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Problema 1 Embriologia PBL Tutoria

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Problema 1 “Nós teremos um filho”
Fechamento 1
Livro GUYTON, Capítulo 81, Capítulo 82
Livro AIRES, Margarida M. Capítulo 68, 
Livro Moore Anatomia Orientada Para a Clínica
Objetivo 1: Descrever a gametogênese masculina e feminina
As células sexuais, responsáveis pelo processo de reprodução em humanos através da fecundação são denominadas gametas. Os gametas são células haploides geradas por meiose e, ao se fundirem, originam o zigoto diploide. Esses gametas são formados a partir de células indiferenciadas denominadas células germinativas. As células germinativas se originam a partir da parede do saco vitelínico do embrião ao final da terceira semana de desenvolvimento embrionário, migrando então para as gônadas.
As funções reprodutoras masculinas podem ser divididas em 3 grandes subdivisões: a espermatogênese, o desempenho do ato sexual e a regulação das funções reprodutoras masculinas por hormônios.
· Espermatogênese/gametogênese masculina
Durante a formação do embrião do indivíduo, as células germinativas primordiais migram para os testículos e tornam-se células germinativas e diferenciam-se em espermatogônias (fase de multiplicação), situadas nos túbulos seminíferos. Na puberdade, as espermatogônias passam por divisões mitóticas, proliferando e se diferenciando continuamente através de estágio definidos de desenvolvimento para formar o esperma.
A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos, durante a vida sexual ativa, como resultado da estimulação pelos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior/adenoipófise, começando mais ou menos aos 13 anos de idade e continuando pela maior parte do restante da vida (diminui na velhice, mas não para totalmente). 
Estágios: aproximadamente 74 dias, é necessário a presença de LH e testosterona 
-Espermatogônias, envolvidas pelas células de Sertoli, migram em direção ao lúmen central dos túbulos seminíferos
- Fase de crescimento: os espermatogônias que cruzaram o caminho são modificadas e alargadas para formar os espermatócitos primários.
-Fase de maturação: espermatócitos primários se dividem por meiose formando espermatócitos secundários.
-Fase de maturação: espermatócitos secundários se dividem por meiose formando espermátides (aqui, 23 cromossomos vão para uma espermátide e 23 para outra, assim somente metade das características genéticas do possível feto é fornecida pelo pai, enquanto a outra metade provém do oócito fornecido pela mãe).
-Espermiogênese: espermátides são modificadas/diferenciadas e transformam-se em espermatozoides. A espermátide perde a maior parte do citoplasma, o centríolo origina o flagelo do espermatozoide, as mitocôndrias se organizam no colo para fornecer energia, o núcleo fica central e o acrossomo (oriundo do complexo de golgi) fornece enzimas necessárias à fecundação.
Em cada espermatogônia, um dos 23 pares de cromossomos carrega a informação genética que determina o sexo do possível concepto. Esse par é composto por um cromossomo X/feminino e um Y/masculino. Durante a divisão meiótica, o cromossomo Y masculino vai para uma espermátide, que então se torna esperma masculino, e o cromossomo X feminino vai para a outra espermátide, que passa a ser esperma feminino. O sexo do concepto eventual é determinado pelo tipo de esperma, entre os dois descritos.
O espermatozoide (a 4 mm/min) requer muitos dias para passar pelo túbulo do epidídimo (6 m de comprimento) após sua formação nos túbulos seminíferos. Após passar de 18 a 24 horas no epidídimo, o espermatozoide desenvolve a capacidade de mobilidade necessária para fertilizar o óvulo. Contudo, ficam inativos até atividade sexual ser detectada. Após a ejaculação, os espermatozoides tornam-se móveis e capazes de fertilizar o óvulo, processo chamado maturação. As células de Sertoli e o epitélio do epidídimo secretam líquido nutriente especial, que é ejaculado junto com o espermatozoide. Esse líquido contém hormônios (incluindo testosterona e estrogênio), enzimas e nutrientes especiais, essenciais para a maturação dos espermatozoides. Embora sejam considerados maduros quando deixam o epidídimo, a atividade dos espermatozoides é mantida sob controle de múltiplos fatores inibitórios, por isso, quando são inicialmente lançados ainda são incapazes de fertilizar o óvulo. Ao entrar em contato com os líquidos do trato genital feminino, ocorrem múltiplas mudanças que ativam o espermatozoide, essa etapa é chamada capacitação e leva cerca de 1 a 10 horas.
 No acrossomo do espermatozoide ficam armazenadas enzimas que auxiliam na penetração do óvulo. O esperma, deve penetrar na zona pelúcida (revestimento espesso do óvulo). Para essa penetração ocorrer, as enzimas estocadas no acrossomo são liberadas. Quando o espermatozoide atinge a zona pelúcida do óvulo, a membrana mais anterior do espermatozoide liga-se às proteínas receptoras na zona pelúcida e em seguida todo o acrossomo se dissolve rapidamente, liberando as enzimas. Em alguns minutos, as enzimas abrem uma via de penetração para a passagem da cabeça do espermatozoide para dentro do óvulo. Em 30 minutos, as membranas celulares da cabeça do espermatozoide e do oócito se fundem, formando uma só célula. Ao mesmo tempo, os materiais genéticos do espermatozoide e do oócito se combinam para formar um genoma celular completamente novo, contendo as mesmas quantidades de cromossomos e genes do pai e da mãe. Esse é o processo de fertilização; o embrião, então, começa a se desenvolver. Após o espermatozoide ter penetrado a zona pelúcida do óvulo, os íons cálcio se difundem através da membrana do oócito e provocam a liberação, por exocitose, de vários grânulos corticais do oócito. Esses grânulos contêm substâncias que permeiam todas as regiões da zona pelúcida e impedem a ligação de espermatozoide adicional, fazendo com que qualquer espermatozoide que tenha começado a se ligar se solte. Assim, quase nunca ocorre a entrada de mais de um espermatozoide no oócito, durante a fertilização.
As funções reprodutivas femininas podem ser divididas em 2 fases: a preparação do corpo da mulher para a concepção e a gravidez e o período da gravidez em si.
· Oogênese/ovogênese/gametogênese feminina
Os gametas femininos são produzidos nas gônadas femininas, os ovários a partir de células germinativas. Os óvulos são estruturas pares, esféricas, imóveis e grandes (quando comparado ao espermatozoide). São maiores pois armazenam grandes quantidades de substâncias nutritivas (vitelo) para manter o embrião formado até que a placenta possa realizar essa função. Para acumular essas reservas, durante as divisões, sempre uma das células formadas mantém a maior parte do citoplasma (vai originar o óvulo), e a outra atrofia possuindo praticamente apenas o núcleo (polócito ou glóbulo polar).
 No caso dos indivíduos da espécie humana, todos os óvulos dos quais a mulher vai dispor para o resto de sua vida são produzidos ainda durante o período de vida intrauterina, em número limitado. Ao nascer, todos os óvulos já estão em formação, e nenhum pode ser produzido além dos que já estão sendo formados. Apenas um óvulo é liberado a cada mês, aproximadamente, a partir da puberdade. Ao fim do “estoque” de óvulos, a mulher não mais será fértil. Isso ocorre por volta dos 40 anos de idade e caracteriza a menopausa. Este pequeno e limitado número de óvulos é explicado pelo fato do grande acúmulo de vitelo no óvulo, o que torna o processo de ovogênese muito difícil para o organismo, sendo produzido apenas um óvulo para cada célula germinativa. A oogênese inicia-se ainda durante a vida fetal da mulher, e só se completa após a ovulação.
Durante a vida fetal inicial, as células germinativas primordiais se diferenciam formando as oogônias (fase de multiplicação) que crescem e se tornam os oócitos primários (fase de crescimento) e os glóbulos polares primários antes do nascimento. 
Nesse momento, antes mesmo do nascimento, a meiose do oócito primário é interrompida até o período fértil da mulher, momento em que 1 oócito primário origina um oócito secundário. Aqui, novamente o processo é interrompidoe só continua após a fecundação. Pós fecundação, o processo continua e é produzido o oótide/óvulo e um glóbulo polar secundário.
O que é ovulado é o oócito secundário e não o óvulo e o espermatozoide fecunda o oócito secundário e não o óvulo, como comumente dizemos. 
Assim que o oócito primário se forma, células do tecido conjuntivo o circundam e formam uma única camada de células achatadas, as células foliculares. O oócito primário circundado por essa camada de células foliculares, constitui o folículo primário. Conforme o oócito primário cresce durante a puberdade, as células foliculares se tornam cúbicas e depois cilíndricas, formando, assim, o folículo primário. 
O oócito primário é logo envolvido por um material glicoproteico acelular e amorfo, a zona pelúcida. A microscopia eletrônica de varredura da superfície da zona pelúcida revela um aspecto regular de trama com fenestrações intrincadas. Os oócitos primários iniciam a primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas o término da prófase não ocorre até a adolescência (começando com a puberdade). As células foliculares que envolvem o oócito primário secretam uma substância, conhecida como inibidor da maturação do oócito, que mantém estacionado o processo meiótico do oócito.
A maturação pós-natal dos oócitos se inicia na puberdade, quando geralmente um folículo ovariano amadurece a cada mês e ocorre a ovulação (liberação do oócito do folículo ovariano), exceto quando contraceptivos orais são utilizados. A longa duração da primeira divisão meiótica (até 45 anos) pode ser responsável, em parte, pela alta frequência de erros meióticos, tais como a não disjunção (falha na separação das cromátides irmãs de um cromossomo), que ocorre com o aumento da idade materna. Os oócitos primários na prófase suspensa (dictióteno) são vulneráveis aos agentes ambientais como a radiação. 
