-Open do Egito. Não seria boa política discutir essas conexões entre Provérbios e 
outros livros de povos étnicos, porque, no tocante à sabedoria, todos tinham os seus adágios e 
suas máximas. Muito antes de Moisés promulgar o Decálogo, já Hamurabi, da Caldéia, tinha 
publicado o seu, e há tão flagrantes similitudes em alguns capítulos, que muitos críticos não 
trepidam em afirmar que Moisés copiou de Hamurabi (ver o livro do autor sobre Êxodo). 
Portanto, Provérbios é um livro de alta antigüidade, mesmo que não seja possível determinar a 
data do seu aparecimento. Noutros Estudos, como em Eclesiastes, dissemos que os livros da 
Sabedoria, incluindo alguns salmos, teriam sido colecionados depois da volta do cativeiro 
babilônico, quando os judeus se voltaram para a sua Bíblia como jamais haviam feito. 
Possivelmente este livro teria sido confeccionado nessa época, reunindo matéria dispersa, e 
formando um todo tão harmônico quanto possível. 
 
Parece-nos o suficiente o que acabamos de dizer a respeito de Provérbios e à guisa de 
INTRODUÇÃO. Diversas obras já foram mencionadas, onde os mais estudiosos se podem 
louvar, restando apenas adicionar artigos em enciclopédias e dicionários bíblicos, onde há 
abundante material sobre o livro. Como escrevemos, visando o povo e os estudantes da Bíblia 
de um modo geral, nunca desejamos aprofundar demais qualquer estudo sobre esses livros. 
 
 
 
 
2 - TÍTULO E PLANO DO LIVRO 
 
Parece certo que o propósito dos organizadores deste livro foi dar Salomão como seu autor, 
mesmo que nem todos os provérbios sejam de sua autoria, conforme vemos de 24:23, onde 
figuram como autores os sábios; 30:1-23, em que o autor se chama Agur, filho de Jaqué, de 
Massá; e 31:1-9, onde o suposto autor se chama Lemuel. Tirando estas seções, as demais 
foram fruto das atividades salomônicas, ou pelo menos de seus imediatos colaboradores. 
Portanto, não pecaram os organizadores do livro com a declaração: Provérbios dei Salomão, 
filho de Davi. Eclesiastes mesmo confirma que ele escreveu muitos provérbios (Ecl. 12:9; ver 
também I Reis 4:32). Quem pode afirmar que nas seções que trazem outros nomes estes não 
são apenas pseudônimos, como dissemos na Introdução? Acreditam alguns comentadores ser 
o nome de Lemuel dado a Salomão. Por que os ditos de Agur, filho de Jaqué, de Massá, não 
poderiam ser seus? Assim, não há censura para o primeiro verso deste livro. Os versos 1-6 são 
incontestavelmente dele e são como uma sentença elíptica, chamando o leitor a dar atenção 
ao que se segue. 
 
O leitor é convidado a aprender sabedoria o ensino, para entender as palavras da Inteligência 
(vv. 2, 3). Esta introdução é categórica em que o livro se destina a conceder sabedoria e tino 
ou correção da vida, que é o sentido do termo traduzido em Heb. 12:5: correção que vem do 
Senhor. A intenção do livro é, pois, ensinar, corrigir e fazer capaz de entender os caminhos do 
Senhor. Isto o autor de Hebreus torna bem claro. 
Para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a eqüidade (v. 3), a fim de que os 
simples, os menos entendidos nas coisas de Deus, possam capacitar-se para os deveres da vida 
e da religião. Para dar... aos jovens conhecimento e bom senso ou siso (v. 4). Não padece 
qualquer dúvida o alvo do livro: instruir os simples, os de medos capacidade, os jovens, de 
modo que uns e outros sejam capazes de entender o juízo, a justiça e o bom comportamento 
na vida. Temos, então, uma cartílha devocional, onde todos somos ensinados nos deveres da 
justa, da equidade, do bom siso nas coisas da vida. Bastariam estas palavras introdutórias para 
justificar a existência deste livro na sagrada coleção. Toda a Bíblia tem este escopo: preparar o 
povo para os seus deveres religiosos, entender as palavras dos profetas, que estavam 
preparando o povo para a vinda do seu Messias (ver ls. 5:7 e 1 1:1). 
 
