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PERGUNTAS DP4

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PERGUNTAS DP4
Diferencia segundo Martin Buber, uma relação dual de uma relação triangular.
De acordo com Buber, o relacionamento entre dois seres humanos pode ser dividido em duas partes: o EU-ISSO e o EU-TU. O EU-ISSO envolve a relação entre um ser e uma parte ou elemento do outro enquanto que o EU-TU consiste no relacionamento pleno entre os dois seres, englobando em sua amplitude os sentimentos e idéias de ambos.
Portanto, embasados pelo modelo proposto por Buber, podemos extrapolar que a forma EU-ISSO de relacionamento pode ser emulada pela relação entre o médico e um elemento orgânico do ser que sofre como, por exemplo, um tumor, um coração hipertrofiado, uma artéria entupida, etc. Já o componente EU-TU da relação médico paciente envolve o relacionamento da pessoa do ser que cura com a do ser que sofre. O ser que cura procura então, como resultado da plenitude deste relacionamento EU-TU, entender o ser que sofre no tocante às razões do seu sofrimento, contextualizando-o através do conhecimento da história de vida e da cosmovisão deste ser que sofre. A sintonia entre estes dois seres, agora muito mais ampla e profunda, desconhece as fronteiras do “ISSO” - o sofrimento não precisa mais ser coisificado através de uma tradução nosológica para existir. O elemento EU-TU de uma relação não pertence mais somente ao médico mas a todos os profissionais (seres que curam) interessados genuinamente em minimizar o sofrimento de um ser que sofre.
O que se busca atualmente é uma relação EU-TU (dual) que englobe todos os aspectos do ser e não só a doença.
Defina empatia e comente sobre os fatores associados a ela
Empatia, no contexto da psicologia, é habilidade de entender a situação, perspectivas e sentimentos do paciente e de se comunicar com o mesmo, mostrando que foi capaz de compreendê-lo. Tem componentes afetivo (sentimentos de compaixão e preocupação genuína com o bem-estar da pessoa), cognitivo (capacidade de identificar e de considerar, sem pré-julgamentos, a perspectiva e os sentimentos do paciente) e comportamental (transmissão do reconhecimento explícito e sem julgamento. Paciente sente que foi “compreendido e acolhido”).
Fatores associados à empatia são: fatores culturais (modelos socialmente aceitos, modelos parentais e familiares); Temperamento e personalidade, Desenvolvimento da identidade médica ao longo do curso, Setting de atendimento: setor público versus privado (condições de trabalho)
Fatores negativamente associados à empatia: Stress, carga excessiva de trabalho e remuneração e condições inadequadas de trabalho.
Diferencie exame metal de um paciente ansioso, deprimido e psicótico
Paciente deprimido: Pacientes deprimidos podem ter dificuldades durante a entrevista devido a déficits cognitivos resultantes dos sintomas depressivos. Podem ter a motivação comprometida e não relatar espontaneamente seus sintomas. Sentimentos de desesperança podem contribuir para uma falta de envolvimento. Dependendo da gravidade dos sintomas, os pacientes podem necessitar de questionamento mais direto, em vez de um formato aberto.
O paciente deve ser indagado sobre quaisquer pensamentos de suicídio e, se eles existem, sobre sua intenção a respeito. Alguns pacientes descreverão ter esses pensamentos, mas que não pretendem levá-los adiante nem desejam morrer. Relatam que, embora os pensamentos existam, não pretendem agir de acordo com eles. Isso é normalmente referido como ideação suicida passiva. Outros pacientes expressarão sua determinação de acabar com a vida e têm um risco mais alto. 
Paciente ansioso: O rosto parece tenso, com a testa franzida. Pode apresentar tremores tensos e sudorese pode ser vista nas mãos e o paciente está inquieto. Sintomas associados como palpitações, boca seca, tremor. Pensamentos com preocupações de razões para ansiedade e medo de um evento catastrófico podem prolongar a desordem. Eles não têm ilusões ou alucinações. A despersonalização pode ocorrer durante um ataque de ansiedade. O paciente se sentirá separado de seu próprio corpo e experimentará uma sensação de "irrealidade" sobre si mesmo. Função cognitiva normal. O insight é preservado.
Paciente psicótico: Pacientes com doenças psicóticas são, muitas vezes, assustados e reservados. Podem ter dificuldade para raciocinar e pensar com clareza. Além disso, podem estar alucinando ativamente durante a entrevista, o que os torna desatentos e distraídos. Podem apresentar desconfianças em relação ao propósito da entrevista. Todas essas possibilidades são razões para o entrevistador precisar alterar o formato habitual e adaptar a entrevista à capacidade e à tolerância do paciente. O psiquiatra deve estar alerta para sinais de que os processos psicóticos podem ser parte da experiência do paciente durante a entrevista. Em geral, é melhor fazer perguntas diretas sobre esses comportamentos ou comentários.
