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Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Curitiba Diretoria de Graduação e Educação Profissional Departamento Acadêmico de Matemática Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral 1 Profª Silvana Heidemann Rocha DERIVADA DE FUNÇÃO REAL DE UMA VARIÁVEL REAL Exemplo de notação de função real de uma variável real: 𝑓: 𝐷 ⊂ ℝ → ℝ, 𝑦 = 𝑓(𝑥) 1 INTRODUÇÃO Derivada de uma função real de uma variável real é uma técnica matemática usada para: • estudar taxas de variação instantânea de grandezas físicas, por exemplo: o velocidade instantânea (variação do deslocamento em relação à variação do tempo); o aceleração instantânea (variação da velocidade em relação à variação do tempo); o inflação econômica (variação de preço em relação à variação do tempo); o número de bactérias numa cultura (taxas de crescimento ou de decrescimento); o intensidade dos tremores de um terremoto; o variação da tensão elétrica, dentre outros; • aproximar grandezas cujo cálculo exato é difícil (por meio de diferenciais); • resolver problemas de otimização (maximização, minimização); • cálculo do limite de função envolvendo indeterminações do tipo 0 0 e ∞ ∞ (por meio da regra de L’Hospital); • determinar o coeficiente angular da reta tangente a uma curva; • determinar o gráfico de uma função (intervalos de crescimento e de decrescimento; pontos de máximo e de mínimo, intervalos onde a concavidade é voltada para cima ou para baixo, pontos de inflexão, assíntotas, dentre outros); • resolver equações diferenciais (equações cujo propósito, em geral, é determinar a função y=f(x), a partir do conhecimento da variação de y em relação à variação de x). 2 2 TAXA DE VARIAÇÃO DE UMA FUNÇÃO REAL DE UMA VARIÁVEL REAL 2.1 TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA DE y EM RELAÇÃO A x , NO INTERVALO [ x , x + x ] Considere uma função real f , definida por )(xfy . Quando a variável independente x varia de um valor x a x + x , a correspondente variação de y será )()( xfxxfy . O quociente x xfxxf x y )()( é denominado taxa de variação média de y em relação a x . Também é comum aparecer a notação h afhaf ym )()( para representar a variação média de )(xfy quando x varia num intervalo [ haa , ]. 2.1 TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA DE y EM RELAÇÃO A x EM ax Para uma função real f , definida por )(xfy , o quociente x xfxxf x y xx )()( limlim 00 é denominado taxa de variação instantânea de y em relação a x ou, simplesmente, taxa de variação de y em relação a x , desde que esse limite exista. Também é comum aparecer a notação iy h afhaf h )()( lim 0 para representar a variação instantânea de )(xfy quando ax , desde que esse limite exista. 3 INCREMENTOS DAS VARIÁVEIS x E y , E RAZÃO INCREMENTAL Seja a função real f , definida por )(xfy . Se a variável independente x varia de 1x a 2x , define-se o acréscimo ou incremento de x , denotado por x , como x = 2x - 1x em que 1x é o valor inicial de x e 2x é seu valor final. A variação de x origina uma correspondente variação de y , denominada acréscimo ou incremento de y , denotado por y , e definida como )()( 12 xfxfy ou )()( 11 xfxxfy em que )( 1xf é o valor inicial de y e )( 2xf é seu valor final. O quociente x xfxxf x y xx xfxf x y )()( ou )()( 11 12 12 é denominado razão incremental ou razão dos acréscimos, e significa que, a partir de 1x , y está variando em x y por unidade de x . 3 4 DEFINIÇÃO DE DERIVADA Seja f uma função real definida por )(xfy e contínua em um intervalo I. A derivada de f , denotada por ´f , é uma função definida por x xfxxf x y xf xx )()( limlim)( 00 ´ quando esse limite existe. Observação: )(´ xf (lê-se: f linha de x) é a notação baseada em notações de Isaac Newton (século XVI). Alguns autores usam a definição h xfhxf xf h )()( lim)( 0 ´ , desde que o limite exista. 5 OUTRAS NOTAÇÕES DE DERIVADA Dx )(xf ou )(xf dx d ou )(x dx df (lê-se: derivada de f em relação a x , no ponto x ); Dx y ou dx dy (lê-se: derivada de y em relação a x ); Essas notações acima são baseadas em notações de Leibniz (século XVI). 