Ouça o sábio a cresça em prudência, o entendido adquira habilidade (v. 5). Israel era uma 
nação de sábios, o que ninguém contesta, ainda mesmo hoje, quando as maiores conquistas 
científicas são produto da inteligência israelita. Sempre foi assim. Durante os dois mil anos da 
era cristã em queeste povo tem perambulado pelo mundo, corrido daqui e dali, perseguido e 
destruído, como aconteceu na última guerra, quando 15.000.000 foram eliminados nos países 
do leste e da Alemanha, eles nunca deixaram de ligar a sua vida às melhores conquistas do 
pensamento. Será por isso que Provérbios chama os sábios a crescerem em prudência e 
sabedoria? Nunca se ouviu que judeus formassem complôs anarquistas para derrubar 
governos, sempre dedicados ao trabalho, cooperadores dos governos. O Brasil deveu muito a 
esta gente nos dias coloniais, quando junto aos administradores eram os seus conselheiros, 
muita vez. Se o mundo fosse privado dos ensinos da Bíblia, cairia como fruto podre. Isso já 
aconteceu na Idade Média, ao ficar a Bíblia escondida nos mosteiros, longe do povo. Que 
sucedeu? O mundo entrou na idade das trevas e da ignorância, e não foi sem motivo que os 
historiadores deram a esta quadra de 1.200 anos o cognome de Idade Média, isto é, época 
entre o classicismo romano e a renovação humanista do século XVI, promovida pela 
publicação dos livros da Bíblia. Quaisquer restrições que porventura se façam a esta gente, 
que não era e não é perfeita, não poderão esconder a sua contribuição às ciências, às letras e 
ao progresso. Diz-se que todas as grandes descobertas no terreno da fisiologia, da física e da 
química são patrimônio dos judeus. Durante a 11 Guerra Mundial, quem orientou a Inglaterra 
nos laboratórios foi Ben Gurion, célebre químico, depois guindado à Presidência do novo 
Estado judeu. É um crime dos árabes pretenderem, por motivos políticos, destruir esta gente e 
reduzi-la a párias, como eles mesmos são na grande maioria. Não sou político; sou historiador, 
e levado a escrever estas palavras a propósito da recomendação de Prov. 1:5, em que o sábio é 
convidado a adquirir sabedoria e mais sabedoria. Quem não se lembra de Einstein, falecido há 
pouco? A sua teoria da relatividade revolucionou as ciências físicas e os conhecimentos gerais 
nesta matéria. Por que prosseguir? Que a Bíblia faz sábios, nós sabemos e todos admitimos. 
Faça-se uma comparação com as nações ditas evangélicas e as não evangélicas. Infelizmente, 
nesta época de loucuras, muitas delas se desgarraram, embora isso não milita contra o fato de 
os povos da Bíblia serem mais cultos e mais progressistas. Uma comparação talvez sujeita a 
críticas seria a dos EE.UU. e o Brasil, ambos colônias, aquele da Inglaterra, e este, de Portugal. 
Que diferença! Ambos da mesma idade e feitos com elementos europeus, aqueles evangélicos 
e estes católicos romanos. 
 
Para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios (v. 6). Provérbios são 
ditos concisos, máximas que encobrem muitos ensinos, o mesmo que parábolas e enigmas. 
Isto é tudo que os Provérbios tentam ensinar, e, para tais conhecimentos, só mesmo muita 
argúcia e muita sabedoria. O sentido exato destes termos não é bem conhecido, mas refere-se 
a coisas menos conhecidas e menos entendidas. Quando Jesus se dirigiu ao seu povo e lhe 
falou do Reino de Deus, que acabava de chegar, falou-lhe por enigmas (Mar. 4:13). Mesmo 
sendo a sua linguagem corrente, o sentido era obscuro para os ouvintes. Algumas vezes um 
provérbio é traduzido por "dito picante" ou agudo, uma espécie de "chiste", coisa não bem 
clara. Para entender tal linguagem e tais significados, são os sábios convidados a crescer em 
prudência e saber (v. 5). 
 
O verso 7 forma uma espécie de tema do livro: O temor do Senhor é o princípio do saber. A 
palavra princípio, em hebraico reshith, tanto é norma como começo. Tudo tem um princípio, 
uma forma de começo, e, se alguém desejar sucesso, tem de ter um início determinante. É um 
ponto de partida. Temer a Deus e suas leis e ordenanças é seguro caminho para a felicidade. 
Esta palavra ou frase ocorre muito em Eclesiastes (3:11; 7:8; 8:23; 9:10 o segs.). Em Provérbios 
ocorre três vezes (1:7; 8:22, 23). Quatro vezes em João (1:1; 6:64; 8:25; 15:27). Esta é uma 
palavra-chave para a vida, como o é a frase O TEMOR DO SENHOR É O PRINCÍPIO DO SABER. 
Como poderia a criatura humana, frágil e inculta quanto aos planos divinos, orientar a sua vida 
à revelia de Deus? Muitos assim fazem, porém as conseqüências aí estão para todos verem. 
Deus é a fonte do saber, e, se nós queremos saber alguma coisa, não podemos ir bater noutra 
porta. Jesus é o caminho, e a Verdade e a Vida (João 14:3). Se comparássemos este verso com 
tantas outras escrituras, concluiríamos que tem razão o autor do livro. ls. 11:5, referindo-se a 
Jesus porvindouro, diz: A justiça será o cinto dos seus lombos o a fidelidade o cinto dos seus 
rins. Foi assim com o Messias e será assim conosco, se aceitarmos o princípio do saber. Só os 
loucos desprezam este saber (v. 7). 
 
