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Concepção e Formação do Ser Humano Lorena Fagundes 1. Aspectos Pré-Concepcionais 1.1 Órgãos Reprodutores Masculino: composto por testículos (onde ficam os túbulos seminíferos), o epidídimo (armazena espermatozoides), ducto deferente (longo tubo), ducto ejaculador (deferente + túbulo da vesícula seminal que desembocam na uretra), uretra, pênis, tecido erétil (três colunas que envolvem a uretra; se enche de sangue sob pressão), duas vesículas seminais (secreta muco com frutose, ácido cítrico, prostaglandina e fibrinogênio), glândulas bulbouretrais (lubrificação durante ato sexual) e próstata (secreta líquido com Ca²+, citrato, fosfato, enzima coagulante, pró-fibrilisina, sendo assim, alcalino). Externamente, há a glande, o prepúcio e o corpo do pênis. Feminino: composto por vagina (passagem para a entrada do pênis e saída do feto e de endométrio), útero, túbulo da vagina (espaço entre pequenos lábios), orifício vaginal, hímen (dobra de membrana que envolve orifício), ovários (produz os oócitos/ovócitos, estrógenos e progesterona), tubas uterinas/trompas de falópio. Externamente, há a vulva, onde existem o clitóris (região que promove o estímulo sexual), orifício externo da uretra, grandes lábios (dobras externas), pequenos lábios (dobras menores), orifício vaginal. Útero – constituído por corpo (2/3 superiores) e cérvice (1/3 inferior). Divide-se em fundo (posterior), canal cervical, orifícios interno e externo. O corpo é composto por perimétrio (delgada), miométrio (espessa e com musculatura lisa), endométrio (possui 3 camadas na fase secretora: compacta, esponjosa e basal, sendo que esta última não descama). Tubas Uterinas – composta pelas regiões, da mais lateral para medial: fímbrias, infundíbulo, ampola e istmo. 1.2. Sistema Límbico Composto por circuito neuronal responsável por controle emocional e motivacional. Assim, é formado por hipotálamo, estruturas subcorticais ao seu redor (áreas septal, paraolfatória, núcleo anterior do tálamo, partes do gânglio da base, hipocampo e ammígdala) e o córtex límbico envolta delas (se inicia na região orbitofrontal, passa pelos giros subcaloso, cingulado e para-hipocâmpico, finalizando no unco). Esse sistema se comunica com o sistema nervoso pelo fascículo prosencefálico medial. Assim, o hipotálamo é o centro de tudo e envia sinais ascendentes para o infundíbulo hipotalâmico, para trás e para baixo. Os seus centro de controle atuantes no ato sexual são: hipotálamo posterior (calafrio, dilatação pupilar e elevação de P.A.), núcleos ventromedial e arqueado (controle neuroendócrino). No ato sexual, as emoções são agradáveis, ou seja, ativam os centros de recompensa, os quais são: fascículo prosencefálico medial, núcleos lateral e ventromedial. Contudo, depende do estímulo, se é intenso ou não. Ademais, os responsáveis por associar estímulos às recompensas são a amígdala e o septo. Dopamina: suas três vias estão ligadas aos centros de recompensa, fazendo parte da libido (vontade sexual). Acetilcolina: excitação genital. Noraepinefrina: presente durante orgasmo. Prolactina: reduz a libido. 1.3 Mudanças na Puberdade Elas acontecem por consequência de glândula localizada no 3º ventrículo, o hipotálamo, que secreta o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) através de neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo, os quais passam pelo trato tuberoinfundibular e desembocam no sistema porta hipotalâmico-hipofisário, seguindo para adeno-hipófise, onde o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH) são acionados e secretados pelos gonadotrofos, que enviam mensagens ao sistema límbico. O LH e o FSH são os responsáveis pela secreção de testosterona, estrogênio e progesterona no ser humano, os quais são hormônios secretados pelas gônadas sexuais (testículos e ovários) e desencadeadores da puberdade em ambos os sexos, apesar de no homem, haver maior atuação da testosterona e na mulher, o estrogênio. Enfim, a correlação entre essas glândulas é denominada de eixo Hipotálamo-Hipófise-Gonadal. O GnRH antes da puberdade é inibido por qualquer esteroide presente no corpo. No Homem: o LH estimula as células intersticiais de Leydig a secretarem testosterona, que faz feedback negativo, visto que em excesso reduz GnRH, enquanto o FSH ativa as células de Sertoli para a promoção da espermatogênese e a liberação de inibina para o feedback negativo desse hormônio. A partir da liberação de testosterona, ocorre o crescimento de pelos, hipertrofia da mucosa laríngea, alargamento da laringe, desenvolvimento muscular, aumento metabólico, de hemácias e de proteínas. Também, há hipertrofia da próstata, que permanece com esse tamanho dos 20 aos 50 anos, quando ela atrofia. Quando o menino perde seus testículos antes da puberdade, ele entra no estado de Eunuquismo, perdendo suas características sexuais. Quando o feto está na barriga, o HCG faz com que haja liberação de testosterona no menino para desenvolvimento de testículos. Androgênos: testosterona, androstenediona (forma da testosterona que se liga aos sulfatos para ser excretada) e di-hidrotestosterona (testosterona se armazena neste formato). Na mulher: o LH faz a ovulação e o FSH causa o crescimento de 6-12 folículos e eleva a produção de estrogênio e inibina, que fazem o seu feedback negativo. O estrógeno/estrogênio aumenta o LH; estimula a continuação da oogênese/ovogênese; início de ciclo menstrual e do ciclo ovariano; aumento de trompas; ovários, vagina, útero; vulva passa a acumular gordura; epitélio externo que era cuboide se torna estratificado; as mamas se desenvolvem; crescimento ósseo; aumento metabólico; elevação de armazenamento de gordura; pele se torna macia e lisa. Já a progesterona, liberada pelo corpo lúteo, altera as mamas e promove crescimento de endométrio, bem como faz feedback negativo de FSH. 1.4 Gametogênese É o processo de produção de gametas e ocorre através de mitose seguida de duas meioses. Mitose: prófase (condensação de ccromossomos, desintegração de nucléolo e de envoltório nuclear), metáfase (cromossomos ficam no equador da célula), anáfase (separação de cromátides-irmãs e migração delas para polos opostos), telófase (citocinese). Assim, há a multiplicação de células-mães. Meiose I: prófase (além dos eventos ocorridos na da mitose, há pareamento de cromossomos homólogos e recombinação genética/crossing-over), metáfase, anáfase (cada cromossomo homólogo segue para um polo diferente), telófase. Meiose II: prófase, metáfase, anáfase (separação de cromátides-irmãs), telófase. Logo, são geradas 4 células-filhas, cada uma com 1 cromátide/cromossomo. 1.4.1 Espermatogênese Na 8ª semana do embrião, o testículo é formado apenas por cordões seminíferos com células germinativas e de Sertoli (secretores de hormônio antimulleriano, o qual su´rime os ductos de Muller a formarem o trato feminino). A placenta secreta hCG, estimulante das células de Leydig, assim, havendo liberação de testosterona para desenvolvimento de aparelho genital masculino. Essas últimas células se degeneram e só retornam na puberdade por estímulo de LH em prol do “start” da espermatogênese. Esse processo se inicia a partir das espermatogônias, as quais podem ser do tipo A, que são células-tronco, ou do B, descendentes de A que seguem para a meiose I por influência de ácido retnoico. Assim, as espermatogônias crescem, duplicam DNA e fazem meiose I, sendo chamadas de espermatócitos primários, se dividindo em 2 espermatócitos secundários. Estes sofrem meiose II, segregando-se em 4 espermátides. Aespermátides sofrem Espermiogênese, visto que do complexo de Golgi da cada uma delas, migram vesículas com enzimas que se achatam sobre o nucléolo, formando o acrossomo. O DNA se condensa com a substituição de histonas por protaminas, as quais têm seu RNAm armazenado no corpo cromatoide. Assim, o DNA fica menos susceptível a danos e o núcleo se alonga (por conta da pressão dos microtúbulos). O flagelo/cauda passa a ter 4 porções: peça intermediária (9 fibras ao redor do axonema + mitocôndrias), peça proximal (pescoço/colo; contém a peça conectora formada por fibras que envolvem o axonema), peça principal (abaixo do ânulo – anel proteico ligado à membrana que evita deslocamento mitocondrial -; é a maior parte caudal; formada por axonema, que são 7 fibras com uma bainha fibrosa) e a peça terminal (sem fibras). No fim, a espermiogênese, há a perda do excesso de citoplasma, denominado de corpo residual, pelo alongamento celular. Logo, acontece a Espermiase, na qual os espermatozoides são liberados nos túbulos seminíferos. 1.4.2 Ovogênese/Oogênese As ovogônias surgem na vida intrauterina da menina e são transformadas em ovócitos primários no primeiro trimestre gestacional, sendo que estes param na prófase I, pois há um alto teor de AMPc, produzido pelos próprios ovócitos e células foliculares, sendo estas últimas também produtoras de GMPc, que inativa enzima redutora de AMPc. Assim, essa alta quantidade inativa o promotor de maturação (MPF), que desenvolveria a meiose I. Depois da puberdade, sob influência de LH, a quantidade de AMPc se reduz, o MPF é acionado e a meiose I continua, gerando o ovócito secundário e um corpúsculo polar, visto que a citocinese é assimétrica. O ovócito secundário, coberto por zona pelúcida (material amorfo) e corona radiata (células foliculares) entra em meiose II e é interrompido na metáfase. No momento em que o espermatozoide entra, os níveis de Ca²+ aumentam, acionando a quinase dependente de Ca²+, que degrada MPF e dá seguimento à meiose II, que libera o ovócito maduro e o segundo corpúsculo polar. Se não houver fecundação, o ovócito faz autólise. 