Nenhum oócito primário se forma após o nascimento, o que contrasta com a produção contínua de espermatócitos primários. Os oócitos primários permanecem em repouso nos folículos ovarianos até a puberdade. Quando um folículo matura, o oócito primário aumenta de tamanho e, imediatamente, antes da ovulação, completa a primeira divisão meiótica para dar origem ao oócito secundário e ao primeiro corpo polar. Diferentemente do estágio correspondente na espermatogênese, a divisão do citoplasma é desigual. O oócito secundário recebe quase todo o citoplasma e o primeiro corpo polar recebe muito pouco. O corpo polar é uma célula minúscula destinada à degeneração. 
Na ovulação, o núcleo do oócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas ela progride somente até a metáfase, quando a divisão é interrompida. Se um espermatozoide penetra o oócito secundário, a segunda divisão meiótica é completada, e a maior parte do citoplasma é novamente mantida em uma célula: o oócito fecundado. A outra célula, o segundo corpo polar, também é formada e irá se degenerar. Assim que os corpos polares são expelidos, a maturação do oócito está completa. 
Existem cerca de 2 milhões de oócitos primários nos ovários de uma menina recém-nascida, mas a maioria deles se degeneram durante a infância, de modo que na adolescência restam não mais que 40.000 oócitos primários. Destes, somente cerca de 400 se tornam oócitos secundários e são liberados na ovulação durante o período reprodutivo. Somente alguns desses oócitos, se algum, tornam-se maduros e são fecundados. O número de oócitos liberados é bastante reduzido em mulheres que tomam contraceptivos orais porque os hormônios contidos neles impedem a ovulação.
Objetivo 2: Descrever o ciclo ovariano, o ciclo menstrual e ação dos hormônios
O ciclo menstrual, também chamado de ciclo endometrial, é responsável por preparar o corpo para uma gestação. E juntamente ao ciclo ovariano, é responsável pela fertilidade da mulher.
Iniciando-se na puberdade (10 a 13 anos de idade), as mulheres passam por ciclos reprodutivos (ciclos sexuais), que envolvem a atividade do hipotálamo do encéfalo, da glândula hipófise, dos ovários, do útero, das tubas uterinas, da vagina e das glândulas mamárias. Esses ciclos mensais preparam o sistema genital para a gestação. 
O hormônio liberador de gonadotrofina é sintetizado pelo hipotálamo/pituitária. Esse hormônio é transportado pela rede de capilares da circulação porta hipofisária (sistema porta hipofisário), para o lobo anterior da glândula hipófise. O hormônio estimula a liberação de dois hormônios hipofisários produzidos por essa glândula e que atuam nos ovários: o hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos (antes era folículo ovariano primário e agora é folículo ovariano secundário) e a produção de estrogênio pelas células foliculares e o hormônio luteinizante (LH) age como um “disparador” da ovulação (liberação do oócito secundário) e estimula as células foliculares e o corpo lúteo a produzirem progesterona. Esses hormônios também induzem o crescimento dos folículos ovarianos e do endométrio. Aqui é a continuidade das etapas interrompidas durante o desenvolvimento fetal da mulher.
Ciclo ovariano: o FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários – o ciclo ovariano – o desenvolvimento dos folículos, a ovulação (liberação de um oócito de um folículo maduro/folículo ovariano terciário) e a formação do corpo lúteo. Durante cada ciclo, o FSH estimula o desenvolvimento de vários folículos primários em 5 a 12 folículos primários; entretanto, somente um folículo primário normalmente chega ao estágio de folículo maduro e se rompe na superfície ovariana, expelindo seu oócito. 
Desenvolvimento folicular
O desenvolvimento de um folículo ovariano é caracterizado por:
• Crescimento e diferenciação de um oócito primário. 
• Proliferação das células foliculares e formação da zona pelúcida. 
• Desenvolvimento das tecas foliculares (interna, para produção de hormônios e externa, para proteção)
Conforme o folículo primário aumenta de tamanho, o tecido conjuntivo ao redor se organiza como uma cápsula, a teca folicular. Essa teca logo se diferencia em duas camadas, uma interna e outra externa. As células foliculares se dividem ativamente, formando uma camada estratificada ao redor do oócito. O folículo ovariano logo se torna oval e o oócito assume uma posição excêntrica. Subsequentemente, surgem em torno das células foliculares espaços preenchidos por líquido, os quais coalescem para formar uma única e grande cavidade, o antro, que armazena o líquido folicular. Após a formação do antro, o folículo ovariano é denominado de vesicular ou folículo secundário. 
O desenvolvimento inicial dos folículos ovarianos é estimulado pelo FSH, mas os estágios finais da maturação necessitam também do LH. Os folículos em desenvolvimento produzem estrogênio, o hormônio que regula o desenvolvimento e o funcionamento dos órgãos genitais. A teca interna vascular produz um fluido folicular e algum estrogênio. 
Ovulação
Por volta da metade do ciclo ovariano, o folículo ovariano, sob influência do FSH e do LH, sofre um repentino surto de crescimento, produzindo uma dilatação cística ou uma saliência na superfície ovariana. Um pequeno ponto avascular, o estigma, logo aparece nessa saliência. Antes da ovulação, o oócito secundário e algumas células do cumulus oophorus se desprendem do interior do folículo distendido. 
A ovulação é disparada por uma onda de produção de LH. Normalmente, a ovulação acontece de 12 a 24 horas após o pico de LH. A elevação nos níveis de LH, induzida pela alta concentração de estrogênio no sangue, parece causar a tumefação do estigma, formando uma vesícula. O estigma logo se rompe expelindo o oócito secundário junto com o líquido folicular. A expulsão do oócito é o resultado da pressão intrafolicular e possivelmente da contração da teca externa, estimulada pelas prostaglandinas.
O oócito secundário expelido está circundado pela zona pelúcida e uma ou mais camadas de células foliculares, organizadas radialmente como uma corona radiata, formando o complexo oócito cumulus. Os altos níveis de LH também parecemser responsáveis por induzir o término da primeira divisão meiótica do oócito primário. Portanto, os folículos ovarianos maduros contêm oócitos secundários.
Corpo lúteo: logo após a ovulação, as paredes do folículo ovariano e da teca folicular colapsam e se tornam pregueadas. Sob a influência do LH, elas formam uma estrutura glandular, o corpo lúteo, que secreta progesterona e estrogênio e, assim, o endométrio se prepara para a implantação do blastocisto. 
Se o oócito é fecundado, o corpo lúteo cresce e forma o corpo lúteo gestacional e aumenta a produção de hormônios. A degeneração do corpo lúteo é impedida pela ação da gonadotrofina coriônica humana, um hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. O corpo lúteo gestacional permanece funcionalmente ativo durante as primeiras 20 semanas de gestação. Nesse momento, a placenta assume a produção de estrogênio e de progesterona necessária para a manutenção da gestação. 
Se o oócito não é fecundado, o corpo lúteo involui e se degenera 10 a 12 dias após a ovulação. Ele é, então, chamado corpo lúteo menstrual. O corpo lúteo, em seguida, se torna uma cicatriz branca no tecido ovariano, denominada corpo albicans. Os ciclos ovarianos cessam na menopausa, a suspensão permanente da menstruação devido à falência dos ovários. A menopausa normalmente ocorre entre os 48 e os 55 anos de idade. As alterações endócrinas, somáticas (corporais) e psicológicas que ocorrem ao término do período reprodutivo são denominadas de climatéricas.
Ciclo menstrual: é o período durante o qual o oócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelos corpos lúteos (estrogênio e progesterona) produzem mudanças cíclicas no endométrio. Essas mudanças mensais na camada interna do útero constituem o ciclo endometrial, mais comumente chamado de ciclo (período) menstrual, porque a menstruação (fluxo sanguíneo do útero) é evidente. 
O endométrio é um “espelho” do ciclo ovariano porque ele responde de maneira consistente às flutuações de concentrações de hormônios gonadotróficos e ovarianos. O tempo médio do ciclo menstrual é de 28 dias, sendo o primeiro dia do ciclo determinado quando se inicia o fluxo menstrual. Os ciclos menstruais normalmente variam em extensão por vários dias. Quase todas essas variações resultam de alterações na duração da fase proliferativa do ciclo menstrual.
Fases do ciclo menstrual 
As alterações nos níveis de estrogênio e progesterona causam mudanças cíclicas na estrutura do sistema genital, notadamente no endométrio. O ciclo menstrual é um processo contínuo; cada fase passa gradualmente para a seguinte. 
Fase menstrual (0 a 5)
A camada funcional da parede uterina desintegra-se e é expelida no fluxo menstrual ou menstruação (sangramento mensal), que normalmente dura 4 a 5 dias. O sangue descartado pela vagina está misturado a pequenos fragmentos de tecido endometrial. Após a menstruação, o endométrio erodido fica delgado. 
Fase proliferativa/estrogênica (5 a 14) 
Esta fase, que dura aproximadamente 9 dias, coincide com o crescimento dos folículos ovarianos e é controlada pelo estrogênio secretado pelos folículos. Nesta fase de reparo e proliferação ocorre um aumento de duas a três vezes na espessura do endométrio e no seu conteúdo de água. No início desta fase, a superfície do epitélio se refaz e recobre o endométrio. As glândulas aumentam em número e comprimento e as artérias espiraladas se alongam. 
