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Estado de Choques 1- Introdução A sepse é,sabidamente,relacionada a um quadro inflamatório grave,que evolui para disfunção orgânica em cerca de 30% dos casos e para óbito,em até 60%.Essa síndrome,está associada a um foco infeccioso que serviu como gatilho para descarga de imunomediadores pró- inflamatórios. 2- Definição O choque é caracterizado por hipotensão sistêmica,devido à redução do débito cardíaco ou pela redução efetiva do volume de sangue e de líquidos circulantes.As conseqüências são a perfusão tecidual deficiente e a hipóxia celular. 3- Classificação A- Hipovolêmico; B- Cardiogênico; C- Distributivo- Anafilático,Séptico e Neurogênico; D- Séptico 4- Sinais Clínicos nos Diversos Sistemas Sistemas Sinais Clínicos Sistema Nervoso Central Alterações do nível de consciência (rebaixamento,agitação,quadros confusionais,etc.) Sistema Circulatório Hipotensão Arterial,tempo de enchimento capilar lentificado,extremidades frias,elevação do lactato (maior 2mmol/l) Sistema Respiratório Desconforto respiratório (taquipnéia,dispnéia,etc.),hipóxia. hiperventilação ou hipoventilação. Sistemas Sinais Clínicos Sistema Urinário Oligúria (débito urinário menor 0,5 ml/Kg/h por mais de duas horas consecutivas),elevação de escórias nitrogenadas,insuficiência renal aguda ,necrose tubular aguda,etc. Sistema Hematológico Plaquetopenia,tromboses,alargamento dos tempos de coagulação. Pele Pele pegajosa,fria,livedo reticular,etc. 5- Tipos de Choque D- Choque Séptico D-1- Definição O choque séptico,resulta da incapacidade do organismo realizar as necessidades metabólicas e hemodinâmicas,decorrentes da presença na corrente sangüínea das seguintes formas de vida: Bactérias; Fungos Por ser um tema de alta complexidade,abordaremos as principais manifestações clínicas apresentado pelo paciente: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS): Caracteriza-se pela presença de dois ou mais critérios: Febre (T corporal maior que 38ºC); Hipotermia (T corporal menor que 36ºC); Taquicardia (FC maior que 90 bpm); Taquipnéia (FR maior que 20 rpm ou PaC02 menor que 32 mmHg); Leucocitose (Leucócitos maiores que 12.000 cels/mm3 ); Leucopenia (Leucócitos menores que 4.000 cels/mm3 Sepse: Quando a SIRS é decorrente de causa infecciosa comprovada ou presumida; Sepse Grave: Sepse com sinais de hipoperfusão tecidual,caracterizada por acidose,oligúria,alteração do nível de consciência e disfunção pulmonar; Choque Séptico: Sepse grave com hipotensão (PA sistólica menor que 90 mmHg) não responsiva à administração de volume,necessitando de fármacos vasoativos); Choque Séptico Refratário: Choque séptico não responsivo a fármacos vasoativos por mais de 1 hora. D-2- Etiologia Bactérias Gram-Negativas: (Escherichia coli,Salmonella,Shigella): 41%; Bactérias Gram Positivas: (Estreptococos,Estafilococos) : 33%; Fungos: 5% D-3- Fluxograma do Choque Séptico D-4- Fisiopatologia A vasodilatação sistêmica e o acúmulo de sangue na periferia, induzem à hipoperfusão tecidual,apesar do DC manter-se preservado ou aumentado no início do processo. Lesão e ativação de inúmeras células endoteliais. Estado de Hipercoagulabilidade (CID) Os principais fatores que contribuem para fisiopatologia são: Mediadores Inflamatórios: 1º - Receptores dos neutrófilos (reconhecem os microorganismos e iniciam a sepse); 2º- Mediadores lipídicos como as prostaglandinas e fator de ativação plaquetária são ativados; 3º Os componentes microbianos,tais como as endotoxinas,ativam diretamente a coagulação através do fator XII.O estado pré-coagulante sistêmico induzido pela sepse,leva a trombose e também a inflamação. Ativação das células endoteliais e lesão: A ativação de células endoteliais pelos constituintes microbianos ou mediadores inflamatórios produzidos pelos leucócitos, apresentam 3(três) grandes conseqüências: Trombose; Aumento da permeabilidade