1.4.3 Ciclo Ovariano Seu desenrolar é feito com mudanças cíclicas nos ovários. a) Desenvolvimento Folicular – folículo primário cresce enquanto seu tecido conjuntivo adjacente se diferencia, gerando a teca folicular (suas células são derivadas de interstício ovariano), uma cápsula divida em teca interna, composta por vasos (que surgem pelo fator angiogênese liberado pela própria teca) e glândulas secretoras de estrógeno e progesterona, e teca externa, formada por tecido conjuntivo. Durante os primeiros dias, as quantidades de LH e FSH aumentam, de modo que este fica mais elevado que aquele, fazendo com que o desenvolvimento folicular aumente. A teca interna vai produzir um líquido folicular com os esteroides, principalmente estrogênio, os quais se acumulam, formando o antro (líquido circundado pelas células murais da granulosa), logo, o folículo passa a ser chamado de secundário/vesicular. Neste, o ovócito primário está excêntrico e envolvido por acúmulo de células foliculares, que formam o cúmulus oóforos. Ademais, algumas células deste destacam-se do folículo. b) Ovulação – o folículo tem um surto de crescimento, se transformando em folículo terciário/de Graaf e um intumescimento cístico no ovário, onde aparece um pequeno ponto avascular, o estigma. Nas próximas 12/24 horas, há um pico de LH, induzido pelo alto teor de estrogênio, que propicia aumento de receptores de LH e a tumefação do estigma, que se rompe por conta da pressão intrafolicular (rápida e intensa angiogênese + secreção de prostaglandinas/vasodilatadores), digestão enzimática da parede folicular e da contração de musculatura lisa (estimulada por estrógenos), liberando o ovócito secundário com o fluído folicular. Esse ovócito é expelido circundado por complexo cumulus-ovócito, composto por zona pelúcida e corona radiata, uma ou mais camadas de células foliculares. Zona Pelúcida: composta de três glicoproteínas (ZPA, ZPB, ZPC), que formam uma rede de filamentos com múltiplos poros. Atresia: como o FSH aciona de 6 a 12 folículos primários, porém apenas 1 participa da ovulação, os demais se tornam atrésicos, ou seja, involuem por secreção de inibina B pelas células granulosas, bem como por elevação rápida e diferenciada de estrogênio, assim, reduzindo a quantidade de FSH. c) Fase Lútea – teca e folículo colabam, compondo o corpo lúteo (possui inclusões lipídicas que o tingem de amarelo), uma estrutura glandular secretora de progesterona sob influência de LH e a qual induz a preparação do endométrio para a chegada do blastocisto. A partir disso, o corpo lúteo, pode seguir dois caminhos: Ovócito fecundado: ele cresce e aumenta a produção de progesterona estrogênio, sendo impedido de ser involuido pela secreção de gonadotrofina coriônica humana (hCG), liberada pelo sinciiciotrofoblasto do córion. Isso ocorre até a 20ª semana de gestação, quando a placenta passa a exercer o papel do corpo lúteo. Sem fecundação: ele involui após 10/12 dias da ovulação e se transforma em tecido cicatricial branco do ovário, formando o corpo albicans. A sua degeneração se dá pela secreção de inibina, que reduz FSH. Depois de 2 dias desse ocorrido, a parada súbita de secreção de inibina, estrogênio e progesterona, reinicia-se a liberação de FSH e LH, recomeçando o ciclo ovariano. Esse ciclo só para na menopausa, 48-55 anos da mulher, em que há o climatério, marcado pelas alterações endócrinas, psicológicas e somáticas. 1.4.4 Ciclo Menstrual Ocorre mediante as mudanças hormonais determinadas pelo ciclo ovariano, as quais alteram o revestimento uterino. O ciclo se inicia na fase menstrual (5-8 dias), ou seja, quando o endométrio tem suas camadas compacta (glândulas + estroma denso) e esponjosa (glândulas + estroma frouxo), que compõem a camada funcional, eliminadas pela vagina; ação denominada de menstruação. Esse estágio ocorre na ausência de fecundação, portanto, queda brusca de progesterona e presença de vasoconstrictor/endotelina, que causam vasoespasmos em endométrio e miométrio. Assim, há isquemia, necrose e hemorragia (lesão de vasos propicia ruptura de suas paredes e extravasamento de sangue) tecidual. Não há coagulação por conta da liberação de fibrolisina com material necrótico. Enorme quantidade de leucócitos é liberada na menstruação, dando certa resistência uterina contra infecções. Na fase proliferativa, que ocorre durante 9 dias e em desenvolvimento folicular, o aumento de estrógeno promove regeneração tecidual do endométrio com suas glândulas, secretoras de muco auxiliador pela entrada de espermatozoides no canal cervical, e arteríolas. Deste modo, o endométrio alcança a espessura de 12mm. Após a ovulação, há a fase secretora, que dura 13 dias, induzida pela progesterona, que estimula as glândulas a secretarem substância rica em glicogênio e a se tornarem tortuosas, largas e saculares. As artérias crescem de modo a formarem anastomoses arteriovenosas diretas e o endométrio se alarga. 1.5 Ato Sexual No homem, o estímulo psíquico e da glande do pênis promove a sensação sexual para o sistema nervoso central, visto que a massagem do órgão emite sinais sexuais para o nervo pudendo e então, plexo sacral e se difunde pela medula e regiões inespecíficas do cérebro. O estímulo de regiões perianais também causa essa ação, bem como inflamação de órgãos sexuais. Como resultado do ato, há a ereção peniana, causada pelos nervos parassimpáticos, que liberam ou/e peptídeo intestinal vasoativo. O óxido nítrico ativa a guanililciclase pela formação de GMPc (reduz Ca²+), que relaxa as artérias penianas e as malhas trabeculares do músculo liso, logo, aumentando o fluxo sanguíneo do pênis e dilatando o tecido erétil, portanto, propiciando a ereção. Quando o estímulo sexual fica intenso, sinais simpáticos são emitidos de T-12 e L-2 na medula e passam pelos nervos hipogástrico e pélvico, iniciando a emissão da ejaculação. Ela começa com a contração no canal deferente para expulsar espermatozoides e depois, com ação prostática e da vesícula seminal para impulsionar o esperma para frente, assim como de glândulas bulbouretrais, formando sêmen. Com o enchimento da uretra, sinais são enviados para o nervo pudendo, provocando sensação de plenitude, que causa contrações de músculo isquiocavernoso e músculo bulbocavernoso, que comprimem todo o tecido erétil, gerando a ejaculação. Dessa forma, desde a emissão da ejaculação, ocorre o orgasmo masculino. Por fim, isso é cessado em ½ minutos. Já na mulher, há os estímulos psíquicos e no clitóris, que contém tecido erétil e dilata com impulso parassimpático, visto que NO, acetilcolina e VIP são secretados. Esse impulso passa ao nervo pudendo e às glândulas bilaterais de Bartholin, localizadas abaixo dos grandes lábios e as quais secretam muco no introito, garantindo lubrificação. Quando o estímulo atinge intensidade máxima, há o clímax feminino, que auxilia na fertilidade da mulher. Durante o orgasmo, os músculos perineais se contraem, aumentando a motilidade uterina e falopiana, bem como a dilatação do canal cervical. Por fim, durante minutos, há a sensação de plenitude. 1.5.1 Métodos Contraceptivos Tabelinha: consiste em evitar relações sexuais durante período fértil/ovulação (3 dias após menstruação e 7 dias antes, bem como durante). Melhor para mulheres com ciclo menstrual regular. Muco Cervical/Billings: analisar a variação de muco vaginal no período fértil (não aparece após 2/3 dias de menstruação; similar à clara de ovo), de modo que quando ele estiver presente, não deve ser feita a relação sexual. Contraindicado para mulher com infecção vaginal/corrimento. Temperatura/Ogino-Knauss: temperatura normal varia de 36ºC a 36,5ºC, contudo, na mulher, diminui antes da ovulação e sobe durante. Coito Interrompido: quando homem retira o pênis antes de ejacular. Pouco seguro, pois o homem tem que ter muito autocontrole e não deve ter espermatozoides escapando antes. Camisinha/Preservativo: capa de borracha usada no homem ou na mulher. No pênis, colocar antes da ereção, deixando uma folga na ponta, apertando-a antes para retirar o ar. Desenrola-se até o fim do pênis e a retira após a ejaculação com o pênis ainda ereto, segurando a camisinha pela borda. Na mulher, é uma bolsa com forma de tubo, fina e resistente que é colocada dentro da vagina. A vantagem da camisinha é a prevenção não só de gravidez, mas de doenças também. Espermicidas: geleias/comprimidos que destroem os espermatozoides. É colocado na vagina 10-15 minutos antes do ato sexual. Diafragma: pequeno disco de borracha colocado na vagina com o dedo e esperar 8 horas para retirar. Exige-se consulta médica para a orientação de seu uso. Deve ser lavado e conservado seco. Durabilidade: 2 anos. Dispositivo Intra-Uterino: pequeno objeto de plástico sobre o qual enrol-se fio de Cu e que tem vários formatos. Colocado no útero durante fase menstrual, causando reação ao endométrio, o qual libera substâncias e não cresce, impedindo implantação do óvulo. Pílula Anticoncepcional: composto por estrogênio e progesterona, impedindo liberação de óvulo. Anticoncepcional Injetável: aplica-se hormônio via intramuscular a cada mês/trimestre. Eles impedem ovulação e aumentam viscosidade e muco cervical. Devem ser levadas em conta a irregularidade menstrual, aumento de peso e demora para retornar à fertilidade. Implantes Sudérmicos/Norplant: implantes subcutâneos de tubinhos/cápsulas de silástico contendo hormônio. São feitos no braço/antebraço com agulha e anestesia e dura 5 anos. Laqueadura: tubas uterinas são amarradas e seccionadas ou há oclusão por agrafo/anel. Vasectomia: secção do ducto deferente. Anticoncepcional de Emergência (pílula do dia seguinte): indicado em estupro e em mulheres que tiveram relação sexual sem contraceptivo e não querem ter filhos. Também, usado em rompimento de camisinha, diafragma retirado antes do previsto e quando há esquecimento de pílulas. Consiste em altas doses de estrogênio e progesterona. Há efeitos colaterais. 