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Ferramentas de Avaliação Nutricional em Estética Prof. Ms. Juliana Paludo Vallandro Prof. Ms. Marina Azambuja Amaral Anamnese Nutricional 1 2 3 4 Necessidade de avaliação da Composição Corporal Importância pela imagem e aparência Ideal e corpo magro e bem delineado x aumento de sobrepeso Elevado % gordura corporal – associado a HAS, Dislipidemias, DM, AVC, Doença coronariana Escassez de gordura corporal – associado a DCV (alteração no padrão alimentar provoca alterações neuroquímicas e endócrinas, elevando risco de IAM, arritmias e hipercolesterolemia). Schneider, 2009 Avaliação da Composição Corporal Perfil do Paciente em Estética ADOLESCENTE ADULTO IDOSO Transformações do corpo que podem gerar instabilidade e insegurança; Interesse dos profissionais pelo elevado risco de desenvolvimento de transtornos alimentares; Insatisfação com o corpo (aumento da incidência de sobrepeso e obesidade); Aumento do cuidado com saúde; Patologias associadas; Aumento da procura por consultórios de nutrição; Aumento da população idosa; Interesse por longevidade e satisfação corporal Peri e pós menopausa: Massa óssea e magra, da gordura abdominal; Patologias associadas; Schneider, 2009 Métodos de Mensuração da Composição Corporal Métodos Indiretos: alto custo dos equipamentos e necessidade de profissionais especializados. Pesagem hidrostática Métodos de imagem (“padrão ouro” DXA: absorciometria com raios X de energia dupla) Plestimografia (promissora): mede volume corporal através do deslocamento de ar. Métodos Duplamente Indiretos: mais utilizados mesmo com riscos como equipamentos inadequados e avaliadores inexperientes. Bioimpedância Antropometria Schneider, 2009 Bioimpedância Elétrica (BIA) Condução de corrente elétrica indolor, de baixa intensidade. A impedância, dada pelos vetores reactância e resistência, é baixa no tecido magro, onde se encontram, principalmente, os líquidos intracelulares e eletrólitos, e alta no tecido adiposo. Fornecem valores de massa de gordura, magra e água corporal por equações ajustadas para idade, sexo, peso, altura e nível de atividade física. Equações podem variar de acordo com aparelho = antropometria. Métodos Duplamente Indiretos Schneider, 2009 Subestima a massa adiposa comparada ao DXA. Equipamentos de BIA Bipolar Tetrapolar Foot to foot Mais indicado corrente percorre todo corpo In Body – mais indicado BIA Tetrapolar com 8 pontos táteis. Mede valores de impedância de cada segmento corporal utilizando diferentes frequências de voltagem. Balança entre 10 e 250kg. Indica edema (fluido extracelular). Proteína corporal, conteúdo mineral ósseo Indicado para obesos mórbidos Subestima a massa adiposa comparada ao DXA. Cuidados prévios para a realização da avaliação pela BIA Estimativas menos precisas nas situações em que o balanço hidroeletrolítico está alterado. Não comer ou beber quatro horas antes da avaliação; Urinar 30 minutos antes da avaliação; Não realizar exercícios físicos 24 horas antes da avaliação; Não ingerir bebidas alcoólicas 48 horas antes da avaliação; Não utilizar medicamentos diuréticos sete dias antes do teste; Não consumir bebidas com cafeína nas 24h antes do teste; Contraindicar o teste para mulheres no período pré-menstrual, pois apresentam retenção de líquidos corporais; Schneider, 2009 Antropometria Métodos Duplamente Indiretos Antropometria IMC – Índice de Massa corporal Mais utilizado: fórmula simples e fácil aplicação. Limitação: não indica dimensões corporais e distribuição de gordura corporal. Visão do nutricionista: sensibilidade clínica na avaliação. Classificação adaptada ao idoso (Lipschitz). Completar a avaliação do estado nutricional com dobras e circunferências. Schneider, 2009 Antropometria Dobras cutâneas e circunferências Mensuram gordura subcutânea de forma razoavelmente acurada. Aferição rápida e mais barata. Erros de medição: imprecisão do aparelho e inabilidade do examinador, individuo extremamente obeso/magro, compasso mal calibrado = TREINAMENTO! Circunferências: indica padrão de distribuição de gordura (CA e RCQ). RCQ CA Homens >0,95 Homens > 102cm Mulheres > 0,86 Mulheres > 88cm Risco Schneider, 2009 Qual equação é a mais indicada? Existem mais