Com esta introdução maravilhosa, estamos em condições de entrar no estudo do livro. Fica 
perfeitamente entendido que vamos tratar de sabedoria, entendimento, provérbios, palavras 
e enigmas, e, para discernir tais ensino, é preciso mente clara espírito sintonizado com o 
Espírito Santo de Deus. Menos disto não basta para entendermos o nos apropriarmos deste 
grande livro. 
 
 
 
3 - TREZE CONSELHOS A RESPEITO DA SABEDORIA (1:8-9:18) 
 
Estes Estudos versarão sobre conselhos dados a respeito da Sabedoria, representada por 
figuras, mas, sem qualquer sombra de dúvida, referindo-se a Jesus pré-encarnado, 
especialmente 8:22-36, trecho que trata de uma pessoa ensinando a sabedoria de Deus. 
Tomemos, pois, estes conselhos como vindos de cima, das alturas, onde mora a suprema 
Sabedoria. No decorrer de nosso estudo, melhor veremos a função e o ensino a respeito da 
sabedoria e das suas origens (v. 1). 
O vocativo "Filho meu" inicia cada lição ou conselho oferecidos pela própria Sabedoria. O 
conjunto desse ensino da Sabedoria tem o tom de um Mestre que se dirige a seus alunos e 
procura trazê-los à realidade da vida. Trata-se, assim, de alguém que aconselha. Quem será 
essa pessoa? Como já foi notado antes, a Sabedoria é personificada em Jesus preencarnado. 
Ele é a Sabedoria em pessoa e é quem fala nessas lições, mesmo que nem sempre sua 
presença seja notória. Vamos, pois, estudar os conselhos da Sabedoria com o espírito de 
quem deseja aprender e ser feliz no seu viver, pois, sem este saber, a vida se tornará estulta e 
até perigosa. 
 
 
 
3 - TREZE CONSELHOS A RESPEITO DA SABEDORIA (1:8-9:18) 
3.1. EVITA AS MAS COMPANHIAS (1:8-33) 
3.1.1. Conselho de pai (1:8-19) 
 
Filho meu, ouve o ensino de teu pai. A sabedoria aqui toma a forma de Pai. É uma 
representação da Lei de Moisés: Torah O ensino da lei para o judeu era como um diadema de 
graça para a cabeça e o modo seguro de não se perder no caminho. Quem usava este diadema 
se distinguia dos demais pecadores. Era como o guerreiro que voltava vitorioso da batalha e 
triunfalmente entrava na sua vila ou cidade. Não só o diadema da cabeça, mas o colar de 
pérolas para o pescoço. Não se pode desejar figura mais insinuante e sugestiva do que essa: 
um moço com diadema na cabeça e colar ao pescoço. Seria distinguido de todos os seus 
companheiros. Isso é o que o paralelismo indica, quando compara este filho do versículo 9 
com o do versículo 10, sendo seduzido por outros a buscar os caminhos do pecado. Uma 
comparação desse ensino com o de Deuteronômio (4:9; 6:7; 11:19; 32:46), quando o hebreu é 
solicitado a conservar os ensinos recebidos, para por eles ter direito à vida feliz prometida, 
sem a qual tudo se tornaria fútil e sem sentido, é urgente. 
 
 
(1) Filho meu, se os puladores querem seduzir-te não consintas... (vv. 10-19). É o convite aos 
desvãos da vida, e note-se que é sedutor o oferecimento. 1 Primeiro uma emboscada para o 
crime, para derramar sangue, coisas tão comuns no oriente antigo e ainda hoje em toda parte. 
O conselho é: RESISTE. Vem, a seguir, uma série de propostas, cada qualmais perniciosa. É o 
roubo organizado em quadrilhas, tão do sabor moderno em muitos lugares e muito comum no 
oriente antigo como nos Informam os textos, de modo geral e especialmente Os. 4:2; 6:8 e 
outros. Também o Salmo 10:8. Oséias viveu essa era de violências e roubos generalizados e 
disso nos Informa em traços escandalosos. Nos dias de nosso Mestre, Isso ainda acontecia, 
como nos Informa a Parábola do Bom Samaritano (Luc. 10:25-37). Como não há crime 
"perfeito", os malfeitores, dia mais, dia menos, são apanhados e pagam na cadela o seu 
desvio. Quantas vidas futurosas são arruinadas para sempre por tais crimes. O crime 
organizado, metódico, diriam, "científico", é sempre crime. Houve um Italiano em Chicago, 
nos EE.UU., cujos crimes Iam ao desafio de polícia. Nunca ficava rastro por onde ser 
apanhado. Um dia, examinando-se a ficha de um homem na Secretaria do Imposto de Renda, 
verificou-se que não pagava Imposto conforme o "standard" social que levava. Feita a 
Investigação, foi o homem para a cadela. Escapou de muitos crimes, mas não escapou de 
todos. 
 