1.5.2 Formas de Diagnóstico de Possível Gravidez Teste de Gravidez: são baseados na secreção de hCG pela vilosidade coriônica após implantação do zigoto. Pode ser detectado em soro materno ou na urina por meio de testes que usam métodos imunológicos. ELISA: detecta beta-hCG na urina utilizando anticorpos. Altamente sensível e leva menos de 4 mins para o resultado. Radioimunoensaio para hCG: alta especificidade e sensibilidade. Detecta na 1ª semana. Radiorreceptor: altamente sensível e identifica hCG no sangue. 1.5.3 Fluxograma 1.5.4 Cálculo de Data Provável do Parto (DPP) Tabelinha: Calcular inicio e fim do ciclo e a partir disso calcular a duração dele para achar o maior e menor ciclo. Dito isso, faz-se o cálculo, considerando X como maior nº de dias do ciclo e Y o menor. X-11= Z Y-18=W Logo, de Z até W a mulher tem seu período fértil. Se X-Y= ou < 9, ela tem ciclo regular, se for > = 10, ela o tem irregular. Atraso/Irregularidade Menstrual + náusea + aumento de volume abdominal Avaliar: ciclo, DUM, atividade sexual Atraso Mnestrual em mulheres > 10 anos com atividade sexual Solicitação de Testes Gravidez Confirmada Repetir TIG após 15 dias Encaminhar para avaliação clínico- ginecológica Avaliação de Risco Gestacional Pré-Natal de Alto Risco Pré-Natal com Risco Afastado - Consultas intercaladas entre médico e enfermeiro. - VD mensal pelo ACS e equipe - Agendamento de consulta de puerpério 1 semana após parto - Garantir atendimento ambulatorial - Identificação de hospital de referência para alto risco para o parto - + Idade Gestacional: calculada pela Regra de Nagele. Precisa-se a data da última menstruação (DUM) para fazer o cálculo. DUM = X/Y/Z; X + 7, Y + W e Z + M. Sendo W = -3, se for entre abril e dezembro e +9 entre janeiro e março. E M + 1 entre abril e dezembro e 0 em janeiro a março. 1.5.5 Programas Governamentais Direcionados às Gestantes Programa de Assistencia Integral à Saúde da Mulher: mesmos princípios do SUS; inclui ações educativas, preventivas e de recuperação. Instituido em 1983 e muda com o NOAS de 2001, que implanta ações básicas mínimas de pre-natal e puerpério. Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento: percepção da mulher como sujeito; respeito e conhecimento aos direitos reprodutivos. Foca na humanização na gestação e parto. Assim, a principal estratégia é assegurar a acessibilidade, cobertura e qualidade de acompanhamento no pré-natal, parto e puerpério. Sendo que humanização é recebimento da mulher, seu RN e seus familiares com dignidade, bem como é para o PHPN, a adoção de medidas e procedimentos benéficos ao parto. Recomendações: 1ª consulta pré-natal até 4º mês; mínimo de 6 consultas. SIS-PRENATAL: sistema informatizado de acompanhamento ao PHPN, além de monitorar incentivos financeiros e constituir-se em um instrumento capa z de fornecer relatórios planejados para monitorarem âmbito estadual e municipal. 2. Fecundação Consiste na união do espermatozoide com o ovócito secundário, que resulta em zigoto, uma célula totipotente e contendo 46 cromossomos. Contudo, a gravidez só é considerada como tal pela medicina clínica a partir da última menstruação normal da mãe, que ocorre 14 dias antes da concepção. Essa fase acontece na ampola da tuba uterina e se inicia na junção de gametas, terminando com a metáfase da primeira mitose do zigoto. Antes da fecundação, o espermatozoide sofre a Fertilização através de dois fenômenos: a) capacitação – durante as primeiras 6 horas ele perde sua superfície e há remoção de material depositado no trato genital feminino; b) reação acrossômica – fusão da zona pelúcida com a membrana acrossômica, de modo que surgem nela furos pelos quais são liberadas as enzimas esterase, acrosina, neuraminidase e hialuronidase, que rompem o cumulus ooforos e a zona pelúcida para a penetração do ovócito secundário. Além disso, os movimentos da cauda do espermatozoide e enzimas da mucosa da tuba auxiliam nesse processo inicial. Isso ocorre na ampola da tuba, visto que há um mecanismo valvular tubário dependente de estrogênio que retarda a migração do óvulo. Outrossim, quando os espermatozoides chegam, o óvulo altera sua membrana celular e a zona pelúcida para impedir que mais de um fecunde. Ademais, as células da corona radiata se dispersam para facilitar e há muco uterino. Ultrapassadas as barreiras, a cabeça se separa da peça intermediária para se fundir ao óvulo e formar o zigoto, finalizando a penetração ovular. Uma vez que há a fusão, a membrana ao redor do ovócito muda, de modo que fica impedido de ser penetrado novamente. Ademais, a cauda do espermatozoide se degenera. As membranas plasmáticas se fundem, o ovócito secundário termina sua meiose II e libera um segundo corpo polar. Os pronúcleos são formados, sendo o feminino através da condensação cromossômica, enquanto o masculino é por crescimento nuclear e condensação cromossômica. 2.1 Desenvolvimento Embrionário 1ª Semana Esse zigoto sofre repetidas mitoses, de modo que suas células/blastômeros crescem e se proliferam. Enquanto esse processo de Clivagem ocorre, há a migração ovular, ou seja, o zigoto migra ao útero com auxílio de contrações tubárias feitas pelo músculo liso (organizado em várias direções, logo, empurrando o óvulo para frente e para trás), pelos cílios (sua proporção é inversa à quantidade de células secretoras, assim, existem mais nas fímbrias e menos no útero) e pela atividade excretora da mucosa das trompas (nutrição de zigoto). A primeira mitose acontece dentro das 30 horas pós-fecundação, resultando dois blastômeros e dois corpos polares. Depois de 12 horas, a segunda e assim, se sucedem as divisões, de modo que zigoto passa a ser o conjunto de células e os blastômeros o nome dado a elas. Quando os 8 blastômeros são formados, eles se compactam uns nos outros através de glicoproteínas, possibilitando maior interação entre elas e a formação do embrioblasto do blastocisto. Ao alcançarem-se 12 blastômeros, o zigoto vira mórula, a qual tem suas células internas envolvidas por trofoblasto e que surge 3 dias seguintes à fertilização, bem como é o formato que entra na cavidade uterina. Então, o fluido do útero atravessa a zona pelúcida, compondo a cavidade blastocística e transformando a mórula em blastocisto, assim como há a degeneração dos corpúsculos polares. Após 2 dias flutuando, o blastocisto perde a zona pelúcida, permitindo que ele cresça. De 6 dias após fecundação, ocorre a Nidação Ovular na camada compacta do endométrio, ou seja, o blastocisto o penetra, se dividindo em duas partes: citotrofoblasto/trofoblasto inicial, que é a camada não conectada ao tecido materno e que está voltada para a cavidade uterina, e o sinciciotrofoblasto/trofoblasto sincicial, que se liga ao endométrio com auxílio dos receptores de fibronectina e laminina (moléculas de adesão celular), se enraizando nele. O sinciciotrofoblasto só para de adentrar ao tecido materno quando encontrar as arteríolas espiraladas profundas, graças à influência do fator inibidos tecidual das metaloproteínas. Ao fim da primeira semana, uma camada de células cuboides aparece em superfície do embrioblasto e voltada para a cavidade blastocística, sendo ela denominada de hipoblasto. 