6 INTERPRETAÇÃO DA DERIVADA A derivada 'f de uma função real f pode ser interpretada como uma função cujo valor em x é a inclinação da reta tangente ao gráfico )(xfy em x (denominada interpretação geométrica de derivada) ou como uma função real f cujo valor em x é a taxa instantânea da variação de y em relação a x (denominada interpretação física de derivada). No caso da taxa instantânea referir-se à variação do deslocamento em relação ao tempo, o que dá a velocidade instantânea, tem-se a interpretação cinemática de derivada. 7 DERIVADA DE UMA FUNÇÃO EM UM PONTO Seja f uma função real definida por )(xfy e contínua em um intervalo I. A derivada de f no ponto 0x , denotada por )( 0 ´ xf , é definida por 0 0 0 ´ )()(lim)( 0 xx xfxf xf xx ou por x xfxxf x y xf x xx x )()( limlim)( 00 00 0 ´ 0 , quando tal limite existe. 4 8 CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DA DERIVADA (DERIVADAS LATERAIS) Definição 1 Se a função real f está definida em 0x , então a derivada à direita de f em 0x , denotada por )( 0 ´ xf , é definida por )( 0 ´ xf = 0 0 )()(lim 0 xx xfxf xx ou por )( 0 ´ xf = x xfxxf x )()( lim 00 0 desde que o limite exista. Definição 2 Se a função real f está definida em 0x , então a derivada à esquerda de f em 0x , denotada por )( 0 ´ xf , é definida por )( 0 ´ xf = 0 0 )()(lim 0 xx xfxf xx ou por )( 0 ´ xf = x xfxxf x )()( lim 00 0 desde que o limite exista. 8.1 OUTRAS NOTAÇÕES PARA DERIVADAS LATERAIS )( 0 ´ xf também pode ser denotada por )( 0 ´ xf e )( 0 ´ xf por )( 0 ´ xf . Quando as derivadas à direita e à esquerda num ponto existem e são iguais, dizemos que a função é derivável nesse ponto. 9 PONTO ANGULOSO Quando as derivadas à direita e à esquerda em 0x existem e são diferentes, dizemos que o ponto P( 0x , f ( 0x )) é um ponto anguloso do gráfico da função real f , ou seja, a função real f não é derivável em 0x e, consequentemente, não admite reta tangente em P. 10 DOMÍNIO DA DERIVADA O domínio da derivada de uma função real f , definida por )(xfy , é um conjuntoformado por todos os valores de x para os quais f é derivável. 5 11 CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DERIVÁVEIS Teorema: Toda função real derivável num ponto é contínua nesse ponto. Demonstração (para o caso de uma função real de uma variável real): Deve-se mostrar que se f é derivável em 0x , então f é contínua em 0x . Isto equivale a: Se 0 0 0 )()( limlim 0 0 xx xfxf x y xx xx x existe )()(lim ; xem definida está seja,ou existe, )( 0 00 0 xfxf f(x) xf xx . Como, por hipótese, 0 0 )()(lim 0 xx xfxf xx existe, então )( 0xf existe. Fazendo, 0)´(.0 )()( lim.lim )()( .lim)()(limlim 0 0 0 0 0 0 00 00000 xf xx xfxf xx xx xfxf xxxfxfy xxxxxxxxxx vem: 0000 000000 limlimlim0limlim0)()(lim xfxfxfxfxfxfxfxf xxxxxxxxxxxx . Portanto, Se 0 0 )()(lim 0 xx xfxf xx existe, temos: )()(lim existe; )( 0 0 0 xfxf xf xx . Logo, f é contínua em 0x , como se queria demonstrar. Observação: A recíproca nem sempre é verdadeira, ou seja, se f é contínua em 0x não implica que f seja derivável em 0x ; por exemplo, f pode ter um ponto anguloso em P( 0x , f ( 0x )). Exemplo: Esboce o gráfico da função real f definida por )(xf = 2ou 2 se ,4 22 se ,4 2 2 xxx xx . Após, calcule as derivadas laterais em 2x e 2x . a) f é contínua em 2x e 2x ? Justifique. b) f é derivável em 2x e 2x ? Justifique. 12 FUNÇÃO DERIVÁVEL NUM INTERVALO ABERTO ]𝑎, 𝑏[ Definição Uma função real f é derivável em um intervalo aberto ]𝑎, 𝑏[ se )()(' x dx df xf existe para todo x pertencente a ]𝑎, 𝑏[ . 6 13 FUNÇÃO DERIVÁVEL NUM INTERVALO FECHADO [𝑎, 𝑏] Definição Uma função real f é derivável em um intervalo fechado [𝑎, 𝑏] se )()(' x dx df xf existe para todo x pertencente a ]𝑎, 𝑏[ e se os seguintes limites existem: )(´ af = ax afxf ax )()( lim e )(´ bf = bx bfxf bx )()( lim 14 DERIVADA DA FUNÇÃO COMPOSTA (REGRA DA CADEIA) 15 DERIVADA DA FUNÇÃO INVERSA 16 DERIVADA DE FUNÇÃO REAL DEFINIDA 16.1 IMPLICITAMENTE 16.2 PARAMETRICAMENTE 17 DERIVADAS SUCESSIVAS (OU DE ORDEM SUPERIOR) 7 18 ESTUDO DA VARIAÇÃO DE FUNÇÕES REAIS, POR MEIO DOS SINAIS DAS DERIVADAS 18.1 EXTREMOS ABSOLUTOS DE UMA FUNÇÃO Definição: Seja a função real R xfy RD x f )( : . Diz-se que 0x D é ponto de máximo absoluto ou global de f se para todo )()( , 0xfxfDx . Diz-se que f ( 0x ) é o valor máximo de f . Definição: Seja a função real R xfy RDf x )( : . Diz-se que 0x D é ponto de mínimo absoluto ou global de f se para todo )()( , 0xfxfDx . Diz-se que f ( 0x ) é o valor mínimo de f . Teorema de Weierstrass Seja a função real R xfy ba x f )( ],[ : uma função contínua em todo seu domínio. Então f assume máximo e mínimo absoluto em ],[ ba . Esse teorema informa que se não houver pontos de máximo e mínimo absoluto no intervalo aberto [,] ba então a função assumirá seus valores máximo e mínimo absolutos em ax e em bx . 