vascular; Vasodilatação. ATENÇÃO O transtorno da coagulação é suficiente para produzir uma complicação importante de CID (Coagulação Intravascular Disseminada) em metade dos pacientes sépticos. Anormalidades Metabólicas: Os pacientes sépticos apresentam resistência a insulina e hiperglicemia. A hiperglicemia diminui a função dos neutrófilos,suprimindo a atividade bactericida. Disfunção dos órgãos: A hipotensão sistêmica, o edema intersticial e a trombose de pequenos vasos, diminuem o fornecimento de oxigênio e nutrientes para os tecidos. Os altos níveis de citocinas e mediadores secundários, podem diminuir a contratilidade miocárdica e o Débito Cardíaco. CONSEQÜENTEMENTE: O aumento da permeabilidade vascular e a lesão endotelial podem levar a SARA (Síndrome da Angústia respiratória Aguda) D-5-Quadro Clínico O choque séptico apresenta-se como: Hiperdinâmico e progressivo,também conhecido como fase quente; Hipodinâmico e irreversível,denominado fase fria. Hiperdinâmico e progressivo,também conhecido como fase quente Hipotensão arterial,taquicardia; Taquipneia; Débito cardíaco alto e baixa resistência vascular sistêmica; Pele quente e rósea; Hipertermia; Alteração do estado mental; Hiperglicemia . Hipodinâmico e irreversível,denominado fase fria: Hipotensão arterial,taquicardia; Taquipneia; Débito cardíaco baixo e elevada resistência vascular sistêmica; Palidez,pele fria,cianose periférica; Hiportermia; Acidose metabólica; Insuficiência de órgãos e sistemas . 6- Assistência de Enfermagem na monitorização e suporte hemodinâmico (volemia e drogas vasoativas). A finalidade do tratamento do choque séptico é: Identificar e eliminar a causa da infecção; Restaurar a perfusão tecidual; Normalizar a disfunção metabólica através da volemia e do uso de fármacos vasoativos; Manutenção da ventilação e oxigenação eficiente. 6.1.Monitorização hemodinâmica contínua: O paciente,através da instalação de cardioscópio,manguito de mensuração da pressão arterial não invasiva (inicialmente),programado para aferição a cada 5 minutos,oximetria de pulso de forma contínua e temperatura corpórea. Monitor Multiparamétrico É aquele utilizado para apresentação de diferentes parâmetros hemodinâmicos combinados,como ECG, pressão arterial, saturação de oxigênio, etc. A monitorização eletrocardiografica pode ter três ou cinco cabos conectados ao eletrodo. Eletrocardiograma Pode apresentar artefatos,provocando falhas desde a captação dos sinais pelos eletrodos até a apresentação dos dados ao monitor. Os mais usuais são: Dificuldade de aderência dos eletrodos a pele; Qualidade do material do eletrodo; Cabos ou eletrodos fixados em lugares errados; Interferências de outros equipamentos;Ex.Máquina de Hemodiálise Posicionamento dos eletrodos na pele. Se não houver um ótimo contato entre o eletrodo e a pele ,as ondas eletrocardiográficas aparecerão distorcidas e surgirão artefatos. A primeira letra refere-se ao lado em que o eletrodo deve ser colocado A segunda letra refere-se o membro em que o eletrodo deve ser colocado. locado. R de Right (direito) L de Left (esquerdo) A de arm (braço) L de leg (perna) Para cabos com 5 eletrodos RA: Representa o braço direito e deve ser posicionado diretamente abaixo da clavícula e próximo ao ombro Direito LA: Representa o braço esquerdo e deve ser posicionado diretamente abaixo da clavícula,próximo ao ombro esquerdo. RL: Representa a perna direita e deve ser posicionada na parte inferior direita do abdome. LL: Representa a perna esquerda e deve ser posicionado na parte inferior esquerda do abdome. V,G ou C: Representa o fio terra e tem por objetivo inibir interferências geradas por outros aparelhos e deve ser posicionado no terceiro espaço intercostal do hemitórax direito. Pressão Arterial não invasiva (PANI) KIT DÂNULA CABOS E PORTA TRANSDUTOR TRANSDUTOR ELETRÔNICO PRESSURIZADOR CATETER HEPARINA SERINGAS LUVAS DE PROCEDIMENTOS LUVAS