2ª Semana À medida que as enzimas vão facilitando a implantação do blastocisto, as células do estroma (tecido conjuntivo endometrial) acumular glicogênio e lipídios, se tornando poliédricas, ou seja, células decíduais, que caracterizam o endométrio gravídico, vulgo decídua, e que servem para nutrição do concepto. Com o avanço da implantação, vai ser formada uma cavidade no embrioblasto, a cavidade amniótica, circundada por células, os amnioblastos, que formam uma camada ao redor da cavidade. Essa camada mais a cavidade compõe o âmnio. Além disso, o embrioblasto passa a ser dividido em epiblasto (camada mais espessa formada por células colunares voltadas para a cavidade amniótica) e hipoblasto (camada de células cuboides adjacentes à cavidade blastocística). Do hipoblasto migram células para a cavidade blastocística, transformando-a em cavidade exocelômica. Assim, elas se modificam, compondo a membrana exocelômica, a qual junto à cavidade compõe o saco vitelino primitivo. Logo, entre esse saco e a cavidade amniótica, há uma camada celular denominada de disco embrionário bilaminar. As células que delimitam o saco vitelino vão dar origem a uma camada mais externa, composta por tecido conjuntivo frouxo, o mesoderma extra-embrionário, a qual circunda o âmnio e o saco vitelino. Enquanto isso, no sinciciotrofoblasto, surgem cavidade isoladas, as lacunas, que se enchem de sangue materno (passa a receber hCG para manutenção de corpo lúteo), proveniente dos capilares rompidos durante a nidação, e de secreção das glândulas uterinas. Deste modo, inicia-se a circulação uteroplacentária, na medida em que o sangue com O² passa para as lacunas e CO² para as artérias espiraladas. Logo, após 10 dias, o concepto já penetrou completamento no endométrio. ; Nos 2 dias seguintes, há uma falha endometrial, o tampão (coágulo fibrinoso de sangue), mas que logo é coberto pela regeneração do endométrio. Após a implantação, há uma reação decidual, que promove ao concepto local imunologicamente privilegiado. As lacunas se fundem, constituindo redes denominadas de primórdios do espaço interviloso da placenta, enquanto no mesoderma extra- embrionário surgem espaços celômicos, os quais são cavidades que se unem, compondo o celoma extra-embrionário. Este segrega o mesoderma extra-embrionário em duas porções: o somático, que reveste o âmnio e o trofoblasto, e o esplâcnico, que cobre o saco vitelino. O saco vitelino primário tem seu tamanho reduzido, se tornando secundário, de modo que uma parte dele é descartada. O fim da segunda semana se dá com o aparecimento das vilosidades coriônicas primárias, compostas por extensões citotrofoblásticas, induzidas pelo mesoderma somático extra-embrionário e que penetram no sinciciotrofoblasto. Deste modo, há uma união de parte do citotrofoblasto com o sinciciotrofoblasto, denominada de córion, que é a parede do saco coriônico, onde o embrião e os sacos vitelino e amniótico se localizam. Por sua vez, a cavidade coriônica se forma a partir de celoma extra-embrionário Além disso, o disco bilaminar vai ter suas células hipoblásticas transformadas aos poucos em colunares e espessas, formando uma área circular, chamada de placa precordal. As células do sinciciotrofoblasto não liberam antígenos, ao contrário das citotrofoblásticas, que expressam MHC I. Desse modo, como na decídua há linfócitos T e NK, elas se protegem através de: sua natureza polimórfica (irreconhecível às NK’s) e moléculas imunossupressoras ativas localmente produzidas pelas células deciduais (impedem ativação de T e NK). 3ª Semana Nas 5 semanas após a última menstruação, há a gastrulação (desenvolvimento do corpo), que transforma o disco embrionário em trilaminar. Linha Primitiva Ela surge da proliferação das células do epiblasto e da migração destas para o plano mediano do disco embrionário, finalizando seu percurso próximo à placa precordal. Essas células, então, passam a ser chamadas de mesenquimais, originadas pela invaginação do epiblasto, transformando este em ectoderma embrionário e o hipoblasto em endoderma embrionário. A região cefálica da linha primitiva é denominada de nó primitivo, que é alongado por um sulco estreito, o sulco primitivo, que é uma invaginação celular, e que no próprio nó, forma uma invaginação, a fosseta primitiva. Assim, essa linha permite reconhecer os lados e polos do embrião. Depois, as células saem da superfície profunda e formam uma rede frouxa de tecido conjuntivo, denominado de mesênquima/mesoblasto, sendo que uma parte dele forma o mesoderma intra-embrionário. O ectoderma intra-embrionário deriva das células mesenquimais que permaneceram no epiblasto e o endoderma intra-embrionário é formado pelas que recobrem o hipoblasto na sua face que está voltada ao mesoderma. Deste modo, o epiblasto origina todas as camadas embrionárias. Formação da Notocorda Algumas células mesenquimais migram do nó em direção cefálica, formando um cordão, o processo notocordal, que tem um canal, o canal da notocorda. Esse processo alcança a placa precordal, compondo o mesoderma cardiogênico da área cardiogênica, onde o coração começa a se formar ao fim da 3ª semana. Caudalmente à linha primitiva, há a membrana cloacal (futuro ânus), onde o disco ainda é bilaminar, assim como na membrana bucofaríngea (futura boca), visto que ectoderma e endoderma extra- embrionários estão fundidos, impedindo migração de células entre eles. A notocorda se torna um bastão celular que se forma a partir do processo notocordal e que define o eixo primitivo do embrião (lhe dando rigidez), bem como serve de base para ossos da coluna vertebral e da cabeça. Constituída por meio de seguinte desenvolvimento: processo notocordal (entre endoderma e ectoderma) se alonga pela fosseta primitiva, que se estende para dentro do processo, formando o canal notocordal. Assim, o processo vira um tubo que se estende cefalicamente do nó primitivo até a placa. Depois, suas células se fundem com o endoderma intra-embrionário, porém, logo essas camadas unidas se degeneram, permitindo que se comunique com o saco vitelino através do canal neuroentérico. Então, o assoalho do canal se degenera e o restante do processo notocordal forma a placa notocordal, a qual é achatada e possui um sulco, bem como se dobra e forma a notocorda (do nó até a placa precordal). Quando ela se completa e se separa do endoderma, o canal neuroentérico some e o endoderma volta a ser contínua. Portanto, a notocorda é o estimulante da especialização celular, de modo que induz o ectoderma a formar uma placa neural (precursora do Sistema Nervoso Central) por espessamento. Alantóide Por volta do dia 16, a partir da parede caudal do saco vitelino, surge uma evaginação em forma de salsicha, denominada de Alantóide, o qual auxilia na hematopoiese primitiva e na formação da bexiga. Á medida que está formado, ele vira úraco, que na vida adulta é o ligamento umbilical mediano e no feto, seus vasos se tornam as veias e artérias umbilicais. Neurulação A placa e as pregas neurais são formadas para a composição de tubo neural, que só se finaliza na 4ª semana (fechamento de neuropóro caudal posterior). Inicialmente, a placa neural corresponde ao ectoderma espesso e de mesmo comprimento da notocorda, contudo, se alarga e avança em direção cefálica, alcançando a membrana bucofaríngea e ultrapassando a notocorda. No 18º dia, ela se invagina ao longo de seu eixo central, compondo o sulco neural com pregas neurais laterais, as quais são mais proeminentes na região cefálica (início do encéfalo). 1 2 v v 3 No fim da 3ª semana, essas pregas se unem, gerando o tubo neural, que se separa do ectoderma, a qual tem suas bordas unidas sobre o tubo neural, compondo a futura epiderme. Durante a fusão do tubo, algumas células das cristas das pregas neurais perdem sua afinidade epitelial e ligações com células vizinhas, logo, elas migram para a região dorsolateral do tubo, compondo uma massa achatada e irregular entre tubo e ectoderma, denominada de crista neural. Ademais, algumas migram ao mesênquima. No geral, as células da crista neural dão origem aos gânglios espinhais e do Sistema Nervoso Autônomo, bem como àqueles dos nervos V, VII, IX e X; as células de Schwann; as meninges; a medula da adrenal; e componentes musculares e esqueléticos da cabeça. Mesoderma Intra-Embrionário De ambos os lados da notocorda, a mesoderma se prolifera, formando o mesoderma paraxial, seguido de mesoderma intermediário, mais delgado e sequenciado por mesoderma lateral, uma camada contínua ao mesoderma extra-embrionário. Ao fim desta semana, o mesoderma paraxial se divide em pares de corpos cuboides, os somitos, que totalizam 38 pares no 30º dia e 42/44 pares na 5ª semana. Dentro de cada somito há a miocele, uma cavidade em fenda, que logo desaparece. Além disso, os somitos formam o esqueleto axial, músculos associados a ele e derme da pele. Também, na 3ª semana, há o desenvolvimento de celoma intra-embrionário, que provem dos espaços celômicos dos mesodermas lateral e da área cardiogênica, que se unem. Este celoma se divide em: camada parietal/somática (contínua com o mesoderma extra- embrionário; cobrindo o âmnio) e a camada visceral/esplâcnica (contínua com o mesoderma extra-embrionário que cobre o saco vitelino). Assim, o mesoderma somático com o ectoderma forma a somatopleura e o mesoderma esplâcnico com o endoderma compõe a esplancnopleura (futura parede do intestino). Sistema Cardiovascular Primitivo Na 2ª semana, o embrião se nutria pelo celoma extra-embrionário e pelo saco vitelino. Porém, os angioblastos surgem a partir das células mesenquimais e se agregam, formando as ilhotas sanguíneas com cavidades (fendas intracelulares). Os angioblastos se achatam e compõem o endotélio primitivo, enquanto as fendas formam as redes de canais endoteliais. Deste modo, as células de sangue se originam das células endoteliais dos vasos (hemocitoblastos), porém o sangue só se forma na 5ª semana a partir do mesênquima cardiomiogênico. Com tudo, ao longo da 3ª semana, surge o tubo cardíaco (soma dos tubos endocárdicos do coração), que se une aos vasos do embrião, do pedículo, do córion e do saco, totalizando o Sistema Cardiovascular Primitivo ao fim desse período. Porém, apenas a partir da 5ª semana o coração pode ser ouvido. Esse sistema se efetiva com o desenvolvimento das vilosidades coriônicas primárias. Após seu surgimento na 2ª semana, na 3ª elas são invadidas pelas células mesequimais, gerando as vilosidades coriônicas secundárias (tecido conjuntivo quecobre o saco coriônico). Essas vão ter algumas de suas células se transformando em capilares (compõem as redes arteriocapilares) e vasos, originando as vilosidades coriônicas terciárias e permitindo as trocas gasosas entre mãe e embrião. Além disso, suas células citotrofoblásticas das vilosidades se proliferam e seguem para sinciciotrofoblasto, formando a capa citotrofoblástica. As células desta capa que se prendem na mãe são denominadas de vilosidades-tronco, lateralizadas pelas vilosidades ramificadas (onde há as trocas gasosas). Enfim, resulta ao fim da terceira semana: linha primitiva, notocorda, tubo neural, alantoide, crista neural, somitos, celoma intra-embrionário, vasos, sangue e vilosidades coriônicas. 