18.2 EXTREMOS RELATIVOS DE UMA FUNÇÃO Definição Seja a função real R xfy RDf x )( : . Diz-se que: a) 0x D é ponto de máximo relativo ou local de f se existir um intervalo aberto I, contendo 0x , tal que )()( 0xfxf , para todo DIx . b) 0x D é ponto de mínimo relativo ou local de f se existir um intervalo aberto I, contendo 0x , tal que )()( 0xfxf , para todo DIx . Observação: Os pontos de máximos ou mínimos de uma função real são também denominados pontos extremos da função. Os pontos de máximos ou mínimos relativos são denominados extremos relativos. 8 Exemplo: Proposição Suponha que )()(' x dx df xf existe para todos os valores de [,] bax e que f tem um extremo relativo em 0x , com bxa 0 . Se )(' 0xf existe, então 0)(' 0 xf . Geometricamente, essa proposição diz que se f tem um extremo relativo em 0x e se )(' 0xf existe, então o gráfico de f tem uma reta tangente horizontal no ponto onde 0xx . Essa proposição diz, ainda, que se )(' 0xf existe, a condição 0)(' 0 xf é uma condição necessária para a existência de um extremo relativo em 0x . No entanto, essa não é uma condição suficiente, pois se 0)(' 0 xf a função f pode ter ou não um extremo relativo em 0x . Exemplo: Observações: • No gráfico (i), anterior, 0)0(' f , porém 0x não é extremo relativo em [,] ba , pois 0x não atende a definição de extremo relativo. • No gráfico (ii), anterior, 0x é um extremo relativo em [,] ba , no entanto )(' 0xf não existe. • No gráfico (iii), anterior, 0x não é um extremo relativo em [,] ba , pois 0x não atende a definição de extremo relativo. 0 x0 x0 (i) (ii) (iii) y x O y=f(x) No gráfico ao lado: • são os pontos extremos de f; • f( ) e f( ) são os máximos relativos; • f( ) e f( ) são os mínimos relativos. a b a b a b y y y x x x 9 Conclusão: Dos gráficos (i), (ii) e (iii), e da proposição, anteriores, conclui-se que: • num ponto de extremo relativo a derivada primeira da função pode ser nula ou pode não existir; • a derivada primeira pode ser nula ou pode não existir num ponto do domínio da função, sem no entanto esse ponto ser extremo relativo. • para que )(0 fDx seja extremo relativo é necessário que 0x seja ponto crítico da função real f , definindo-se ponto crítico como um ponto em que a derivada primeira é nula ou não existe. Aqui )( fD é o domínio de f . 19 CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DE EXTREMOS RELATIVOS DE UM FUNÇÃO Para que um ponto )(0 fDx seja extremo relativo de f é necessário que 0x seja ponto crítico, isto é, a derivada primeira é nula ou não existe em 0x . 20 CRESCIMENTO E DECRESCIMENTO DE UMA FUNÇÃO Definição: Uma função real f definida num intervalo aberto ),( ba é crescente nesse intervalo se para todo ),( 1 bax e ),,( 2 bax com 21 xx , tem-se )()( 21 xfxf . Definição: Uma função f definida num intervalo aberto ),( ba é decrescente nesse intervalo se para todo ),( 1 bax e ),,(2 bax com 21 xx , tem-se )()( 21 xfxf . Observação: Se uma função é apenas crescente ou decrescente num intervalo, diz-se que é uma função monótona nesse intervalo. Proposição:Seja f uma função contínua no intervalo fechado ],[ ba e derivável no intervalo aberto ),( ba . • Se 0)(' xf para todo ),( bax , então f é crescente em ],[ ba ; • Se 0)(' xf para todo ),( bax , então f é decrescente em ],[ ba . 10 21 DETERMINAÇÃO DOS EXTREMOS DE UMA FUNÇÃO 21.1 CRITÉRIO DA DERIVADA PRIMEIRA Seja f uma função contínua em todo um intervalo fechado ],[ ba e derivável no intervalo aberto ),( ba , exceto possivelmente num ponto ),(0 bax . i) Se 0)(' xf para todo 0xx e 0)(' xf para todo 0xx , então 0x é ponto de máximo relativo ou local; ii) Se 0)(' xf para todo 0xx e 0)(' xf para todo 0xx , então 0x é ponto de mínimo relativo ou local. O item i) diz que se )(xf é crescente à esquerda de 0x e decrescente à direita de 0x , então 0x é ponto de máximo relativo. O item ii) diz que se )(xf é decrescente à esquerda de 0x e crescente à direita de 0x , então 0x é ponto de mínimo relativo. 