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Assistência de Enfermagem ao Grande Queimado Prof.Francisco Grillo As lesões por queimaduras, são a terceira causa de morte acidental em todas as faixas etárias,75% dessas lesões, resultam da ação da vítima e ocorrem no ambiente hospitalar. Constitui-se uma causa importante de morbimortalidade. O sucesso do atendimento deve levar em consideração as seguintes etapas: Observação dos princípios básicos do atendimento inicial do trauma; 1- Introdução Manobras de reanimação; Inserção de medidas de emergência no tempo apropriado, podem minimizar a mortalidade e a morbidade. Esses princípios incluem um alto índice de suspeita de comprometimento das vias aéreas por inalação de fumaça, estabilização hemodinâmica e um balanço hídrico adequado. Queimaduras Térmicas Fogo; Líquidos superaquecidos; Contatos com objetos superaquecidos; Substâncias Inflamáveis (álcool, gasolina e gás de cozinha) Queimaduras Químicas; Queimaduras Elétricas 2-Etiologia Queimaduras Químicas Ácidos Muriático; Soda cáustica. Queimaduras Elétricas Corrente elétrica. O calor coagula proteínas. Esse é o mecanismo primário do trauma por queimaduras. 3-Fisiopatologia 1º- As mudanças causadas pela destruição celular se agravam com o processo inflamatório agudo e a infecção subjacente. 2º-A mudança brusca da temperatura, resulta em resposta local dos vasos sanguíneos em uma tentativa de dissipar o calor: Vasodilatação; Aumento da permeabilidade capilar; Maior atividade osmótica celular. 3º- Os tecidos que circundam a área queimada têm uma diminuição da perfusão tecidual. Isto pode progredir para a perda total da pele em função da liberação de mediadores químicos, produzidos pela área queimada. 4º- Estes mediadores causam estase vascular, devido à dilatação venosa e arterial, seguida por agregação plaquetária. 5º- Portanto ocorre mudanças significativas nas células endoteliais da membrana basal do sistema da microcirculação e alterações na bomba de sódio e potássio, que levam a uma diminuição do potencial de membrana. 6º- Esse aumento ,por sua vez, leva a perda proteica para o tecido intersticial, aumentando a formação do edema local. 7º- Essa perda é maior nas primeiras 4 a 6 horas e diminui gradativamente nas próximas 18 a 24 horas. As mudanças vasculares são responsáveis pela hipovolemia, que diminui a capacidade de transporte de oxigênio podendo levar à hipóxia tecidual. As prioridades no atendimento ao queimado, são as mesmas que em qualquer outro tipo de trauma, porém algumas peculiaridades características devem ser levadas em conta. 4.1. Histórico Natureza da lesão; Lesões associadas ou pode ter sido vítima de explosão(podendo ter lesões internas ou fraturas); Área de superfície corpórea (Regra dos Nove) 4-Avaliação do Paciente Queimado 4.2.Profundidade da Queimadura 4.2.Profundidade da Queimadura 1º Grau É a queimadura mais superficial. Atinge a epiderme e caracteriza-se por deixar a pele hiperemiada, edemaciada e extremamente dolorida. Não há formação de bolhas e a pele não se desprende. Uma exposição prolongada ao Sol pode desencadear este tipo de lesão. 4.2.Profundidade da Queimadura 4.2.Profundidade da Queimadura 2º Grau É mais dolorosa pois ocorre destruição maior da epiderme. Ela também atinge a derme e caracteriza-se pelo aparecimento da bolha (flictena), que é a manifestação externa de um descolamento dermo- epidérmico. Tem uma profundidade intermediária. 4.2.Profundidade da Queimadura 4.2.Profundidade da Queimadura 3º Grau É a mais profunda e a mais grave, com destruição total de todas as camadas da pele. O local atingido pode ficar esbranquiçado ou carbonizado (escuro). A dor é geralmente pequena, pois a queimadura é tão profunda que danifica as terminações nervosas da pele. Podem ser muito graves e até fatais. Na evolução, sempre deixam cicatrizes e podem requerer tratamento cirúrgico e fisioterápico. As sequelas podem ser foco de carcinomas de pele, o que justifica um acompanhamento continuado. 