4ª Semana O embrião possui 4-12 somitos; neuroporo fechado; os arcos branquiais/faríngeos aparecem; embrião se encurva com as pregas cefálica e caudal, de modo que seu corpo tenha formato de C; há bombeamento de sangue; surgem os brotos de membros superiores (intumescência sobre paredes viscerolaterais do corpo) e inferiores, fossetas óticas, orelhas internas primordiais, placóides cristalinos (espessamento ectodérmico; futuro cristalino dos olhos). No final deste período, a cauda delgada é marcante, assim como estabelecimento de sistemas rudimentares. Da 4ª semana até a 8ª, chama-se de período de organogênese, visto que os órgãos começam a se desenvolver, logo, quando teratógenos podem causar danos congênitos. Dobramento do Embrião Crescimento do encéfalo e medula promove dobramento de disco trilaminar, porém de modo que o eixo lateral se desenvolve mais lentamente que eixo maior. Ao mesmo tempo, ocorre constrição na junção do embrião com o saco vitelino. Além disso, o dobramento ventral produz pregas cefálica e caudal, causando deslocamento dessas regiões e alongamento. Prega Cefálica pregas neurais da região encefálica se espessam e se projetam dorsalmente para dentro da cavidade amniótica, bem como ultrapassa a membrana bucofaríngea e recobre o coração em desenvolvimento. Deste modo, o septo transverso, o coração, o celoma pericárdico e a membra bucofaringea vão para o ventre embrionário. Parte do endoderma do saco vitelino se incorpora ao embrião, sendo chamada de intestino anterior. Prega Caudal seu dobramento resulta de parte distal do tubo. A região caudal se projeta sobre a cloacal e parte do endoderma se incorpora, compondo o intestino posterior, que se dilata para formar a cloaca. A linha primitiva se desloca para a região caudal. Ademais, alantoide se torna parte embrionária e o pedículo se adere ao ventre. Pregas Laterais resulta do crescimento da medula e dos somitos e seus dobramentos são em direção ao eixo mediano. Assim, o intestino médio é incorporado ao embrião e a região ventral se liga ao âmnio apenas pela região umbilical. 5ª Semana Há aumento da cabeça pelo rápido desenvolvimento encefálico e de proeminências faciais, as quais entram em contato com a proeminência cardíaca. O segundo arco faríngeo cresce sobre o 3º e 4º arcos, formando depressão ectodérmica nos lados (seios cervicais). As cristas mesonéfricas indicam os rins mesonéfricos (transitórios). 6ª Semana Embriões com respostas reflexas ao toque e com membros superiores diferenciados (cotovelos, placas das mãos, raios digitais). Eles apresentam movimentos espontâneos e após 4/5 dias, os membros inferiores se desenvolvem. Entre arcos faríngeos 1 e 2, surgem as saliências auriculares em torno de sulco/fenda faríngea, o qual se torna o meato acústico externo, enquanto aquelas se fundem, formando o pavilhão auricular (parte da orelha externa em forma de conha0. O pigmento da retina está formado, definindo os olhos, a cabeça está maior que o tronco e curvada sobre a proeminência cardíaca. O intestino penetra no celoma extra-embrionário e próximo ao cordão umbilical, compondo a hérnia umbilical, visto que a cavidade abdominal está ainda muito pequena. 7ª Semana Chanfranduras aparecem entre raios digitais das mãos. O intestino primitivo se conecta ao saco vitelino pelo pedículo (pequeno ducto). Inicia-se a ossificação dos membros superiores. 8ª Semana Os dedos das mãos estão separados, enquanto as chanfranduras dos pés aparecem. O plexo vascular do couro cabeludo aparece (forma uma faixa na cabeça). No fim deste período, todas as regiões dos membros são evidentes e existem movimentos voluntários dos membros, ossificação da cabeça do fêmur, desaparecimento de eminência caudal, cabeça ainda desproporcional, pálpebras evidentes, pescoço definido, orelha externa. Desenvolvimento de Folhetos Ectoderma - Da Superfície: epiderme, pêlos, unhas, glândulas cutâneas e mamárias, adeno-hipófise, orelha interna, cristalino. - Neuroectoderma: a) crista neural – gânglios e nervos cranianos e sensitivos, cartilagem de arcos faríngeos; b) tubo neural – retina, SNC, neuro-hipófise, corpo pineal. Mesoderma Endoderma Da 9ª a 12ª Semana O corpo do feto cresce enquanto o desenvolvimento da cabeça desacelera. No início deste período, a face é larga, os olhos estão muito separados, as orelhas têm baixa implantação e as pálpebras estão fundidas. Na 12ª, centros de ossificação primaria aparecem, os membros superiores alcançam seu comprimento final e membros inferiores ainda são relativamente curtos do que o previsto no nascimento. Até o fim da 9ª, a genitália ainda é indistinta. Na metade da 10ª semana, as alças intestinais ainda são vistas no cordão umbilical, porém, na 11ª, ele entra totalmente no abdômen. Nesse período, a eritropoiese se inicia no fígado e na 12ª, ela é feita apenas no baço. Além disso, entre esse período, a urina começa a ser formada, sendo excretada no liquido amniótico, em parte, reabsorvida e deglutida pelo feto. Assim, ao fim do 1º trimestre, todos os principais sistemas estão prontos. CR= 8,5 cm ao fim da 12ª semana. Da 13ª a 16ª Semana O crescimento é muito rápido, membros inferiores mais compridos, movimentos tornam-se coordenados e visíveis em ultrassom, ossificação do esqueleto, genitália externa visível, olhos em região anterior, orelhas externas próximas ao seu local definitivo. Da 17ª até a 20ª Semana Feto com pele recoberta por tecido gorduroso, o verniz caseoso, secretado pelas glândulas sebáceas e células mortas da epiderme, as quais têm a função de protegê-lo de rachaduras, abrasões e endurecimento. As sobrancelhas e cabelos são vistos. Presença de lanugo, penugem delicada que cobre o verniz, fixando-o. Há a gordura parda para produção de calor pela oxidação de ácidos graxos em base do pescoço, em região - Paraxial: músculo da cabeça, músculo estriado esquelético, esqueleto e derme. - Intermediário: sistema urogenital. - Lateral: T. C. e músculo das vísceras, membranas serosas de pleura, pericárdio, peritônio, coração primitivo, sangue, células linfoides, baço, córtex da adrenal. Epitélio de TGI, fígado, pâncreas, bexiga, úraco, faringe, tireóide, tímpano, tonsilas, paratireoide, traquéia, brônquios e pulmões. posterior ao esterno e em área perirrenal. Os folículos primordiais e ovogônias são formados, bem como testículos e ovários descem da parede abdominal posterior. Da 21ª Semana até 25ª O feto tem a pele enrugada, translúcida e rosa-avermelhada com sangue aparente nos capilares. Já existem os pneumócitos II, que são secretores de surfactante (lipídeo tensoativo que mantém os alvéolos abertos). Se um feto nascer nesse período, há chances de vida sob terapia intensiva. Da 26ª a 29ª Semana Pulmões realizam trocas gasosas;SNC amadurece; respiração rítmica; temperatura corporal controlada; pálpebras abertas; rugas eliminadas; baço realizando hematopoiese até 28ª semana, quando é transferida à medula óssea. Da 30ª até 34ª Semana Reflexo pupilar à luz, membros gordos, gordura amarela é 8% do corpo. Da 35ª até 38ª Semana Seguram-se com firmeza; circunferência de cabeça e abdômen é igual na 36ª; pé maior que fêmur na 37ª; ganha 14g/dia; o tórax é saliente e as mamas fazem protrusão leve. Ao fim desse período, o feto a termo tem 3400g, CR = 360 mm e 16% de gordura amarela. 33% das crianças que nascem < 2500g não prematuras e sim, possuem insuficiência placentária (adesão fraca ou são pequenas por conta de redução de O²), que acarreta em Redução de Crescimento Intra-Uterino (IUGR). 2.2 Desenvolvimento de Anexos e Líquido Amniótico Placenta Separa feto do endométrio; local onde ocorrem trocas gasosas; unida ao feto pelo cordão umbilical. Ela é constituída por porção fetal, originada do saco coriônico, e a outra derivada do endométrio. O endométrio gravídico é denominado de decídua, pois é formado por células deciduais, ou seja, células do estroma que acumularam glicogênio e lipídios por influencia de progesterona, se tornando poliédricas. Elas servem para nutrição fetal a partir da própria degeneração e para a proteção, impedindo que sinciciotrofoblasto invada completamente o tecido materno, além de produzirem hormônios. A decídua possui nomes diferentes a depender de seu local de implantação: decídua basal, abaixo do concepto e forma parte da placenta; decídua capsular, cobre o concepto; decídua parietal, restante (mas futuramente se une à capsular). Ao fim da 3ª semana, já está pronto o arranjo anatômico para as troca fisiológicas que ocorrem a partir da 4ª. Então, até a 8ª semana, as vilosidades coriônicas cobre todo o saco coriônico e vai comprimindo a decídua capsular, reduzindo o suprimento sanguíneo. Aos poucos, as vilosidades se degeneram e dão lugar a uma área avascular, o córion liso, que também, desaparece enquanto as vilosidades da decídua basal aumentam e se proliferam, originando o córion viloso. A placenta cresce até a 18ª semana, representando 1/6 do peso fetal. Assim, a