Fase secretora/progestacional/lútea (14 a 28)
A fase secretora ou fase lútea, dura aproximadamente 13 dias e coincide com a formação, o funcionamento e o crescimento do corpo lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar um material rico em glicogênio. As glândulas se tornam grandes, tortuosas e saculares, e o endométrio se espessa devido à influência da progesterona e do estrogênio produzidos pelo corpo lúteo e também por causa do aumento de fluido no tecido conjuntivo. Conforme as artérias espiraladas crescem na camada compacta superficial, elas se tornam mais tortuosas. A rede venosa torna-se mais complexa e ocorre o desenvolvimento de grandes lacunas (espaços venosos). As anastomoses arteriovenosas são características importantes desse estágio. 
Se a fecundação não ocorrer (dia 14 do ciclo é a ovulação e 12 a 16 é o período fértil): 
• O corpo lúteo se degenera. 
• Os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e o endométrio secretor entra na fase isquêmica. 
• Ocorre descamação do endométrio, a menstruação na fase isquêmica. 
Fase isquêmica 
A fase isquêmica ocorre quando o oócito não é fecundado; as artérias espiraladas se contraem, dando ao endométrio uma aparência pálida. Essa constrição é resultado da diminuição da secreção de hormônios, principalmente a progesterona, devido à degradação do corpo lúteo. Além das alterações vasculares, a queda hormonal provoca a parada da secreção glandular, a perda de fluido intersticial e um importante adelgaçamento do endométrio. No fim da fase isquêmica, as artérias espiraladas se contraem por longos períodos, isso provoca estase venosa (congestão e diminuição da circulação venosa) e necrose isquêmica (morte) dos tecidos superficiais. Finalmente, ocorre a ruptura das paredes dos vasos lesionados e o sangue penetra o tecido conjuntivo adjacente. Pequenas lacunas de sangue se formam e se rompem na superfície endometrial, resultando em sangramento para a cavidade uterina e através da vagina. À medida que pequenos fragmentos de endométrio se destacam e caem dentro da cavidade uterina, as extremidades das artérias sangram para a cavidade, levando à perda de de sangue. Por fim, 3 a 5 dias depois, toda a camada compacta e a maior parte da camada esponjosa do endométrio são eliminadas na menstruação. Os remanescentes das camadas esponjosa e basal permanecem para que se regenerem durante a fase proliferativa subsequente do endométrio. Torna-se óbvio, por meio das descrições anteriores, que a atividade hormonal cíclica do ovário está intimamente ligada às mudanças histológicas do endométrio. 
Se a fecundação ocorrer: 
• Inicia-se a clivagem do zigoto e a blastogênese (formação do blastocisto). 
• O blastocisto começa a implantar-se no endométrio aproximadamente no sexto dia da fase lútea. 
• A gonadotrofina coriônica humana, um hormônio produzido pelo sinciciotrofoblasto, mantém o corpo lúteo secretando estrogênio e progesterona. 
• A fase lútea prossegue e a menstruação não ocorre.
Gestações
Se ocorrer gestação, os ciclos menstruais cessam e o endométrio passa para a fase gravídica. Com o término da gestação, os ciclos ovariano e menstrual voltam a funcionar após um período variável (normalmente de 6 a 10 semanas se a mulher não estiver amamentando). Exceto durante a gestação, os ciclos reprodutivos normais prosseguem até a menopausa.
Hormônios
· Controle hormonal masculino
A reprodução é controlada, em grande parte, pela secreção de diversos hormônios que participam de mecanismos envolvendo a diferenciação dos órgãos reprodutores, a produção de gametas, o ciclo reprodutor, a liberação de outros hormônios, o desenvolvimento de características sexuais secundárias e o comportamento sexual. São produzidos ou tem sua produção controlada pelo hipotálamo e pela adenoipófise (parte anterior da hipófise). 
O termo androgênio significa qualquer hormônio esteroide que tenha efeitos masculinizantes, incluindo a testosterona. Por exemplo, as glândulas adrenais secretam, pelo menos, cinco androgênios, embora a atividade masculinizante total desses androgênios seja normalmente tão baixa que, mesmo na mulher, eles não geram características masculinas significativas, exceto a indução do crescimento de pelos pubianos e das axilas. No entanto, quando ocorre tumor das células da adrenal que produzem androgênios, a quantidade de hormônios androgênicos pode, então, tornar-se elevada o suficiente para induzir todas as características sexuais secundárias masculinas usuais. Esses efeitos estão descritos, com a síndrome adrenogenital. Noshomens, os testículos e glândulas adrenais produzem os hormônios masculinos. 
A testosterona é formada pelas células intersticiais de Leydig (estimuladas pelo LH) e constituem cerca de 20% da massa dos testículos adultos.Após sua secreção nos testículos, a testosterona liga-se fracamente à albumina plasmática ou fortemente à betaglobulina e circula no sangue até ser transferida para os tecidos ou degradada em produtos inativos. A maior parte da testosterona que se fixa nos tecidos é convertida em di-hidrotestosterona. A testosterona que não se fixa nos tecidos é convertida rapidamente, principalmente pelo fígado, e excretada. É responsável pelas características que diferenciam o corpo masculino (características primárias e secundárias) e induz a formação da próstata, das vesículas seminais e dos ductos genitais, induz a descida dos testículos e o crescimento de pelos. É produzida durante a vida fetal e por cerca de 10 semanas pós nascimento, depois disso, recomeça aos 10/13 anos. Então, a produção de testosterona aumenta rapidamente, sob estímulo dos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior, no início da puberdade, permanecendo assim pela maior parte do resto da vida, diminuindo rapidamente após os 50 anos e caindo mais ainda aos 80 anos. Origina as características sexuais secundárias masculinas na puberdade (aumento do pênis, voz grave, pelos corporais e faciais, aumento da massa muscular). Semenarca: primeira ejaculação nos homens, geralmente entre 9 e 13 anos e ocorre involuntariamente a noite (polução noturna).
A diidrotestosterona origina as características sexuais primárias masculinas (pênis e escroto) no feto.
O estrogênio é formado em pequenas quantidades no homem, não sendo totalmente esclarecida qual a sua fonte.
A maior parte do controle das funções sexuais, tanto dos homens quanto das mulheres, começa com a secreção do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo. Esse hormônio, por sua vez, estimula a hipófise anterior a secretar dois outros hormônios chamados hormônios gonadotrópicos: (1) hormônio luteinizante (LH ou nos homens chamado de ICSH- hormônico estimulante das células intersticiais de Leydig); e (2) hormônio foliculoestimulante (FSH). Por sua vez, LH é o estímulo primário para a secreção de testosterona pelos testículos, e FSH estimula, principalmente, a espermatogênese. Da mesma forma que o LH estimula a produção de testosterona, a testosterona inibe a secreção de LH pelo efeito feedback negativo. Assim, sempre que a secreção de testosterona fica muito elevada, esse efeito automático de feedback negativo, operando por meio do hipotálamo e da hipófise anterior, reduz a secreção de testosterona para os níveis de funcionamento desejados. Ao contrário, pequenas quantidades de testosterona induzem o hipotálamo a secretar grande quantidade de GnRH, com o correspondente aumento da secreção de LH e FSH pela hipófise anterior e o consequente aumento da secreção testicular de testosterona.
Outro hormônio é a inibina, que também atua com potente efeito de feedback inibitório/negativo na hipófise anterior para o controle da espermatogênese.
· Controle hormonal feminino
O sistema hormonal feminino consiste em três hierarquias de hormônio: 
1. O hormônio de liberação hipotalâmica, chamado hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). 
2. Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o hormônio foliculoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta à liberação de GnRH do hipotálamo. 
3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, que são secretados pelos ovários, em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior. 
Esses diversos hormônios são secretados com intensidades drasticamente distintas, durante as diferentes partes do ciclo sexual feminino mensal. 
A quantidade de GnRH liberada pelo hipotálamo aumenta e diminui de modo bem menos drástico durante o ciclo sexual mensal. Esse hormônio é secretado em pulsos curtos, em média uma vez a cada 90 minutos, como ocorrem nos homens.
Os anos reprodutivos normais da mulher se caracterizam por variações rítmicas mensais da secreção dos hormônios femininos e correspondem a alterações nos ovários e outros órgãos sexuais. Esse padrão rítmico é denominado ciclo sexual mensal feminino (ou, menos precisamente, ciclo menstrual). O ciclo dura, em média, 28 dias. Pode ser curto como 20 dias ou longo como 45 dias em algumas mulheres, embora o ciclo de duração anormal esteja, com frequência, associado à menor fertilidade. 
Existem dois resultados significativos do ciclo sexual feminino. Primeiro, apenas um só óvulo costuma ser liberado dos ovários a cada mês, de maneira que geralmente apenas um só feto, por vez, começará a crescer. Em segundo lugar, o endométrio uterino é preparado, com antecedência, para a implantação do óvulo fertilizado, em momento determinado do mês.
As mudanças ovarianas que ocorrem durante o ciclo sexual dependem inteiramente dos hormônios gonadotrópicos FSH e LH, que são secretados pela hipófise anterior. Na ausência desses hormônios, os ovários permanecem inativos, como ocorre durante toda a infância, quando quase nenhum hormônio gonadotrópico é secretado. Entre os 9 e os 12 anos de idade, a hipófise começa a secretar progressivamente mais FSH e LH, levando ao início de ciclos sexuais mensais normais, que começam entre 11 e 15 anos de idade. Esse período de mudança é denominado puberdade, e o primeiro ciclo menstrual é denominado menarca. Durante cada mês do ciclo sexual feminino, ocorre aumento e diminuição cíclicos, tanto de FSH quanto de LH. Essas variações cíclicas acarretam alterações ovarianas cíclicas, que explicaremos nas seções a seguir. 