ESTÉREIS ANTISSEPTICO TÓPICO ANTISSEPTICO DEGERMANTE PINÇA HEMOSTÁTICA GAZE CAMPOS CIRÚRGICOS CAMPOS FENESTRADOS Monitorização Invasiva Pressão Venosa Central (PVC) É a pressão do sangue medida no interior do átrio direito ou na veia cava superior, através da inserção de um cateter central nas veias antecubital,cavas e jugulares. A PVC corresponde a pressão atrial direita e reflete a pressão diastólica final do ventrículo direito quando a válvula tricúspide está aberta. É uma indicação do estado da hidratação e da função cardíaca direita. VEIA ANTECUBITAL VEIA CAVA SUPERIOR VEIA CAVA INFERIOR Veia Jugular Passos para instalação do sistema de PVC 1- Eixo Flebostático Paciente em decúbito ventral (180º ) encontrar o eixo flebostático. 1º Passo: Eixo Flebostático Paciente em decúbito ventral 180º encontrar o eixo flebostático. Ele está localizado no cruzamento da linha axilar média e no 4° espaço intercostal. O ponto de intersecção entre a linha axilar média e o 4° espaço intercostal, deve ser marcado no paciente para que todos utilizem o mesmo ponto, diminuindo erros na localização do eixo. 2º Passo: Com a régua de nível, encontre a linha "zero"de referência e marque no suporte de soluções, a altura encontrada na linha "zero". 3º Passo: A via mais longa irá ser conectada no paciente. 1° Passo: Material necessário: Equipo 1° Passo: Material necessário: Transdutor 1° Passo: Material necessário: Dânula 1° Passo: Material necessário: Soro Fisiológico (500 ou 1000 ml) 1° Passo: Material necessário: Pressurizador 1° Passo: Material necessário: Cabos de conexão do Monitor 1° Passo: Material necessário: Heparina 1° Passo: Material necessário: Seringa de 1 ml 2° Passo : Monte o sistema: Separe uma bolsa de 1000ml ou 500ml de solução salina; Inverta a bolsa e com o auxilio de uma seringa, retire todo o ar presente; Preencha parcialmente a câmara do equipo; 2° Passo : Monte o sistema: Preencha o equipo, o transdutor e as dânulas; Elimine todo o ar do sistema 3° Passo: Coloque a bolsa no pressurizador até 300 mmHg 4° Passo: Conecte o cabo ao monitor. Valores de Referência PVC de Coluna: 3 a 8 cm3 H20 PVC eletrônico : 8 a 12 mmHg CATETER DE SWAN-GANZ Na década de 1970 houve uma revolução no tratamento de pacientes graves devido à introdução na prática clínica de um cateter desenvolvido por Swan e Ganz que possibilitava a monitorização de parâmetros hemodinâmicos na artéria pulmonar.O método da termodiluição é o mais utilizado para aferir o Débito Cardíaco. Características do CAP O CAP mede 110 cm de comprimento e tem marcas numéricas de 10 em 10 cm; O átrio direito pode ser alcançado: 50 cm da fossa antecubital E e 40 cm da fossa antecubital direita; 30 cm das veias femorais D e E; 10 a 15 cm das veias jugulares e subclávias D e E 1- Lúmen Distal (Amarelo):Monitora a pressão da artéria pulmonar (PAP).É o lúmen indicado para coleta de amostras sangüíneas de gasometria venosa mista. 2- Lúmen proximal (Azul): Monitora a pressão do Átrio Direito (PAD) ou a Pressão Venosa Central (PVC).É o lúmen utilizado para infundir o injetante na aferição do débito cardíaco. 3- Lúmen para enchimento do balão: Localizado na extremidade distal do CAP.É utilizado para insuflação do balão até 1,5 ml de ar,utilizando- se uma seringa de 3 ml que já vem acoplada ao sistema e é auto- desinsuflante por segurança. 4- Lúmem do termístor: Localizado a quatro centímetros da extremidade distal.