4.2.Profundidade da Queimadura 4.2.Profundidade da Queimadura O tratamento baseia-se no ABCD do ATLS. Avaliar as vias aéreas em busca de obstruções, quais sejam: Queimaduras faciais; Chamusqueamento dos cílios e vibrissas nasais; Depósitos de carbono e reações inflamatória na orofaringe; 5- Tratamento Escarro carbonato; Confusão Mental 5- Tratamento A presença de alguns desses achados,sugere lesão inalatória aguda, que necessita de intervenção imediata. Cerca de 33% dos pacientes com queimaduras extensas, apresentam lesão inalatória e o risco aumenta progressivamente com o aumento da superfície corpórea queimada. IMPORTANTE 5- Tratamento A presença de lesão inalatória, por si, aumenta em 20% a mortalidade associada à extensão da queimadura. Cessar o processo de queimadura: Toda roupa deve ser removida para cessar o processo de queimadura, tecidos sintéticos queimam rapidamente.; Qualquer roupa com substância química deve ser removida com cuidado, para evitar contaminação de outras partes do corpo e também da equipe; 5- Tratamento Áreas corpóreas contaminadas com substâncias químicas em pó dever ser “varridas”, para evitar a contaminação de outras partes do corpo e também da equipe; Estabelecer um acesso venoso de grosso calibre (14G ou 16G). Todo o paciente com mais de 20% de superfície queimada, necessita de reposição volêmica; 5- Tratamento Observar gasometria e considerar exposição ao monóxido de carbono, ofertar oxigênio a 100% e ficar atento para uma possível Intubação orotraqueal; Providenciar imediato passagem de sonda vesical Foley, pois em um grande queimado até a mensuração da pressão arterial é difícil, então a monitorização do débito urinário,é uma das formas fidedignas de monitorar o volume circulante; 5- Tratamento Infundir volume ao grande queimado, deve obedecer à seguinte forma: 5- Tratamento VOLUME: 4ml x Peso(KG) x % da área queimada. IMPORTANTE 5- Tratamento Esse volume deve inicialmente ser infundido com Ringer Lactato. Nas primeiras 8 horas após a queimadura, o paciente deverá receber 50% do volume calculado. Nas outras 16 horas deve receber os outros 50%. 5- Tratamento É importante ressaltar que nas primeiras 24 horas, em virtude do aumento da permeabilidade endotelial, ocorre grande perda de líquidos e proteínas para o espaço extracelular. ENTÃO 5- Tratamento Os colóides devem ser administrados depois das 24 horas,porque o endotélio retoma a permeabilidade seletiva,visando repor a pressão oncótica. 5- Tratamento A droga de escolha é a albumina 5%: 0,5 ml/ Kg/% de área queimada. Depois da avaliação inicial e estabilização do paciente, todo tecido inviável deve ser removido; Os curativos devem ser com soro fisiológico morno e cobri-lo com compressas úmidas, se a área comprometida for maior que 10% o curativo deve ser seco, para evitar a hipotermia; 5- Tratamento Providenciar o uso de antibióticos o mais breve possível, pois o grande queimado é considerado imunossuprimido, pois após o trauma, ocorre uma série de alterações orgânicas, que modificam seu mecanismo de defesa contra infecções; Administrar analgésicos, pois o trauma produz uma série de alterações locais que causam dor e, também, podem provocar alterações definitivas na aparência;5- Tratamento 5- Tratamento A morfina é a medicação de escolha: Dose: 3 a 5 mg EV, repetindo de 5 a 10 minutos. FALCAO,Luiz Fernando dos Reis et al.Emergências,Fundamentos e Práticas. 1ª edição, São Paulo: EditoraMartinari,2010 PETERLINE,Fabio Luis et al. Emergências Clínicas.Hospital São Camilo.1ª edição,São Paulo: Editora Martinari,2014 SHETTINO,Guilherme et al. Paciente Crítico,Diagnóstoco e tratamento.Hosital Sírio Libanês.2ª edição,São Paulo:Editora Manole,2012 ROBBINS E CONTRAN.Patologia,Bases Patológicas das doenças. 8ª edição,Rio de Janeiro:Editora Elsevier,2010 SALLUN,Ana Maria Calil et al. O Enfermeiro e as Situações de Emergências. 2edição,São Paulo:Editora Aheneu,2010 6-Referências Bibliográficas
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