21.2 CRITÉRIO DA DERIVADA SEGUNDA Seja f uma função contínua e derivável até a segunda ordem num intervalo ),( ba , onde )(' xf e )('' xf são também contínuas em ),( ba . Seja ),(0 bax tal que 0)(' 0 xf . Então: i) Se 0)('' 0 xf , 0x é ponto de máximo local de f ; ii) Se 0)('' 0 xf , 0x é ponto de mínimo local de f . Demonstração do item i) Como a função ''f é contínua e 0)('' 0 xf em ),( ba , então existe um intervalo aberto I contendo 0x no qual )('' xf < 0 . Como 0)('' 0 xf tem-se que )(' xf é decrescente em I e como 0)(' 0 xf conclui-se que em I, à esquerda de 0x tem-se )(' xf > 0 , e à direita de x0 tem-se )(' xf < 0. Portanto 0x é um ponto de máximo local. De forma semelhante prova-se o item ii). 11 22 CONCAVIDADE E PONTO DE INFLEXÃO DE UMA FUNÇÃO REAL Definição : Uma curva tem concavidade voltada para cima num intervalo aberto ),( ba se todos os pontos da curva se encontram acima da reta tangente em qualquer ponto dessa curva no intervalo considerado. Geometricamente, a medida que avança-se sobre a curva, da esquerda para a direita, a reta tangente gira no sentido anti-horário. Como, geometricamente, )(' xf é a inclinação da reta tangente à curva, constata-se que no intervalo ),( ba a derivada )(' xf é crescente. Dessa forma também é possível definir uma função f como côncava para cima no intervalo ),( ba se )(' xf é crescente neste intervalo Definição: Uma curva tem a concavidade voltada para baixo num intervalo ),( ba se todos os pontos da curva se encontram abaixo da reta tangente em qualquer ponto desta curva no intervalo considerado. Geometricamente, a medida que avança-se sobre a curva, da esquerda para a direita, a reta tangente gira no sentido horário. Como, geometricamente, )(' xf é a inclinação da reta tangente à curva, constata-se que no intervalo ),( ba a derivada )(' xf é decrescente. Dessa forma também é possível definir uma função real f como côncava para baixo no intervalo ),( ba se )(' xf é decrescente neste intervalo Proposição: Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e derivável até segunda ordem no intervalo ),( ba . i) Se )('' xf > 0 para todo ),( bax , então f é côncava para cima em ),( ba ; ii) Se )('' xf < 0 para todo ),( bax , então f é côncava para baixo em ),( ba . O item i) diz que, sendo )('' xf a declividade da reta tangente ao gráfico de 'f , nos intervalos em que )(' xf é crescente o ângulo de inclinação da reta tangente é agudo em qualquer ponto desse intervalo (ou seja, a declividade dada por )('' xf é positiva). Semelhantemente se explica o item ii). 12 Definição: Um ponto P( 0x , f ( 0x )) do gráfico de uma função contínua f é denominado ponto de inflexão, se existe um intervalo ),( ba contendo 0x , tal que uma das seguintes situações ocorra: i) f é côncava para cima em ),( 0xa e côncava para baixo em ),( 0 bx ; i) f é côncava para baixo em ),( 0xa e côncava para cima em ),( 0 bx . Observação: Para um ponto ser ponto de inflexão, a função real deve ser derivável até segunda ordem neste ponto. Exemplo: No gráfico acima: • ( 1x , f ( 1x )) não é ponto de inflexão, pois a função real f não é derivável em 1x ; • ( 2x , f ( 2x )) é ponto de inflexão e a reta tangente nesse ponto corta o gráfico. y x O 13 23 ESBOÇO DE GRÁFICOS DE FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Para se esboçar o gráfico de uma função real f , definida por )(xfy , siga os seguintes passos: 1º) Determine o domínio de f ; 2º) Calcule os pontos de interseção de f com os eixos coordenados (se não requerer muito cálculo) (isto é, os valores de x para os quais 0y , e os valores de y para os quais x = 0 ) 3º) Obtenha a derivada primeira e a derivada segunda de f ; 4º) Encontre os pontos críticos de f (isto é, os valores de x que tornam )(' xf nula ou para os quais não existe )(' xf , sendo x no domínio de f - os pontos críticos são os candidatos a pontos de máximos ou mínimos locais) 5º) Determine os intervalos de crescimento e de decrescimento de f (isto é, os valores de x que tornam )(' xf > 0 e )(' xf < 0, sendo x no domínio de f ) 6º) Encontre os pontos