Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA CÉRVICO-VAGINAL PROF. ESP. CAROLINE SALES PINTO CITOLOGIA CÉLULAS PARABASAIS • Zona basal composta por uma ou duas camadas de células basais e parabasais, situa-se sobre a lâmina basal. • Células profundas, de cor verde-azulado, esféricas, diâmetro em torno de 15µm, com núcleos redondos centrais com maior RNC (são circundados por pouco citoplasma), apresentam-se vesiculosos semelhantes as intermediárias e contem cromatina finamente granular. • Representam a principal área de atividade mitótica, permitindo a renovação do epitélio a cada 4 dias em média. PADRÃO DE ATROFIA PADRÃO DE HIPOTROFIA CÉLULAS INTERMEDIÁRIAS • A zona intermediária do epitélio escamoso é a mais exuberante dentro desta estrutura epitelial. É constituído por várias camadas de células. Medem de 15 a 40µm de diâmetro. • Apresentam-se em conformações poligonais, de citoplasma esverdeado, núcleos centrais arredondados, esféricos, vesiculosos e cromatina finamente granular. O citoplasma é basofílico e contem glicogênio. • São unidas entre si por numerosas junções celulares, desmossomos, o que explica sua descamação em agrupamentos. CÉLULAS INTERMEDIÁRIAS Células Naviculares (acúmulo de glicogênio aumentado pelo efeito da progesterona) CÉLULAS SUPERFICIAIS • Camada superficial composta por 3 a 6 camadas de células maiores, com diâmetro entra 50 e 60µm. • Essas células se encontram na fase final de maturação do epitélio escamoso. • O citoplasma é achatado, transparente, poligonal e costuma assumir uma coloração mais eosinofílica, geralmente contem grânulos citoplasmáticos pequenos e escuros, núcleos centrais pequenos e compactos, tendendo a picnose, estes que são circundados por áreas estreitas e claras de citoplasma (halos). • Não apresentam mais as junções celulares. CÉLULAS SUPERFICIAIS: QUERATINIZAÇÃO EPITÉLIO ESCAMOSO - ECTOCÉRVICE CÉLULAS ENDOCERVICAIS • O epitélio endocervical é composto por uma camada única de células colunares altas. O tamanho vai variar razoavelmente durante o ciclo menstrual. Na fase proliferativa, as células são um pouco menores, com citoplasma opaco e núcleo em forma esférica e central. Já na fase secretora, elas se encontram distendidas pela presença de muco, tornando-se portanto maiores e com citoplasma claro. Seus núcleos são deslocados para a periferia e costumam demonstrar discretamente contornos irregulares. CÉLULAS ENDOCERVICAIS CÉLULAS ENDOCERVICAIS Células de reserva subcilindricas (no círculo) – Estas células em condições normais não são visíveis com facilidade. Aqui já há um processo de hiperplasia. Processo inicial da metaplasia escamosa. As células de reserva, responsáveis pela metaplasia escamosa, são pequenas células localizadas na base do epitélio endocervical. CÉLULAS METAPLÁSICAS ESCAMOSAS Durante a puberdade e na primeira gravidez, o colo aumenta de volume em resposta a alterações hormonais. Nessa ocasião há eversão (ectopia) do epitélio endocervical, que fica então exposto ao pH ácido da vagina. Essa alteração do pH representa o estímulo para o processo de metaplasia escamosa, um fenômeno adaptativo do epitélio colunar. O processo se inicia com as células de reserva subcilíndricas, que são pequenas, indiferenciadas e têm potencial de se diferenciarem em células glandulares endocervicais ou escamosas. CÉLULAS METAPLÁSICAS ESCAMOSAS • Histologicamente são reconhecidos três estágios do processo de metaplasia escamosa. 1(b) - Quando estimuladas pelo pH vaginal ácido, as células de reserva proliferam em múltiplas camadas (hiperplasia das células de reserva). 