placenta é composta por: decídua basal + córion viloso, sendo esses unidos pela capa citotrofoblástica. Através desta que as artérias espiraladas do endométrio conseguem alcançar o espaço interviloso, onde ficam as veias endometriais. Âmnio e córion se unem, formando a membrana amniocoriônica, que se adere às decíduas capsular e parietal, se rompendo no parto. A circulação placentária fetal ocorre de forma que as artérias umbilicais com sangue venoso desembocam nas artérias coriônicas, que convergem ao sistema arteriocapilar- venoso. Deste, o sangue retorna arterial pelas veias das paredes delgadas, que desaguam na veia umbilical. Já a circulação placentária materna vai ser composta pelas artérias endometriais espiraladas, que desembocam na placa coriônica, circundando todas as vilosidades e retornando pelas veias endometriais. Não se mistura com o sangue fetal, a não ser que surjam defeitos na placenta. A membrana placentária é formada por tecido conjuntivo, endotélio de capilares fetais, sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto. Contudo, esse ultima vai desaparecendo, adelgaçando a membrana, logo, aproximando os sangues materno e fetal. Assim, sendo a placenta uma membrana, algumas substâncias a atravessam, inclusive alguns microrganismos e drogas. Além disso, a placenta funciona como uma aloenxerto, ou seja, possui fatores que fazem como que o feto não seja morto pelo sistema imunológico da mãe. Isso ocorre na medida em que: a) células trofoblásticas extravilosas expressam antígenos HLA-G e HLA-C do MHC I, os quais não reconhecidos pelas células T e que se ligam aos receptores não citotóxicos das NK’s; b) secreção de PGE2, TGF-beta e IL-10, que são imunossupressores; c) tolerância de células B; d) presença de CD46 que bloqueia C3, proteína desencadeadora do sistema complemento; e) atuação de enzima 2,3- desoxigenase pela supressão de linfócitos T. Saco Vitelino Ele é responsável por transferir nutrientes durante 2 e 3 semanas; hematopoiese antes do fígado; forma intestino primitivo e epitélio de TRI a partir de seu endoderma; gera as células germinativas. Com o tempo, ele vira um saco pequeno, se destacando do intestino médio na 6ª semana. Alantoide Na 3ª semana, aparece como um divertículo na parede caudal do saco vitelino. Na 8ª semana, a parte extra-embrionária do alantoide se degenera. Tem a função de fazer hematopoiese da 3ª a 4ª semana; origina os vasos umbilicais; vira úraco ao fim da gestação e depois em ligamento umbilical mediano. Líquido Amniótico Localizado no saco amniótico, é secretado pelas células amnióticas (amnioblastos) e provém do fluido materno (que atravessa a decídua parietal e membrana amniótica). Como a pele não é queratinizada, a água e seus solutos passam do feto ao âmnio, tornando o liquido amniótico similar aos fluidos de tecido fetal. O tecido respiratório secreta 300/400 ml e a urina contribuem com 500 ml. A circulação desse liquido ocorre de forma que ele é trocado a cada 3 horas, fluindo da membrana amniocoriônica ao fluido tecidual materno, depois, capilares maternos. O cordão umbilical e o local de adesão entre a placa coriônica e o âmnio também recebem esse liquido. Durante a gravidez, o feto deglute e absorve o liquido amniótico pelo TGI e TRI, bem como é excretado pela urina e pelo sangue materno no espaço interviloso. Oligodrâmnio: redução de liquido amniótico, que gera hipoplasia pulmonar, na medida em que esse liquido é responsável por favorecer o crescimento fetal, logo, em sua diminuição, o feto não cresce como devia. Polidrâmnio: aumento de liquido amniótico. 2.3 Amadurecimento de Sistema Respiratório Na 4ª semana, o primórdio respiratório, indicado pela fenda laringotraqueal se desenvolve em 4 bolsas faríngeas, enquanto o endoderma da fenda se torna epitélio e glândulas da laringe, traquéia, brônquios e pulmões. Do intestino anterior, são originados o tecido conjuntivo, cartilagens e musculatura lisa do sistema respiratório. Ao fim dessa semana, a fenda se evagina, resultando em divertículo laringotraqueal saculiforme, o qual se alonga à medida que é recoberto pelo mesênquima esplâcnico; e se dilata na porção distal, formando o broto traqueal. O divertículo se separa da faringe primitiva, mas permanece conectada por canal laríngeo primitivo e é nele que as pregas traqueoesofágicas se formam e se unem pelo septo traqueoesofágico, o qual separa a parte cranial do intestino anterior em tubo laringotraqueal (ventral; compõe a laringe, traquéia, brônquios e pulmões) e parte dorsal (orofaringe e esôfago). Laringe Seu revestimento é originado do endoderma cranial do tubo laringotraqueal e suas cartilagens provêm do mesênquima dos 4º e 6º arcos faríngeos, que se prolifera e forma as tumefações aritenóides, as quais crescem em direção à língua e compõem a glote primitiva no canal laríngeo. A luz deste fica ocluída pelo seu epitélio ate a 10ª semana, período em que os ventrículos laríngeos se formam e que são delimitados pelas pregas. Também, a proliferação do mesênquima dos 3º e 4º arcos faríngeos resulta na eminência hipofaríngea, sendo sua parte caudal a epiglote e o rostro a porção faríngea da língua. Dos 4º e 6º, os mioblastos originam os músculos da laringe, que são inervados pelo nervo X. Após 3 anos de nascimento, a epiglote e laringe terminam desenvolvimento. Traquéia O endoderma do tubo laringotraqueal, em parte, sediferencia em epitélio e glândulas da traquéia. A cartilagem, o T.C. e os músculos são derivados do mesênquima esplâcnico que circula este tubo. Brônquios Do broto traqueal, surgem duas tumefações, que são os brotos brônquicos primitivos, os quais se expandem aos lados pelos canais pericardioperitoneais (futura cavidade pleural). Estes mais mesênquima esplâcnico circulante se desenvolvem, formando os brônquios secundários e terciários. Na 5ª semana, a conexão entre brônquios e traquéia aumenta o diâmetro, passando a se chamar brônquio principal, sendo o direito um pouco maior que o esquerdo. Assim, os principais são divididos em secundários com seus ramos lobares, segmentares e intra-segmentares. Na 7ª semana, aparecem os brônquios segmentares, 10 para direito e 9 para esquerdo, enquanto o mesênquima se divide, logo os brônquios segmentares com suas massas formam os segmentos broncopulmonares. Na 24ª semana, os bronquíolos se desenvolvem e novos 17 ramos. Do mesênquima esplâcnico surgem T.C. brônquico, musculatura lisa, capilares pulmonares e T.C., os quais originam a pleura visceral. Pulmões Fase Pseudoglandular (6ª-16ª semana) – pulmão funciona como glândula exócrina, visto que não realiza trocas gasosas por ausência de órgãos responsáveis por elas. Fase Canalicular (17ª-26ª semana) – região superior se desenvolve mais rápido; luz dos brônquios/bronquíolos aumenta; vascularização pulmonar; 2 bronquíolos respiratórios com 3-6 ductos alveolares; presença de sacos terminais/alvéolos primitivos. Fase do Saco Terminal (27ª até nascimento) – mais alvéolos primitivos desenvolvidos, os quais têm células adelgaçadas e que são preenchidos por capilares, formando a barreira hematoaérea, onde há as trocas gasosas. Também, os alvéolos primários são revestidos pelos pneumócitos I (pavimentosos e provenientes de endoderma) e há proliferação de capilares linfáticos, bem como surgimento de pneumócitos II, capazes de secretar surfactante. Esta secreção forma uma película monomolecular nos alvéolos primários em prol da redução de tensão entre superfície e alvéolo, facilitando expansividade e prevenindo atelectasia. Ademais, as trocas são feitas, mas os capilares alveolares e a superfície deles são insuficientes. Fase Alveolar (32ª semana aos 8 anos) – o revestimento alveolar se adelgaça para se tornar pavimentoso, possibilitando a protrusão dos capilares no seu interior; agregados de sacos alveolares separados por T.C. frouxo. No nascimento, a placenta passa sua função respiratória aos pulmões, os quais devem estar aptos, ou seja, produzindo quantidade suficiente de surfactante, realizando as trocas e com sua circulação desenvolvida. Deste modo, alvéolos amadurecem apenas após nascimento, sendo que eles se dilatam com expansão pulmonar gerada pela proliferação de bronquíolos. Até os 8 anos podem surgir novos alvéolos. Movimentos Respiratórios Fetais (MRF) Detectado em USG antes de nascimento; expiram liquido amniótico para pulmões; são intermitentes. Seu padrão é usado como diagnóstico de parto, na medida em que aumentam quando está próximo ao nascimento. Ademais, ele estimula a criação de gradiente de pressão entre liquido e pulmões. Assim, o liquido amniótico é removido pelos vasos linfáticos, artérias, veias, boca, nariz. 