A sedução era de encontrar muitos bens preciosos, pedras preciosas (v. 13), encher as suas 
casas desses bens e comer sem trabalhar. Havia ainda uma outra sedução: Uma só bolsa (v. 
14), de onde todos se abastecessem fartamente. Contra essas maquinações só há um remédio 
para o judeu: fidelidade à sua lei, e para o gentio, fidelidade aos códigos. Sem o temor de 
Deus, não há segurança para o jovem. Conta-se que uma quadrilha de piratas (ladrões do 
mar), certa noite assaltou um navio. Depois reuniram-se para repartir o roubo. No final, 
sobrou um livro, que ninguém quis. O chefe ficou com ele. Era uma Bíblia. Leu-a e se 
converteu. Depois foi procurar os comparsas e os convidou um a um a se transformarem. Há 
uma estátua numa praça de Nova lorque, pela qual imortalizou-se no bronze esse ladrão 
convertido. Só a Bíblia e seus ensinos garantem a vida feliz do jovem. 
 
 
1 Aconselhamos a leitura do livro do autor - A Doutrina da Trindade no Velho Testamento, à 
venda na Casa Publicadora Batista, Rio. 
 
(2) Filho meu, não te ponhas a caminho com eles... (v. 1 5). Convites para uma vida 
aparentemente fácil, casa cheia de bens roubados à custa de sangue derramado, bolsa 
comum, tudo deve ser rejeitado pelo jovem, segundo a Sabedoria do Pai. Lendo estes versos, 
parece estarmos em dia com as notícias dos jornais de nossos dias, nas grandes cidades do 
Brasil, em que bandos armados se atiram contra bancos, casas comerciais, e levam grandes 
quantias. No decurso do tempo são pegados, um a um, e lá se vão vidas preciosas apodrecer 
num cárcere ou na sepultura. O conselho é: Não te ponhas a caminho com elas... (v. 15). O 
verso 16 não consta na Septuaginta, mas pode ler-se em lsaias 59:7, cujo texto foi usado por 
Paulo em Romanos 3:9-18. Os tais estão irremediavelmente perdidos. 
 
O verso 17 tem uma figura que parece deslocada do seu centro de ensino, quando diz: 
Debalde se estendo a rede à vista de qualquer ave. Talvez o autor inspirado queira ensinar 
que a ave representa os ladrões, e alguns comentadores assim pensam, sendo os ladrões 
cegos às conseqüências dos seus feitos. Todavia, também parece que essa explicação não diz 
tudo. O ensino parece ser este: assim como se estende uma armadilha para apanhar uma ave 
se estende uma armadilha para prender um jovem. Uma vez armado o laço, a ave cai nele. 
Cuidado, moço, com o laço que os malfeitores te armam, parece ser o ensino do verso 17. 
Quantos jovens caem, como aves incautas, nos laços armados pelos espíritos mal orientados. 
Ordinariamente só se encontram jovens metidos em quadrilhas. Não são homens de 50 anos, 
a não ser por exceção. A imaturidade da vida, a falta de experiência, é que levam tantos 
jovens à ruína. 
 
Os versos 18 e 19 descrevem a sorte inevitável dos que se entregam ao crime. Emboscados, 
esperando a hora de avançar, é quando a polícia os apanha ou um delator os bota a perder. Tal 
é a sorte de todo ganancioso (v. 19), de quem quer enriquecer sem fazer força, do que não se 
contenta com o fruto do trabalho honesto, que, sendo pouco, é muito, enquanto outro fruto, 
sendo muito, é nada. Não se conhece fortuna ganha por meio do crime. O diabo a dá e a 
toma. Assistimos, nestes dias, a prisão de contrabandistas de entorpecentes, em que milhões 
estão empregados. Já ganharam muitos milhões noutras aventuras, mas esta de agora 
sobrepuja todas as outras. Um contrabandista de heroína foi preso em Marselha, na França, 
com um carregamento do alimento para o vício calculado em 420 milhões, o bastante para 
abastecer durante um mês os viciados da América. Outros e outros vão sendo pegados. 
Possivelmente uns escapam, mas quem pode garantir isso a um? Não vale a pena tentar 
enriquecer sem fazer força, sem suar... a este espírito de ganância tira a vida de quem o possui 
(v .19). Voltamos a dizer que o crime não compensa. Esta foi a confissão de um criminoso 
convertido na cadeia, que depois se dedicou a trabalho honesto, vendendo Bíblias. "O crime 
não compensa." Este é o ensino dessa seção de Provérbios, onde os moços são advertidos de 
que a escada do crime leva à ruína. 
 