de 100 equações... Considerar: Idade Sexo Etnia Nível de atividade física Quantidade de gordura corporal O ideal é que as características da população que se quer avaliar sejam similares às da amostra utilizada no processo de validação da equação escolhida. Schneider, 2009 A partir do % de gordura, outras equações auxiliam no fracionamento da composição corporal facilitando a tomada de decisão acerca do tratamento nutricional: Peso gordo ou gordura absoluta = (%gord/100) x peso do corpo (kg) Massa magra = peso do corpo (kg) – peso gordo (kg) Peso ideal = massa magra / 0,85 (homens) E massa magra/ 0,75 (mulheres) Peso Ideal = massa magra / 1- (%G desejado / 100) Schneider, 2009 Padrão de %G para adultos. Fonte: Heyward & Stolarczyk (1996) Para adiposidade em crianças e adolescentes: não possui parâmetros universalmente aceitos. Lohman sugere: somatório DCT e DCP Meninos: ideais em torno de 15-25mm Meninas: ieais em torno de 20-30mm Inferior a 5mm: risco nutricional. Acima de 55mm: adiposidade excessiva. Homens Mulheres Abaixo do normal Até 12% Até 16% Normal 12 a 18% 16 a 25% Acima do normal 18 a 25% 25 a 33% Tendência à obesidade > 25% > 33% Schneider, 2009 Considerações Poucos estudos avaliam reprodutividade e acurácia na população; Poucos estudos avaliam a aplicabilidade das diferentes técnicas de avaliação da composição corporal na prática clínica; Ainda não existem pontos de corte de gordura corporal adequados para um “padrão corporal harmonioso e estético” sem aumentar risco de alterações metabólicas; Importante: utilizar métodos seguros e acurados, com custo acessível e de facilidade técnica a fim de garantir o diagnóstico acertado e propor intervenções adequadas ao paciente. Schneider, 2009 Avaliação Clínica Busca identificar causas nutricionais ou clínicas para queixas. Fragilidade de unhas, cabelos, pele: hábito alimentar ou de vida inadequados, doença mal diagnosticada ou tratada. 1º passo: anamnese detalhada, focada nos objetivos da consulta. Deixar o paciente tranquilo, à vontade, ouvi-lo com atenção e registrar dados pertinentes. 1º pergunta: Qual o motivo da consulta? Identificar expectativas e objetivos Após: informações sobre hábitos, rotinas, sinais e sintomas.1º pergunta: Qual o motivo da consulta? Schneider, 2009 Avaliação Clínica Informações sobre a rotina diária: diferentes atividades nas 24h do dia, detalhando horários e frequência. Tabagismo: tipo, quantidade/dia, tempo de uso. Nicotina: grande responsável por efeitos deletérios na pele. Consumo de bebida alcoólica: tipo, frequência, quantidade/dia, tempo de uso. Ingestão hídrica: tipo, quantidade/dia. Padrão de sono: horas totais de sono nas 24h, horários destinados ao sono (dia, noite, após almoço, etc), dificuldade de dormir, qualidade do despertar. Hábito intestinal: aspecto das fezes, frequência, presença de dor ou desconforto. Hábito urinário: cor, odor, presença de dor ou desconforto. Schneider, 2009 Avaliação Clínica Dificuldade de mastigação e/ou deglutição: observar ausência de peças dentárias e a presença de lesões orais. Presença de queixas tipo pirose, náusea, vômito, dor/distensão abdominal: tempo e intensidade dos sintomas, relação com ingestão de alimentos e medicamentos. Medicamentos: nome, frequência, quem prescreveu, efeitos colaterais já apresentados. Alergias e intolerâncias: tipo de alérgeno, cuidados para evitar crises. Acompanhamento médico: especialidade, frequência das consultas. Cirurgias realizadas: tipo, motivo, resultados, complicações. Padrão menstrual: intensidade do fluxo, intervalos, menarca, TPM, menopausa. Schneider, 2009 Avaliação ClínicaDoenças agudas recentes: diagnóstico, causas. Doenças crônicas em acompanhamento: endocrinopatias, cardiopatias, pneumopatias, nefropatias, hepatopatias, neoplasias. Rotina de beleza: cosméticos e dermocosméticos de uso habitual – tipos e frequência. Avaliação da pele: presença de lesões, manchas, rugas, cicatrizes, flacidez. Acne, celulite (hidrolipodistrofia), manchas hipercrômicas (melasmas, sardas, manchas senis, etc), rugas. Avaliação do cabelo: queda, ressecamento, falta de brilho. Alopecia: queda de pelos e cabelos (distúrbios alimentares, carências alimentares, distúrbios endócrinos, autoimunes e