É utilizado para mensuração da temperatura sangüínea na artéria pulmonar. Variáveis Hemodinâmicas Variável Sigla Unidade Valores Normais Débito Cardíaco DC l/min. 4-6 Pressão Venosa Central PVC mmHg 2-6 Pressão Arterial Pulmonar PAP mmHg 12-25 Pressão Capilar Pulmonar PCP mmHg 8-12 Pressão Arterial média PAm mmHg 90-100 Valores Fórmula Valor de Referência Índice Cardíaco IC= DC/SC 3-4 l/min.m2 Volume Sistólico VS=DC/FC 70 ml Índice Sistólico IS=VS/SC 30-40 ml/m2 Índice do trabalho sistólico do VE ITSVE= IS x PAM x 0,0136 g/min/m2 Índice do trabalho sistólico do VD ITSVD= IS x PPM x 0,0136 g/min/m2 Índice de resistência vascular sistêmica IRVS= 80 (PAM-PVC)/IC 1800-2100 dina/s/cm/m2 Cuidados de Enfermagem com CAP Observar presença de sangramento na inserção do cateter; Fixar adequadamente o cateter,a fim de evitar tracionamento; Evitar manipulação excessiva do cateter; Se possível,não utilizar a via proximal para administração de soluções; Trocar curativo diariamente; Observar,anotar e comunicar presença de sinais flogísticos na inserção do cateter; Monitorar exames laboratoriais (TTPA); Observar e comunicar presença de arritmias; Verificar sinais vitais de hora em hora; Identificar sinais de bacteremia (hipertermia,tremores) e comunicar imediatamente; CURVAS DO CAP DÉBITO CARDÍACO CONTÍNUO 6.2.Exame físico completo : Atenção particular às lesões/feridas com presença de secreções.Como essa evidência,fornece subsídio para investigação da porta de entrada do microorganismo,colhermaterial e enviar para realização de cultura. 6.3.Estabelecer acessos venosos de grande calibre: São usados inicialmente cateteres periféricos nas veias localizadas na fossa antecubital e no antebraço para administração de fluidos. CATETER SOB AGULHA CATETER SOB AGULHA CATETER SOB AGULHA 6.4.Cateterização vesical: Deverá ser instituída com a finalidade de monitorar o débito urinário,que deverá manter-se acima de 40 ml/hora,indicando que está ocorrendo à perfusão renal adequada. 6.5.Ressuscitação Volêmica e o uso de Vasopressores : Os cristalóides e colóides podem ser administrados em via periférica,porém as drogas vasoativas deverão ser administradas em cateter venoso central e em bomba de infusão com diluições padronizadas. MONOLÚMEN DUPLO LÚMEN A reposição volêmica na UTI tem como objetivos: Restaurar a perfusão tecidual; Normalizar o metabolismo oxidativo; Corrigir a hipovolemia absoluta e/ ou restrita; Melhorar o débito cardíaco por meio da pré carga. O uso de drogas vasoativas na UTI tem como objetivos: Manter uma pressão arterial adequada; Resgatar a perfusão tecidual quando a reposição volêmica não consegue fazê-lo. CUIDADO O uso de drogas vasoativas em pacientes não adequadamente ressuscitado pode agravar a isquemia e a hipoperfusão dos órgãos. Avaliação da Volemia em resposta à expansão volêmica. A avaliação da volemia no paciente crítico é difícil e a reposição volêmica é sempre o primeiro passo na ressuscitação desses pacientes,embora somente 50% dos pacientes hemodinamicamente instáveis respondam à expansão volêmica. ATENÇÃO Se o paciente apresenta sinais clínicos de boa perfusão,extremidades quentes e sinais laboratoriais de microperfusão adequada como, Lactato,excesso de bases (BE) e saturação venosa mista de oxigênio (SvO2). PROVAVELMENTE NÃO NECESSITA DE INFUSÃO. CRISTALÓIDES X COLÓIDES Segundo o trabalho Saline versus albumin fluid evaluation (SAFE),na comparação entre cristalóides e colóides como expansores volêmicos em pacientes críticos,não há diferença em termos de mortalidade quanto ao tipo de expansor volêmico a ser utilizado,desde que os mesmos objetivos sejam alcançados. Cristalóides As soluções cristalóides são aproximadamente isotônicas em relação ao plasma . Apresentam distribuição intravascular e intersticial obedecendo a regra dos 3:1 Regra dos 3:1 (reposição de três vezes o volume de cristalóide a ser administrado em relação à perda estimada). Cada vez mais tem-se usado solução salina hipertônica à 7,5%,quando necessita-se de pequenos volumes,(grande desvantagem dos cristalóides). Cristalóides Sódio Potássio Cálcio Lactato Cloreto S.Fisiológico 145 - - - 154 Ringer Simples 147 4 4,95 - 156 Ringer Lactato 130 4 2,7 28 109 Colóides Apresentam alta pressão oncótica,o que proporciona maior expansão volêmica e de maior duração com menores volumes de infusão. Tipos de Colóides Colóide Natural (Albumina); Colóides