O FSH e o LH estimulam suas células-alvo ovarianas ao se combinarem aos receptores muito específicos de FSH e LH, nas membranas das células-alvo ovarianas. Os receptores ativados, por sua vez, aumentam a secreção das células e, em geral, também o crescimento e a proliferação das células. Quase todos esses efeitos estimuladores resultam da ativação do sistema do segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico, no citoplasma celular, levando à formação da proteína cinase e múltiplas fosforilações de enzimas chave que estimulam a síntese dos hormônios sexuais.
Objetivo 3: Discutir a fisiologia e anatomia dos órgãos sexuais masculino e feminino
· Estruturas do sistema reprodutor masculino:
-Os testículos (gônadas masculinas), um sistema de ductos (que incluem o ducto deferente, o ducto ejaculatório e a uretra)
-As glândulas sexuais acessórias (vesículas seminais, próstata e glândula bulbouretral)
-Estruturas de suporte (que incluem o escroto e o pênis)
Os testículos são produtores de gametas e secretores de hormônios. Os gametas são produzidos pelos testículos, armazenados e transportados pelos ductos, onde as glândulas acessórias secretam substâncias envolvidas na proteção e nutrição dos gametas, além de facilitarem seu movimento. O pênis auxilia na transferência dos gametas masculinos (espermatozoides) para o sistema reprodutor feminino durante o ato sexual.
O escroto ou saco escrotal é uma bolsa de pele frouxa que pende da parte fixa do pênis, formando uma estrutura de suporta para os testículos. É dividido internamente em partes laterais pela rafe, parte interna contém um testículo. Os músculos do saco escrotal (músculo dartos) é contínuo ao tecido da parede abdominal e é capaz de contrair ou relaxar, afastando ou aproximando o escroto da pelve. Os testículos necessitam de uma temperatura adequada para produção normal de espermatozoides, assim, a temperatura adequada é de 2 a 3 °C menor que a temperatura corporal, o conjunto de músculos aproxima ou afasta os testículos da cavidade pélvica para controle da temperatura (durante o ato sexual ou durante frio intenso).
Os testículos são estruturas pares, ovais, glandulares, de função regulada pelo sistema nervoso central. Armazenados cada um em um septo do saco escrotal. Durante as fases de desenvolvimento embrionário, um ou dois testículos podem nãodescer para o escroto, caracterizando uma disfunção chamada criptorquidismo (em 80% dos casos os testículos descem espontaneamente, os que não descem tornam-se incapazes de produzir espermatozóides, mas continuam a produzir hormônios). Há também a possibilidade de estimular a descida cirurgicamente ou por meio da administração da testosterona. Internamente, os testículos possuem túbulos muito contorcidos, chamados túbulos seminíferos, que dão início à produção dos espermatozoides pelas células germinativas indiferenciadas periféricas dos túbulos. Parte do processo de maturação ainda ocorrerá ao longo do trajeto dos espermatozoides pelos ductos do sistema reprodutor masculino e no interior do sistema reprodutor feminino, até que esteja apto para a fecundação. Além das células germinativas, os ductos seminíferos possuem as chamadas células de Sertoli, responsáveis pela nutrição e amadurecimento das células germinativas, fagocitose de restos, e secreção do fluido que transporta os espermatozoides, se unem entre si por junções de oclusão. Os testículos são divididos em compartimentos por meio do prolongamento de uma e suas camadas de revestimento, os lóbulos que tem de 1 a 3 túbulos seminíferos. Cada testículo tem entre 200 e 300 lóbulos e formam até 120 milhões de espermatozoides por dia, que ficam estocados no epidídimo, mantidos inativos por cerca de até 1 mês. 
A maior parte da massa testicular é composta pelos túbulos seminíferos. O tecido intersticial que envolve os túbulos contém vasos sanguíneos e células produtoras de testosterona e outros hormônios, as células de Leydig ou células intersticiais.
 
Após a produção dos espermatozoides nos túbulos seminíferos, ocorre também a secreção do fluido que transporta os espermatozoides, gerando uma pressão que provoca o deslocamento (por pressão peristáltica) do líquido+espermatozoides ao longo dos ductos do sistema reprodutor masculino. O fluido segue então dos túbulos seminíferos contorcidos para os túbulos seminíferos retos e depois para a rede testicular. Depois, o fluido segue por uma série de ductos até chegar ao ducto do epidídimo. 
O epidídimo é composto por ductos espiralados e situa-se na margem posterior de cada testículo. Pode ser dividido em cabeça, corpo e cauda. O ducto deferente pode também ser chamado de vaso deferente, e é onde o ducto do epidídimo fica menos contorcido e seu diâmetro aumenta. É no epidídimo que a motilidade do espermatozoide aumenta, em um período de 10 a 14 dias (na maturação), mas podem ficar armazenados por meses até serem conduzidos para a ejaculação ou serem reabsorvidos. Os movimentos peristálticos das camadas de tecido muscular dos ductos deferentes são responsáveis pela movimentação dos espermatozoides para o ducto ejaculatório. 
A uretra recebe os espermatozoides juntamente com as secreções das glândulas prostática, seminal e bulbouretral. É através da uretra que o sêmen é ejaculado para o exterior. É na uretra também que ocorre a passagem da urina os homens. 
As glândulas sexuais acessórias são responsáveis por secretar a maior parte da porção líquida do sêmen. Essa secreção está envolvida em diversas funções, como o transporte e a nutrição dos espermatozoides e lubrificação do pênis e da uretra. Algumas glândulas são: vesículas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais.
A próstata secreta um líquido leitoso (compõe 25% do sêmen e contribui para sua coagulação após a ejaculação e a decomposição) na região prostática da uretra através de ductos. Tem formado de anel e envolve completamente a uretra. Além disso, o líquido contém substâncias usadas para a produção de ATP e contribuem para a motilidade e a viabilidade dos espermatozoides. O tamanho da próstata varia ao longo da vida do homem, com aumento lento até a puberdade, aumento acentuado até os 30 anos, estabilidade até os 45 anos e novo aumento pós 45 anos. Quando há aumento excessivo, caracteriza-se uma neoplasia, segundo tipo de câncer mais comum nos homens. Se ocorre câncer da próstata, as células cancerosas são estimuladas, em geral, a crescer mais rapidamente pela testosterona e são inibidas pela remoção de ambos os testículos, de modo que a testosterona não pode ser formada. O câncer prostático, na maior parte das vezes, pode ser inibido pela administração de estrogênios. Mesmo alguns pacientes com câncer prostático, com metástase em quase todos os ossos do corpo, podem ser tratados com sucesso, durante poucos meses a anos, pela remoção dos testículos, pelo tratamento com estrogênio ou por ambos; após o início desse tratamento, as metástases frequentemente diminuem de tamanho, e os ossos curam-se parcialmente. Esse tratamento não detém o câncer, mas o torna mais lento e, algumas vezes, diminui muito a dor óssea grave.
As vesículas seminais são estruturas pares, sua secreção (alcalina, que compõe 60% do sêmen) é importante para adequar o pH da uretra masculina e do trato genital feminino, tornando-o compatível à vida dos espermatozoides. Além disso, a composição do líquido possui frutose, importante na formação de ATP para energia utilizada pelo espermatozoide. As prostaglandinas, também presentes no líquido, estimulam a contração muscular do trato genital feminino, facilitando a locomoção dos espermatozoides dentro dele e, viabilizando seu encontro com o óvulo. 
As glândulas bulbouretrais, ou glândulas de Cowper, são estruturas pares e possuem ductos que se abrem na parte esponjosa da uretra, onde secretam substância alcalina contribuindo também para regular o pH. Sua secreção ocorre durante a excitação sexual e contém um muco lubrificante que diminui a quantidade de espermatozoides danificados durante a ejaculação. 
O ejaculado contém cerca de 3 ml e 100 milhões de espermatozoides por ml.
O pênis é uma estrutura cilíndrica, compostas por massas de tecido erétil muito vascularizadas, chamadas corpos cavernosos e corpos esponjosos. A uretra encontra-se na região medial peniana, envolvida pelo corpo esponjoso, permitindo a passagem da urina e do sêmen pelo óstio externo da uretra. Essa região é localizada na parte distal do pênis, levemente dilatada, denominada glande, e recoberta pelo prepúcio. O pênis permite a passagem do sêmen e da urina pela uretra e também possui função na copulação sexual. Para isso, estímulos sexuais causam a ereção ou dilatação das artérias penianas que irrigam os corpos cavernosos e esponjosos e assim, ocorre o aumento do aporte sanguíneo na região. O aumento e o endurecimento da estrutura peniana facilitam a penetração no canal vaginal. A ereção é um mecanismo reflexo controlado pelo sistema nervoso parassimpático, pela vasodilatação. O pênis retorna ao seu estado flácido quando as artérias se contraem e a pressão sobre as veias é aliviada.
O prepúcio é formado por tecido epitelial e mucoso, frouxamente aderido à extremidade peniana, sua função está relacionada a proteção mecânica e possui inervações sensíveis a estímulos mecânicos presentes no ato sexual. Pode ocorrer a retirada do prepúcio por estímulos médicos ou religiosos, a prática cirúrgica é denominada circuncisão. 
A ejaculação é uma ação reflexa, que promove a emissão do sêmen para dentro da uretra e posterior ejeção para o exterior. O mecanismo de ejaculação é mediado pelo sistema nervoso simpático, causando o término da ereção peniana. Durante a ejaculação, o músculo liso do esfíncter, na base da bexiga urinária, se fecha (assim a urina não é expelida durante a ejaculação e tampouco o sêmen entra na bexiga urinária). 