de máximos e de mínimos relativos (ou seja, verifique se os pontos críticos são pontos de máximos ou mínimos locais, por meio do critério da primeira derivada ou do critério da segunda derivada - ver seção 21) 7º) Determine os intervalos onde f tem concavidade voltada para cima e onde f tem concavidade voltada para baixo (isto é, os valores de x que tornam )('' xf > 0 e )('' xf < 0, sendo x no domínio de f ) 8º) Encontre os pontos de inflexão de f (ou seja, os valores de x que tornam )('' xf = 0 ) 9º) Encontre as assíntotas horizontais e verticais, se existirem (ou seja, calcule lim 𝑥→−∞ 𝑓(𝑥) e lim 𝑥→+∞ 𝑓(𝑥) para ver se f tem assíntota horizontal; e, caso exista pontos 𝑥 = 𝑎 , no domínio de f , candidatos a serem assíntotas verticais, calcule lim 𝑥→𝑎− 𝑓(𝑥) e lim 𝑥→𝑎+ 𝑓(𝑥) para verificar se 𝑥 = 𝑎 é realmente uma assíntota vertical de f ) 10º) Esboce o gráfico de f . 14 24 TEOREMAS FUNDAMENTAIS SOBRE DERIVADAS 24.1 TEOREMA DE ROLLE (matemático francês, 1652-1719) Seja uma função real f , definida por )(xfy , contínua em ],[ ba e derivável em [,] ba . Se 0)()( bfaf , então existe pelo menos um ponto c entre a e b tal que 0)(' cf . Demonstração: Se f é contínua em ],[ ba , 0)()( bfaf e, ainda, )(xf tem uma derivada finita )(' xf em cada ponto x do intervalo [,] ba , tem-se dois casos a considerar: 1º caso: 0)( xfy(ou seja, )(xf é constante em [,] ba , uma vez que 0)()( bfaf ): Se 0)( xfy , então 0)(' xf ∀ x ∈ [,] ba . Consequentemente, qualquer 𝑥 ∈ [,] ba pode ser tomado como o ponto c . 2º caso: 0)( xfy ( ou seja, )(xf não é constante em ),( ba , uma vez que 0)()( bfaf ): Como )(xfy é contínua em ],[ ba , pelo teorema de Weierstrass, existem valores máximo e mínimo de )(xf em ],[ ba . Como )(xfy não é constante em ],[ ba e 0)()( bfaf , )(xf apresentará intervalos de crescimento e decrescimento em [,] ba . x b O [ a y P x y a b P ] [ ] ou c c [ a b x y y=f(x)=0 ] 15 Se )(xf começa crescendo, )(xf não pode crescer sempre, pois 0)( bf . Logo, há um ponto cx onde a função começa a decrescer, sendo esse um ponto de máximo. Como )(xf é derivável em todo o intervalo [,] ba , então 0)(' cf . Se )(xf começa decrescendo, )(xf não pode decrescer sempre, pois é nula em b . Logo, há um ponto c onde a função começa a crescer, sendo esse um ponto de mínimo. Como )(xf é derivável em todo o intervalo [,] ba , então 0)(' cf . Se )(xf começa constante, num determinado ponto )(xf crescerá e decrescerá ou decrescerá e crescerá, pois 0)( bf . De qualquer forma, como a derivada primeira existe em todo o intervalo [,] ba , há sempre um ponto c onde a função assumirá ponto de máximo ou mínimo. Assim, 0)(' cf . Observação: No caso abaixo, não vale o teorema de Rolle, pois em cx a função não é derivável. Nesse caso, c é a abscissa de um ponto anguloso. Exemplo: Verifique que as hipóteses do Teorema de Rolle são satisfeitas para a função 3/13/4 3)( xxxf no intervalo [0,3]. Após, determine o valor de c no intervalo ]0, 3[ tal que 0)(' cf . Na sequência, faça o gráfico dessa função. (Resp.: c =3/4). c a b x y 16 24.2 TEOREMA DO VALOR MÉDIO (OU TEOREMA DE LAGRANGE – matemático italiano, 1736-1813) Seja uma função real f , definida por )(xfy , contínua em ],[ ba e derivável em [,] ba . Então existe pelo menos um cx em [,] ba tal que )(' cf ab afbf )()( . Interpretação geométrica do teorema: A declividade da reta PQ é ab afbf )()( . O teorema do valor médio estabelece que se a função real f é contínua em ],[ ba e derivável em [,] ba , então existe pelo menos um ponto c entre a e b tal que a reta tangente à curva de f em c é paralela à corda que une os pontos P ))(,( afa e Q ))(,( bfb , isto é, à reta secante à f nos pontos ))(,( afa e ))(,( bfb . Assim, dada uma reta secante ao gráfico de uma curva derivável, é sempre possível encontrar pelo menos um ponto situado entre os dois pontos de interseção da secante com a curva tal que a reta tangente nesse ponto seja paralela à secante. Demonstração: Sejam os pontos P ))(,( afa e Q ))(,( bfb . A equação da reta PQ que passa por P ))(,( afa e tem declividade ab afbf )()( é dada por: ab afbf )()( ax afy )( y )( )()( )( ax ab afbf af y x O y=h(x) a b f(a) f(b) c h(c) f(c) P Q R g(c) y=f(x) 17 Fazendo )(xhy , tem-se uma função real h definida