 
 
 
 
3.1. EVITA AS MAS COMPANHIAS (1:8-33) 
 
3.1.2 A Sabedoria clama nas ruas (1:20-23) 
 
Aqui a Sabedoria é personificada; vai falar pessoalmente, enquanto, na primeira seção deste 
Estudo, falou por meio do Pai, ao aconselhar o filho a ter cuidado. A Sabedoria é de Deus, e, 
segundo a nossa interpretação, é Jesus quem fala. Portanto, é Deus quem fala. Ela vai às 
praças, sobe aos muros da cidade e clama, mas a juventude transviada não a ouve; o povo é 
surdo aos seus apelos. Temos em mente os clamores dos profetas, através de toda a história 
de Israel, procurando trazer o povo para perto do seu Jeová, mas de nada valeu esse clamor. 
O povo rebelde, endurecido na rebeldia, foi levando a sua vida, até cair nas malhas dos 
conquistadores. Parece que essa parte resume os apelos dos profetas Oséias, lsaías, Jeremias 
e outros. Se assim é, os seus convites servem para nós também e para todas as gerações, em 
todos os tempos. Isaías, nos capítulos 28-31, faz um apelo ao povo para que confie em Jeová, e 
não em alianças políticas. De pouco valeu. Assim, aqui, a Sabedoria levanta a voz, mas 
ninguém lhe dá ouvidos. Então chama os néscios, e depois os escarnecedores e os loucos para 
que dêem ouvidos. São três classes de pessoas que desprezam a Sabedoria. Há multa gente 
néscia, simplória, que se deixa levar por qualquer conversa; e há os que escarnecem dos 
conselhos e zombam daqueles que os desejam trazer para o bom caminho, alegando que não 
é tanto assim, porque fulano está rico e feliz e eu continuo pobre, dizem. Os loucos ou tolos 
aborrecem os conselhos. De todos, os piores são os escarnecedores, os zombadores, que 
torcem os lábios, mostram os dentes, arreganham a boca e se contorcem em mímicas 
desonestas, contra os conselhos da Sabedoria. Estes facilmente levam os néscios, e até os 
loucos, ou tolos, noutros versos, os quais facilmente se deixam ilaquear pelas lábias dos 
zombadores. Para tal gente não há remédio, senão a experiência amarga e tardia. No 
hebraico o termo louco é nabhal, o mesmo nome do marido de Abigali, conforme I Sam. 25:36. 
Louco, grosseiro, Incapaz de reconhecer um conselho e um bom feito. O termo hebraico Ewil, 
para escarnecedor, descreve um sujeito incapaz de diferençar um bom conselho, e parece-se 
muito com o outro termo, Quezil, o tolo. É termo mais brando, porém nem por isso menos 
significativo, pois sua insegurança é sinônimo de loucura. Assim descreve esta seção uma 
súcia de indivíduos que são a escória de uma sociedade e levam muitos à perdição. Parece, 
estamos a ver uns moços que zombaram do profeta (I Reis 2:23, 24), e cujos resultados foram 
funestos para eles. 
 
O verso22 é um resumo dos versos anteriores. Até quando, 6 néscios, amareis a necessidade? 
o vós, escarnecedores, desajareis o escárnio? o vós, loucos, aborreceis o conhecimento? Até 
quando? Há um limite para a paciência divina, e a Sabedoria clama enquanto é tempo. Não 
constrói, essa vossa atitude; mudai de rumo, deixai a tolice e a maldade. Convertei-vos e vive!. 
Parece que estamos lendo Isaías 55:2, clamando para que o povo venha a Deus e viva. A 
Sabedoria está chamando, como, em Isaías 11:2, convidava o Espírito de sabedoria e 
entendimento. Todo este ensino é um proto-evangelho; o Messias clamando contra o pecado, 
os vícios, as más companhias. O Messias dos Evangelhos é o mesmo de Provérbios, e, por esta 
razão, este livro tem tanto valor. 
 
 
 
 
 
3.1.3 A Sabedoria reage (vv. 24-32) 
 
Estes versos representam a reação da Sabedoria ao desprezo dessa gente. O que agora para 
esse é uma alegre recusa aos conselhos dados, será mais tarde um remorso, justamente 
quando a Sabedoria zombar deles. Então a Sabedoria se rirá em seus rostos, como por tanto 
tempo riram-se dela. Este é um quadro dos Evangelhos quando Jesus pregava ao povo e riam-
se dele e zombavam do seu ensino. Quando o terror vier sobre essa nação zombeteira, então 
se virarão todos para a Sabedoria, e ela zombará deles. Jesus mesmo disse a essa gente: 
Buscarme-eis, o não me achareis (João 7:34). Quando vier a vossa perdição, como 
redemoinho, quando vos chegar o aperto a angústia (v. 27), então me invocares, mas ou não 
vos responderei (v. 28). Há um tempo de buscar a Deus, como diz ]saías, enquanto se pode 
achar (is. 55:6), enquanto a sua paciência não se esgota. Para tudo há um tempo 
determinado, até para se crer. Há tempo quando a fé não opera mais. O autor conheceu um 
homem que pregava o evangelho a todos os seus conhecidos, e quando lhe inquiriam a razão 
de ele não ser crente, respondia: "Eu já rejeitei tanto que agora não posso mais crer." Certo 
chega esse tempo para muita gente, como diz a Sabedoria: procurar-me-ão, porém não mo 
acharão (v. 28). Há uma causa para esta recusa: rejeitaram o conhecimento, e não preferiram 
o temor de Deus, que é o princípio do saber (v. 7). Quem despreza o conselho de Deus sempre 
termina mal. Portanto, comerão o fruto do seu procedimento o dos seus próprios conselhos 
se fartarão (v. 31). Como pregador e pastor, temos visto gente que assiste a cultos toda uma 
vida e nunca se decide. Parece que o evangelho para tais pessoas é o mesmo que deitar água 
num cesto. Perderam o gosto pelos conselhos, e agora talvez nem sintam mais desejo de vir a 
Jesus. Essa a experiência de muitos pastores. Por sua resistência à verdade, muitos são 
destruídos, mortos por seu desvio, a os loucos, a sua impressão de bem-estar os leva à 
perdição (v. 32). É aparente o bem-estar dos que se desviam e parecem felizes na sua vida, e 
terminam arruinados. Isso parece-se com a Parábola do Rico Louco em Luc. 12:16-20. 
Superficialmente, tudo vai bem por algum tempo para os tais, até que o seu pecado os apanha. 
Este é o ensino da Sabedoria. 
 