2.3 Aborto É a expulsão do feto < 500g ou < 20 semanas de gestação, podendo ser espontâneo ou provocado. A maioria dos casos são por causas cromossômicas, sendo mulheres com mais de 35 anos e homens com mais de 40 propensos ao abortamento. Além disso, deixam a mulher depressiva, ansiosa e se sentindo culpada. Pode ser feita a administração de ocitocina, circlagem, uso de analgésicos e antiespasmódicos. Também, é proibido o coito quando há ameaça de abortamento. Tipos: a) Ameaça de Aborto – gravidez complicada por sangramento antes da 22ª semana. Há hemorragia, dor, consequências de deslocamento do ovo e contração uterina. O tampão não acontece, sendo ele fraco ou defeituoso. Logo, a entrada excessiva de sangue ou circulação materna precoce tem efeito mecânico no tecido viloso e indireto no estresse oxidativo, causando lesão celular. b) Aborto Inevitável – o colo está dilatado, mas o produto da concepção não foi eliminado. Hemorragias abundantes e de cor viva. c) Abortamento Completo – todo o produto da concepção foi eliminado sem intervenção médica ou cirúrgica. d) Abortamento Incompleto – alguma parte do produto ainda ficou retida. Sangramento constante, propiciando infecções. e) Abortamento Infectado – complicado por infecções intrauterinas. Causado por clostridium, cocos anaeróbios, E. coli. Níveis de infecção: Endomietrite – decídua e miométrio atingidos; Peritonite – miométrio, paramétrios e anexos infectados, propiciando taquicardia, desidratação; Peritonite – choque séptico, infecção por gram negativa, sendo ela generalizada. f) Abortamento Retido – gravidez em que há morte fetal sem sua expulsão. g) Aborto Habitual – 2 ou mais abortos sucessivos. Causas? Alterações cromossômicas, síndrome antifosfolipideo, más formações uterinas, doenças endócrinas, insuficiência cervical, mioma, fatores imunológicos (déficit de CNS1, substância presente nas células T reguladoras periféricas que exaltam gene FOXP3, responsável pela inibição de reação inflamatória/autoimune). 2.3.1 Teratógenos Tabaco – a nicotina, o CO, cianeto, hidrocarbonetos e etc. são contaminantes presentes, causando prematuridade ou RN com baixo peso. A depender da quantidade, acarreta em bradicardia fetal quando a mãe não fuma, bem como há redução de movimentos fetais. Ademais causa abortamento espontâneo. Álcool – promove a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que proporciona ao feto dismorfologia craniofacial, deficiência do sistema nervoso central e outras anormalidades. O crescimento intrauterino fica restrito. Uso de álcool por mais de 2 meses é prejudicial ao feto. Cafeína – relacionada aos abortamentos espontâneos, infertilidade. Fármacos – divididos em: A, não demonstra risco ao feto; B, há efeitos em animais, mas não em seres humanos; C, podem ser administrados se o benefício terapêutico justificar o potencial teratogênico; D, há risco fetal, porém os benefícios terapêuticos justificam o uso. 2.3.2 Eritroblastose Fetal/Doença Hemolítica Fetal Ocorre quando a mulher tem Rh- e feto Rh+, visto que ao sangue materno entrar em contato com o do filho durante o parto/aborto, ela produz anticorpos (Sensibilização por IgM, que não atravessa a placenta, e por IgG na segunda gestação), de modo que na seguinte gravidez, se o feto novamente for Rh+, ele será atacado, sendo acometido pera eritroblastose fetal. Contato com sangue Rh+ em transfusão antes do parto também pode acarretar nesta doença. Consequências: no feto, seus eritrócitos são obstruídos, causando anemia falciforme ou profunda, icterícia (pele amarelada) e hiperbilirrubinemia (durante hemólise, o grupo heme é liberado e degradado, gerando bilirrubina). Além disso, ele tenta compensar a escassez de hemácias, estimulando a produção de eritroblastos, que são eritrócitos imaturos. Também, o feto pode ter lesões cerebrais, surdez e deficiência mental. Diagnóstico: faz-se a amniocentese, que é uma punção com aspiração de pequena quantidade de liquido amniótico, e análise de bilirrubina nele. Também, há o teste de Coombs Indireto, no qual é visto o aumento de anti-Rh na mãe, e o Indireto, em que é observado o anticorpo no feto. Prevenção: administra-se imunoglobulina Rh até 48 horas após o parto ou aborto. Tratamento: fototerapia e exanguineotransfusão. 2.4 Infecções Gestacionais 2.4.1 Sífilis Causadapelo Treponema pallidum (espiroqueta; gram negativo), exclusiva ao ser humano e pode ser transmitida pelas vias sexual e vertical. Aumenta o risco na pessoa de ser contaminada por HIV. Ademais, é o responsável por 40% dos abortos, óbito fetal e morte neonatal. A transmissão ocorre quando a mãe não é tratada adequadamente ou quando não busca o tratamento. A sífilis ocorre em 4 estágios: A) Primária – presença de cancro duro com linfadenomegalia regional (pênis, colo uterino, vagina, ânus). Anticorpos surgem após 7-10 dias seguintes ao cancro, quando é feito o teste FTA-Abs e outros testes treponêmicos. Se não houver reação nos testes, são repetidos 30 dias depois, sendo que o tratamento deve ser feito se o diagnóstico foi provável ou se a pessoa não puder retornar ao consultório brevemente. Surge 3 semanas após contato com individuo infectado. B) Secundária – ocorre 2-10 semanas pós-cancro e com disseminação de espiroquetas em pele e tecidos mucocutâneos, gerando lesões nas palmas das mãos e nas solas dos pés, as quais podem ser maculopapulares, escamosas ou postulares. Áreas úmidas, como a região anogenital, parte interna das coxas e axilas, podem ter condyloma lata (placas elevadas e de base ampla). Há erosões superficiais cinzas em membranas mucosas (boca, faringe, genitália externa). Além disso, febre, linfadenopatia, perda de peso ocorrem durante muitas semanas. Todos os testes diagnósticos são reagentes e são achados títulos altos de VDRL. Mesmo que ela seja tratada, os testes treponêmicos dão positivo. C) Latente – Quando não é feito o tratamento, o doente entra nesse estágio, no qual não manifestação clínica, mas apresenta testes positivos e redução de títulos nos testes não treponemicos. D) Terciária – pode se manifestar de três formas: sífilis cardiovascular, que representa 80% dos casos e aparece em forma de aortite, que é a dilatação progressiva do ramo e arco aórticos, causando insuficiência da válvula aórtica e aneurisma na aorta proximal. Neurossífilis é assintomática ou com apresentação de doença meningovascular crônica. Já a terciária benigna é a formação de gomas, que são lesões nodulares relacionadas à hipersensibilidade tardia, nos ossos, na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. E) Congênita – o T. pallidum atravessa a placenta, infectando o feto. Quando não tratada, causa morte perinatal e intrauterina. Manifestada pelo corrimento e congestão nasais nos primeiros meses de vida, assim como por exantema descamante ou bolhoso em mãos, pés, ao redor da boca e ânus. Hepatomegalia, osteocondrite e priostite também são encontrados. Essas características podem surgir até os 2 anos de idade (sífilis infantil/precoce). Também, há a sífilis tardia/atrasada, em que a tríade ceralite intersticial, dentes de Hitchinson e surdez aparecem. Testes Imunológicos para a Sífilis Não Treponêmicos – não específicos para antígenos do T. pallidum e podem ser qualitativos (presença/ausência de anticorpo na amostra) ou quantitativos (titulo de anticorpos). O Venereal Disease Research Laboratory (CDRL) é feito de modo que usa- se uma solução alcoolica contendo cardiolipina, colesterol e lectina, as quais se agregam entre si, formando as micelas. Os anticorpos não treponêmicos se conectam às cardiolipinas, resultando em uma floculação. Assim, os flocos podem ser vistos. São detectados IgM e IgG contra o material lipídico liberado pelas células danificadas pela doença, bem como se agregam às cardiolipinas liberadas pelo treponema. Contudo, esses anticorpos podem ser ativados por outras infecções, logo, apresentando falsos- positivos. Além disso, há o fenômeno de prozona, que ocorre quando a quantidade anticorpos é muito grande, fomentando a formação de imunocomplexos, os quais impedem a floculação, resultando em falso-negativo. Deste modo, esse tipo de teste não confirma diagnóstico de sífilis. Ademais, há também o RPR e TRUST como testes não treponêmicos. Treponêmicos – utilizam lisados de T pallidum ou antígenos treponêmicos para a detecção de IgG e IgM. Eles conseguem detectar a sífilis primaria, mesmo quando os não treponemicos não funcionam. Entretanto, em 85% dos infectados e tratados, os testes treponêmicos reagem a vida toda, logo, não são úteis para monitoramento de tratamento. O teste FTA-Abs é o mais importante, na medida em que consegue bloquear os anticorpos não específicos. Deste modo, são mais sensíveis que os não treponêmicos. Enfim, a sífilis só é confirmada com os dois tipos de testes. 2.4.2 Vírus da Deficiência Humana (HIV) No feto, seus anexos, em pequenos locais, há infarto; parto prematuro, restrição de crescimento intra-uterino; descolamento placentário e corioamniorrexe prematura. O HIV contamina o feto pelos linfócitos contaminados que atravessam a placenta ou quando há microinfartos na placenta. 2.4.3 Citomegalovírus Transmitido por a) placenta, causando infecção primária na mãe sem anticorpos congênitos; b) secreções cervicais/vaginais, gerando infecção ativo; c) saliva, durante períodos escolares; d) transplante/transfusão. Em 95% dos casos da Congênita, ela é assintomática, mas nos 5%, ela acarreta em doença de inclusão citomegálica (retardo de crescimento intra-uterina, icterícia, hepatoesplenomegalia, anemia, encefalite, microcefalia). Na infecção Perinatal, a maioria é assintomática e o restante desenvolve pneumonite intersticial, exantema cutâneo e hepatite. Na Puerperal, ela se manifesta como a mononucleose, apresentando febre, linfocitose atípica, linfadenopatia, hepatomegalia e hepatite. 2.4.4 Hepatite B Infecta hepatócitos, acarretando em hepatite crônica, inflamação linfocitica, destruição de parênquima hepático. 