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1. Introdução: Vitaminas são micronutrientes importantes no processo de metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Embora as vitaminas sejam substâncias essenciais ao organismo, a maioria dos animais não consegue produzi-las em quantidade suficiente, ou não as produz. Por esse motivo, a ingestão de alimentos que as contenham é necessária. No ser humano, a quantidade a ser ingerida pode variar conforme idade, sexo, estado de saúde e atividade física do indivíduo. As doses devem ser aumentadas em gestantes e lactantes, em indivíduos em crescimento ou com saúde debilitada, e mesmo trabalhadores em funções que exijam muito esforço físico. Mas, é um engano pensar que os alimentos podem ser trocados pelas vitaminas: sem a ingestão da comida, o organismo simplesmente não consegue absorvê-las. 2. Desenvolvimento: As vitaminas são classificadas conforme substâncias que as dissolvem. São lipossolúveis, solúveis em gorduras, as vitaminas A, D, K, armazenadas no fígado, e a vitamina E, que é distribuída para todos os tecidos de gordura no corpo. As substâncias lipossolúveis não são facilmente excretadas pelo organismo e tendem a se acumular provocando intoxicação se ingeridas em excesso. Outro grupo é o das hidrossolúveis, ou solúveis em água, como as vitaminas C e as do complexo B (1, 2, 3, 5, 6, 8 e 9), que permanecem no corpo por um pequeno período de tempo antes de serem excretadas pelos rins e, por essa razão, devem ser ingeridas diariamente. A B12 também é hidrossolúvel, mas permanece armazenada no fígado. Segue abaixo a tabela de classificação das vitaminas: Vitaminas Classificação Fonte Alimentar Funções Doenças Relacionadas A Lipossolúvel Vegetais de cor amarela e alaranjado, fígado, couve, espinafre ovos. Função ocular e visão, saúde da pele e mucosas. Xeroftalmia, unhas quebradiças, queda de cabelo, rachadura labial. D Lipossolúvel Peixes gordos como o atum e o salmão. Produção de insulina e a manutenção do sistema imunológico. Ajuda na absorção do cálcio. Raquitismo e osteoporose. E Lipossolúvel Óleos (girassol, amendoim), sementes de girassol, amêndoas, amendoim, vegetais de folhas verde-escuras. Antioxidante contra radicais livres; previne o câncer e doenças cardiovasculares; protege o sistema reprodutor; previne catarata; reforça o sistema imunológico. Dificuldades na visão e alguns distúrbios neurológicos. K Lipossolúvel Alimentos verdes, como vegetais de folhas e legumes (couve, couve de Bruxelas, brócolis, salsa). Coagulação do sangue e envolvida na construção dos ossos. Hemorragias, desnutrição, disfunção hepática e problemas intestinais. B1 Hidrossolúvel Vegetais de folhas (alface romana, espinafre), berinjela, cogumelos, grãos de cereais integrais, feijão, nozes, atum, carne bovina e de aves. Mantém sistema nervoso e circulatório saudáveis; auxilia na formação do sangue e no metabolismo de carboidratos; previne o envelhecimento; melhora a função cerebral; combate a depressão e a fadiga; converte o açúcar no sangue em energia. Alterações cardiovasculares, anorexia, inflamação na língua, seborreia, distúrbios do crescimento, fadiga e anemia. B2 Hidrossolúvel Vegetais, grãos integrais, leite e carnes. Formação de células vermelhas do sangue e anticorpos; envolvida na respiração e processos celulares; previne catarata; ajuda na reparação e manutenção da pele e na produção do hormônio adrenalina. B3 Hidrossolúvel Levedura, carnes magras de bovinos e de aves, fígado, leite, gema de ovos, cereais integrais, vegetais de folhas (brócolis, espinafre), aspargos, cenoura, batata-doce, frutas secas, tomate, abacate. Aumenta a circulação; reduz triglicérides e colesterol; ajuda no funcionamento adequado do sistema nervoso e imunológico; regula o açúcar no sangue; protege o corpo contra poluentes e toxinas. B5 Hidrossolúvel Carnes, ovos, leite, grãos integrais e