inflamatórios). Avaliação das unhas: fragilidade, descamação, manchas. Síndrome das Unhas Frágeis (fatores químicos ou mecânicos). Schneider, 2009 Avaliação Bioquímica DEFINIÇÃO: Métodos laboratoriais para identificar características metabólicas, auxiliando no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de indivíduos sadios ou enfermos. Schneider, 2009 Sangue Sangue Laboratórios: diferentes metodologias – diferentes orientações – diferentes valores de referência. Prescrição de exames laboratoriais pelo Nutricionista RESOLUÇÃO CFN No. 306/2003: ART. 1º- Compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do cliente paciente. ART. 2º- O nutricionista, ao solicitar exames laboratoriais, deve avaliar adequadamente os critérios técnicos e científicos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos técnicos decorrentes. http://www.crn2.org.br/pdf/resolucoes/resolucoes1276719034.pdf Exames que o Nutricionista pode prescrever A legislação não determina (objetivamente) quais exames podem e não podem ser prescritos pelo nutricionista. No entanto, ressalta a importância de que as informações obtidas através dos dados exames sejam de utilidade à prática/conduta nutricional. SELÊNIO E ZINCO Glicemia de jejum Colesterol e frações e TG FERRO E FERRITINA Hemoglobina glicada HOMA-R Proteínca C Reativa Hemograma completo Insulinemia de jejum TSH / T3 e T4 TGO / TGP CORTISOL Schneider, 2009 Na análise dos resultados Não compete ao Nutricionista o Diagnóstico Clínico (trata-se de atividade privativa do Médico). O objetivo da análise bioquímica em nutrição é o delineamento da conduta nutricional e seu acompanhamento. Caso, nos exames prescritos, for possível identificar alterações de metabolismo, deve haver encaminhamento médico (considerar as orientações). ...Objetivo: DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Aplicação em Clínica Pedido mediante alguma queixa ou sinal importante! Para “conhecer” o paciente como parte da anamnese! Acompanhamento do quadro, adesão e resultados! Origem e Explicação de Sinais e Sintomas Aplicação em Nutrição Estética Nutrição Estética confia o tratamento no “ajuste fino” Aplicação em Clínica Estética O objetivo da prescrição dos exames segue de acordo com a inferência da conduta estética, para além dos exames comumente utilizados em clínica. Schneider, 2009 O subjetivo do objetivo... Schneider, 2009 Avaliação Vitamínica Avaliação de vitaminas séricas é um exame bioquímico de utilidade clínica e nutricional, ao passo que sugere inadequações patológicas, na maioria dos casos relacionadas às deficiências vitamínicas. Queixa X Exames Bioquímicos X Interpretação dos resultados X Intervenção Avaliação de Minerais Avaliação sérica de minerais é utilizada para controle hemodinâmico (no caso do eletrólitos) e utilizada como norteador de reservas e respostas de co-fatores. Os minerais expressam diferentes variações frente ao impacto dietético (ou ao suplemento), sendo lentos (ferro) ou rápidos (sódio e potássio). Avaliação Dietética Avaliação qualitativa e quantitativa da dieta para conduzir a conduta nutricional e a necessidade de suplementação. Recordatório de 24h (R24) Defini e quantifica a ingestão do indivíduo no período anterior à entrevista; Alimentos registrados em unidades/quantidades e tipos específicos; Cuidado com julgamentos; Vantagens: baixo custo, R24 seriados podem estimar ingestão habitual, curto tempo de administração, pode ser aplicado em qualquer faixa etária e analfabetos; Desvantagens: não estima ingestão habitual, dificuldade em estimar porções, capacidade do entrevistador em estabelecer um canal de comunicação, necessário memória e cooperação dos entrevistados; Schneider, 2009 História Alimentar Encaixa-se na anamnese usual. Entrevista detalhada: hábitos alimentares atuais e passados. Coletadas informações: número de refeições, apetite, preferências alimentares, uso de suplementos nutricionais, R24h com mais detalhe sobre padrões de consumo, tamanho das porções, frequência de consumo dos alimentos e variações sazonais, entre outras informações como fumo, prática de exercício físico. Vantagens: descrição da ingestão atual em relação aos aspectos qualitativos e quantitativos, elimina variações do dia-a-dia; leva