Semi-Sintéticos (Gelatinas,Dextranas e Hidroxietilamidos) Colóide Natural (Albumina) A albumina é uma proteína plasmática natural obtida a partir do plasma de doadores, podendo ser de um único doador (aferese) ou de vários. Colóide Natural (Albumina) Indicações Há dois tipos de soluções de albumina disponíveis no comércio: Soluções a 5% (frascos de 500 ml) as quais têm uma pressão coloidosmótica semelhante à do plasma; Soluções a 25% (frascos de 50 ml) que é considerada hipertônica e é capaz de promover um aumento do volume plasmático de até cinco vezes o volume administrado. Colóide Natural (Albumina) Contra Indicações Alto custo; Pode causar hipotensão arterial; Alteração da coagulação,detectada pela alteração dos tempos de protrombina e tromboplastina parcial ativada e da contagem de plaquetas. Colóides Semi-Sintéticos Gelatinas Atualmente, estão disponíveis para o como Haemaccel, Isocel e as gelatinas succiniladas como Gelafundin. Gelatinas Indicações Expansão plasmática Contra Indicações Podem desencadear reações anafiláticas; Podem induzir falência renal em grandes doses. Dextranas Indicações Como Expansores Plasmáticos; Previnem a tromboembolia e melhoram a perfusão periférica. Dextranas Contra Indicações Reduzem a viscosidade sanguínea e a agregação plaquetária e aumentam a fibrinólise. Conseqüentemente, diminuem a formação do coágulo. Hidroxietilamidos Indicações Principal uso é a expansão volêmica em choque hipovolêmico, trauma, queimadura e sepse. Hidroxietilamidos (Voluven 6%) Contra Indicações Diminuem os fatores de coagulação, diminuindo a agregação plaquetária; Pode levar a insuficiência renal por hiperviscosidade.A boa hidratação atenua este efeito. O uso de drogas vasopressoras na UTI Os vasopressores promovem vasoconstrição,aumentando a resistência periférica e aumento da pressão arterial.Em caso de hipotensão importante,ocorre diminuição da pressão de perfusão de órgãos,inclusive na circulação coronariana. Atualmente,estudos não demonstram superioridade de um vasopressor em relação a outro,sendo que os agentes vasopressores mais efetivos em aumentar a pressão arterial em estados de choque são: Noradrenalina; Dopamina; Dobutamina Noradrenalina O que é ? Neurotransmissor do sistema nervoso simpático e precursor da adrenalina,é inotrópico não digitálico. Mecanismo de ação: A NA é um potente vasoconstritor visceral e renal,têm ação vasoconstritora sobre a rede vascular(sistêmica e pulmonar). Mecanismo de ação: Dependendo da dose utilizada provoca: Aumento do volume sistólico; Diminuição da F.C.; Importante vasoconstrição periférica (elevação da P.A.); Indicações: Na hipotensão em pacientes sépticos que não respondem à administração de volume e outras drogas vasoativas; Pós operatório imediato de cirurgia cardíaca; Dose: Habitualmente utiliza-se 5 ampolas (4mg/ampola diluídas em 250 ml de solução(soro glicosado ou fisiológico).A concentração final será de 1mg/ml(4 ml).Inicia-se com dose de 0,5 mcg/Kg/min.,podendo atingir até 30 mcg/min. Cuidados de Enfermagem: Conhecer a ação farmacológica relacionada a dose; Não deve ser utilizada com solução alcalina(bicarbonato de sódio); Deve ser utilizado somente para uso intravenoso,preferencialmente via central; Caso seja instalada em via periférica,atentar para que não haja extravasamento tecidual,porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual; Diminuir o gotejamento lentamente até a suspenão do fármaco; A infusão deve ser efetuada em veias de grosso calibre e o sítio de inserção deve ser avaliadoconstantemente,evitando-se o extravasamento da droga; Se ocorrer extravasamento,deve-se infiltrar a área com 5 a 10 mg de fentalamina em 10 a15 ml de soro fisiológico; Deve-se evitar a administração desta droga em grávidas,em decorrência do efeito contrátil sobre o útero gravídigo; Não deve ser usado em pacientes com hipovolemia e arteriopatia