2(c) - As células de reserva exibem progressivamente evidência de diferenciação escamosa sob a aparência de células com maior quantidade de citoplasma e limites mais bem definidos (metaplasia escamosa imatura). O epitélio colunar ainda pode persistir por algum tempo. 3 - Depois desse estágio há uma perda das células colunares e o epitélio se torna mais diferenciado (metaplasia escamosa madura). CÉLULAS METAPLÁSICAS ESCAMOSAS • Elas geralmente são poligonais por vezes com contornos bizarros, com partes de seu citoplasma estiradas na forma de projeções pontiagudas. Apresentam limites bem demarcados e um citoplasma denso e cianofilico, onde as vezes se encontram pequenos vacúolos. Núcleo de formato esférico e ovalado costumam estar centralizados na célula. A cromatina é finamente granular por vezes avistando minúsculos nucléolos. CÉLULAS ENDOMETRIAIS • Podem estar presente no esfregaço, em geral podendo ser vistas na primeira semana ou nos primeiros 10 dias após o inicio da menstruação. Neste período ou fora dele, sempre que presente as células endometriais devem ser analisadas quanto a serem ou não anômalas. Como o epitélio endometrial varia bastante durante o ciclo menstrual ocorrem algumas variações na célula durante o ciclo. • Somente relatadas em laudo quando apresentarem alterações E/OU em mulheres acima de 45 anos ( Bethesda 2015). JUNÇÃO ESCAMO-COLUNAR O encontro entre a mucosa escamosa, mais clara, e a endocervical, mais escura, se chama Junção escamo-colunar (JEC) e se constitui um marco importante na localização de eventos da patologia cervical. TÉCNICAS PARA O EXAME PAPANICOLAU Normas de colheita das amostras cervicovaginais • As seguintes orientações devem ser fornecidas às pacientes antes da colheita das amostras citológicas: • Não estar menstruada. • Não realizar duchas vaginais e não usar drogas intravaginais (creme, óvulo) nas 48 horas que antecedem o exame. • Abstinência sexual nas 48 horas que antecedem o exame. TÉCNICA DE COLHEITA TÉCNICA DE COLHEITA COLHEITA DUPLA: ENDOCÉRVICE E ECTOCÉRVICE TÉCNICA DE COLHEITA Teste de Schiller ( lugol) – analisar preservação do epitélio. TÉCNICA DE COLHEITA • A maior área de cada mucosa deva ser representada na colheita, tanto em direção da ectocérvice quanto em direção ao canal, e sempre em toda a sua circunferência. • A fixação pode ser mergulhando em tubete com álcool 95%, ou na utilização de spray fixador ou gotejamento sempre imediato. TÉCNICA DE COLHEITA • CONFECCÇÃO DA LÂMINA: Contaminação da lâmina por material estranho, por falhas na colheita das amostras e confecção dos esfregaços. RECEBIMENTO DE MATERIAS • Pré-analítico: Nome requisição Nome frasco PREPARO DE LÂMINAS – MEIO LÍQUIDO PREPARO DE LÂMINAS – MEIO LÍQUIDO PREPARO DE LÂMINAS – MEIO LÍQUIDO PREPARO DE LÂMINAS – MEIO LÍQUIDO COLORAÇÃO DE PAPANICOLAOU COLORAÇÃO DE PAPANICOLAOU HIDRATAÇÃO (ALCOOL DECRESCENTE) HEMATOXILINA DE HARRIS (corante básico - cora em azul escuro profundo os núcleos, corando também bactérias quando presente) ORANGE G (corante ácido – cora o citoplasma das células escamosas mais altas, tende a corar também parcialmente hifas de fungos quando presentes. EA 36 (Corante policromático –Cora de verde brilhante as células escamosas mais profundas e o citoplasma de células glandulares e protozoários, quando presente) HEMATOXILINA: ATRAÍDA POR SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS (BASÓFILAS). ORANGE G E A EOSINA-ALCOOL: ATRAÍDA POR SUBSTÂNCIAS BÁSICAS (ACIDÓFILAS). COLORAÇÃO DE PAPANICOLAOU SCREENING
Compartilhar