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BUSATO; LFG; Luís GRECO e LEITE; ALFLEN; ROXIN 1 Concurso de pessoas Robson Lima Junior 28 e 29 de março de 2018 1 Favor não confundir com Rogério Greco. Por favor. Sério. Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al Sumário Sumário 1 Concurso eventual de pessoas 2 Sobre a autoria 2 Autoria direta 3 Autoria mediata 3 Autoria mediata e culpabilidade 4 Autoria mediata e erro 4 Autoria mediata em aparatos organizados de poder. O autor detrás do autor. 5 Autoria mediata em crimes próprios e de mão própria? 6 Autoria mediata em crimes imprudentes? 6 A coautoria 6 Coautoria e crime omissivo 8 Autoria incerta e colateral 8 Participação 8 Classificação da participação 9 Participação moral: induzimento e instigação 9 Participação material: cumplicidade ou auxílio 9 Formas excepcionais de participação 10 Participação e elemento subjetivo 10 Participação e omissão 10 Outros roteiros: 11 1 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al Distinções preliminares: ● Crimes plurissubjetivos: exigem a participação de várias pessoas (ex.: quadrilha, bando, rixa, bigamia ) 2 - Esses são crimes de concurso necessário ● Crimes monossubjetivos: podem ser cometidos por apenas uma pessoa (ex.: roubo, furto, homicídio) - Esses são crimes de concurso eventual Concurso eventual de pessoas Autoria, coautoria , participação 3 Sobre a autoria O Código Penal brasileiro diferencia autoria e participação. Adota uma teoria restritiva (positiva). Mesmo que os participantes sejam punidos pelo mesmo crime, o são na medida de sua culpabilidade. Nossa posição é que deve ser adotada a teoria do domínio do fato, de Claus Roxin (não confundir com a de Welzel), que, ao contrário do que dizem, não apenas aprimorou a teoria welzeliana, mas fundou novas bases para ela. Autor, para essa teoria, é quem tem: a. domínio da própria ação típica b. domínio da vontade de outra pessoa ou c. domínio funcional do fato (casos de coautoria apenas) Vale ressaltar que não deve ser aplicada essa teoria nos chamados delitos de violação do dever, ou aqueles delitos omissivos que requerem uma qualidade ou cargo especial do autor. 2 Vou voltar nesse arquivo daqui a 10 anos e rir que isso era crime 3 No Acordo Ortográfico de 2008, o prefixo co se acopla à próxima palavra sem o intermédio do hífen. Mesmo se a palavra seguinte for vogal. Nada a ver com o assunto, só pra você ter certeza mesmo 2 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al Autoria direta Autor direto é aquele diretamente responsável pela conduta, que realiza concretamente o fato criminoso, que detém para si, exclusivamente, o domínio do fato. Ex.: quem mata alguém sozinho etc. Autoria mediata Autor mediato é quem consegue realizar o crime utilizando de outra pessoa como instrumento. O agente utilizado como instrumento deve estar subordinado ao domínio do autor mediato, cuja vontade domina a realização. Se o “homem de trás” não dominar a vontade, por exemplo, no caso de um mandante de um crime, em que o assassino de aluguel pode deixar de fazer se quiser, não se trata de autoria mediata. Nesse caso, o assassino de aluguel seria autor, enquanto o mandante seria partícipe. 4 “A contrata B, para que este mate C, o amante de sua esposa. Após anos de maus-tratos nas mãos de P, M pede ao filho F maior de idade que o mate. A e M são “mandantes”, mas não autores, e sim partícipes, instigadores. Isso com ou sem a teoria do domínio do fato, mais até com ela, do que sem ela. Porque sem a teoria, o natural seria entender, arrimado na letra do art. 29, caput, do CP, que A e M, já por terem concorrido para o crime, são autores. Só teorias que conectam a autoria à realização do tipo, como a teoria formal-objetiva ou a teoria do domínio do fato, farão de A e M partícipes. A ideia de que, segundo a teoria do domínio do fato, ter-se-ia aqui autoria, de que o “mandante” (termo, diga-se de passagem, coloquial, de conteúdo jurídico obscuro) é autor, de que existiria um “autor intelectual” – é um grande equívoco cuja origem parece ser o pequeno livro de D. Jesus.