por )( )()( )()( ax ab afbf afxh que é uma função polinomial de grau um, e, portanto, contínua e derivável em todos o seu domínio. Seja g uma função real definida por )()()( xhxfxg , ],[ bax , em que g determina a distância vertical entre um ponto ))(,( xfx do gráfico de f e o ponto correspondente na reta secante PQ. Então: )()()( xhxfxg )()()( afxfxg )( )()( ax ab afbf Como g é contínua em ],[ ba , derivável em [,] ba , pois f e h são contínuas em ],[ ba e deriváveis em [,] ba , e, ainda, 0)()( bgag , uma vez que 0)()()( ahafag e 0)()()( bhbfbg , então a função g satisfaz o teorema de Rolle. Assim, existe c em [,] ba tal que 0)(' cg . Como )()()( xhxfxg e )( )()( )()( ax ab afbf afxh , então derivando g em relação a x , vem: )´()´()(')´()´( xfxgxhxfxg ab afbf )()( Em c tem-se: )(´)(´ cfcg 0 )()( ab afbf ab afbf cf )()( )´( ou, ainda, )( )(´)()( abcfafbf Observação: Pode existir mais de um valor ),( bac tal que ab afbf cf )()( )´( . 18 Exemplo 1: Verifique se a função real definida por 3 xy satisfaz a hipótese do Teorema do Valor Médio entre os pontos A(0,0) e B(8,2). Caso satisfaça, determine o valor de c , com )8 ,0(c , onde a reta tangente ao gráfico de y é paralela à secante que passa por A e B. Na sequência, esboce o gráfico da função dada e as referidas retas tangente e secante. (Resp.: c= 1,5396...). Exemplo 2 Equação da reta tangente à curva de uma função dada na forma paramétrica Seja a função paramétrica )( )( tfy tgx , com It , cujo gráfico está representado a seguir, sendo I um intervalo. A cada t pertencente ao intervalo I , a função paramétrica associa um ponto ))(),(( tftg em R2 , onde f e g são funções reais definidas em I . Se f e g são deriváveis em I , It 0 e 0)(' 0 tg , a declividade da reta s , secante à curva de )( )( tfy tgx nos pontos ))(),(( 00 tftg e ))(),(( tftg é dada por )()( )()( 0 0 tgtg tftf . Assim, o coeficiente angular da reta tangente à curva de )( )( tfy tgx no ponto ))(),(( 00 tftg é dado por: )()( )()( lim 0 0 0 tgtg tftf tt = )(´ )(´ )()( )()( lim 0 0 0 0 0 0 0 tg tf tt tgtg tt tftf tt e a equação da reta tangente em ))(),(( 00 tftg é dada por: ))(( )(´ )(´ )( )( )( )(´ )(´ 0 0 0 0 0 0 0 0 tgx tg tf tfy tgx tfy tg tf x y g(t0) f(t0) g(t) f(t) s 19 24.3 TEOREMA DE CAUCHY (matemático francês, 1789-1857) Se f e g são duas funções reais contínuas em ],[ ba , deriváveis em [,] ba e 0)(' xg para todo [,] bax , então existe um número real [,] baz tal que . )(´ )(´ )()( )()( zg zf agbg afbf Interpretação geométrica do teorema: Geometricamente, esse teorema estabelece que para uma função paramétrica dada por )( )( tfy tgx , ][a,bt , a declividade da reta s , secante à curva de )( )( tfy tgx nos pontos ))(),(( afag e ))(),(( bfbg é dada por )()()()( agbg afbf . Como em [,] ba existe um ponto ))(),(( zfzg tal que a reta t , tangente nesse ponto, é paralela à reta s , o coeficiente angular da reta t é )(´ )(´ zg zf . Assim, para esse z , tem-se: )()( )()( agbg afbf )(´ )(´ zg zf Demonstração: i) As hipóteses f e g são contínuas em ],[ ba , deriváveis em [,] ba e 0)(' xg para todo [,] bax , implicam em )()( bgag . De fato, pelo Teorema do Valor Médio existe um c em [,] ba tal que ab agbg cg )()( )(' . Como 0)(' xg para todo [,] bax , então 0)(' cg )()(0)()(0 )()( bgagagbg ab agbg f(a) f(b) x y g(a) g(b) s t g(z) f(z) 20 ii) Seja a função real h , definida por )]()([ )()( )()( )()()( agxg agbg afbf afxfxh , com [,] bax , onde 0)()( bhah . A função h satisfaz o Teorema de Rolle, pois h é contínua em ],[ ba e derivável em [,] ba , uma vez que f e g são contínuas em ],[ ba e deriváveis em [,] ba e, ainda, ).()( bgag Além disso, 0)()( bhah . Portanto, existe [,] baz tal que 0)(' zh . Derivando )]()([ )()( )()( )()()( agxg agbg afbf afxfxh em relação a x , vem: )(' )()( )()( )(')(' xg agbg afbf xfxh Em zx , tem-se: 0)(' )()( )()( )(')(' zg agbg afbf zfzh )()( )()( agbg afbf )´( )´( zg zf , pois )´(zg 0 . 