RESUMO: O testículo é composto por até 900 túbulos seminíferos convolutos, onde é formado o esperma; cada um tem, em média, mais de 1 metro de comprimento. O esperma, então, é lançado no epidídimo, que é outro tubo convoluto de, aproximadamente, 6 metros de comprimento. O epidídimo conduz ao canal deferente, que se alarga na ampola do canal deferente, imediatamente antes de o canal entrar no corpo da glândula prostática. Duas vesículas seminais, uma de cada lado da próstata, desembocam na terminação prostática da ampola, e os conteúdosda ampola e das vesículas seminais passam para o ducto ejaculatório e são conduzidos através do corpo da glândula prostática, então desaguando na uretra interna. Os ductos prostáticos recebem o conteúdo da glândula prostática e o conduzem para o ducto ejaculatório e daí para a uretra prostática. Finalmente, a uretra é o último elo dos testículos com o exterior. A uretra contém muco proveniente de grande número de pequenas glândulas uretrais, localizadas em toda a sua extensão, e, em maior quantidade, das glândulas bulbouretrais (glândulas de Cowper), localizadas próximas da origem da uretra. Pós ereção, o conteúdo é ejaculado para fora da uretra.
· Estruturas do sistema reprodutor feminino:
A Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino é composto por dois grupos de órgãos: os internos e os externos. Os órgãos internos são o útero, os ovários, as tubas uterinas e a vagina. Já os externos são: o monte do púbis, os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris.
A reprodução começa com o desenvolvimento dos óvulos nos ovários. No meio de cada ciclo sexual mensal, um só óvulo é expelido do folículo ovariano para a cavidade abdominal próxima das aberturas fimbriadas das duas tubas uterinas. O óvulo então, vai de uma das tubas até o útero e, se tiver sido fertilizado pelo espermatozoide, o óvulo implanta-se no útero, onde se desenvolve.
 
Os ovários são órgãos pares, onde são originados os oócitos (gametas ou células germinativas femininas). Além disso desenvolve função endócrina de produzir hormônios sexuais (estrógeno e progesterona) pelas células tecais. As fímbrias dos ovários capturam o oócito secundário quando eles são liberados. Pós fecundação, os cílios das tubas uterinas varrem o embrião até o útero (nidação: implantação do embrião no útero)
O útero é um órgão oco para onde o embrião é levado para se desenvolver. É formado por 3 camadas concêntricas: o endométrio, o miométrio e o perimétrio.
As tubas uterinas/trompas de Falópio são órgãos pares que ligam os ovários ao útero, conduzindo os oócitos liberados pelo ovário para o interior da cavidade uterina. É na tuba uterina onde ocorre a fecundação/fertilização.
A vagina é um canal muscular (paredes elásticas) que liga o colo do útero a superfície externa, através do óstio da vagina. Contém duas glândulas denominadas glândulas de Bartholim/ vestibulares que secretam um muco lubrificante e glicogênio (nutrição para a microbiota vaginal, controla o ph vaginal).
O clitóris é um órgão erétil com grande quantidade de terminações nervosas sensitivas que atuam exclusivamente na estimulação sexual.
A uretra não faz parte do aparelho reprodutor feminino.
Fechamento 2
Livro GUYTON
Cadernos de Atenção Básica ao pré-natal de baixo risco, Ministério da Saúde.
Livro AIRES, Margarida M. Capítulo 68, 
Biologia total, Professor Landim
Objetivo 1: Explicar os eventos que ocorrem nas duas primeiras semanas do desenvolvimento embrionário
Primeira semana
· Transporte de gametas
Transporte do oócito 
Na ovulação, o oócito secundário é expelido do folículo ovariano junto com fluido folicular. Durante a ovulação, as extremidades fimbriadas da tuba uterina aproximam-se intimamente do ovário. O oócito passa então para a ampola da tuba uterina, principalmente como resultado da peristalse (movimentos da parede da tuba caracterizados pela contração e relaxamento alternados) que conduz o oócito na direção do útero.
Transporte dos espermatozoides 
A ejaculação reflexa do sêmen pode ser dividida em duas fases: 
Emissão: o sêmen é enviado para a porção prostática da uretra pelos ductos ejaculatórios após a peristalse (movimentos peristálticos) dos ductos deferentes; a emissão é uma resposta autônoma simpática.
Ejaculação: o sêmen é expelido da uretra através do óstio uretral externo; isso é resultado do fechamento do esfíncter vesical no colo da bexiga, da contração do músculo uretral e da contração dos músculos bulboesponjosos. 
Os espermatozoides ainda inativos são rapidamente transportados do epidídimo para a uretra por contrações peristálticas da espessa camada muscular dos ductos deferentes. As glândulas sexuais acessórias, que são as glândulas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais, produzem secreções que são adicionadas ao fluido espermático nos ductos deferentes e na uretra. Os espermatozoides passam através do colo uterino graças à movimentação de suas caudas, e pós maturação e capacitação. A enzima vesiculase, produzida pelas glândulas seminais, coagula pequena parte do sêmen ejaculado e forma um tampão vaginal que impede o retorno do sêmen para a vagina. Quando ocorre a ovulação, o muco do colo uterino aumenta e se torna menos viscoso, facilitando ainda mais a passagem dos espermatozoides, auxiliado ainda pelos movimentos de contração parede muscular. As prostaglandinas (substâncias fisiologicamente ativas) no sêmen parecem estimular a motilidade uterina no momento da relação sexual e auxiliam na movimentação dos espermatozoides até o local da fecundação na ampola da tuba uterina. A frutose, secretada pelas glândulas seminais, é uma fonte de energia para os espermatozoides no sêmen. Eles se movem lentamente no ambiente ácido da vagina, mas se movem mais rapidamente no ambiente alcalino do útero. Não se sabe ao certo o tempo que os espermatozoides levam para chegar ao local no qual ocorre a fecundação, na ampola da tuba uterina, mas esse tempo provavelmente é curto. Cerca de 200 espermatozoides alcançam o local da fecundação; a maioria dos espermatozoides se degenera e é reabsorvida pelo trato genital feminino.
Maturação dos espermatozoides 
Os espermatozoides recém-ejaculados são incapazes de fecundar um oócito. Os espermatozoides devem passar por um período de condicionamento, ou capacitação, que dura aproximadamente 7 horas. Durante esse período, uma cobertura glicoproteica e de proteínas seminais é removida da superfície do acrossomo do espermatozoide. A capacitação dos espermatozoides ocorre enquanto eles estão no útero ou na tuba uterina pela ação de substâncias secretadas por essas regiões. Na fertilização in vitro, a capacitação é induzida pela incubação dos espermatozoides em um meio específico por várias horas. O término da capacitação permite que ocorra a reação acrossômica (para penetração na zona pelúcida, etc.). 
Quando os espermatozoides capacitados entram em contato com a corona radiata que envolve o oócito secundário, eles passam por alterações moleculares complexas que resultam no desenvolvimento de perfurações no acrossomo. Ocorrem, então, vários pontos de fusão da membrana plasmática do espermatozoide com a membrana acrossômica externa. O rompimento das membranas nesses pontos produz aberturas. As mudanças induzidas pela reação acrossômica estão associadas à liberação de enzimas da vesícula acrossômica que facilitam a fecundação, incluindo a hialuronidase e a acrosina.
Viabilidade dos gametas
Os oócitos humanos são geralmente fecundados dentro de 12 horas após a ovulação e não podem ser fecundados após 24 horas (se degeneram rapidamente após esse tempo). A maioria dos espermatozoides humanos provavelmente não sobrevive por mais de 48 horas no trato genital feminino. Após a ejaculação, os espermatozoides passam pelo colo uterino e chegam ao interior do útero. Alguns espermatozoides são armazenados nas pregas da mucosa do colo e gradualmente liberados, atravessam o útero e entram nas tubas uterinas. O curto armazenamento dos espermatozoides no colo proporciona a liberação gradual de espermatozoides, aumentando, assim, as chances de fecundação. Os espermatozoides e os oócitos podem ser congelados e armazenados por muitos anos para serem utilizados na fertilização in vitro.
· Fecundação 
Normalmente, o local da fecundação é a ampola da tuba uterina. Se o oócito não for fecundado na ampola, ele passa lentamente pela tuba e chega ao corpo do útero, onde se degenera e é reabsorvido. Embora a fecundação possa ocorrer em outras partes da tuba, ela não ocorre no corpo do útero. Sinais químicos (atrativos) secretados pelos oócitos e pelas célulasfoliculares circundantes guiam os espermatozoides capacitados (quimiotaxia dos espermatozoides) para o oócito. 
A fecundação é uma sequência complexa de eventos coordenados que se inicia com o contato entre um espermatozoide e um oócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto- o embrião unicelular.
Alterações em qualquer estágio na sequência desses eventos podem causar a morte do zigoto. O processo da fecundação leva aproximadamente 24 horas. 
Fases da fecundação 
Passagem de um espermatozoide através da corona radiata. A dispersão das células foliculares da corona radiata que circundam o oócito e a zona pelúcida resultam da ação de enzimas do espermatozoide, a tuba uterina e dos movimentos da cauda do espermatozoide.
Penetração da zona pelúcida. A passagem do espermatozoide pela zona pelúcida é uma fase importante do início da fecundação. A formação de uma passagem também é resultado da ação de enzimas acrossômicas que causam a lise/dissolução da zona pelúcida, formando assim uma passagem para o espermatozoide penetrar o oócito. A mais importante dessas enzimas é a acrosina.
Uma vez que o espermatozoide penetra a zona pelúcida, ocorre a reação zonal, tornando-a impermeável a outros espermatozoides também por ação enzimática. 
Fusão das membranas plasmáticas do oócito e do espermatozoide. As membranas plasmáticas ou celulares do oócito e do espermatozoide se fundem e se rompem na região da fusão. A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do oócito, mas a membrana celular espermática (membrana plasmática) e as mitocôndrias não. 