inteiros, amendoim, levedura, vegetais (brócolis), algumas frutas (abacate), ovário de peixes de água fria, geleia real. Ajuda na formação de células vermelhas do sangue e na desintoxicação química; previne degeneração de cartilagens; ajuda na construção de anticorpos; reduz colesterol e triglicérides; ajuda nas disfunções hormonais. B6 Hidrossolúvel Cereais integrais, semente de girassol, feijões (soja, amendoim, feijão), aves, peixes, frutas (banana, tomate, abacate) e vegetais (espinafre). Reduz o risco de doenças cardíacas; ajuda na manutenção do sistema nervoso central e no sistema imunológico; reduz espasmos musculares; alivia enxaquecas e náuseas; reduz o colesterol; melhora a visão; previne aterosclerose e câncer. B7 Hidrossolúvel Carne de aves, fígado, rins, gema de ovo, couve-flor, ervilha. Auxilia no crescimento celular, produção de ácidos graxos e redução de açúcar no sangue; combate infecções; promove a saúde das glândulas sudoríparas, do tecido nervoso, da medula óssea, das glândulas sexuais e células sanguíneas; previne a calvície; alivia dores musculares; baixa a intolerância à insulina em diabéticos. B9 Hidrossolúvel Fígado, rins, vegetais de folhas verdes, couve-flor. Manutenção dos sistemas imunológico, circulatório e nervoso; antitóxico; ajuda a combater o primeiro infarto, o câncer de mama e de cólon, parasitas intestinais e envenenamento alimentar; diminui o risco de aterosclerose; promove a saúde dos cabelos e da pele; reforça o sistema imunológico e o sistema nervoso central. B12 Hidrossolúvel Fígado, rins, carnes, peixes, ovos, leite, queijo. Auxilia a síntese de células vermelhas do sangue; manutenção do sistema nervoso; ajuda no crescimento e desenvolvimento do corpo. C Hidrossolúvel Frutas cítricas frescas (laranja, limão, tomate abacaxi, mamão papaia) e vegetais frescos (repolho, couve-flor, espinafre, pimentão verde). Indispensável para a síntese do colágeno; ajuda na manutenção das funções glandulares e do crescimento; manutenção dos tecidos; previne o câncer; aumenta a imunidade; protege contra infecções. Colina Hidrossolúvel Lecitina de soja, gema de ovo. Ajuda na memorização e no tratamento do Alzheimer; controla o colesterol e as gorduras no corpo; ajuda a eliminar substâncias tóxicas (venenos e drogas) e na reconstrução do fígado danificado pelo álcool. Hipovitaminose: A hipovitaminose ou avitaminose é o quadro em que as quantidades de vitaminas (de qualquer uma delas) está abaixo da quantidade ideal. Geralmente estas deficiências acontecem decorrentes da alimentação incompleta, mas também podem aparecer como consequência de outros problemas de saúde. Como as vitaminas podem ser estocadas e usadas de diferentes formas, em diferentes locais e diferentes taxas de reposição, seu consumo, afim de evitar hipovitaminose, precisa acontecer em frequências diferentes. Por exemplo, as vitaminas A, B12 e D podem ser estocadas em grandes quantidades e podem durar meses, no caso da A e D e até anos, no caso da B12. Por outro lado, outras vitaminas como a B3 e vitamina C são capazes de serem estocadas em pequenas quantidades e os estoques da vitamina B3 pode durar apenas poucas semanas, fazendo com que a necessidade de ingestão delas aconteça mais frequentemente. Quando o indivíduo não repõe a quantidade das vitaminas na frequência necessárias, algumas atividades celulares ficam prejudicadas, e assim alguns problemas no organismo fazem com que sintomas apareçam e que a permanência na condição hipovitamínica desencadeie doenças de diversas naturezas. Existem duas classificações para a origem das hipovitaminoses: a hipovitaminoseprimária e a secundária. Na primária é dito que o motivo da deficiência vitamínica se deu em decorrência da insuficiência de ingestão da mesma. Na secundária, esta deficiência se dá decorrente de outros problemas de saúde que diminuem a absorção, a utilização ou mesmo a função das vitaminas