21 24.4 TEOREMA DE L´HOSPITAL (OU REGRA DE L’HOSPITAL – Marquês de l’Hospital, França, 1712) Sejam as funções reais f e g deriváveis num intervalo aberto I , exceto possivelmente, em um ponto a , Ia , com 0)(' xg para todo ax em I . i) Se 0)(lim)(lim xgxf axax e , )(´ )(´ lim L xg xf ax então L xg xf xg xf axax )(´ )(´ lim )( )( lim (seja L finito ou infinito) ii) Se )(lim)(lim xgxf axax e , )(´ )(´ lim L xg xf ax então L xg xf xg xf axax )(´ )(´ lim )( )( lim (seja L finito ou infinito) Demonstração do item i) Se 0 0 )( )( lim xg xf ax (indeterminação) e L xg xf ax )(´ )(´ lim (ou seja, )(´ )(´ lim xg xf ax existe, seja ele finito ou infinito), deve-se provar que L xg xf ax )( )( lim . Se f e g forem contínuas em ax , então 0)()( agaf . Se f e g não forem contínuas em ax , considera-se, então, duas funções reais F e G , definidas por a se ,0 a se ),( )( x xxf xF e a se ,0 a se ),( )( x xxg xG , que são contínuas em ax e em todo o intervalo I , pois )(0)(lim)(lim aFxfxF axax e )(0)(lim)(lim aGxgxG axax . Nesse segundo caso, seja axIx , . Como para todo ax em I , f e g são deriváveis e 0)(' xg as funções F e G satisfazem as hipóteses do Teorema de Cauchy no intervalo ],[ ax ou ],[ xa . Segue, então, que existe um número real z entre a e x , tal que )()( )()( aGxG aFxF )´( )´( zG zF Como )(')(' ,0)( ,0)( ),()( ),()( zfzFaGaFxgxGxfxF e )(')(' zgzG , vem )( )( xg xf )´( )´( zg zf 22 Como z está entre a e x , quando ax tem-se que az . Logo: L zg zf zg zf xg xf azaxax )(´ )(´ lim )(´ )(´ lim )( )( lim Observações: • Se f e g forem contínuas em ax , então 0)()( agaf , e a demonstração é semelhante. • A condição 0)( xg para todo ax em I é necessária para a regra de L´Hospital, pois se )(xg fosse nulo para algum x em I , ax , e como 0)( ag , pelo Teorema de Rolle, segue que existe um número real c entre x e a tal que 0)(' cg ; o que geraria uma contradição. • A regra de L´Hospital também é válida para os limites laterais (se ax ou ax ), bem como para os limites no infinito ( x ou x ). • A regra de L’Hospital só é válida se as indeterminações forem do tipo 0/0 ou / . Para as demais indeterminações, a função dada deve ser trabalhada algebricamente, a fim de surgir 0/0 ou / . 23 24.5 POLINÔMIO DE TAYLOR (Inglaterra, 1685-1731) POLINÔMIO DE MAC-LAURIN (Escócia, 1698-1746) O polinômio de Taylor consiste num método de aproximação local de uma função real por um polinômio, com um erro possível de ser estimado. Definição: Seja uma função real If : R que admite derivadas até ordem n num ponto 0x pertencente ao intervalo I . O polinômio de Taylor, de ordem n , de f no ponto 0x , denotado por )(xPn , é definido como: n n n xx n xf xx xf xx xfxf xP )( ! )( ...)( !2 )´´ ( )( !1 )(´ !0 )( )( 0 0 )( 2 0 0 0 00 Se 00 x , o polinômio de Taylor é denominado polinômio de Mac-Laurin , de ordem n , de f , e é definido por: n n n x n f x f xffxP ! )0( ... !2 )0´´ ( )0(´)0()( )( 2 Observação: O polinômio de Taylor, de ordem n , de f em torno de 0x , tem em comum com a função f o valor em 0x , o valor da primeira derivada em 0x , o valor da segunda derivada em 0x e, assim, sucessivamente, o valor da derivada n - ésima em 0x . Assim, a ideia é aproximar a função f por um polinômio )(xP tal que: )()( ),...,´´ ()´´ ( ),(´)(´ ),()( 0 )( 0 )( 000000 xPxfxPxfxPxfxPxf nn onde )(xP terá a forma n n xxaxxaxxaaxP )(...)()()( 0 2 02010 , com coeficientes reais naaaa ,...,,, 210 . Como 00 )( axP e ),()( 00 xfxP , então )( 00 xfa . Derivando )(xP em relação a x , vem: )(' xP 1 0 2 03021 )(...)(3)(2 nn xxnaxxaxxaa 10 )(´ axP Como ),(´)(´ 00 xfxP então )(´ 01 xfa . Derivando )(' xP em relação a x , vem: 2 0 2 04032 )()1(..).(3.4)(2.32)('' nn xxannxxaxxaaxP 20 2)´´ ( axP 24 Como ),´´ ()´´ ( 00 xfxP então 2 )´´( 2)´´( 0220 xf aaxf . Derivando )('' xP em relação a x e calculando ),´´ (´ 0xP obtém-se !3 )´´´( 6 )´´´( 6)´´´()´´´( 003300 xfxf aaxfxP Procedendo assim, sucessivamente, obtém-se: ! )( !)()( 0 )( n0 )( 0 )( n xf aanxfxP n n nn Portanto, n n xxaxxaxxaaxP )(...)()()( 0 2 02010 nn xx n xf xx xf xxxfxfxP )( ! )( ...)( !2 )´´( ))(´()()( 0 0 )( 2 0 0 000 Observações: • f e P admitem a mesma reta tangente em ))(,( 00 xfx com declividade ,)´()´( 00 xfxP ou seja, o polinômio de Taylor de ordem 1 é a reta tangente à curva )(xf no ponto ))(,( 00 xfx . • Como )('')('' 00 xfxP , segue que, se 0 )('' 0 xf e )('' 0xf contínua em 0x , para x próximo de 0x , os gráficos de f e P apresentam concavidades com mesmo sentido. Dessa forma, é razoável esperar que para x suficientemente próximo de 0x , o polinômio de Taylor de ordem 2 aproxime melhor f do que o polinômio de Taylor de ordem 1. • Como )()( 0 )( 0 )( xfxP nn , analogamente ao item anterior, é de se esperar que se )( 0 )( xf n 0 e as derivadas )(,...,''','',' nffff forem contínuas em 0x , para x próximo de 0x , o polinômio de Taylor de ordem n aproxime melhor f do que o polinômio de Taylor de ordem 1n . 