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GLOBALIZAÇÃO E COMÉRCIO EXTERIOR Profa.: Luz Melo AULA 6 - CONTRATOS INTERNACIONAIS: SOLUÇÃO DE CONFLITOS Direito Interno e Direito Internacional Estados Soberanos Cada estado ou país é uma entidade própria, autônoma, um sujeito de direito público, com capacidade e personalidade que se manifestam por meio dos seus órgãos: legislativo, executivo e judiciário. Exerce suas prerrogativas em prol do bem comum, garantindo os direitos dos seus cidadãos, através da Lei. Soberania Independência Autonomia ELEMENTOS INTEGRANTES DOS ESTADOS: Território Povo Soberania SISTEMAS JURÍDICOS: Common Law – aplicação do direito consuetudinário (costumeiro) Civil Law – Leis escritas e codificadas ESTADO SOBERANO O Estado soberano, além de “criar e dizer” o direito em seu território, aplicável para regular as obrigações que ali se constituem, tem a faculdade de criar, manter ou terminar relações com outros Estados. Como entender um mundo globalizado, na era da internet, em que as relações entre os indivíduos, global players e entre os próprios Estados não possuem mais fronteiras, sem admitir a existência de regras e diretrizes que possam ser aplicadas, entre os países, para regular as situações que por acaso venham a surgir? Sim, elas existem, são chamadas “AS REGRAS UNIFORMES”. REGRAS UNIFORMES TRATADOS Os Estados e as Organizações Internacionais, por meio de acordos, estabelecem as normas de conduta que se obrigam a seguir em suas relações internacionais entre Estados e indivíduos de seus territórios. Estes acordos ajudam a intensificar o comércio e o fluxo de pessoas dentro de proteção legal uniforme e harmoniosa, internacionalmente. Estes tratados têm importância fundamental para a “Nova Ordem Internacional”, geram a responsabilidade de cada Estado perante os demais signatários e perante a Sociedade Internacional em cumprir o que foi acordado. Este fato reflete-se na política externa, baseada na confidencialidade e na credibilidade. Com incidencia Na época do apagão o governo reduziu impostos dos geradores. TEC = Tarifa Externa Comum TRATADOS EXEMPLOS: Proteção de marca em diversos países – Trade Related Aspects of Intellectual Property Rigths - TRIPS Double Taxation Treaties - Dupla Tributação Como cada um dos acordos realizados deve entrar no direito interno para que seja cumprido e aplicado dentro do seu território? O Estado decide... Brasil: requer ratificação pelo Congresso Nacional e a promulgação pelo presidente da República. Através de um meio de internalização de contratos. Com incidencia Na época do apagão o governo reduziu impostos dos geradores. TEC = Tarifa Externa Comum LEX MERCATORIA Lex Mercatoria Lei do Mercado Proibidas = Produtos de Cuba. Devido ao embargo imposto pelo governo americano. Suspensas = Podem ser temporárias, como as cadeirinhas de bebe que estavam sofrendo recall nos EUA Consignação = A mercadoria vai mas pode voltar. Em alguns casos pode haver prorrogação. Normalmente por 90 dias. Pode ser vendida uma parte e a outra voltar. Nesse caso, a parte vendida vira um importação normal. LEX MERCATORIA: CONCEITO MODERNO É um conjunto de práticas adotadas, reiterada e uniformemente, pelos agentes econômicos para regularem as relações comerciais internacionais. Entre elas destacam-se: a harmonização e unificação legislativa, a adoção de contratos-tipo (padronizados), as condições gerais de diversas instituições e o recurso às normas padronizadas da Câmara de Comércio Internacional (Incoterms, Normas sobre Crédito Documentário e outras). LEX MERCATORIA Considerando a diversidade de legislações, cada uma aplicada no âmbito do seu Estado, diante de determinado problema relativo à relação entre partes de distintos países ou decorrendo do que foi acordado entre as partes em um contrato internacional, qual a regra (ou direito) que iremos aplicar para resolvê-lo? Considerando esta diversidade, é necessário definir-se o direito (lei) e o foro (tribunal) aplicáveis para regular o contrato internacional. SITUAÇÃO INTERNACIONAL: Exportação/Importação Agentes comerciais Licenciamento de marca Outros... DIREITO E FORO APLICÁVEIS REGRAS DE DIREITO INTERNACIONAL: Conflito de leis no espaço Extraterritorialidade da lei Concorrente (tribunal) AUTONOMIA DA VONTADE: o princípio da autonomia da vontade, aplicável aos contratos, possibilita que as partes elejam o foro (tribunal) de sua conveniência e escolham as leis que devem reger seus contratos. O princípio da autonomia da vontade “costuma” prevalecer sobre as regras de direito internacional privado. DIREITO E FORO APLICÁVEIS Um equipamento de produção para ser importado, tem que ser feito um exame para verificar se não existe equipamento similar no mercado brasileiro. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO (CONFLICTS OF LAW): designação atribuída à matéria que procura encontrar soluções para a hipótese em que as relações entre partes privadas estejam conectadas a mais de um ordenamento jurídico nacional – situações de conflito de aplicação no espaço das leis. Regras de Jurisdição nos contratos: a escolha de um país neutro Regras emitidas pela Conferência de Direito Internacional de Haia e pelo Instituto para a Unificação do Direito Privado (Unidroit) Leis-Modelo editadas pela Comissão das Nações Unidas para o Direito do Comércio Internacional (Uncitral) Convenção de Haia para Disciplinar a Compra e Venda Internacional SOLUÇÃO DE CONFLITOS Um equipamento de produção para ser importado, tem que ser feito um exame para verificar se não existe equipamento similar no mercado brasileiro. Autonomia da vontade das partes: liberdade de escolha da Lei e do tribunal (corte) Limites à aplicação da lei estrangeira: Situação jurídica multiconectada - a lei e o foro brasileiro Consenso quanto às vantagens de composição amigável dos conflitos Custo Demora nas sentenças Incerteza quanto ao resultado Outras... SOLUÇÃO DE CONFLITOS AS DIVERSAS FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS – THE ALTERNATIVE DISPUTE RESOLUTION TECHNIQUES (ADR): A CONCILIAÇÃO: as partes com a ajuda de um terceiro (o conciliador) negociam o fim da disputa. A MEDIAÇÃO: um terceiro, colaborador – mediador, expõe às partes as vantagens de uma solução negociada, mas não interfere na negociação propriamente dita. A ARBITRAGEM: o(s) terceiro(s), denominados árbitros, emitem, efetivamente, um julgamento para a disputa, indicando quem está com a razão. SOLUÇÃO DE CONFLITOS A CCI APROVOU REGRAS DE ADRS ( THE ALTERNATIVE DISPUTE RESOLUTION TECHNIQUES) PREVENDO AS SEGUINTES MODALIDADES: A NEUTRAL EVALUATION: decisão não vinculante por um expert neutro sobre o tema em questão. A EXPERT DETERMINATION: esclarecimento de ponto controverso no contrato, por meio de um laudo emitido por um técnico neutro. O MINI-TRIAL: exame de um ponto controvertido por um painel constituído por gerente (não envolvido no projeto em questão) de cada parte e um terceiro neutro. Este painel poderá fazer recomendações e tentar fazer com que as partes cheguem a uma solução. SOLUÇÃO DE CONFLITOS A ARBITRAGEM COMO TÉCNICA DE SOLUÇÃO PRIVADA CONFLITOS: A arbitragem é a técnica que visa dar solução ao conflito entre as partes por intermédio de uma ou mais pessoas – o(s) árbitro(s) com poderes resultantes de convenção privada e decidem, com base nessa convenção. Os árbitros não estão investidos de poder pelo Estado, são pessoas do mercado, traders, homens de negócio com experiência na área objeto do litígio, advogados ou outros que possam apreciar a causa com competência e imparcialidade. A decisão do árbitro é irrecorrível. CARACTERÍSTICAS DA ARBITRAGEM: Neutralidade dos árbitros Expertise dos árbitros quanto ao tema do litígio Possibilidade de ser acordada a confidencialidade do processo Celeridade ( máximo de 6 meses) Menor custo. SOLUÇÃO DE CONFLITOS A ARBITRAGEMEXIGE: Cláusula compromissória: cláusula no contrato que se refira a este tipo de solução de conflitos. Compromisso: instrumento firmado pelas partes em que acordam submeter o litígio à arbitragem. TIPOS DE ARBITRAGEM: Ad hoc – aquela que não utiliza regras ou infraestrutura de nenhuma instituição arbitral. Institucional – Submete-se às regras de uma instituição beneficiando-se de sua infraestrutura, da experiência e dos seus árbitros, caso existam. SOLUÇÃO DE CONFLITOS INSTITUTO DE ARBITRAGEM DO BRASIL: LEI DA ARBITRAGEM: Lei nr. 9.307/96 – vigor no início de 1997. TÓPICOS PRINCIPAIS DO ARCABOUÇO JURÍDICO DA ARBITRAGEM: Matérias arbitráveis Processo arbitral e direitos das partes Convenção de arbitragem – lei-modelo de arbitragem da Uncitral Executoriedade da cláusula compromissória: A cláusula arbitral deve ser honrada pelas partes no contrato (acordo bilateral) – Protocolo de Genebra/1923 e Convenção do Panamá/1975. SOLUÇÃO DE CONFLITOS Assista ao vídeo sobre a solução de conflitos: www.youtube.com/watch?v=5QPNT6vX_D4 SOLUÇÃO DE CONFLITOS ANDRADE, C.C.Borromeu de...[ et al.]. Comércio exterior e negócios internacionais (FGV Management), Rio de Janeiro: editora FGV, 2014. DOLINGER, Jacob. Direito internacional privado. Rio de janeiro: Renovar. 2008 MEDEIROS DA FONSECA, Arnoldo. Caso fortuito e teoria da imprevisão. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1958 BIBLIOGRAFIA OBRIGADA!
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