Por definição, pacientes delirantes têm crenças falsas fixas. Com os delírios, como ocorre com as alucinações, é importante explorar os detalhes específicos. Os pacientes costumam ser muito relutantes em discutir suas crenças, tendo em vista que muitas delas foram desprezadas ou ridicularizadas. Eles podem perguntar diretamente ao entrevistador se acredita no delírio. Embora um entrevistador não deva endossar a crença falsa, raras vezes é proveitoso contestar o delírio de maneira direta, sobretudo no exame inicial. Pode ser útil desviar a atenção de volta para as crenças do paciente, e não as do entrevistador, e reconhecer a necessidade de mais informações: “Acredito que o que você está vivenciando seja assustador e gostaria de saber mais sobre suas experiências”.
Para pacientes com pensamentos e comportamentos paranoides,é importante manter uma distância respeitável. A desconfiança deles pode ser aumentada por uma entrevista muito calorosa. Pode ser melhor evitar um contato visual direto, que pode ser percebido como ameaçador. 
(questão incompleta porque eu não achei melhores refencias que me dessem o exame mental completo)
Descreva 4 doenças psicossomáticas
O transtorno de sintomas somáticos, também conhecido como hipocondria, é caracterizado por seis meses ou mais de uma preocupação geral e não delirante com temores de ter, ou a ideia de que tem, uma doença grave com base na falsa interpretação de sintomas corporais. Essa preocupação causa sofrimento significativo e prejuízo na vida do indivíduo e não é justificada por outro transtorno psiquiátrico ou clínico. Um subgrupo de indivíduos com transtorno somatoforme tem pouco insight a respeito da presença desse transtorno.
O transtorno de ansiedade de doença é um diagnóstico novo no DSM-5 que se aplica àquelas pessoas que são preocupadas com ter ou contrair uma doença. É uma variante do transtorno de sintomas somáticos (hipocondria). Na descrição do diagnóstico diferencial entre os dois, de acordo com o DSM-5, o transtorno de sintomas somáticos é diagnosticado quando esses sintomas estão presentes, enquanto no de ansiedade de doença existe pouco ou nenhum sintoma somático e as pessoas estão “principalmente preocupadas com a ideia de estarem doentes”. O diagnóstico também pode ser usado para pessoas que, de fato, têm uma doença clínica, mas cuja ansiedade é desproporcional ao diagnóstico, e que imaginam o pior resultado possível.
O transtorno conversivo, também denominado transtorno de sintomas neurológicos funcionais, no DSM-5, é uma doença de sintomas ou déficits que afetam funções motoras ou sensoriais voluntárias, sugerindo outra condição clínica, mas que aparenta ser causada por fatores psicológicos, pois é precedida por conflitos ou outros estressores. Os sintomas ou déficits do transtorno conversivo não são produzidos de modo intencional e não são causados pelo uso de substância, não estão limitados a sintomas dolorosos ou sexuais, e o ganho é primariamente psicológico, e não social, financeiro ou legal. 
Pacientes com transtorno factício simulam, induzem ou agravam a doença para receber atenção médica, independentemente de estarem ou não doentes. Por conseguinte,podem infligir lesões dolorosas, deformantes ou até mesmo com perigo de morte a si mesmos, a seus filhos ou a outros dependentes. A motivação primária não é evitar obrigações, obter ganho financeiro ou qualquer coisa concreta. A motivação é apenas receber cuidados médicos e participar do sistema de saúde.
No DSM-IV, o transtorno doloroso garantiu sua própria categoria diagnóstica, mas no DSM-5 ele é diagnosticado como uma variante do transtorno de sintomas somáticos. Sua importância é tal, no entanto, que se justifica sua discussão separada nesse manual. Um transtorno doloroso é caracterizado pela presença de, e o foco na, dor em uma ou mais partes do corpo e é suficientemente grave para receber atenção clínica. Fatores psicológicos são necessários na gênese, gravidade ou manutenção da dor, que causa sofrimento significativo, prejuízos ou ambos. O médico não deve julgar a dor como “inapropriada” ou “indo além do que seria o esperado”. Em vez disso, o foco fenomenológico e o diagnóstico residem na importância dos fatores psicológicos e no grau do prejuízo causado pela dor
Comente sobre os principais fatores psicológicos que influenciam na gravidez e no puerpério
Durante a gestação e puerpério existe certa valorização da fertilidade e maternidade pela sociedade, como um estado de graça, mas também existem diversas transformações físicas, psíquicas e socias, com sentimentos ambivalentes de desejo e não desejo pelo filho (fenômeno natural), sentimentos de plenitude e de angústia, medo, insegurança impotência e perda de controle, além de fantasias, expectativas, desejos e projetos. Nesse momento, existem profundas mudanças intra e interpessoais e a fragilidade psíquica, desencadeantes de ansiedade e depressão, sendo, portanto, um período vulnerável a ocorrência de crises. 
No puerpério, apresentam-se conflitos entre a vida profissional vs. cuidar do filho, adjuntas das expectativas de ser uma boa mãe, (segundo a mulher e segundo a sociedade machista e patriarcal) que causam sofrimento psíquico, além das mudanças hormonais e a privação de sono que tem repercussões importantes na saúde mental da mãe, por exemplo depressão pós-parto.