Mas o que me der ouvidos habitará seguro (v. 33). Segurança permanente, só para os crentes 
na Sabedoria de Deus, pois eles são como o crente do Salmo 23 - ainda que andem pelo vale 
da sombra da morte não temem (v. 4). O assunto é dar ouvidos à Sabedoria para viver seguro; 
tudo mais é precário e de pouca duração. É felicidade aparente. 
Como vemos, o Primeiro Estudo, ou Conselho da Sabedoria, é assim preconizado - felicidade e 
segurança para o crente; destruição e miséria para o rebelde. 
 
 
 
 
3.2. BUSCA A SABEDORIA (2:1-22) 
3.2.1. Filho meu, se aceitares as minhas palavras... (2:1-8) 
 
Não há nada na terra dos viventes igual à Sabedoria, especialmente a Sabedoria de Deus. O 
ouro e a prata, as pedras preciosas, os amigos, o dinheiro e tudo que nesta vida tem valor, 
nada se pode equivaler à sabedoria, mesmo a considerada sabedoria mundana, adquirida nos 
colégios e universidades. Mas a Sabedoria que este capítulo ensina é outro tipo de sabedoria, 
é a sabedoria de Deus em Jesus Cristo, o Grande Mestre. Ele mesmo, quando em seus dias na 
terra, procurou inculcar nos seus ouvintes que as suas palavras eram a verdade, e que esta 
verdade é que libertaria o homem (João 8:32). Portanto, a sabedoria da terra é muito útil, e 
nós não nos ocuparíamos em diminuí-Ia. Entretanto, a sabedoria de Deus é suprema, para o 
tempo e para a eternidade. Mal vão os que, imbuídos de saber literário, se sentem suficientes 
e capazes para os embates da vida, quando, para os solenes problemas do agora e do depois, 
só a sabedoria de Deus vale. Com esta observação podemos examinar o que significa e o que 
vale a sabedoria. 
 
Esta seção do nosso Estudo e do sagrado texto oferecem três exigências: busca e diligência (vv. 
3-5); o Senhor é a nossa sabedoria (v. 6); e, Deus vigia e guarda os que recebem esta sabedoria 
(vv. 7 e 8). Os princípios aqui envolvidos estão exarados noutras escrituras, como se a pessoa 
que fala aqui o fizesse noutros lugares. Quando Salomão teve aquele célebre sonho em 
Gibeão (I Reis 3:5-20), que pediu? Sabedoria para poder governar e dirigir o povo que ia cair 
sob a sua guarda. Não pediu dinheiro nem a vida dos seus inimigos, e, sim, SABEDORIA. Deus 
o ouviu no que pedia, e deu-lhe muito mais ainda: um coração sábio para entender os 
mistérios do governo divino na vida humana, quer das nações, quer dos homens. O mesmo 
sentimento Paulo expressa em Fil. 2:12-18, quando pede que os irmãos sejam sábios para 
entenderem os planos divinos. 
 
