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ANESTESICOS GERAIS INTRAVENOSOS: - Tiopental (desuso) - Propofol - Etomidato Tiopental (anestesia barbitúrica): Parou de ser utilizado. Somente utilizado IV, se usado fora da veia pode causar necrose do tecido e até amputação de membro. A injeção no subcutâneo pode causar necrose, comprometer artéria, gerando gangrena, acometer nervo e perder a função do membro. SEMPRE VERIFICAR O ACESSO!!! Aplicar soro fisiológico em grande quantidade para diluir o tiopental e tentar evitar a necrose do subcutâneo. Faz muita inflamação, mas não necrosa. Melhor deprime o SNC (maior depressor cerebral). Assim serve para animais com convulsão que não cessa com fenobarbital, diazepam e propofol (refratário a qualquer outro tratamento). É metabolizado exclusivamente no fígado, de forma complexa, 5%/hora. O animal não demora para acordar mesmo com metabolização lenta, o animal dorme rápido, mas acorda rápido. É o anestésico mais lipofílico, sendo o tecido adiposo pouco vascularizado, com exceção do cérebro que é muito vascularizado, assim o medicamento caminha diretamente e quase totalmente para o cérebro, a quantidade de gordura em relação ao volume é pouco, pois o cérebro é um órgão pequeno, a porcentagem de gordura é alta. Após 10 a 15 minutos ele se distribui por todo o tecido adiposo do organismo, sobrando pouco medicamento para cada tecido adiposo, incluindo o cérebro. Quando reaplicado o animal perdura dormindo por mais 30 a 40 minutos, a cada reaplicação o animal dorme por mais tempo, pois o acúmulo no tecido adiposo depois da primeira aplicação perdura a metabolização, então nas reaplicações o cérebro permanece com maior quantidade de anestésico. O anestésico tem efeito acumulativo. Não pode ser utilizado em infusão contínua. Efeitos sistêmicos – extremamente depressor cardiovascular, diminuição de débito cardíaco, de pressão, predispõe a arritmia, portanto não pode ser usado em cardiopatas; metabolismo 100% hepático, então não pode ser usado em hepatopatas; é nefrotóxico, não pode utilizar em nefropata; não pode em filhotes, recém-nascidos e cesárias, deprime o filhote, induzindo óbito; depressor respiratório. Tem excelente relaxamento muscular e depressor de SNC, então é útil para eutanásia. Com propofol, 15% dos animais tremem antes de relaxar, isso traz ao tutor que o animal está em sofrimento, mas é só uma atividade periférica em alguns receptores musculares. Como é grande depressor cardiovascular, pode parecer que o animal teve parada cardíaca pelo Tiopental, mas na verdade o pulso é que está muito fraco, necessário utilizar dose apenas para aprofundar o animal até dormir. O responsável realmente pela parada cardíaca é o cloreto de potássio. É uma boa escolha para animais que convulsionam e já não param com mais nada, a dose dada para isso não é tão alta como para anestesia, mas sempre avisar o tutor sobre os efeitos que pode causar. Pode ser utilizado em animais saudáveis, mas não é uma escolha muito boa. Foi a melhor escolha para traumatismo craniano, mas o propofol agora é a melhor escolha para essa situação. Propofol: Normalmente os anestésicos gerais injetáveis são utilizados antes da inalatória. Utilizado para procedimentos simples e rápidos (passar sonda, tirar pontos, colocar talas, realizar RX). Deve ser somente usado IV, mas não causa necrose como o tiopental, apenas gera dor. É metabolizado pelo fígado, rim, pulmão, intestino e proteína plasmática. É o mais indicado para hepatopatas. Muito rapidamente metabolizado e não se acumula no corpo, então pode ser reaplicado diversas vezes. Pode ser utilizado para ventilação mecânica, quando o animal precisa ficar em coma, pois pode ser utilizado quantas vezes necessário. Há dois tipos de propofol, oleoso (branco), é muito gorduroso, se ficar muito tempo no organismo do paciente, pode causar deslipidemia e aquoso (transparente) melhor para manter animal dormindo por muito tempo. Não é nefrotóxico, menos hepatotóxico, tem melhor qualidade de indução anestésica e melhor qualidade de recuperação anestésica (tende a dormir calmo e acordar calmo). Mas ele é bastante depressor respiratório dose-dependente e velocidade-dependente (se aplicado rápido demais o animal pode ter apneia) – ideal em 90 segundos (?). Ideal sempre ter a sonda ao lado, pois se ocorrer depressão respiratória o animal já é sondado e ventilado. Tem duração de 10 minutos e meia vida de 4 horas. Grande depressor cardiovascular, deprime débito cardíaco, cai PA, predispõe a arritmias, não pode ser aplicado em cardiopatas. Cardiopatias leves, sopros leves, podem utilizar. Representa o principal anestésico de indução, pouco depressor para a maioria dos órgãos, com exceção do coração, dorme tranquilo e acorda tranquilo. O propofol oleoso tem gordura e proteína, características passiveis de proliferação bacteriana. Em ampolas deve ser puxado todo o medicamento da ampola e o que sobrar deve ser descartado. Pode causar infecção hospitalar. TIVA –anestesia intravenosa total: administração de pouco propofol e opióides extremamente fortes (carfentani, remifentanil, são muito mais fortes que o fentanil), causando mínima depressão do sistema nervoso do paciente, mas causa grande depressão respiratória, porém como animal não está sedado, o animal pode ter apneia e vir a óbito. Etomidato: Medicamento que deve ser feito IV, mas dói independente dentro ou fora da veia. Dificilmente visto, pois animal já está com analgesia dos opióides. A metabolização pelo fígado e proteína plasmática, não é bom para hepatopatas. Não é nefrotóxico, deprime pouco a respiração e não há depressão cardiovascular. Portanto pode ser usado em nefropatas e cardiopatas. É muito ruim para relaxamento muscular, a maioria dos animais tem tremor forte e não tem muito aprofundamento, de péssima qualidade, não retira reflexo laringotraqueal de forma boa, então é difícil de intubar. Animal não acorda bem, normalmente excitados, então é utilizado relaxantes musculares e sedativos, normalmente utilizado benzodiazepínicos (midazolam), ajuda a deprimir o reflexo laringotraqueal. Etomidato gera hipoadrenocorticismo quando administrado, por até 6 horas. Então se já for um animal com hipoadrenocorticismo, não deve utilizar etomidado, se for obrigado a utilizar, administrar hidrocortisona antes. Se animal apresentar vômito, diarréia, com ou sem sangue, hipotensão, aparentar algum sintoma de hipoadrenocorticismo, aplicar hidrocortisona, pois o animal pode vir a óbito. Se fizer infusão contínua, o hipoadrenocorticismo fica tão grave que leva o animal a óbito, então não pode ser utilizado em infusão contínua.