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MAURO GUILHERME Reconhecimento e Dissolução de União Estável


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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DA FAMÌLIA DA COMARCA DE BELÉM – ESTADO DO PARÁ
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __VARA DE FAMILIA DA COMARCA DE BELÉM – ESTADO DO PARÁ
SUZANE SILVA DE CARVALHO, brasileira, solteira, técnica em segurança do trabalho, portador da carteira de identidade n.º 3442079 e do CPF n.º 749292242-68, com endereço de email: suzane.carvalhoelimatrans.com.br, residente e domiciliado na Rua 	NS 03 Conjunto CDP1, nº 49, Bairro: VAL DE CANS. CEP: 66110-000, Belém/PA, vêm, por intermédio da Defensoria Pública, em cooperação com o escritório de prática jurídica forense da Faculdade Estácio do Pará, ajuizar  RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL, em face de ANDRÉ DE FREITA PIMENTEL, brasileiro, solteiro, expetor de segurança privada, número da carteira de identidade n° 3333851 e CPF n° 694711182-04, residente e domiciliada na Rodovia Mario Covas , nº 640, Bairro COQUEIRO, CEP 67115-000, Ananindeua/PA, endereço de email desconhecido, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir.
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, Lei Federal 1.060/50, e artigos 98 e 99, § 3º, do CPC/15, por não ter condições de arcar com custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de hipossuficiência econômica em anexo, indicando a Defensoria Pública do Pará para o patrocínio da causa.
DAS PRERROGATIVAS LEGAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA
A DEFENSORIA PÚBLICA possui as prerrogativas legais da dispensa de apresentação de mandato e prazos em dobro, intimação pessoal mediante entrega dos autos com vista, além de outras, (cf. Lei Complementar Federal nº80/94; Lei Complementar Estadual nº54/2006; Lei nº 1.060/50; e CPC/2015).
DA AUSÊNCIA DE DADOS
		A requerente não possui contato com o requerido, portanto, restou impossibilitada de informar sobre dados para complementar a qualificação do mesmo. Neste sentido, a exordial não deve ser emendada e nem ser considerada inepta, pois a dificuldade de prestação das informações por parte da requerente dificultaria demasiadamente o acesso à justiça, não sendo também, impeditivo para que haja a citação do requerido e o desenvolvimento regular do processo, nos termos do art. 319, §§ 2º e 3º, do CPC/2015.
DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/15, vale afirmar ao Doutor Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
A Assistida pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de auto composição comprometendo-se a parte Autora a comparecer na referida assentada.
Requer, ainda, que as intimações para comparecimento à audiência sejam feitas na pessoa da Parte, dada as peculiaridades das atribuições defensoriais, com fulcro no art. 186, § 2º, do CPC.
6. DOS FATOS
A Requerente SUZANE SILVA DE CARVALHO, viveu com o Requerido por 16 (dezesseis ) anos, constituindo união estável, assumindo, portanto, direitos e deveres como se casados fossem. Como fruto deste relacionamento tiveram um filho em comum, sendo esse menor de idade, a saber: ÁDAM RICHARD DE CARVALHO PIMENTEL nascido no dia 29/03/2001.
Quanto à patrimônio, durante essa convivência, foi adquirido um bem imóvel situado na RODOVIA MARIO COVAS n° 402 Bairro COQUEIRO, do qual a requerente teve que sair, compulsoriamente, quando do término da relação, um automóvel da marca VW/GOL 1.0, DA COR PRATA, uma motocicleta, um terreno no interior avaliado no valor de 7.000,00
Inclusive, Excelência, não há como apresentar os documentos do referido imóvel, porque estão retidos sob a posse do Requerido, que se nega terminantemente a entrega-los.
Várias tentativas de conciliação já foram feitas, restando todas infrutíferas, razão pela qual ao autor não restou outra alternativa se não a propositura ação:
4. DO DIREITO
4.1 DA UNIÃO ESTÁVEL
A Constituição Federal confere status de entidade familiar à união estável, gozando, portanto, de tutela estatal, é o que estabelece em seu art. 226, §3º:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
Por seu turno, afirma o Estatuto Civil brasileiro:
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens
No caso em estudo, está caracterizada a UNIÃO ESTÁVEL, pois estão presentes todos os elementos intrínsecos ao instituto. A união preteritamente descrita foi uma relação estável, pública, contínua, duradoura e com o ânimo de constituir família.
Diante dos fatos narrados alhures, o relacionamento durou 25 anos ininterruptos, e do enlace nasceram 3 filhos em comum. 
No caso em tela, restou demonstrado, de forma inequívoca, que a relação dos conviventes possuía o elemento mais importante para a caracterização definitiva da UNIÃO ESTÁVEL: o intuito familiae ou também chamado de affectio maritalis.
É inegável que o nascimento de uma prole composta de 3 filhos é o resultado mais evidente do objetivo da constituição de família. Somado a isso, não se pode esquecer que foram 25 longos anos de vida comum, por si só, essa convivencia de anos reforça a tese de que os conviventes desejavam estar unidos como se casados fossem.
4.2 DA PARTILHA DE BENS	
:
Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito.
O Código Civil no seu art. 1.725 afirma que se aplicam às uniões estáveis o mesmo regime da comunhão parcial de bens:
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Construíram, por esforço comum e durante a convivência marital, uma casa localizada na Quintino Bocaiuva, n° 547 – , entre Roberto Camelier – Bairro Jurunas – .
É desejo do requerente que lhe seja deferida a meação em relação ao imóvel em questão, por ser fato da mais lídima justiça. Será necessária a vistoria por perito avaliador judicial para que seja determinado o valor real do imóvel. Enquanto o imóvel não for vendido ou até que lhe seja pago valor equivalente a meação do imóvel, deseja ser mantido na posse do imóvel, sem nenhum ônus, pois não possui imóvel próprio, tampouco familiares que possam lhe abrigar.  
5. DOS PEDIDOS
Ex positis, requer-se:
Declarar a EXISTÊNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL entre REQUERENTE e REQUERIDA, a partir de 1992, para que surta seus efeitos legais;
Declarar a DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL a partir de 2015;
A citação da requerida no endereço supraindicado, para que, querendo, conteste a presente no prazo legal, sob pena de revelia;
A concessão do benefício da Justiça Gratuita, por não possuir a requerente, renda suficiente para movimentação da máquina judiciária, portanto, impossibilitada de custear o processo sem o prejuízo de seu sustento e de sua família, tudo em conformidade com o artigo 1º.§ 2º da Lei 5.478/68; 
Seja determinada a avaliação do imóvel, por perito judicial, para que se possa proceder ajusta partilha;
Seja reconhecido o direito à meação do bem Imóvel adquirido de forma onerosa, durante a constância da união estável, conforme fundamentado acima.
Que a requerida faça a presente ação documental do Imóvel.
A total procedência da ação, com a condenação do alimentante em todas as custas e despesas processuais, bem como em honorários advocatícios por sucumbência, a serem arbitrados por esse Juízo, na forma do CPC, os quais deverão ser revestido para o FUNDO ESTADUAL DA DEFENSORIA PÚBLICA-FUNDEP, como dispõe a Lei Estadual n°. 6.717/2005, regulamentada pelo Decreto n°. 2.275/2006, na Conta Corrente n°. 182900-9, Agência 015, Banco do Estado do Pará - BANPARÁ – 037, em nome da DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DO PARÁ, CNPJ n.º 34.639.526/0001-38.
6. DAS PROVAS
Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente por meio de prova documental que segue em apenso e o depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas que serão arroladas no momento oportuno e demais provas que se fizerem necessárias.
Dá-se à causa o valor de R$ 937,00(novecentos e trinta e sete reais).
 Nestes termos,
 Pede deferimento.
Belém, 17 de Novembro de 2017.
DEFENSOR PÚBLICO
 
DOCUMENTOS ANEXOS
Carteira de identidade e CPF do Autor;
Comprovante de residência do Autor;
Declaração de pagamento Imóvel e benfeitorias;
Certidão de Nascimento de 2 filhos;
 
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Tv. Padre Prudêncio, nº. 154, Belém/PA, 66.019-000. Telefone/Fax: (91)3201-2700
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