3. Aspectos Concepcionais 3.1 Adaptação do Organismo Materno à Gravidez Sistema Tegumentar A progesterona aumenta a secreção de melatonina, que causa aparecimento de cloasma/melasma (manchas escuras na face e corpo) e da linha de nigrans/púrpura (marca que segrega a barriga gravídica medialmente). Também, há hipertricose (crescimento excessivo de pelos), vasogênese (pelo estímulo de estrogênio), vasodilatação (estímulo de progesterona) e as unhas crescem mais. Com as alterações angiológicas, surgem eritema palmar e veias “spiders” com a função de facilitar a perda periférica de calor, uma vez que o metabolismo está mais elevado. Além disso, aparecem estrias por conta produção de cortisol e do acúmulo de tecido adiposo nas mamas, no abdômen e na lateral das coxas. Nas mamas, há o sinal de Hunter (pigmentação periareolar). Sistema Digestório A fome está aumentada durante a gravidez e é comum aversão a alimentos gordurosos, assim como o desejo por alguns específicos, devido à secreção de hCG e alterações emocionais. Esse hormônio é responsável pelos vômitos no início da gravidez. Durante a gestação, é comum um Ph salivar mais baixo e aumento de gengiva, o que favorece a presença de cáries, se não houver boa higiene. Ademais, a progesterona tem efeito relaxante sobre a musculatura lisa, de forma que há insuficiência da cardia, logo, as regurgitações e esofagite de refluxo. No estômago, a acidez se reduz e o muco aumenta. A vesícula biliar, sendo totalmente composta por musculo liso, reduz resposta contrátil e secreção biliar. Por fim, os intestinos não funcionam corretamente, portanto, gerando hemorroia e obstipação. Êmese x Hiperêmese: Êmese são náuseas acompanhdas ou não de vômitos que ocorrem desde a 5/6ª semana até a 16/18ª em 50-90% das grávidas, enquanto Hiperêmese são os vômitos incoercitiveis, que causam desequilíbrio hidroeletrolítico, desidratação, perda de peso, disfunção hepática e renal.Esta ultima é causada pela presença de hCG, que estimula a secreção de glândulas do sistema digestório superior e acionaria a tireoide. Acredita-se que a progesterona reduz a hiperêmese e o estrogênio tem ação inversa, principalmente nas gravidas obesas, primigestas. O estrógeno provoca lentidão no transito intestinal e aumento do tempo de esvaziamento gástrico, resultando em acumulo de liquido em TGI. Ainda, é dito que o T4 em excesso está associado a ausência de sintomas, porém, isso não é visto por conta da produção de globulinas transportadoras de T4 por estímulo estrogênico, reduzindo o T4 livre. Ademais, a deficiência de B6, a infecção por H. pylori e o estresse psicológico auxiliam na piora dos sintomas. Aparelho Cardio-Circulatório O volume circulante aumenta 30-5-% (aumento reduzido se a mãe tiver HAS; leucócitos aumentados, apesar da perda de função; compensa a redução do retorno venoso), causando hipertrofia das cavidades cardíacas, de forma que se desvie para frente e para esquerda, logo, alterando seu eixo elétrico e o eletrocardiograma. A pressão arterial é baixa por causa da angiogênese e da vasodilatação (progesterona aciona prolactina, tromboaxano A2, NO), enquanto a pressão venosa só se altera nos membros inferiores, na medida em que há compressão uterina sobre as veias ilíacas e a veia cava inferior. Contudo, a modificação venosa some se a gravida ficar em decúbito lateral esquerdo. Além disso, apesar do volume sanguíneo aumentar, o que faz essa maior alteração é o plasma, visto que a quantidade de Hb se reduz (ao fim da gravidez; ferro reduzido pelo excesso de produção de Hb, por consumo fetal, pela musculatura uterina usá-lo, pela perda sanguínea e pelo aleitamento). Porém, os fatores de coagulação (inibidores dos ativadores de plasminogênio estão elevados; as plaquetas se agregam mais e estão reduzidas pela ação de tromboaxano A2) estão aumentados, fazendo com que ela seja exacerbada em gravidas. Como há menor viscosidade sanguínea, o trabalho cardíaco se reduz. Aumento de débito cardíaco = aumento de volume sistólico x aumento de frequência cardíaca. Esse debito é “combatido’ pelo excesso de redução de resistência periférica, assim, a P.A. fica baixa. Aparelho Respiratório Há ingurgitamento e edema da muscosa nasal, da laringe e da faringe, causando rinite, sangramento, obstrução, dificuldade de entubação orotraqueal, ppor conta da redução de lúmen dessas vias. Anatomicamente, há aumento de 5 a 7 cm na circunferência da caixa torácica, 2cm em seu diâmetro e ampliação de ângulos costofrênicos. Também, existem a elevação diafragmática de 4cm e de capacidade desse músculo , bem como redução de seu movimento. As necessidades de O2 estão maiores com a queda de pressão de CO2 para facilitar a excreção fetal e dificuldade de liberação de O2 do feto para a mãe, há alterações nas capacidades respiratórias. Existe hiperventilção e compensação excretória pela eliminação de HCO3- e produção de 2,3-difosfoglicerato. Além disso, a progesterona facilita a movimentação de ar em alvéolos e brônquios, bem como existe a sensação de dispneia, por causa da redução do limiar de estímulo por CO2. Sistema Urinário A hipervolemia e redução de resistência vascular periférica provocam aumento de fluxo plasmático glomerular e de ritmo da filtração glomerular. Desta forma, ADH e a sede ficam mais sensíveis, causando redução de concentração urinária, visto que apesar de alta filtração glomerular, também, há maior reabsorção tubular. Outrossim, o NO faz a vasodilatação, aumentando filtração; a endotelina estabiliza tônus vascular; e a relaxina faz aumento de ritmo glomerular. Assim, é normal as grávidas terem proteinúria e glicosúria. Anatomicamente, os rins aumentam o diâmetro, hipotonia da musculatura da bexiga e ureteres; compressão extrínseca uterina; elevação da bexiga. Logo, há hidronefrose, redução da capacidade vesical, refluxo vesicouretral, incontinência urinária, cálculos e infecções. Durante o parto, edema e microtraumas na mucosa sucedem da compressão sobre a bexiga. Sistema Nervoso Central Alterações na memória e na sonolência devido à progesterona. Logo, há elevação de fadiga e possível desenvolvimento de mudanças psíquicas (depressão, hiperêmese gravídica, enxaquecas, inseguranças). Há redução de pressão ocular interna e de audição. Sistema Endócrino e Metabolismo a) Hipotálamo – a placenta secreta GnRH,, CRH, TRH, GNRH. b) Hipófise – a adeno-hipófise se hipertrofia. O estrógeno propicia aumento de lactrofos, secretores de prolactina, enquanto a progesterona causa secreção de hormônio melanotrofico da hipófise (MSH). Também, o ACTH se leva e a molécula de hCG similar a TSH estimula a tireoide, reduzindo sua secreção por feedback negativo no 1º trimestre. O sinciciotrofoblasto aumenta secreção de GH. Já a neuro-hipófise libera ocitocina no parte e delimita novo limiar para ADH ser liberado. c) Tireoide – redução dos níveis séricos de iodo pelo aumento de fioltração glomerular e consumo periférico; aumento de produção de globulina transportadora de hormônios tireoidianos (TGB) por causa de estímulo estrgênico (logo, há elevação de T3 e T4); e aumento de TSH por hCG. d) Paratireoide – o paratormônio se reduz no 1º trimestre e se eleva nos outros meses. O cálcio, necessário no esqueleto fetal e ao leite materno, é mais absorvido com o aumento de calcitrol/vitamina D3, resultante do estímulo da 1-alfa-hidroxilase renal por estrógeno. Além disso, a hemodiluição materna leva a um decréscimo de albumina, que se liga a 50% do Ca2§ total, levando a uma redução de cálcio sérico total. e) Adrenais – a produção de ACTH e CRH pela placenta causa hipercortisolismo, que, também, se sucede de aumento de meia-vida, apesar de redução da excreção. Contudo, altas doses de progesterona reduzem resposta tecidual ao cortisol. Outrossim, a testosterona tem aumento, bem como andrógenos, mas o nível circulante deles é reduzido pelo consumo fetal e metabolização em estrógeno. Ademais, carboidratos e lipídios no primeiro trimestre estão em fase anabólica, propiciando hipoglicemia, glicogênese hepática e armazenamento de gordura. Depois, há a fase catabólica, em que há lipólise, neoglicogênese e resistência periférica à insulina. Assim, cria-se um ambiente de hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia. Resistência Periférica a Insulina: a placenta produz GH, CRH, progesterona e hormônio lactogênico placentário (HLP), os quais hipertrofiam e hiperplasia das células beta-pancreáticas. Ela também ocorre pela redução de adiponectina (proteína de adipócitos). O aumento de colesterol e triglicérides decorre do aumento de leptina, proteína produzida por adipócitos que regula a fome e o apetite, na medida em que eleva a resistencia à leptina no SNC. 3.1.2 Suplementação Ácido Fólico Rico em fígado de animais e em verduras. Sua fonte é exclusivamente exógena e é inativa, sendo necessária a sua metabolização no fígado. Os folatos estão aderidos às proteínas, modificadas no intestino para absorção, processo que gera perda de resíduos de glutamato a partir da enzima pteroilpoliglutamato hidrolase, formando monoglutamatos, e oxidação molecular para estabilizar a vitamina. Por transporte ativo, os monoglutamatos são absorvidos, principalmente, no terço proximal do intestino delgado, de modo que há proteínas ligantes a eles na borda em escova. Contudo, em altas doses, a difusão é passiva. Do epitélio ao sangue, a vitamina só passa na sua forma reduzida, que reaparece com auxilio de di-hidrofolato redutase e vitamina B12. No sangue, ele é transportado em sua
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