25 24.6 RESTO (OU ERRO) DO POLINÔMIO DE TAYLOR Definição: Dado o polinômio de Taylor de grau n de uma função real f , a diferença entre )(xf e )(xPn , denominada resto e denotada por )(xRn , é definida como )()( xfxRn )(xPn . Graficamente, tem-se: Como )()( xfxRn )(xPn , então )()( xPxf n )(xRn Quanto menor for )(xRn , melhor o polinômio )(xPn aproximará )(xf . Caso se utilize o polinômio de Taylor de ordem 1 para aproximar a função f em torno de 0x , tem-se: )())(´()()( 000 xRxxxfxfxf , para todo )( fDx em que )( fD é o domínio de f . Daí, para 0xx , o resto médio ou erro médio é dado por )(´ )()()( 0 0 0 0 xf xx xfxf xx xR e o erro instantâneo quando x se aproxima de 0x é dado por 0)]´( )()( [lim )( lim 0 0 0 0 00 xf xx xfxf xx xR xxxx Se utilizarmos o polinômio de Taylor de ordem 2 para aproximar a função f em torno de 0x , teremos: )()( 2 )´´( ))(´()()( 20 0 000 xRxx xf xxxfxfxf , para todo )( fDx . f(x) y=f(x) y= x O x0 x f(x0)= y 26 24.7 FÓRMULA DE TAYLOR COM RESTO DE LAGRANGE Seja uma função real ],[: baf R uma função derivável até a ordem n+1 no intervalo [,] ba , com as derivadas )(,...,''','',' nffff contínuas em ],[ ba . Se 0x ],[ ba , então para cada x ],[ ba , 0xx , existe um ponto z entre 0x e x tal que 1 0 )1( )( )!1( )( )()( n n xx n zf xPxf ou, explicitamente, n n xx n xf xx xf xxxfxfxf )( ! )( ...)( !2 )´´( ))(´()()( 0 0 )( 2 0 0 000 1 0 )1( )( )!1( )( n n xx n zf em que a fórmula para o resto, dada por )(xRn = 1 0 )1( )( )!1( )( n n xx n zf , é denominada fórmula de Lagrange do resto. Demonstração: Seja )(xP o polinômio de Taylor, de ordem n , de f em torno de 0x . Para cada ],[ bax , seja )(xR o erro (ou resto) que se comete na aproximação de )(xf por )(xP . Assim, para todo ],[ bax , vem: ])( ! )( ...)( !2 )´´( ))(´()([)()()()()( )( 2 n o o n o o ooo xx n xf xx xf xxxfxfxfxRxPxfxR Derivando )(xR sucessivamente em relação a x , vem: ])( ! )( ...)( !2 )´´( 2)´([)(')(' 1 )( no o n o o o xx n xf nxx xf xfxfxR ])( ! )( )1(...)´´([)('')('' 2 )( no o n o xx n xf nnxfxfxR )()()( )()()( o nnn xfxfxR )()( )1()1( xfxR nn em que 0)(...)´´ ()(´)( 0 )( 000 xRxRxRxR n e )()( )1()1( xfxR nn 27 Sendo 1 0 )( nxxh , tem-se 0)(...)´´ ()(´)( 0 )( 000 xhxhxhxh n e )!1()()1( nxh n . Daí, vem: )()( )()( )( )( 0 0 xhxh xRxR xh xR (1) Pelo Teorema de Cauchy, existe o número real 1z entre 0x e x tal que )()( )()( 0 0 xhxh xRxR )´( )´( )( )( 1 1 zh zR xh xR (2) Por (1) e (2), vem: )(´)(´ )(´)(´ )(´ )(´ )( )( 01 01 1 1 xhzh xRzR zh zR xh xR Pelo Teorema de Cauchy, existe 2z entre 0x e 1z tal que )(´)(´ )(´)(´ )(´ )(´ )( )( 01 01 1 1 xhzh xRzR zh zR xh xR = )´´ ( )´´ ( 2 2 zh zR Fazendo )´´( )´´( 2 2 zh zR )´´ ()´´ ( )´´ ()´´ ( 02 02 xhzh xRzR , pelo Teorema de Cauchy existe 3z entre 0x e 2z tal que )( )( xh xR )´´ ( )´´ ( 2 2 zh zR = )´´ ()´´ ( )´´ ()´´ ( 02 02 xhzh xRzR = )´´ (´ )´´ (´ 3 3 zh zR Aplicando o Teorema de Cauchy, sucessivamente, tem-se: )( )( xh xR )( )( )1( )1( zh zR n n = )!1( )()1( n zf n Portanto, )( )!1( )( )( )1( xh n zf xR n )(xR 1 0 )1( )( )!1( )( n n xx n zf 25 DIFERENCIAL E REGRAS DE DIFERENCIAÇÃO REFERÊNCIAS ANTON, H. Cálculo: um novo horizonte. 6. ed. V. 1. Porto Alegre: Bookman, 2000. FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração. 5. ed. São Paulo: Makron, 1992. GRANVILLE, W. A.; LONGLEY, W. R.; SMITH, P. F. Elementos de cálculo diferencial e integral. Rio de Janeiro: Científica, 1961. GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. V. 1.Rio de Janeiro: LTC, 1985. MUNEM, M. A.; FOULIS, D. J. Cálculo. V. 1, 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1983. RIGHETTO, A.; FERRAUDO, A. S. Cálculo diferencial e integral. V. 1. São Paulo: Instituto Brasileiro de Edições Científicas, 1981. SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com geometria analítica. 2. ed. V. 1. São Paulo: Makron Books, 1994.
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