Término da segunda divisão meiótica do oócito e formação do pronúcleo feminino. Quando o espermatozoide penetra o oócito, este é ativado e termina a segunda divisão meiótica formando um oócito maduro e um segundo corpo polar. Em seguida, os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do oócito maduro se torna o pronúcleo feminino. 
Formação do pronúcleo masculino. Dentro do citoplasma do oócito, o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o pronúcleo masculino, e a cauda do espermatozoide degenera.
O zigoto é geneticamente único porque metade dos cromossomos é materna e a outra metade é paterna. O zigoto contém uma nova combinação de cromossomos diferente da combinação das células paternas. Esse mecanismo é a base da herança biparental e da variação da espécie humana. A meiose possibilita a distribuição aleatória dos cromossomos paternos e maternos entre as células germinativas. O crossing-over dos cromossomos, por relocação dos segmentos dos cromossomos paterno e materno “embaralha” os genes, produzindo uma recombinação do material genético. O sexo cromossômico do embrião é determinado na fecundação dependendo do tipo de espermatozoide (X ou Y) que fecunde o oócito. A fecundação por um espermatozoide que carrega o cromossomo X produz um zigoto 46,XX, que se desenvolve em um embrião feminino; já a fecundação por um espermatozoide que carrega o cromossomo Y gera um zigoto 46,XY, que se desenvolve em um embrião masculino.
· Clivagem do zigoto
A clivagem consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um aumento rápido do número de células embrionárias (blastômeros) que se tornam-se menores a cada divisão. A clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero. Durante a clivagem, o zigoto continua dentro da zona pelúcida. A divisão do zigoto em blastômeros se inicia aproximadamente 30 horas após a fecundação. As divisões subsequentes seguem-se uma após a outra, formando, progressivamente, blastômeros menores. Após o estágio de nove células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente (compactação) uns com os outros para formar uma bola compacta de células. A compactação possibilita uma maior interação célula-célula e é um pré-requisito para a separação das células internas que formam o embrioblasto (massa celular interna) do blastocisto. A via de sinalização hippo desempenha um papel essencial na separação do embrioblasto do trofoblasto. Quando existem 12 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado de mórula. As células internas da mórula são circundadas pelas células trofoblásticas. A mórula se forma aproximadamente 3 dias após a fecundação e chega ao útero. 
Mosaicismo 
Se ocorrer a não disjunção (falha na separação das cromátides irmãs) durante as divisões iniciais da clivagem do zigoto, forma-se um embrião com duas ou mais linhagens celulares com número cromossômico diferente. Indivíduos nos quais está presente um mosaicismo numérico são chamados mosaicos; por exemplo, um zigoto com um cromossomo 21 adicional pode perder o cromossomo extra durante a divisão inicial do zigoto. Consequentemente, algumas células do embrião podem possuir um complemento cromossômico normal e outras podem ter um cromossomo 21 adicional. Em geral, indivíduos que são mosaicos para uma dada trissomia, como o mosaico da síndrome de Down, são menos gravemente afetados do que àqueles com a condição não mosaico.
· Formação do blastocisto/blastogênese 
Logo após a mórula ter alcançado o útero (cerca de 4 dias após a fecundação), surge no interior da mórula um espaço preenchido por líquido, a cavidade blastocística. O líquido passa da cavidade uterina através da zona pelúcida para formar esse espaço. Conforme o líquido aumenta na cavidade blastocística, ele separa os blastômeros em duas partes: 
Uma delgada camada celular externa, o trofoblasto, que formará a parte embrionária da placenta e um grupo de blastômeros localizados centralmente, o embrioblasto (massa celular interna), que formará o embrião. 
Uma proteína imunossupressora, o fator de gestação inicial, é secretada pelas células trofoblásticas e aparece no soro materno cerca de 24 a 48 horas após a fecundação. O fator de gestação inicial é a base do teste de gravidez durante os primeiros 10 dias de desenvolvimento. 
Durante esse estágio de desenvolvimento, ou blastogênese, o concepto (embrião e suas membranas) é chamado de blastocisto. O embrioblasto agora se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. Depois que o blastocisto flutuou pelas secreções uterinas por aproximadamente 2 dias, a zona pelúcida gradualmente se degenera e desaparece. A degeneração da zona pelúcida permite o rápido crescimento do blastocisto. Enquanto está flutuando no útero, o blastocisto obtém nutrição das secreções das glândulas uterinas. 
Aproximadamente 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial e o trofoblasto se prolifera rapidamente e se diferencia em duas camadas: uma camada interna, o citotrofoblasto e uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que consiste em uma massa protoplasmática multinucleada na qual nenhum limite celular pode ser observado.
Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem pelo epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo. No final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio e obtém a sua nutrição dos tecidos maternos erodidos. O sinciciotrofoblasto, altamente invasivo, se expande rapidamente em uma área conhecida como polo embrionário, adjacente ao embrioblasto. O sinciciotrofoblasto produz enzimas que erodem os tecidos maternos, possibilitando ao blastocisto se implantar, no endométrio. As células endometriais também participam controlando a profundidade da penetração do sinciciotrofoblasto. Por volta de 7 dias, uma camada de células, o hipoblasto (endoderma primário), aparece na superfície do embrioblasto voltada para a cavidade blastocística. Dados embriológicos comparativos sugerem que o hipoblasto surge por delaminação dos blastômeros do embrioblasto.
Resumo da primeira semana 
Os oócitos são produzidos pelos ovários (oogênese) e são expelidos deles durante a ovulação. As fímbrias da tuba uterina varrem o oócito para a ampola, onde ele pode ser fecundado. Geralmente somente um oócito é expelido na ovulação.Os espermatozoides são produzidos nos testículos (espermatogênese) e armazenados nos epidídimos. A ejaculação do sêmen resulta na deposição de milhões de espermatozoides na vagina. Várias centenas deles passam através do útero e entram nas tubas uterinas. Quando um oócito é penetrado por um espermatozoide, ele completa a segunda divisão meiótica. Como resultado, um oócito maduro e um segundo corpo polar são formados. O núcleo do oócito maduro constitui o pronúcleo feminino. Após o espermatozoide entrar no oócito, a cabeça dele se separa da cauda e aumenta para se tornar o pronúcleo masculino. A fecundação se completa quando os pronúcleos masculino e feminino se unem e os cromossomos maternos e paternos se misturam durante a metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. À medida que o zigoto passa ao longo da tuba uterina em direção ao útero, sofre clivagens (uma série de divisões mitóticas) em várias células menores, os blastômeros. Aproximadamente três dias após a fecundação, uma esfera de 12 ou mais blastômeros (a mórula) entra no útero. Uma cavidade se forma na mórula, convertendo-a em blastocisto, que é formado pelo embrioblasto, pela cavidade blastocística e pelo trofoblasto. O trofoblasto encapsula o embrioblasto e a cavidade blastocística e depois irá formar estruturas extraembrionárias e a porção embrionária da placenta. Quatro a 5 dias após a fecundação, a zona pelúcida desaparece e o trofoblasto adjacente ao embrioblasto se adere ao epitélio endometrial. O trofoblasto do polo embrionário se diferencia em duas camadas, uma externa, o sinciciotrofoblasto e outra interna, o citotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto invade o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo adjacente. Concomitantemente, forma-se uma camada cuboidal de hipoblasto na superfície inferior do embrioblasto. Ao final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio. 
 Segunda semana
À medida que a implantação do blastocisto ocorre, mudanças morfológicas no embrioblasto produzem um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto e pelo hipoblasto. O disco embrionário origina as camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. As estruturas extraembrionárias que se formam durante a segunda semana são a cavidade amniótica, o âmnio, a vesícula umbilical conectada ao pedículo e o saco coriônico.
· Término da implantação do blastocisto 
A implantação do blastocisto termina durante a segunda semana. Ela ocorre durante um período restrito entre 6 e 10 dias após a ovulação e a fecundação. Conforme o blastocisto se implanta, mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e se diferencia em duas camadas: uma camada interna, o citotrofoblasto, que é mitoticamente ativa (isto é, figuras mitóticas são visíveis) e forma novas células que migram para a massa crescente de sinciciotrofoblasto, onde se fundem e perdem as membranas celulares. E o sinciciotrofoblasto, uma massa multinucleada que se expande rapidamente, na qual nenhum limite celular é visível, essa massa é erosiva e invade o tecido conjuntivo endometrial enquanto o blastocisto vagarosamente vai se incorporando ao endométrio. As células sinciciotrofoblásticas deslocam as células endometriais no local de implantação. As células endometriais sofrem apoptose (morte celular programada), o que facilita a invasão.
Os mecanismos moleculares da implantação envolvem a sincronização entre o blastocisto invasor e um endométrio receptivo. As microvilosidades das células endometriais, enzimas e hormônios têm o papel de tornar o endométrio mais receptivo. Além disso, as células endometriais ajudam a controlar a profundidade de penetração do blastocisto. 
As células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam glicogênio e lipídios e assumem um aspecto poliédrico. Algumas dessas células, as células deciduais, se degeneram nas proximidades do sinciciotrofoblasto invasor e servem como uma rica fonte de nutrientes para o embrião. O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação sanguínea materna através de cavidades isoladas (lacunas) no sinciciotrofoblasto; o hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a gestação. O corpo lúteo é uma estrutura glandular endócrina que secreta estrogênio e progesterona para manter a gestação. Uma quantidade suficiente de hCG é produzida pelo sinciciotrofoblasto no final da segunda semana para resultar em um teste de gravidez positivo, mesmo que a mulher não saiba que possa estar grávida.
· Formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e da vesícula umbilical 
Com a progressão da implantação do blastocisto, surge um pequeno espaço no embrioblasto; o primórdio da cavidade amniótica. Logo, as células amniogênicas (formadoras do âmnio), os amnioblastos, se separam do epiblasto e formam o âmnio, que reveste a cavidade amniótica. Concomitantemente, ocorrem mudanças morfológicas no embrioblasto (massa celular da qual se desenvolve o embrião) que resultam na formação de uma placa bilaminar, quase circular, de células achatadas. O disco embrionário, que é formado por duas camadas: o epiblasto, uma camada mais espessa, constituída de células cilíndricas altas, voltadas para a cavidade amniótica e o hipoblasto, composto de células cuboides pequenas adjacentes à cavidade exocelômica. 
O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e está perifericamente em continuidade com o âmnio. O hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica e é contínuo à delgada membrana exocelômica. Essa membrana, juntamente com o hipoblasto, reveste a vesícula umbilical primitiva. O disco embrionário agora situa-se entre a cavidade amniótica e a vesícula. As células do endoderma da vesícula produzem uma camada de tecido conjuntivo, o mesoderma extraembrionário, que passa a envolver o âmnio e a vesícula umbilical. A vesícula umbilical e a cavidade amniótica possibilitam os movimentos morfogenéticos das células do disco embrionário. 
Assim que se formam o âmnio, o disco embrionário e a vesícula umbilical aparecem lacunas (pequenos espaços) no sinciciotrofoblasto. As lacunas são preenchidas por uma mistura de sangue materno proveniente dos capilares endometriais rompidos e os restos celulares das glândulas uterinas erodidas. Esse fluido dos espaços lacunares, o embriotrofo, chega ao disco embrionário por difusão e fornece material nutritivo para o embrião. 
A comunicação dos capilares endometriais rompidos com as lacunas no sinciciotrofoblasto estabelece a circulação uteroplacentária primitiva. Quando o sangue materno flui para rede lacunar, o oxigênio e as substâncias nutritivas passam para o embrião. O sangue oxigenado passa para as lacunas a partir das artérias endometriais espiraladas, e o sangue pouco oxigenado é removido das lacunas pelas veias endometriais. 
No décimo dia, o concepto (embrião e membranas) está completamente implantado no endométrio uterino. Inicialmente, existe uma falha superficial no epitélio endometrial que logo é fechada por um tampão, um coágulo sanguíneo fibrinoso. Por volta do 12° dia, o epitélio quase totalmente regenerado recobre o tampão. Assim que o concepto se implanta, as células do tecido conjuntivo endometrial continuam passando por transformações: é a reação decidual. As células incham devido ao acúmulo de glicogênio e lipídios no citoplasma. A principal função da reação decidual é fornecer nutrientes para o embrião e um local imunologicamente privilegiado para o concepto.
Em um embrião de 12 dias, as lacunas sinciciotrofoblásticas adjacentes se fusionam para formar a rede lacunar, dando ao sinciciotrofoblasto uma aparência esponjosa. As redes lacunares, particularmente ao redor do polo embrionário, são os primórdios dos espaços intervilosos da placenta. Os capilares endometriais ao redor do embrião implantado se tornam congestos e dilatados, formando os sinusoides maternos, vasos terminais de paredes finas e mais largos do que os capilares normais. A formação dos vasos sanguíneos no estroma endometrial (estruturade tecido conjuntivo) está sob a influência do estrogênio e da progesterona. 
Os sinusoides são erodidos pelo sinciciotrofoblasto e o sangue materno flui livremente para dentro da rede lacunar. O trofoblasto absorve o fluido nutritivo proveniente da rede lacunar, que é transferido para o embrião. O crescimento do disco embrionário bilaminar é lento quando comparado com o crescimento do trofoblasto. O embrião implantado de 12 dias produz uma leve elevação na superfície endometrial que se projeta para a cavidade uterina. 
Conforme ocorrem mudanças no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma extraembrionário aumenta e aparecem espaços celômicos extraembrionários isolados dentro dele. Esses espaços rapidamente se fundem e formam uma grande cavidade isolada, o celoma extraembrionário. Essa cavidade cheia de fluido envolve o âmnio e a vesícula umbilical, exceto onde eles estão aderidos ao córion (membrana fetal mais externa) pelo pedículo de conexão. Com a formação do celoma extraembrionário, a vesícula umbilical primitiva diminui e se forma a vesícula umbilical secundária um pouco menor. Essa vesícula menor é formada por células endodérmicas extraembrionárias que migram do hipoblasto do interior da vesícula umbilical primitiva. Durante a formação da vesícula umbilical secundária, uma grande parte da vesícula umbilical primitiva se desprende, deixando uma vesícula remanescente. A vesícula umbilical é o local de origem das células germinativas primordiais. Ela pode ter função também na transferência seletiva de nutrientes para o embrião. 
 
· Desenvolvimento do saco coriônico 
O final da segunda semana é marcado pelo aparecimento das vilosidades coriônicas primárias. As vilosidades (processos vasculares do córion) formam colunas com revestimentos sinciciais. As extensões celulares crescem para dentro do sinciciotrofoblasto. As projeções celulares formam as vilosidades coriônicas primárias, que são o primeiro estágio de desenvolvimento das vilosidades coriônicas da placenta (órgão fetomaternal de troca metabólica entre o embrião e a mãe). 
O celoma extraembrionário divide o mesoderma extraembrionário em duas camadas: o mesoderma somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio e o mesoderma esplâncnico extraembrionário, que envolve a vesícula umbilical. 
O mesoderma somático extraembrionário e as duas camadas do trofoblasto formam o córion (membrana fetal mais externa), que forma a parede do saco coriônico. O embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos dentro desse saco pelo pedículo de conexão. (O termo vesícula umbilical é mais apropriado porque o saco vitelino não contém vitelo em humanos.) O celoma extraembrionário é o primórdio da cavidade coriônica. 
A ultrassonografia transvaginal (endovaginal) é usada para medir o diâmetro do saco coriônico. Essa medida é importante para a avaliação do desenvolvimento embrionário inicial e da progressão da gestação.
Um embrião de 14 dias ainda tem o formato de um disco embrionário bilaminar plano, mas as células hipoblásticas de uma área localizada são agora cilíndricas e formam uma região circular espessada, a placa pré-cordal. Essa placa indica o local da boca e é um importante organizador da região da cabeça.
Locais de implantação do blastocisto 
A implantação do blastocisto normalmente ocorre no endométrio da região superior do corpo do útero, um pouco mais frequente na parede posterior do que na parede anterior do útero. A implantação do blastocisto pode ser detectada por ultrassonografia e por radioimunoensaio altamente sensíveis para hCG, já no final da segunda semana. 
Resumo da implantação 
A implantação do blastocisto no endométrio uterino inicia- se no fim da primeira semana e é completada no final da segunda semana. Os eventos moleculares e celulares relacionados com a implantação são complexos. A implantação pode ser resumida como se segue: 
A zona pelúcida se degenera (dia 5). O desaparecimento dela resulta do crescimento do blastocisto e da degeneração causada por lise enzimática. As enzimas líticas são liberadas pelo acrossomo dos espermatozoides que rodeiam e parcialmente penetram a zona pelúcida. 
O blastocisto adere ao epitélio endometrial (dia 6). 
O trofoblasto se diferencia em duas camadas, o sinciciotrofoblasto e o citotrofoblasto (dia 7). 
O sinciciotrofoblasto provoca a erosão do tecido endometrial e o blastocisto começa a se implantar no endométrio (dia 8). 
Surgem lacunas cheias de sangue no sinciciotrofoblasto (dia 9). 
O blastocisto penetra o epitélio endometrial e a falha é preenchida por um tampão (dia 10). 
Ocorre a formação da rede lacunar pela fusão de lacunas adjacentes (dias 10 e 11). 
O sinciciotrofoblasto provoca a erosão dos vasos sanguíneos endometriais, permitindo que o sangue materno entre nas redes lacunares e saia delas, estabelecendo, assim, a circulação uteroplacentária (dias 11 e 12). 
A falha do epitélio endometrial é reparada (dias 12 e 13). 
As vilosidades coriônicas primárias se desenvolvem (dias 13 e 14).
Resumo da segunda semana 
Assim que o blastocisto completa a implantação no endométrio uterino ocorre uma rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto. 
As mudanças no endométrio resultantes da adaptação desses tecidos em preparação para a implantação são denominadas de reação decidual. 
Concomitantemente, forma-se a vesícula umbilical primitiva e ocorre o desenvolvimento do mesoderma extraembrionário. O celoma (cavidade) extraembrionário forma-se a partir de espaços presentes no mesoderma extraembrionário. Posteriormente, o celoma se torna a cavidade coriônica. 
A vesícula umbilical primitiva diminui e desaparece gradativamente conforme ocorre o desenvolvimento da vesícula umbilical secundária. 
A cavidade amniótica aparece entre o citotrofoblasto e o embrioblasto. 
O embrioblasto se diferencia em um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto, voltado para a cavidade amniótica, e pelo hipoblasto, adjacente à cavidade blastocística. 
O desenvolvimento da placa pré-cordal, um espessamento localizado no hipoblasto, indica a futura região cranial do embrião e o futuro local da boca; a placa pré-cordal também é um importante organizador da região da cabeça.
Objetivo 2: Descrever a gravidez ectópica e a gravidez molar
Gravidez ectópica 
Algumas vezes os blastocistos se implantam fora do útero (lugares ectópicos). Essas implantações resultam em gestações ectópicas; 95% a 98% das implantações ectópicas ocorrem nas tubas uterinas, mais frequentemente na ampola e no istmo.