(92) A raiz do equívoco é uma confusão entre domínio do fato, autoria mediata por domínio da organização e instigação. É verdade que quem aceita a autoria mediata por domínio da organização transforma algumas hipóteses de instigação em autoria. Mas apenas algumas hipóteses, aquelas em que o comando é dado a partir de uma organização em que se apresentem os três requisitos acima mencionados. A e M não agem a partir de uma tal organização e não são, portanto, autores.” 5 4 Note-se que essa questão é altamente controversa na doutrina 5 Livro “Autoria como domínio do fato”, de Luis Greco et al 3 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al Exemplos de autoria mediata: ● Médico que, pretendendo matar, ordena a enfermeira a ministrar dose letal de remédio ao paciente, sem esta saber do que se trata ● Pai que determina a seu filho menor de idade que dispare contra alguém ● Delegado que determina ao policial que faça a prisão de seu inimigo, sem o policial saber que não há mandado judicial ● Caixa de supermercado que, sob mira de uma arma, retira o dinheiro e entrega para assaltantes O essencial da autoria mediata é a instrumentalização do executor material da ação. Autoria mediata e culpabilidade Há, também, a autoria mediata quando o autor mediato se vale de pessoa inimputável (por exemplo, menor de idade ou pessoa portadora de doença mental). Também se reconhece no caso das figuras da coação moral irresistível ou cumprimento de ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico . 6 Autoria mediata e erro Da mesma forma, caracteriza a autoria mediata a atuação mediante indução daquele que serve como instrumento em erro invencível . 7 Exemplo: ● O caso do médico e da enfermeira 6 Art. 22, CP - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 7 Art. 20, § 2º, CP - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (ver caput do mesmo artigo, que demonstra a possibilidade de punição por crime culposo. No caso da enfermeira, por imprudência) 4 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al Autoria mediata em aparatos organizados de poder. O autor detrás do autor. 8 Quatro elementos caracterizam a situação capaz de vislumbrar a figura do “autor por trásdo autor”, em que se admite a coautoria nas situações de realização do crime no âmbito de uma organização. 1. o poder de mando de quem tem possibilidade de distribuir as ordens O domínio da organização traduz a situação de efetivo poder de mando dentro de uma estrutura organizada. É a posição chave de onde uma ordem emanada não é questionada em função da hierarquia rígida estabelecida. Quem está inserido numa estrutura fortemente hierarquizada e organizada, ao emitir uma ordem, expressa uma vontade e exerce, portanto , o chamado domínio da vontade, que o identifica como autor 2. o aparato de poder organizado deve estar afastado do direito (?) Aqui a doutrina se divide. A posição de Roxin é que esses critérios devem ser aplicados apenas às organizações que atuam à margem do direito, enquanto parte da doutrina entende que deveriam ser aplicados igualmente às empresas que atuam legalmente e que se organizam e estruturam em torno da realização de crimes. 9 3. a fungibilidade (“descartabilidade”) do autor imediato (direto) As estruturas fortemente hierarquizadas e organizadas têm por característica essencial que a efetivação de um comando não depende especificamente do executor, que geralmente é perfeitamente substituível se as circunstâncias fáticas assim o exigirem. 4. alta disposição para a realização do fato por parte do executor Numa estrutura altamente hierarquizada, que são emitidas ordens rígidas que serão cumpridas a despeito de quem seja especificamente o executor, o contexto em que se desenvolve o fato torna a conduta desse executor altamente tendente a concretizar-se, por força de dois fatores essenciais: a realidade criminológica demonstra que a atitude 8 Claus Roxin. Organisationsherrschaft als eigenständige Form mittelbarer Tätterschaft. Schweizerischen Zeitschrift für Strafrecht, no 125, 2007, p. 1 ss. 9 Argumentos para a primeira posição: https://www.conjur.com.br/2014-set-01/claus-roxin-critica-aplicacao-atual-teoria-dominio-fato Argumentos para a segunda posição: http://www.cienciaspenales.net/files/2016/09/16mconde.pdf 5 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al do executor se conforma porque concluir inevitável a realização do crime a despeito de si mesmo e ao mesmo tempo, se reconhece protegido pela forte estrutura, com a sensação de pertencer a uma organização que é, enquanto coletivo, responsável pela produção do resultado, o que, em certa medida, inclusive o isenta pessoalmente. Autoria mediata em crimes próprios e de mão própria? Não existe possibilidade de autoria mediata nos delitos de mão própria, onde o executor sempre tem o domínio da ação; tampouco nos crimes próprios, que exigem uma especial qualidade do sujeito ativo (caso em que uma interferência de quem não possua a especial condição pode levá-lo, no máximo, à condição de coautor). Autoria mediata em crimes imprudentes? Não há autoria mediatas em tipos imprudentes, pois nesses crimes não há direcionamento para o resultado e, portanto, não há domínio do fato. No clássico caso do médico e da enfermeira, o que acontece não é um delito imprudente no geral. Trata-se de um homicídio doloso, em que o médico é autor mediato levando a enfermeira a erro, e esta, no máximo, será punida com homicídio culposo por imprudência, se tivesse a capacidade concreta de diferenciar a droga. Mas e no caso do médico e da enfermeira, se o médico acredita estar levando a enfermeira a erro, mas ela, na verdade, conhece o medicamente e, dolosamente, ministra-o ao paciente, que morre? Isso não é autoria mediata num crime imprudente. Se há adesão dolosa do executor à conduta do pretenso autor mediato, em que parte do domínio do fato pertence à decisão do executor, há uma divisão de tarefas própria da coautoria. É irrelevante, nesse caso, a ausência de consciência do médico a respeito do dolo da enfermeira. Caso haja excessos praticado pelo executor, resolve-se pela regra do desvio subjetivo. 10 A coautoria Roxin (e não esses autores que misturam tudo ) define 3 pressupostos para a coautoria: 11 12 10 Art. 29, § 2º, CP - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 11 Conferir crítica de Luís Greco: https://www.youtube.com/watch?v=aGqQqd8w6xQ 6 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al 1. a existência de um planejamento conjunto do fato 2. a execução conjunta do fato, “não sendo suficiente uma participação na preparação” 3. a prática de uma contribuição essencial à etapa da execução “A teoria tradicional diz que fatos alheios também são próprios; emprestar a arma é matar. Para o domínio do fato, porém, o autor, além de concorrer para o fato, tem de dominá-lo; quem concorre, sem dominar, nunca é autor. Matar é atirar; emprestar a arma é participar no ato alheio de matar.” 13 O domínio do fato por coautoria consiste, portanto, numa atuação coordenada, em divisão de tarefas, com pelo menos mais uma pessoa. Se duas ou mais pessoas, partindo de uma decisão conjunta de praticar o fato, contribuem para a sua realização com um ato relevante na fase de execução (e não na fase preparatória) de um delito, elas terão o domínio funcional do fato, que fará de cada qual coautor do fato como um todo 14 ● Não é possível visualizar coautoria em delitos imprudentes, ao menos nos casos de imprudência inconsciente, pois o liame subjetivo em face do resultado não pode se efetivar. O vínculo de vontades pode se formar com relação à ação, havendo, assim, o domínio funcional do fato, mas não em relação ao resultado. Por exemplo, duas pessoas preparam uma fogueira, causando negligentemente um incêndio. Os coautores são interdependentes no sentido de estarem de acordo para poder agir conjuntamente, ou seja, o acordo mútuo é dirigido à realização da conduta. A relação subjetiva desta para com a produção do resultado é outra coisa. ● nos crimes especiais ou próprios, o intranei será sempre autor, pois para ele vige a regra da violação do dever. Já o extranei que contribua para a prática do crime terá sua condição de autor ou partícipe determinada segundo possua ou não domínio do fato. Assim, o civil que contribui para a prática de um peculato praticado por um funcionário público tanto poderá ter contribuído decisivamente, com a realização de uma tarefa essencial à realizaçãodo plano delitivo, configurando-se, por isso, como coautor, ou poderá ter contribuído de modo apenas superficial e acessório, convertendo-se em mero partícipe. 