periférica,mesentérica ou cerebral. Efeitos Colaterais: Tremores; Ansiedade; Náuseas; Hemorragia Cerebral; Aumento do consumo de O2; Insuficiência Renal; Isquemia de extremidades; Bradicardia reflexa em doses elevadas, Cefaléia; Necrose de pele, quando houver extravasamento; Dispnéia. Dopamina O que é: Inotrópico não digitálico,é uma catecolamina endógena precursora da síntese da noradrenalina. Mecanismo de ação: É inativada no meio gástrico,só pode ser utilizada por via intravenosa; Apresenta início e cessação de seus efeitos praticamente imediatos, Os metabólicos são eliminados pela via renal. Indicações: Pacientes com disfunção miocárdica e baixo débito cardíaco; Pacientes com parâmetros hemodinâmicos estáveis,porém com oligúria persistente; Indicações: Pacientes com bradicardia após uso de atropina sem sucesso; Bloqueio atrioventricular de 2º e 3º grau que não responde ao uso de marcapasso transverso; Pacientes com choque decorrente de(IAM,cirúrgia cardíaca,ICC descompensada e Insuficiência renal),persistente a reposição volêmica; Pacientes com hipotensão(PAS)inferior ou igual a 70 a 100 mmHg). Dose:A diluição padrão é de cinco ampolas de dopamina em 200ml de solução (S.G.,S.F.,Ringer simples ou lactato).Após a diluição,a diluição,a concentração final da droga será de 1mg/ml. Cuidados: Conhecer a ação farmacológica relacionada a dose; Não deve ser diluída com solução alcalina(bicarbonato de sódio); Deve ser usada somente para uso intravenoso,preferencialmente em via central; Caso seja instalada em via periférica,atentar para que não haja extravasamento tecidual,porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual; Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco; Utilizar a droga sempre em bomba de infusão; Pode ser usada em pacientes hipovolêmicos,porém somente após a reposição de volume. Efeitos colaterais: Náuseas e vômitos; Arritmias supraventriculares e ventriculares; Hipotensão arterial sistêmica; Cefaléia; Dispnéia. Dobutamina O que é:Inotrópico não digitálico,é uma catecolamina sintética derivada do isoproterenol e estruturalmente semelhante à dopamina. Mecanismo de ação: Atua sobre o D.C.,com resposta hemodinâmica dose dependente; Tem pouca ação na P.A.,no fluxo renal e coronariano; A ação farmacológica não depende de reserva de noradrenalina,portanto mantém efeito hemodinâmico prolongado. Indicações: Pode ser usada isoladamente ou associada à dopamina em baixo D.C.,sem hipotensão; O início da ação é de 1 a 10 min.; É a droga de escolha para aumentar a contratilidade cardíaca,nos pacientes com ICC ou choque cardiogênico; Dose: Dilui-se uma ampola em 230 ml de solução(exceto solução alcalina).A concentração final será de 1mg/ml.A dose pode variar de 2 a 40 mcg/kg/min. Não infundir na mesma via intravenosa quando estiver recebendo furosemida,heparina e penicilina; Não administrar com solução alcalina(bicarbonato de sódio); Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose; Deve ser utilizada somente para uso intravenoso,preferencialmente via central; Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco; Utilizar sempre em bomba de infusão; Pode ser utilizada em pacientes hipovolêmicos,porém somente após a reposição de volume; Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios. Efeitos Colaterais: Aumento da F.C.; Elevação da P.A.; Extrassístoles Ventriculares; Febre; Cefléia e dispnéia. 6.6.Monitorar a Saturação de oxigênio: Avaliar criteriosamente a necessidade de dispositivos para oferta de oxigênio.A administração de porcentagens de oxigênio maiores que o ar ambiente,aumenta o oxigênio ligado à hemoglobina e dissolvido no sangue,auxiliando no metabolismo aeróbio.A saturação de oxigênio deverá ser mantida superior a 90%. 6.7.Realizar propedêutica respiratória: A taquipneia ocorre em resposta aos efeitos diretos das endotoxinas sobre o centro respiratório no cérebro,bem como no desenvolvimento da hipóxia,do estresse e da febre. A respiração pode tornar-se superficial,à medida que o quadro se deteriora,obrigando o uso de ventilação positiva não ou invasiva. 