Uma mulher com gestação tubária apresenta os sintomas e sinais de gravidez. Ela pode também apresentar dor e sensibilidade abdominal devido à distensão da tuba uterina, ao sangramento anormal e à irritação do peritônio pélvico (peritonite). A dor pode ser confundida com apendicite se a gestação acontecer na tuba uterina direita. A gestação ectópica produz β-hCG mais lentamente do que as gestações normais; consequentemente as dosagens de β-hCG podem dar um resultado falso-negativo, quando realizadas muito cedo. A ultrassonografia transvaginal é muito útil na detecção precoce de gestações ectópicas tubárias. 
Existem várias causas para uma gestação tubária e elas estão frequentemente relacionadas a fatores que atrasam ou impedem o transporte do zigoto em clivagem para o útero, por exemplo, por aderência na mucosa da tuba uterina ou por obstrução da tuba causada por cicatriz resultante de doença inflamatória pélvica. Geralmente, a gravidez ectópica tubária leva à ruptura da tuba uterina e à hemorragia na cavidade abdominal durante as primeiras oito semanas, seguida de morte do embrião. A ruptura da tuba e a hemorragia são ameaças para a vida da mãe. Geralmente, a tuba afetada e o concepto são removidos cirurgicamente. 
Quando o blastocisto se implanta na tuba uterina, a tuba uterina tende a se romper precocemente por ser a região mais estreita e relativamente pouco expansível, e há, frequentemente, uma extensa hemorragia. Quando o blastocisto se implanta na região uterina (intramural) da tuba elepode se desenvolver por até oito semanas antes de ser expulso. Quando uma gestação tubária intramural se rompe, geralmente ocorre um sangramento profuso. 
Um blastocisto que se implanta na ampola ou nas fímbrias da tuba uterina pode ser expelido para a cavidade peritoneal, onde normalmente ele se implanta na bolsa retrouterina (uma bolsa formada por uma dobra do peritônio entre o reto e o útero). Em casos excepcionais, uma gestação abdominal pode chegar a termo e o feto pode ser removido com vida por meio de uma laparotomia. Normalmente, entretanto, a placenta se adere aos órgãos abdominais, o que causa sangramento intraperitoneal bastante considerável. Uma gestação abdominal aumenta o risco de morte da mãe por hemorragia por um fator de 90 quando comparada com uma gestação intrauterina, e 7 vezes mais quando comparada com uma gestação tubária. Em casos muito incomuns, um concepto abdominal (embrião/feto e membranas) morre e não é detectado; o feto se calcifica formando um “feto de pedra”, ou litopédio.
As gestações heterotópicas (intrauterina e extrauterina simultaneamente) são raras, ocorrendo aproximadamente 1 em 8.000 a 30.000 gestações concebidas normalmente. A incidência é muito maior (aproximadamente 3 em 1.000) em mulheres tratadas com fármacos; que induzem a ovulação como parte das tecnologias de reprodução assistida. A gestação ectópica é mascarada inicialmente pela presença da gestação uterina. Normalmente, a gestação ectópica pode ser interrompida por remoção cirúrgica da tuba uterina envolvida sem interferir na gestação intrauterina. 
As implantações cervicais (no colo uterino) são raras; em alguns casos, a placenta se adere fortemente ao tecido fibromuscular do colo uterino, frequentemente resultando em sangramento, o que requer intervenção cirúrgica subsequente, tais como a histerectomia (excisão do útero).
Gravidez molar 
A doença trofoblástica gestacional (DTG) ou gravidez molar engloba um grupo heterogêneo de proliferação celular originada a partir do epitélio trofoblástico placentário, com formas clínicas benignas e malignas, cujo marcador biológico-hormonal é a gonadotrofina coriônica humana (hCG). Essa anomalia apresenta também diferentes graus de remissão, invasão e de transformação maligna. Embora incomum, a DTG apresenta complicações clínicas importantes e potencial maligno, com alta taxa de mortalidade materna verificada antes do advento da quimioterapia. 
Nas últimas décadas ocorreu melhora no prognóstico da doença, com a criação de centros de referência, avanços nas técnicas de esvaziamento uterino, dosagem precisa de hCG e do tratamento quimioterápico, que permitiram a cura sistemática das pacientes acometidas por essa grave moléstia da gravidez. O grande desafio do seguimento pós-molar é garantir a adesão à vigilância hormonal da hCG. Isto pode ser especialmente difícil nos países subdesenvolvidos ou com grandes distâncias territoriais. Com isso, muitas pacientes abandonam o acompanhamento e apenas metade delas comparece a todas as consultas médicas do seguimento pós-molar. 
A DTG é classificada em dois grupos de importância clínica: uma forma benigna, representada pela mola hidatiforme (MH), e outra maligna, e por vezes metastática, caracterizada pela neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). 
A MH constitui uma anomalia placentária, que agrupa tecidos com aumento anormal das vilosidades coriônicas, acompanhado de grande proliferação trofoblástica, apresentando hiperplasia variável e focal do cito e sinciciotrofoblasto. A MH é a forma clínica mais comum de DTG, apresentando duas entidades distintas: mola hidatiforme completa (MHC) e mola hidatiforme parcial (MHP), com base em suas diferenças morfológicas, histopatológicas, genéticas e evolutivas. 
Já a NTG cursa com os seguintes espectros clínicos: mola invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário (TTSP) e tumor trofoblástico epitelioide (TTE). 
Apesar de a etiologia da DTG ser desconhecida, sua patogenia repousa em uma gametogênese imperfeita. Os fatores de risco associados à sua ocorrência são os extremos reprodutivos (notadamente idade materna avançada), histórico reprodutivo de gravidez molar e estado nutricional. 
A MHC caracteriza-se por hidropsia difusa e hiperplasia trofoblástica da superfície da vilosidade coriônica. Na maioria das vezes ocorre pela fertilização de um oócito desprovido de material genético por um espermatozoide haploide (23X ou 23Y) que duplica seus cromossomos, resultando em diploidia. Portanto, a MHC tem origem genética exclusivamente paterna (androgenética). Já a MHP ocorre quando um oócito haploide (23X) é fertilizado por dois espermatozoides, resultando em um zigoto com 69 cromossomos (triploidia).
A MHC cursa, em geral, com sangramento transvaginal ocorrendo entre a 6ª e a 16.ª semanas de gestação em 80%-90% dos casos. Atualmente, o diagnóstico precoce, através do uso universal da ultrassonografia obstétrica e de testes precisos do hCG, fez com que outros sinais e sintomas clássicos - como volume uterino maior que o esperado para a idade gestacional, hiperêmese (náusea e vômitos contínuos) e hipertensão induzida pela gestação no primeiro ou segundo trimestre — ocorressem menos frequentemente, chegando mesmo a haver pacientes com diagnóstico de MHC assintomáticas. 
Já entre as pacientes com MHP, em mais de 60% dos casos a sintomatologia confunde-se com abortamento incompleto ou mesmo retido, sendo o diagnóstico geralmente feito após avaliação histológica de amostra proveniente de curetagem. Ainda assim, o sangramento transvaginal está presente em 75% das pacientes com MHP, sendo o principal sintoma apresentado. 
A hCG é o marcador biológico hormonal da gravidez, produzido de forma excessiva pela MH e NTG, constituindo-se um marcador tumoral da DTG. Esse hormônio é facilmente medido quantitativamente na urina e no sangue e seus níveis têm mostrado correlação com a gravidade da doença. 
A ultrassonografia exerce um papel fundamental no diagnóstico da gravidez molar. Mediante esse método biofísico pode-se observar que a vilosidade coriônica da MHC apresenta edema hidrópico difuso, gerando um padrão vesicular ultrassonográfico característico, que consiste em múltiplos ecos anecogênicos dentro da massa da placenta. Há ausência de embrião/feto e de seus anexos. A ultrassonografia também pode facilitar o diagnóstico precoce de MHP, demonstrando espaços císticos focais dentro da placenta, à semelhança de “queijo-suíço”, demais de aumento do diâmetro transversal do saco gestacional. 
Resumo da gestação ectópica e molar
A gravidez molar ou doença trofoblásticas gestacional pode ser intitulada de benigna ou maligna, cuja forma benigna não invadem tecidos e não apresentam risco de metástase, enquanto a maligna invade tecidos adjacentes e as suas células podem disseminar-se pelo corpo todo caracterizando neoplasias trofoblásticas gestacional. Os sintomas assemelham-se a uma gravidez saudável, como ausência da menstruação, vômitos, aumentos do hormônio HCG que evoluem para os sangramentos constantes, anemias, inchaço e dor abdominal, e ao passar das semanas pode acontecer hemorragia interna e pré-eclâmpsia. O diagnóstico é feito através de ultrassom transvaginal, sendo preciso remover o tumor para evitar complicações graves, então o tratamento é feito com curetagem ou até quimioterapia, dependendo da gravidade de cada caso. 
Já a gravidez ectópica consiste em casos onde ocorre o processo de nidação fora do tecido endométrio, principalmente nas tubas uterinas. Estima-se que quase 1% da população feminina seja acometida, mas todas a mulheres estão sujeitas pois não tem uma causa definida, mas suspeita-se do uso do DIU e endometriose. Durante a sexta até a oitava semana prevalecem sintomas como: dor pélvica e sangramento vaginal irregular que junto com o exame de ultrassom dão o devido diagnóstico. Pode ser possível levar a gravidez adiante desde que não prejudique a saúde da mãe, mas a criança nascerá prematura, porém em casos que a gravidez não pode ser levada a frente, o tratamento

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