12 tá naquele artigo do Alflen 13 https://www.conjur.com.br/2013-out-18/luis-greco-alaor-leite-fatos-mitos-teoria-dominio-fato 14http://www.marcialpons.com.br/wp-content/uploads/2014/08/L-37_tira-gosto_Novos-estudos-de-direito-p enal_Claus-Roxin.pdf 7 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al Coautoria e crime omissivo Na omissão própria, parece ser inequívoca a posição da doutrina de que é impossível, pois o dever pertence a todos e a cada um, respondendo cada um pela omissão individualmente. Nos crimes omissivos impróprios, por outro lado, as posições se dividem, de modo que Roxin aceita a possibilidade e Juarez Tavares (o queridinho de Keity) não. A posição negativa diz que é impossível pois cada qual responde pelo seu dever de agir. Se pai e mãe, por exemplo, se põem de acordo em deixar de alimentar o filho para que ele morra de fome, cada qual tem sua responsabilidade derivada de seu próprio dever de garantidor. E se um vizinho, que não tem a posição de garantidor, também se omite, responderá apenas por omissão de socorro, e não pelo homicídio. Autoria incerta e colateral Há a figura da autoria colateral quando duas pessoas praticam o mesmo fato sem conhecerem a intenção uma da outra. Por exemplo, quando duas pessoas disparam, ao mesmo tempo, contra alguém, com o objetivo de matá-lo, sem que um soubesse da intenção do outro. ● Se ambos os disparos foram causa da morte, ambos respondem por homicídio ● Se a vítima morreu em face dos disparos de apenas uma pessoa, o outro responde por tentativa de homicídio ● Se não houver como saber qual dos disparos provocou a morte, ambos respondem por tentativa 15 Participação São partícipes as pessoas que não dão propriamente azo à realização do delito, mas contribuem, colaboram, ou ajudam, o autor a realizar o crime. Enquanto o autor tem domínio do fato, o partícipe é apenas acessório, dependendo sempre da decisão derivada do autor. A teoria da acessoriedade limitada, adotada pela legislação penal brasileira, propõe que a punibilidade do partícipe seja condicionada à realização do injusto pelo autor. Ou seja, o autor necessita ter praticado fato típico e antijurídico. Se o autor não é culpável, mas realiza fato típico e antijurídico, quem participou 15 Pelo princípio in dubio pro reo 8 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al responde pelo fato. Assim, por exemplo, responde quem auxilia menor de 18 anos na prática de fato típico e antijurídico. A participação, por ser acessória à atividade principal, depende completamente dela, por isso não é punível por si mesma. Depende, portanto, que o crime tenha sido, pelo menos, tentado. 16 Classificação da participação A participação pode ser classificada em participação moral e material. Participação moral: induzimento e instigação A participação moral é aquele que interfere psicologicamente no agente, auxiliando ou moldando sua vontade. Instigador é aquele que age sobre a vontade do autor, incentivando a vontade pré-existente no sentido da prática delitiva. Ele influencia psiquicamente o autor, porém, não tem controle algum sobre a realização que este leva a cabo. Indutor é aquele que contamina o autor, fazendo nascer neste a vontade da prática ilícita que ele antes não tinha. O induzimento e a instigação devem reunir alguma características para poderem ser reconhecidos como participação e, consequentemente, terem consequências penais: 1. devem ser prévios ao fato criminoso praticado pelo autor e 2. devem ser eficazes, isto é, ter gerado efeitos no que tange à decisão quanto à realização do delito. Participação material: cumplicidade ou auxílio Cúmplice é quem contribui para o crime prestando auxílio ao autor ou partícipe, sem, no entanto, partilhar do domínio do fato. Esse auxílio pode ser relativo aos meios ou aos modos da execução do delito. Geralmente se trata de fornecimento de instrumentos, ferramentas, ou qualquer apoio material, mas também se aceita a contribuição intelectual, na proposição dos meios de consecução dos objetivos do autor. 