no organismo. Fatores que envolvem estilo de vida e fatores de risco, como o consumo em excesso de álcool ou tabagismo, estão relacionados com o desenvolvimento da hipovitaminose secundária. Hipervitaminose: A hipervitaminose é o quadro clinico cuja concentração de determinada vitamina está excedente em relação a quantidade ideal para ela. É muito raro e pouco provável que a hipervitaminose seja alcançada através das fontes alimentares comuns, mas que o excesso de vitamina(s) seja ocorrido devido à suplementação indevida. Algumas vitaminas possuem certos efeitos colaterais quando são armazenadas no organismo em grandes quantidades. Os sintomas comumente documentados são náusea, vômitos e diarreia. É possível que tais sintomas desapareçam ao cessar a suplementação vitamínica excessiva, no entanto podem elas podem gerar consequências mais graves As hipervitaminoses são classificadas de acordo com a vitamina que está em excesso: Hipervitaminose A, hipervitaminose B, hipervitaminose C, hipervitaminose D e hipervitaminose K. Uma vez que a vitamina A está relacionada com o inchaço das células, o excesso da mesma, podem causar um rompimento das células, o que pode ser altamente tóxico para o tecido. Alguns sintomas da hipervitaminose A incluem visão turva, confusão mental, sonolência, aumento da pressão intracraniana, dor de cabeça, palidez, maior sensibilidade à luz solar, entre outros. A intoxicação pode ser aguda, onde o tempo da superingestão deu em algumas horas ou poucos dias, ou crônica, onde a superingestão se dá durante meses ou anos e é considerada mais grave que a forma aguda. A hipervitaminose D leva a hiper-concentração de cálcio no sangue o que pode levar a hiper-calcificação de ossos e mesmo de tecidos moles como coração e rins. Os sintomas de hipervitaminose D incluem desidratação, náuseas, queda de apetite, constipação, fadiga e fraquezas musculares. Tais sintomas levam meses para aparecer após o excesso de ingestão de ingestão de vitamina D. Evidencias mostram que a hipervitaminose D pode estar correlacionada com doenças cardiovasculares (formação de placas de ateroscleroses) uma vez que a vitamina D que é suplementada na dieta, percorre um caminho diferente no organismo em comparação a vitamina D naturalmente ativa na pele pelos raios solares. A vitamina E é uma vitamina envolvida nos processos anti-coagulantes e, portanto, seu excesso está diretamente relacionado com riscos de sangramentos excessivos. Os sintomas da hipervitaminose E são aumento no sangramento, diminuição na produção dos hormônios tireoidianos e aumento nos níveis de triglicerídeos. De maneira geral, é pouco comum haver hipervitaminose K, no entanto a suplementação excessiva pode provocar sintomas característicos como doenças hepáticas e anemia hemolítica. Em crianças é possível que haja danos cerebrais. A vitamina K é a única vitamina cujos valores ideais de suplementação não está completamente claro, pois seus níveis não dependem unicamente da alimentação, mas também da produção dos microrganismos intestinais. Orlistat: O Orlistat é um fármaco utilizado no tratamento da obesidade. Produzido pelo Streptomyces toxytricini tem a propriedade de impedir a atuação das lipases do tubo intestinal e assim diminui a absorção de gorduras. Orlistate não é considerado um supressor da fome, pois atua de modo diferente, atingindo as enzimas pancreáticas e gástricas responsáveis pela digestão da gordura. Deste modo, os lipídeos são evacuados com as fezes, arrastando consigo uma série de vitaminas (as lipossolúveis A, D, E e K) e causando flatulência, desconforto, fezes oleosas e forte odor desagradável. 3. Referências: https://www.merckmanuals.com/home/disorders-of-nutrition/vitamins/overview-of-vitamins; acesso em 06/05/18. http://saude.ig.com.br/vitaminas/; acesso em 06/05/18. http://www.gallica.com.br/arquivos/site/materia-prima/orlistat.pdf; acesso em 06/05/18.