O capítulo 2 começa com a mesma frase do capítulo 1:8: Filho meu. É a sabedoria falando 
como pai a um filho, que deseja bem encaminhado na vida, dando-lhe os conselhos que 
qualquer bom pai daria a seu filho. Então faz um apelo: ... se aceitares as minhas palavras o 
esconderes contigo os meus mandamentos... (v. 1), e continua até o verso 4, mostrando que o 
jovem deve atender à sabedoria do pai (v. 2), inclinar o coração para entender: e, se clamares 
por inteligência o por entendimento, alçarás a tua voz; se buscares a sabedoria como a prata a 
como a tesouros escondidos a procurares, ENTÃO entenderás o temor do Senhor (vv. 3-5). 
Parece que estamos lendo o Salmo 119, com as suas 22 seções de oito versos cada uma, 
ocorrendo em todos a palavra lei ou um dos seus sinônimos. Ali estão a Sabedoria e a prática 
da lei como garantia segura da vida humana. Se o rapaz buscar tais bênçãos, atentar para a 
sabedoria divina, inclinar o coração para Deus, voltar a inteligência para as coisas celestiais, 
buscar esta sabedoria como quem busca prata preciosa ou tesouros escondidos, será feliz. A 
palavra coração, em português, não inclui os sentidos que possui no hebraico, quando reúne 
todos os sentimentos e afetos do ser humano. Assim, se um jovem, filho de bom pai, inclinar o 
coração para o entendimento, será um moço equilibrado, pois todos os seus poderes estarão 
igualmente equilibrados. O erro de muitos jovens consiste em, após conseguirem certa 
cultura, desprezarem a do coração e a sabedoria que vem da divina Palavra. Daí o descalabro 
da mocidade em suas vaidades, suas orgias e seus devaneios sociais. As coisas do mundo, 
como a prata, o ouro ou o dinheiro, que esses metais simbolizam, são aquisições boas, e não 
devem ser desprezadas; a sabedoria de Deus, porém, sobreleva todos esses valores. Todos 
nós lutamos por prata e ouro (dinheiro), e sem ele não se pode viver; mas sacrificar outros 
valores espirituais ao ganho, ao lucro material é insensatez. Jesus mesmo, o Mestre deste 
capítulo, ensinou nos seus dias que a primeira coisa a fazer era buscar o Reino de Deus e a sua 
justiça, porque tudo mais nos seria acrescentado (Mat. 6:33; 13:44). A nossa vida neste 
planeta está cheia de sobressaltos, de valas a transpor, de obstáculos a vencer, e não há 
sabedoria humanasuficiente para essas lutas. Especialmente, para guardarmos as veredas do 
juízo (v. 8), isto é, andarmos na reta da vida e não descambarmos para as suas sinuosidades. O 
verbo "guardar" aqui tem o sentido de "vigiar", como quem presta 
 
atenção ao que está para chegar. As antigas cidades tinham os seus torreões, onde, de dia e 
de noite, os vigias das portas se postavam para dar o alarme, a qualquer perigo que se 
avizinhasse. Essa idéia deve estar incluída na mente do pai e do filho, para que vigiem o 
caminho, a fim de descobrir os perigos que podem chegar. O salmista aconselha: "entrega o 
teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará" (Sal. 37:5). O nosso caminho não nos é 
claro. Quem pode saber o que vem depois? Nas curvas da vida há emboscadas, e quem pode 
evitá-las? Só Deus pode, porque ele vê tudo que está adiante; para ele não há escuros nem 
imprevistos; tudo é claro. Então, se o rapaz lhe entrega o seu caminho, e ainda, por cima, o 
vigia, pode prosseguir seguro, sem receio de fracasso. 
 
Se o jovem atentar para estas coisas, ENTÃO entenderá o temor do Senhor, que é o princípio 
de todo saber. Esta frase é muito comum em Provérbios, pelo menos em seis lugares, que 
deixamos de referir aqui para poupar espaço. A sabedoria vem do Senhor (v. 6), e da sua boca 
vêm o entendimento e a inteligência. Há muita sabedoria que vem dos homens e que não 
desprezamos, mas a sabedoria que vem de Deus é suprema. Elo reserva esta sabedoria para 
os retos e dá escudo para os que caminham na sinceridade (v. 7). O escudo era a arma dos 
antigos gladiadores e soldados para proteger o peito, a parte mais vulnerável do corpo. A 
figura vale pela guarda e proteção que Deus dá ao jovem que caminha na sinceridade, sem 
mentira, falsidade, palavras torpes, descaminhos de tantos, como os tolos e os néscios. Há um 
pacto que Deus oferece ao jovem que anda nos retos caminhos do Senhor: Conserva o 
caminho dos seus santos (v. 8), e garante as virtudes referidas no verso 9. 
 
 
 
 
3.2.2 Os benefícios da sabedoria (2:9-19) 
 
Podemos alinhar aqui diversos benefícios da sabedoria que valem mais do que o ouro e a 
prata, ou tesouros escondidos, pois estes se perdem, mas a sabedoria fica, Não morre com o 
seu possuidor, pois fica ainda para as gerações vindouras. O saber humano é um saber 
acumulado, em que gerações e mais gerações ajuntam, passam e deixam a sua riqueza. Ainda 
hoje os sábios constroem sobre o saber de Newton, no mundo da física; sobre Camões, nos 
domínios da poesia, e assim por diante. Quanto a fortunas, bem poucas permaneceram.' Os 
grandes tesouros acumulados por milhardários levaram destino ignorado. Ficaram um 
Rotschield, um Ford e poucos outros. O saber, que não tem família nem pátria, fica acumulado 
para gerações sem fim. Até hoje não se sabe que destino levou o tesouro de Salomão, a sua 
imensa riqueza, as toneladas de ouro que guarneciam o templo e a sua casa. Para onde 
foram? Ninguém sabe. 
 