6.8.Ausculta pulmonar e avaliação radiográfica: Detectando alterações na membrana alveolocapilar e a presença de secreções,pois dificultam as trocas gasosas,contribuindo para piora do quadro.A hipoventilação e a dispnéia refletem mecanismos compensatórios ineficazes,indicando suporte ventilatório. 6.9.Checar e avaliar os resultados dos exames laboratoriais: Gasometria arterial,eletrólitos,hemograma e coagulograma completos,creatinina,lactato,cultura das secreções traqueais e ulcerações. 6.10.Avaliar o nível de consciência: Detectar possíveis alterações sensoriais como ( letargia,confusão,delirium,torpor e coma),que podem estar presentes em decorrência da perfusão cerebral diminuída secundária à hipóxia ou à acidose. 6.11.Atentar para a monitoração da temperatura: Se hipertermia,considerar a colocação de colchões ou mantas térmicas,além da administração de antipiréticos,que possuem a propriedade de bloquear a produção das prostaglandinas.As situações de hipotermia refletem o avanço do estado de choque. 6.12. Administrar os antibióticos prescritos: Deverá ser seguido rigorosamente a solução e volume a ser diluído,via de administração e tempo de administração.Isso porque a grande maioria dos antibióticos possui elevada taxa de nefrotoxidade e hepatoxidade. 6.13. Horas de ouro (Golden Hours): Pacote de 6 horas Pacote de 24 horas TERAPIA GUIADA POR METAS OBJETIVO : Favorecer a ressuscitação precoce de pacientes graves baseada em metas pré-estabelecidas. Suporte hemodinâmico; Antibioticoterapia; Controle da fonte infecciosa; Tentativa de interromper uma evolução desfavorável e disfunção múltipla de órgãos e morte. Pacote de 6 horas Colher lactato sérico; Colher hemoculturas e outras culturas; Iniciar antibiótico nas primeiras 06 horas (antibiótico da largo espectro na primeira hora); Realizar reposição volêmica precoce (protocolo guiado por metas); Utilizar vasopressores (PAM > 65 mmhg); LACTATO SÉRICO “Medir rapidamente o lactato sérico em todo caso suspeito de sepse grave (mesmo sem hipotensão)”. Resulta da hipóxia celular, conseqüência do metabolismo anaeróbico da glicose; A dosagem do Lactato, é importante para identificar hipoperfusão tecidual nos pacientes que ainda nãoestão hipotensos, mas que estão com risco de desenvolver choque séptico; A dosagem do lactato possui limitação para o diagnóstico de choque séptico, contudo, é um dos indicadores que devem ser utilizados nas primeiras horas. Dosagem do Lactato Sérico Dosar o lactato nas primeiras horas e periodicamente em todo paciente com suspeita de sepse grave; Lactato > 4 mmol/L ou 36 mg/dl devem receber a “Terapia Guiada por Metas”, independente da pressão arterial; Atentar para os hepatopatas graves; Repor a volemia de forma agressiva; Atentar para pré-carga durante a reposição volêmica; Atentar para disponibilidade de uma mensuração com resultados rápidos; Criar protocolos para padronizados para sepse grave que incluam a medida do lactato; HEMOCULTURA E OUTRAS CULTURAS “Colher amostras de sangue e outros materiais para exame microbiológico e culturas antes da administração de antibióticos” INDICAÇÕES Febre, calafrios, hipotermia, leucocitose, desvio à esquerda dos neutrófilos, neutropenia, disfunção orgânica, etc. Cuidados Coletar mais de uma amostra ( 02 ou 03 em intervalos de 05 minutos em diferentes punções, arteriais ou venosas); Transportar as amostras imediatamente depois ao laboratório; Usar 10% do frasco de coleta com cada amostra; Preferencialmente, não refrigerar as amostras; Usar técnica asséptica para as coletas; Sinalizar cada frasco com a data, horário e origem da coleta; Coletar volumes semelhantes de cada amostra; Retirar o dispositivo ao apresentar manifestação clínica; ANTIBIÓTICOS “Iniciar a