Orientações sobre o cuidado próprio e do bebê, além do esclarecimento sobre seus direitos no durante a gestação e o parto favorecem o sentimento de segurança. Além do apoio familiar e a colaboração do parceiro ou parceira com os cuidados e a criação efetiva da criança reduzem a sobrecarga da mãe e consequentemente a ansiedade e a angústia.
Quais as principais dificuldades nas perguntas da entrevista médica segundo Alfred Benjamin?
Fazer perguntas é essencial na entrevista. É importante, no entanto, não interromper o entrevistado e dar devolutivas, não apenas perguntar sem dar sequência a uma conversa. Pois por vezes acaba confundindo o entrevistado com muitas perguntas é desafiador, porém necessário dar alternativas de se expressar além do modo clássico de perguntas e respostas.
O silêncio (ou não responsividade do entrevistado) pode ser uma dificuldade ou mesmo uma ferramenta, sendo necessário reconhecer se é um silencio produtivo no qual o paciente está refletindo e pensando, ou não. É interessante evitar perguntas retóricas e perguntas que induzam respostas que o entrevistador que ouvir. É difícil por vezes conciliar questões morais opostas entre o entrevistador e o entrevisto, e deve-se ter certeza que a pergunta em si não faz um julgamento moral ou é agressiva e faz o paciente se sentir mal. 
Deve-se evitar o uso de “por quê?” pois esta palavra conota reprovação e desconforto, e pode gerar um comportamento defensivo ou evasivo do entrevistado. Evita-se também perguntas duplas e sequenciais que podem confundir e limitar as respotas, além de dar impressão de “interrogatório”. Procura-se fazer questionamentos breves, claros e inteligíveis e podem ser usados para ajudar o entrevistado que tem dificuldade de continuar falando, embora pareça ter mais a dizer. Se possível, usa-se a repetição de algo que o entrevistado falou para formular perguntas de forma que mostra que está prestando atenção e permite que o entrevistado escute e reflita sobre seus pensamentos e falas.
Como você deve tratar um paciente com risco de suicídio.
Primeiramente é importante acolher e observar, depois identificar e avaliar o risco levando em consideração sinais (tentativa anterior de suicídio, transtorno psiquiátrico, abuso de álcool e outras drogas, história familiar de suicídio, doença física, falta de planos para o futuro, sentimento de desesperançam desespero e desamparo, estressores recentes), problemas interpessoais (discussões, perda, separação, luto, problemas financeiros e no trabalho, mudanças na sociedade) e o estado mental (ambivalência, impulsividade e rigidez).
Identificar, avaliar, manejar e encaminhar, de acordo com o risco avaliado.
Risco baixo: A pessoa teve alguns pensamentos suicidas, mas não fez nenhum plano.
Escuta acolhedora para compreensão e amenização de sofrimento; Facilitar a vinculação do sujeito ao suporte e ajuda possível ao seu redor – social e institucional; Tratamento de possível transtorno psiquiátrico.
Caso não haja melhora, encaminhe para profissional especializado; Esclareça ao paciente os motivos do encaminhamento; Certifique-se do atendimento e agilize ao máximo, tendo em vista a excepcionalidade do caso; Tente obter uma contrarreferência do atendimento.
Risco médio: A pessoa tem pensamentos e planos, mas não pretende cometer suicídio imediatamente.
Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam estar no próprio espaço de atendimento; Escuta terapêutica que o possibilite falar e clarificar
para si sua situação de crise e sofrimento; Realização de contrato terapêutico de não suicídio; Investimento nos possíveis fatores protetivos do suicídio; Faça da família e amigos do paciente os verdadeiros parceiros no acompanhamento do mesmo. 
Encaminhar para o serviço de psiquiatria para avaliação e conduta ou agendar uma consulta o mais breve possível; Peça autorização para entrar em contato com a família, os amigos e/ou colegas e explique a situação sem alarmar ou colocar panos quentes, informando o necessário e preservando o sigilo de outras informações sobre particularidades do indivíduo; Oriente sobre medidas de prevenção, como: esconder armas; facas; cordas; deixar medicamentos em local que a pessoa não tenha acesso etc.
Risco alto: A pessoa tem um plano definido, tem os meios para fazê-lo e planeja fazê-lo prontamente; Tentou suicídio recentemente e apresenta rigidez quanto à uma nova tentativa; Tentou várias vezes em um curto espaço de tempo.
Estar junto da pessoa. Nunca deixá-la sozinha; Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam estar no próprio espaço de atendimento; Realização de contrato de “não suicídio”; Informar a família da forma já sugerida.
Encaminhar para o serviço de psiquiatria para avaliação, conduta e, se necessário, internação. Caso não seja possível, considere o caso como emergência e entre em contato com um profissional da saúde mental ou do serviço de emergência mais próximo. Providencie uma ambulância e encaminhe a pessoa ao pronto-socorro psiquiátrico, de preferência.

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