Entretanto, o seu saber aqui está ante os nossos olhos, neste fabuloso Provérbios, no 
Eclesiastes e noutros livros. A sabedoria é o escudo da justiça, do juízo e da eqüidade, e sem 
ela não se entende a boa vereda da vida (v. 9). 
A sabedoria entra no coração, e faz o homem sábio. O bom siso te guardará, e a inteligência te 
conservará, para te livrar do caminho do mal e do homem pernicioso, que enche o mundo de 
coisas perversas. As livrarias estão pejadas de livros perniciosos para a juventude, a chamada 
literatura marrom, que a polícia uma vez ou outra joga no lixo. Estes são os homens maus que 
escrevem indecências para seduzir as mentes jovens, enquanto enchem a sua barriga de 
ganhos fáceis. Esta gente se alegra em fazer mal (vv. 11-14). Contra os tais só uma oração 
como o Pai Nosso, em que se pede a Deus que nos livre do mal, porque este é tão blandicioso, 
tão matreiro, que sua perniciosidade escapa ao pensamento de muitos. O verso 14 parece 
indicar certa qualidade de gente cujo prazer é fazer mal aos outros. É um sentimento sórdido, 
pervertido, doentio. Uma perversão dos sentimentos. Os tais seguem por veredas tortuosas e 
se desviam em seus caminhos (v. 15). Se o jovem entra num caminho tortuoso, por certo se 
desviará do caminho direito, porque uma vereda má conduz a outra, pior. Os grandes 
pecadores não nasceram assim, fizeram-se. Uma parenta nossa contava que, quando certa vez 
um criminoso, alcunhado de "Cabeleira", ia subir à forca, na cidade do Recife, pediu para se 
despedir de sua mãe. O pedido foi deferido e ela chamada para beijar o filho na desgraça. O 
"beijo" foi uma dentada que lhe arrancou a ponta do nariz, e depois ele explicou que a sua vida 
de crime tinha começado ao roubar um carretel de linha de uma vizinha, e sua mãe aceitou o 
roubo. Depois continuou roubando até ir à forca. A doutrina de lombroso, o grande 
criminalista italiano, peca em muitos aspectos. Ninguém nasce criminoso. Eles se fazem ao 
entrarem por caminhos tortuosos e se desviarem nos seus caminhos (v. 15). 
 
 
 
 
3.2.3 Cuidado com a mulher adúltera (vv. 16-18) 
 
A sabedoria livra da mulher adúltera e da estrangeira, que lisonjeia com os lábios, a mulher 
que abandonou os caminhos da sua juventude e se esqueceu dos preceitos de Deus (v. 17). A 
casa desta pervertida se- inclina para a morte. O homem sábio livra-se dessa gente, que faz do 
vício e do pecado o seu ganha-pão. É uma chaga social, que nada pode modificar, a não ser o 
poder e a graça de Deus. Quase já não há tais mulheres; e se o autor do livro de Provérbios 
escrevesse hoje, diria que só o poder de Deus livra o jovem da promiscuidade social, em que 
dificilmente se distingue a mulher virtuosa da multidão de pobres pervertidas e 
desencaminhadas, aceitas no rol da gente bem. A adúltera, a quem assim se pode colocar o 
nome, não só peca contra o marido, como contra a lei de Deus, que diz: "Não adulterarás" (Êx. 
20:14). A nossa sociedade está pervertida porque aceita e se acomoda a essa onda de 
prostitutas. Uma investigação feita num certo colégio nos EE.UU. revelou que entre as muitas 
moças não havia uma única virgem, e poucas não eram "promíscuas". É o caso de clamarmos a 
Deus, para livrar os nossos jovens de tais situações. 1 Todos os que se dirigem a essas casas de 
perdição, não voltarão o não atinarão (mais) com as veredas da vida, porque as veredas da 
vida destas pobres infelizes vão para o reino da sombra da morte (v. 18). Haverá coisa mais 
perniciosa, mais degradante, mais nauseabunda do que um "mercado" do sexo montado na 
Dinamarca, uma nação outrora luterana, isto é, evangélica? Não é sem motivo que as doenças 
venéreas na Dinamarca, e também na Suécia e na Noruega, são do mais alto índice em todo o 
mundo, e com estas doenças, o aniquilamento da juventude e o caminho da morte física, 
porque a morte moral foi a primeira que chegou. Só a sabedoria divina pode livrar um jovem 
desse caminho que conduz à sombra da morte e do aniquilamento. Os tais não atinam com a 
volta ao bom caminho. O Autor desta sabedoria, que é Cristo mesmo, pinta com as cores mais 
sombrias este quadro degradante, que, naqueles afastados dias, seria diferente. Somente 
Cristo pode nos livrar dessa e de outras pragas sociais; é por isso que os pastores procuram 
cuidar da sua mocidade, a fim de esta não cair em tais redutos do vício e do crime sexual. 
Infelizmente também há médicos e professores que encaminham os jovens para tal prática, 
sob a alegação de que é necessário à saúde. Se tal coisa pudesse ser aceita, então seria o caso 
de se rasgar esta página de Provérbios. As relações sexuais são boas e sadias quando 
praticadas de acordo com a moral e a higiene; e são mesmo bíblicas, pois Deus fez o homem e 
a mulher e mandou que procriassem, porém jamais em qualquer parte da Revelação se 
aconselhou a promiscuidade sexual, a busca da mulher ou da filha dos outros. Isso