16 Art. 31, CP - “o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado” 9 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al Por exemplo: o fornecimento da senha do cofre da casa que será assaltada; a troca de turno com médico que praticará homicídio; fornecimento de armas etc. Não se trata de mera contribuição causal, mas deve ser também normativa. É preciso que haja, ao menos, um aumento do risco derivado da contribuição do cúmplice. Daí se deduz que ações neutras, como dar uma carona, o taxista que faz uma corrida, o vendedor que vende um facão, não podem ser consideradas cumplicidade, a não ser que ajam conhecendo a determinação do autor e sabe que a sua ação contribui para a realização do resultado. 17 Formas excepcionais de participação Pode haver a chamada participação em cadeia, consistente na cooperação com a ação de um partícipe. Por exemplo, A instiga B a auxiliar C na realização de um crime ou A induz B a induzir C a matar D. É perfeitamente possível, portanto, a participação de participação. A atividade contributiva para o crime pode dar-se em várias etapas, muitas das quais prévias à própria realização, desde que não haja quebra da unidade de desígnios entre os vários partícipes e o autor. Pode ainda haver a chamada participação sucessiva, por exemplo, após A instigar B a matar C, D, que desconhece o anterior induzimento, instiga também B a matar C. Participação e elemento subjetivo É impossível se falar em induzimento imprudente. Aquele que faz nascer no outro a ideia deve ter consciência e vontade a respeito do delito. O instigador deve pretender obter do autor a realização do crime e que haja o resultado criminoso. Portanto toda participação deve ser dolosa. Participação e omissão É possível haver a participação comissiva em crime omissivo . Uma pessoa que não tem 18 o dever de agir pode instigar outra que o tem a não atuar, seja nos casos de 17 Se tiver dúvidas nisso, deverá estudar a teoria da imputaçãoobjetiva e subjetiva, matérias de Direito Penal I. Recomendo as aulas da professora Dra. Ana Elisa Bechara. (link aqui) 18 Mas não é possível a participação omissiva (que é diferente de participação em crime omissivo), por absoluta falta de causalidade, que é um elemento necessário na configuração do concurso de pessoas. Esse é o entendimento de Paulo César Busato, mas, sobre isso, ele é minoria na doutrina. Quase unanimidade dos autores entendem que pode haver participação omissiva, quando o agente tem o dever de impedir crime de outrem e não age, por exemplo. Nesse caso, seria uma participação omissiva. 10 Robson Lima Junior por BUSATO; GRECO, Luís; ALFLEN; LEITE; ROXIN et al ● omissão própria (alguém, que está com a perna engessada, na praia, induz o companheiro que está são, e que é excelente nadador, a que não socorra uma pessoa que está se afogando), ou de ● omissão imprópria (o paciente convence o médico a não noticiar às autoridades pública a doença infectocontagiosa que lhe diagnosticou) Faz-se importante ressaltar que, em ambos os casos, a capacidade de evitação da produção do resultado segue nas mãos do autor, que ainda possui o domínio do fato, portanto os partícipes atuam apenas acessoriamente. Bibliografia utilizada: ● Direito Penal: parte geral. Paulo César Busato ● Autoria como domínio do fato. Luís Greco et al ● Direito Penal: parte geral. Luiz Flávio Gomes e Molina ● Teoria do domínio do fato. Pablo Alflen ● TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO NA DOUTRINA E NA JURISPRUDÊNCIA BRASILEIRA – Considerações sobre a. APn 470 do STF. Pablo Alflen ● Novos estudos de direito penal. Claus Roxin ● Outros links citados ao longo do texto Outros roteiros: 1. Concurso de pessoas: autoria, participação, teoria do domínio do fato; 2. Penas privativas de liberdade: detenção e reclusão, regimes penais (fechado, semiaberto, aberto) regime inicial; 3. Penas privativas de liberdade II: prisão domiciliar, progressão e regressão, detração penal, remição, trabalho prisional, autorizações de saída. 11
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