Terapia Antibiótica endovenosa o quanto antes dentro da primeira hora do diagnóstico de choque séptico ou sepse grave sem choque séptico” Incluir uma ou mais drogas com atividade contra todos os patógenos prováveis (bactérias e/ou fungos); Revalidar diariamente o regime de antibióticos; Fazer terapia combinada empírica para pacientes suspeitos ou com infecção conhecida para pseudomonas; Fazer terapia combinada para os neutropênicos com sepse; Preferir duração da terapia entre sete até dez dias exceto para situações especiais Se a síndrome clínica não for infecciosa, suspender a terapia; Observar os patógenos mais comuns na comunidade e no hospital; Ouvir as informações do paciente (intolerância, doença de base, clínica, etc.); Ver o uso de antimicrobianos direcionado a um tipo específico de microrganismo; Atentar para a administração de antimicrobiano cujo agente é resistente; Usar antibiótico de largo espectro para os casos de sepse grave e choque séptico; Fazer estratificação de risco. OTIMIZAÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS EM UTI Institua tratamento inicial adequado; Conheça os agentes predominantes e perfil de sensibilidade; Monitore os níveis séricos quando apropriado; Remova corpos estranhos suspeitos; Minimize a resistência aos antibióticos; Evite uso prolongado de terapia antibiótica empírica; Estabeleça protocolos para o uso de antibióticos; Use antibióticos de espectro restrito quando possível; Considere o descalonamento quando possível; Padronizar protocolo que inclua a administração empírica de antibióticos no choque séptico e sepse grave. Disponibilizar um suprimento de antibióticos de largo espectro na emergência e na UTI; Infundir os antibióticos por múltiplas vias (maximizar o tempo); Cobrir microrganismos Gram-positivos, Gram-negativos e fungos; Considerar dados específicos (passado de infecções, origem do paciente e padrões de sensibilidade). METAS DE RESSUSCITAÇÃO PVC 8 a 12 mmHg PAM > Ou = 65 mmHg Débito urinário > 0,5 ml/Kg/hora Sat. Venosa Central (SvcO2) ou mista (SvO2) > Ou = 70% ou > ou = 65% respectivamente. Pacote de 24 horas Proteína C ativada; Controle Glicêmico; Ventilação protetora; Uso de esteróides INDICAÇÕES “Pacientes com Sepse grave choque séptico com alto risco de morte (ANVISA)” > 02 critérios de SIRS; > 02 disfunções orgânicas ; Infecção suspeita ou confirmada CONTRA INDICAÇÕES Sangramento interno ativo; AVC hemorrágico recente ; TCE grave; Trauma com risco de sangramento grave; Cateter epidural; Neoplasia intra-craniana; Plaquetopenia grave (< 30.000/mm3) Sangramento intestinal recente; Uso de trombolíticos recente; Uso recente de inibidores de glicoproteínas (AAS); Doença hepática crônica grave; AVC isquêmico recente; Situações de risco de sangramento em locais de difícil controle. RECOMENDAÇÕES Administrar com mínimo de 12 horas após cirurgias; Interromper a infusão 02 horas antes de qualquer procedimento; Atentar para contagem de plaquetas basal > 30.000/mm3; VENTILAÇÃO MECÂNICA PROTETORA RECOMENDAÇÕES Fazer uso de insulinoterapia venosa; Usar protocolo validado ; Ofertar aporte calórico ; Monitorar vigorosamente pacientes em insulinoterapia; Priorizar glicemia de fonte arterial e análise em laboratório central. INTERVENÇÕES COMPLEMENTARES Hemoderivados ; Ventilação Mecânica; Monitorização Hemodinâmica; Sedação, analgesia e bloqueio; Diálise; Profilaxia para úlceras por pressão; Descontaminação do trato gastrointestinal Referências Bibliográficas 1-SALLUN,Ana Maria Kalil...[et al.].O Enfermeiro e as Situações de Emergência.2º edição.São Paulo:Atheneu,2010 2-MARTINS,Herlon Saraiva...[et al.].Emergências Clínicas,Abordagem Prática.6ª edição.Barueri,SP:Manole,2011 3-FALCÃO,Luiz Fernando dos Reis...[et al.].Emergência.Fundamentos e Prática.1ª edição.São Paulo:Martinari,2010 4- ROBBINS e COTRAN.Bases Patológicas das Doenças... [et AL.]-Rio de Janeiro:Elsiever,2010