em consideração a sazonalidade. Desvantagens: dificuldade de padronização/ variabilidade; depende da memória do entrevistado, alto custo requer nutricionista treinado e um tempo de administração longo. Schneider, 2009 Questionário de Frequência Alimentar (QFA) Validado a partir de várias aplicações de R24h; Mais prático e informativo método de avaliação da ingestão dietética; Importante em estudos epidemiológicos relacionando dieta com ocorrência de DCNT; Objetivo: obter consumo habitual de alimentos por um grupo populacional; Pode ser elaborada conforme o objetivo que se deseja, por exemplo, se o objetivo é analisar um ou alguns nutrientes; Sugere-se: perguntas simples e fechadas, com opções de 5-10; cuidado para não ser muito extenso. TIPOS: Qualitativo (sem a adição do tamanho de porção) Semi-quantitativo (tamanho da porção) Quantitativo (tamanho da porção de referência pequena, média e grande); Schneider, 2009 Questionário de Frequência Alimentar (QFA) Vantagens: usado em estudos epidemiológicos, minimiza a variação intrapessoal ao longo dos dias, estima a ingestão habitual do indivíduo, rápido e simples de administrar, baixo custo, classifica os indivíduos em categorias de consumo; Desvantagens: desenho do instrumento requer esforço e tempo, quantificação pouco exata, depende da memória de hábitos passados; limitação em analfabetos e idosos, validade deve ser questionada a cada novo questionário, dificuldades para o entrevistador conforme o número e a complexidade da lista de alimentos. Schneider, 2009 Registro Alimentar ou Diário Alimentar (3, 5 ou 7 dias – alternados) Assim como R24h, obtém informações sobre a ingestão atual de um indivíduo ou grupo populacional; Próprio indivíduo anota o consumo total diário, 1ª porções em medidas caseiras, 2ª pesada (pesado as sobras); Registro do nome das preparações, os ingredientes, marca do alimento e modo de preparo, informar adição de sal, açúcar, óleos, molhos, consumo de casca, light ou diet; Apoio: Tabelas de medidas caseiras usuais, ou fotos de porções; Vantagens: maior precisão e exatidão das porções consumidas, não depende da memória (anotados no momento do consumo), mede consumo atual. Desvantagens: requer tempo, custo elevado, conhecimento de medidas caseiras, induz a alteração do consumo pelo indivíduo, dificuldade estimar porções, menos adesão de homens, sobras registradas como alimentos ingeridos; Schneider, 2009 Análise da Duplicata das Porções A quantidade exata de alimentos ingeridos é servida duas vezes (uma vai para análise em laboratório); Resultados muito fidedignos; Vantagens: não necessita validação por outros métodos, alta precisão, muito usado em estudos metabólicos, análise química dos alimentos, bom para avaliar consumo individual; Desvantagens: requer tempo, custo muito elevado, ingestão habitual pode ser alterada, necessita grande cooperação do entrevistado, necessita de local para refrigeração da alimentação que será posteriormente analisada; Schneider,2009 Pesquisa Técnicas Computadorizadas Pouco usadas no Brasil, eleva validade dos estudos. NESSY (Nutrition Evaluation Scale System – pesquisadores norte-americanos) Balança eletrônica é conectada a um microcomputador com um banco de dados de alimentos e respectivos nutrientes, onde o indivíduo escolhe o alimento que será ingerido no banco, coloca-o na balança e o computador orienta o indivíduo como proceder para pesar o alimento e armazenar esse dados. Posteriormente é avaliado pelo pesquisador. FRED (Food Recording Device – pesquisadores ingleses) Semelhante a NESSY porém no teclado do microcomputador há 100 alimentos organizados em grupos alimentares. Os participantes colocam os alimentos na balança e escolhe no teclado a que grupo pertencem. Dados posteriormente analisados pelo pesquisador. Schneider, 2009 Pesquisa Na Prática Clínica Auxiliam a conhecer melhor o estilo alimentar do paciente. Uma Anamnese bem construída (custo/ objetivos / tempo) é fundamental para que o nutricionista conheça melhor o estilo alimentar e a história clínica do paciente auxiliando na melhor conduta nutricional e acompanhamento deste paciente! História Alimentar QFA de 3 dias + Schneider, 2009
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